Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Por detrás das palavras

Frases Marcantes

Curiosa a forma como a saudades nos ataca com maior violência quando estamos na companhia de outras pessoas do que em alturas de maior solidão.
Mary Nickson, in A ilha dos encantos?

Opinião | "O Diabo dos Anjos" de Liliana Lavado (Versão Beta)


 
Opinião
Tomei conhecimento deste desafio através de um dos blogs que costumo seguir e achei que para além de ser uma boa iniciativa, era um óptimo desafio para participar.
A leitura deste livro foi uma agradável surpresa... As personagens são envolventes, a acção desperta em nós uma ânsia em absorver todas as palavras, acontecimentos e desenvolvimentos que vão surgindo com o evoluir da narrativa.
Amanda e Henrique, amigos de infância que voltam a encontrar-se uns anos depois de se terem separado, vêem-se envolvidos num mistério e numa missão que os leva a redescobrir um conjunto de sentimentos que, no passado, se tinham mantido adormecidos no coração de ambos... Sentimentos que faz emergir, em cada um deles, o melhor das suas personalidades. O mistério em que ambos se são envolvidos traz à narrativa Haari, uma personagem que nos cativa no primeiro momento, que nos leva facilmente ao riso devido ao seu humor perspicaz.
Existem alguns pontos da acção que, na minha opinião, deveriam ser mais elaborados e desenvolvidos de forma a criar mais suspense e a "agarrar" mais o leitor às personagens e à narrativa.
No fundo, este livro reúne um conjunto de características que o tornam numa leitura agradável.
 

opinião | "A ilha dos encantos" de Mary Nickson


Autor: Mary Nickson
Ano: 2011
Editora: Noites Brancas
Número de Páginas: 522 páginas


Sinopse

Para Victoria, a casa da avó, Evanthi, em Corfu, sempre representou um sítio mágico, onde se sentia segura e verdadeiramente feliz. Ali passava os seus idílicos Verões, na companhia do seu primo Guy e do amigo dele, Richard, onde forjaram uma amizade que duraria uma vida inteira. Victoria sempre deixou enlevar pelo inteligente e enigmático Guy, mas foi com Richard, o afectuoso e leal companheiro, que se casou.
Agora, vinte anos mais tarde, a vida de Victoria sofre um abalo profundo, Richard é vítima de um trágico acidente e, ao encaixar as peças da sua vida, Victoria percebe que o seu casamento não foi o idílio que sempre imaginara. Desesperada por começar de novo, parte com o filho para a casa da avó, acreditando que só nestas adoradas e mágicas paragens poderá enfrentar os seus fantasmas e construir um novo futuro.
No ambiente familiar da ilha, Victoria conhece Patrick Hammond e entre ambos desperta um poderoso sentimento, que nenhum está seguro de poder abrçar. No entanto, para Evanthi, há qualquer coisa estranhamente familiar em Patrick e em breve é forçada a enfrentar o seu próprio passado, eternizado havia muito numa bela caixa de prata...

Opinião
Fui atraída para este livro simplesmente pela capa e pelo titulo. E ainda bem que fui atraída para ele.
Este livro leva-nos até à ilha de Corfu na Grécia. As belíssimas e minuciosas descrições proporcionam-nos imagens vividas dos locais onde se desenrolam os diferentes acontecimentos.
O inicio deste livro relata-nos a morte de Richard, marido de Victória, com um suposto acidente. Este facto deixou Victoria transtornada e cheia de interrogações e decide viajar, juntamente com o filho Jake, para junto da sua avó Evanthi na ilha de Corfu. Lá, Victoria desvenda as circunstâncias que estão por detrás da morte do seu marido. É Guy, seu primo e grande compaheiro de infância, que desvenda todo o mistério e lança a confusão sentimental no coração de Victoria. Estas informações afectam, igualmente a forte ligação que Victoria tinha com Guy.
Richard, Guy e Victoria haviam crescido juntos, partilhado brincadeiras na infância, conquistas e derrotas na adolescência... Eram demasiado ligados, cada um com os seus traços de personalidade. Quiseram as circunstâncias que Victotia e Richard se casassem, mas Richard sempre fora apaixonado por Guy e o casamento com Victoria foi uma forma de manter a relação que tinha com ele. Foram nestas circunstâncias que Victória iniciou o seu luto na ilha que a viu crescer na companhia da sua avó. É neste paraíso que aparece Patrick e o raio do amor e da paixão atinge Victoria. Paralelamente a esta história de amor é descoberto o "raio" que no passado havia atingido Evanthi.

Este livro fá-la-nos de relações, e nas complicações que podem deitar por terra todas as nossas convicções, tudo aquilo que dava-mos como certo. A história que envolve Patrick é igualmente rica em conteúdo relacional. O seu casamento com uma mulher dependente do afecto e das opiniões dos outros é facilmente enganada por alguém que lhe dá uma atenção incondicional com o único objectivo de lhe extorquir dinheiro.

