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Por detrás das palavras

Opinião | "A minha verdade é o amor" de Luanne Rice

 

A Minha Verdade é o Amor


Autor: Luanne Rice
Ano: 2008
Editora: Quinta Essência
Número de páginas: 343 páginas
Classificação: 3 Estrelas
Desafio: Novos autores

Sinopse

FAMÍLIA. AMIZADE. AMOR. PAIXÃO. O milagre está prestes a realizar-se mas, tal como a maioria dos milagres, só pode surgir depois da noite mais escura e do maior desgosto de todos. A vida pode ser tão precária como um passeio numa falésia e as suas maiores recompensas só são alcançadas por aqueles que ousam arriscar tudo... por amor.
A irmã Bernadette Ignatius regressa à Irlanda na companhia de Tom Kelly em busca do passado - e do filho - que deixaram para trás há mais de 20 anos. Foi ali que aqueles dois antigos amantes passaram uma época mágica antes de o chamamento de Bernardette a ter transformado na Madre Superiora da Academia Estrela do Mar. E se foi um milagre que os afastou, um outro está prestes a uni-los.
Entretanto, algures em Dublin, um jovem, Seamus Sullivan, sonha em reunir-se com o seu primeiro e único amor. Do outro lado do Atlântico, numa mansão de Newport, essa rapariga, já adulta, trabalha como criada e aguarda com uma fé que lhe devolverá o único rapaz que amou.
A minha verdade é o amor, um livro marcante sobre os mistérios do passado, é o relato inesquecível de duas histórias e amor imortais. 
 
Opinião
Ao "passearmos" pelas páginas deste livro vamos descobrir que é uma história de ligações entre pessoas e da força que essas mesmas ligações têm ao ponto de unir essas mesmas pessoas ao longo de muitos anos.  É uma narrativa que se desenvolve de forma cativante que permitindo uma ligação entre o leitor e o livro. Assim, assistimos aos dilemas da Irmã Bernadette, à fidelidade de Tom e à ligação entre dois jovens que vivem num orfanato Seamus e Kathleen.

Estamos na presença de personagens principais complexas. Irmã Bernadette renunciou a um futuro familiar, deixando um filho para trás, para se entregar completamente a Deus e à direcção de um convento. Tom, o seu eterno amor, não consegue deixá-la e acompanha ao longo dos anos amando à distância e através do pouco que ela lhe pode oferecer. Acho que os dilemas que Irmã Bernadette vai vivenciando ao longo do livro são credíveis, porém acho que em algumas situações ficava um pouco desiludida com a má interpretação dos sinais que lhe iam aparecendo. Se por um lado admiro a fidelidade de Tom, por outra acho que ele foi "mole" demais. Era importante que ele fosse mais activo e tomasse uma posição mais firme em relação a várias situação. O que mais admirei em Tom foi o modo como ele conquistou o filho. Aí ele teve um papel activo e foi quase que uma forma de acordar os seus fantasmas para os demitir da alma.
Um aspecto que achei confuso no livro foi as respectivas