Nestas páginas descobrimos o amor, a tristeza, a desilusão, a felicidade, o reencontro, a saudade.... Uma cacofonia de sentimentos que nos deixam presos às palavras, aos diálogos, aos momentos e descrições... Sentimo-nos presos àquelas personagens cheias de vida e personalidade. Victória é, sem dúvida, uma das personagens que se destaca. Um infância feliz, apesar de ter perdido os pais, tornou-se uma mulher ponderada, que enfrenta os seus fantasmas sozinha e tenta procurar, apesar de tudo aquilo que a vida lhe oferece, a felicidade dos pequenos momentos.Também Evanthi, uma mulher misteriosa que encerra em si um amor intenso da juventude e que guarda ternamente no seu coração até à velhice, dá uma tonalidade poderosa à história trazendo as lendas, as superstições e a magia que enche a casa e a ilha de Corfu.

Apenas tenho a destacar dois pontos negativos: a previsibilidade dos acontecimento e a existência de alguns erros. É fácil, em muitos dos momentos da narrativa, saber o que vai acontecer a seguir, mesmo assim a história a não deixa de nos encantar e envolver nos acontecimentos.

Poetic Dreams

Agora
Abre-te, primavera!
Tenho um poema à espera
Do teu sorriso.
Um poema indeciso
Entre a coragem e a covardia.
Um poema de líric alegria,
Refreada,
A temer ser tardia
E ser antecipada.

Dantes, nascias
Quando eu te anunciava.
Cantava,
E no meu canto acontecias
Como o tempo depois te confirmava.
Cada verso era a flor que prometias
No futuro sonhado...
Agora, a lei é outra: principias,
E só então eu canto confiado.

Miguel Torga in Diário X, Edição do autor

Opinião | "A prenda" de Cecilia Ahern




 

 

 
A nossa percepção do tempo é algo curiosa... Ele nunca "anda" ao ritmo que desejamos. Para o Lou o tempo passava muito depressa não lhe permitindo responder às mil e uma solicitações profissionais que todos os dias lhe apareciam... A vida profissional ocupava grande parte da sua vida, afastando-o da família, da esposa e dos filhos...
 
E foi assim que a autora introduziu os leitores na vida de Lou... Contudo, Gabe aparece e tudo na vida e Lou muda... Lou começa a ver mais longe. Vê para além das malhas ofuscantes de um trabalho desgastante... Vê para além daquilo que é óbvio.... Vê para além do seu coração e descobre que há vida para além do trabalho e aí toma consciência daquilo que se tem perdido, daquilo que verdadeiramente preenche os dias desgastantes, dá cor às tristezas tornando-as mais suportáveis... No fundo, o cinzento da sua vida dá lugar à cor e aos sentimentos...
 
A mensagem que está por detrás deste livro é fantástica e, a meu ver, é o grande ponto positivo desta narrativa. Quantas vezes andamos tão absorvidos nos nossos problemas, nas questões profissionais e nos esquecemos de dar lugar na nossa vida àqueles que preenchem o nosso coração, que tornam os dias maus mais fáceis de suportar e tornam os dias de alegria escandalosamente felizes.... Quantas vezes dizemos "para o ano há mais",  "encontramo-nos para a próxima". Mas será que irá haver próxima? Eu sei que não devemos viver com medo. Aliás, não podemos deixar que ele absorva as nossas energias ao ponto de não nos permitir viver as coisas com intensamente. Devemos sim, é isso que o livro demonstra, aproveitar todos os momentos possíveis para partilhar e desfrutar da companhia das pessoas especais que fazem parte da nossa vida.... Devemos viver as coisas intensamente, tão intensamente como se amanhã fosse simultâneamente o primeiro e o último dia da nossa vida. Lou, talvez aprendeu um pouco tarde demais a ver o essencial, talvez pelo essencial ser invisível aos nossos olhos, mesmo assim, quando finalmente se apercebeu, tentou remediar a sua atitude permitindo preencher o coração de alegria daqueles que mais gostavam dele. As páginas finais são emocionalmente intensas e capazes de levar às lágrimas.
 
Gabe assume nesta estória uma posição de destaque... É uma personagem que deixa dúvidas quanto à sua identidade. Na minha opinião, acho que tem identidade divina. Uma espécie de anjo que chega à vida de Lou e o faz emergir da vida profissionalmente agitada, que lhe mostra o que é essencial! Confesso que não foi uma parte do livro que mais me agradou!! Concordo que dá um toque especial ao livro e sem ele, os acontecimentos e a forma como eles se vão desencadeando deixam de ter algum significado.  Talvez seja esta minha dificuldade em lidar com o divino que me leva a encarar as coisas de forma diferente.
 
Um outro aspecto que gostei foi a forma como livro está organizado. Acho que a forma que a autora utilizou para contar a estória torna a mensagem mais marcante. É um livro que nos faz pensar, que nos faz vasculhar os recantos dos nossos sentimentos e os caminhos que a nossa vida tem levado ao longo dos anos... Faz-nos pensar nas coisas boas que fizemos, nas coisas más que fizemos, naquilo que queremos fazer e na forma como queremos fazer... A vida é cheia de surpresas e de pessoas que, tal como a autora refere, são como presentes que precisam de ser desembrulhadas pela pessoa certa...

Opinião | "À primeira vista" de Nicholas Sparks (Jeremy Marsh & Lexie Darnell #2)

 

 

 

 

 

 

De facto, não fui enfeitiçada por este livro. Confesso que estava com algumas expectativas uma vez que a estória deste livro era a continuação de um outro livro do autor que tinha lida nas férias e do qual tinha gostado bastante.
 
Este desiludiu-me um pouco. Em primeiro lugar, achei que o desenrolar dos acontecimentos era forçado. Não senti, como em livros anteriores do autor, a fluidez da narrativa, o desencadear de acontecimentos que conferem vida ao livro. Achei irritante a quantidade de dúvidas por parte de Jeremy e a forma como ele lidou com elas. Grande parte do livro era ocupada com estas dúvidas que, se por um lado fazia sentido devido a forma como o amor entre ele e Lexie tinha nascido, por outro acho que o autor as usou de forma excessiva retirando vivacidade ao livro.
 
Mais uma vez, Nicholas Sparks brinda-nos com um final triste... O que veio reforçar a minha desilusão com livro. Jeremy e Lexie apaixonaram-se no primeiro momento em que se encontraram e Jeremy largou tudo o que tinha para se dedicar a este amor. Contudo, uma série de acontecimentos faz com a desconfiança invada os seus pensamentos contribuindo para sucessivas discussões com Lexie o que acabou por condicionar o tempo de qualidade que passava com ela. É certo que, devido a todos os acontecimentos, as descofianças de Jeremy fazem sentido, mas acho que a narrativa poderia ter evoluido de forma diferente. No fim, tudo se resolve de uma forma trágica deixando uma sensação de vazio...
 
É claro que, apesar de tudo, a mensagem que está por detrás desta estória é para ser levada em conta. Quantas vezes nos deixamos vencer pela desconfiança? Quantas vezes nos deixamos levar pelas confabulações que vamos fazendo acerca de imagens que chegam aos nossos olhos e fragmentos de conversas os nossos ouvidos vão guardando, não procurando os verdadeiros protagonistas das estórias? Quantas vezes discutimos com aqueles que mais gostamos por nos deixarmos levar pelo equívocos que a vida nos oferece? Quando nos deixamos levar por tudo isto esquecemos-nos que a vida é demasiado curta e que o tempo que temos disponível nunca é demais para o passarmos na companhia daqueles que mais gostamos e que nos preenchem o espírito!!!

Opinião | "Viagem a Capri" de Elizabeth Adler




 

 

 

 

 

Daisy procurava um emprego e teve a sorte de se cruzar com Sir Robert, um homem bastante rico que lhe proporcinou a concretização daquilo que mais desejava. Partilharam sentimentos, alguns segredos pessoais. Construiram uma amizade que proporcionava conforto a ambos. Contudo, inesperadamente Robert morre e lança o mistério em torno da sua morte deixando uma lista de pessoas que poderão ser suspeitas pela sua morte.

Enquanto se tentava descobrir o responsável pela morte de Robert, numa viagem de cruzeiro pelo Mediterrâneo Daisy redescobria o amor. No fundo, foi o que Robert sempre desejou... Para ele a felicidade da sua amiga era muito importante e sabia que Daisy precisava de voltar a amar para sarar as feridas causadas por um anterior relacionamento falhado.

A evolução da narrativa leva-nos por uma fantástica descrição das paisagens e personagens. Achei muito importante a descrição de cada uma das personagens suspeitas da morte de Robert... Contudo, o grande ponto positivo da história foi o responsável pela morte de Robert. Fiquei surpreendida quando soube quem tinha sido o responsável embora umas páginas a autora tivesse deixado uma pista...
O ponto negativo,  na minha opinião, foi o final do livro. Achei-o um pouco vazio, estava à espera de um desfecho diferentes para Daisy e Montana. Acho que a viagem transformou-os e por isso espera que houvesse um ajuste entre estes dois espíritos tão diferentes. Embora soubesse do amor que Montana tinha pelo seu trabalho, pensei que a forma como ele vivênciou a viagem e se entregou ao amor o levasse a alterar o seu estilo vida.

Montana foi a personagem que mais gostei no livro. Acho que todo o contexto de vida estava bem construído e enquadrado nas suas características de personalidade. Gostei das mudanças que foi sofrendo ao longo do desenrolar da narrativa, embora esperasse uma mudança mais significativa no final do livro.

Por fim, considero que este livro possuiu uma narrativa leve e descontraída o que faz dele uma boa companhia de férias.

Frases Marcantes

As pessoas, à semelhança dos embrulhos, escondem segredos, que se cobrem de camadas até aparecerem as pessoas certas, que as podem desembrulhar e ver o seu interior. Por vezes, temos de nos dar a alguém para podermos ver quem somos. Por vezes, temos de desembrulhar as coisas para chegar ao seu âmago.
Cecelia Ahern, A prenda

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Mais visitados

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2017
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2016
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2015
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2014
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2013
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2012
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2011
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub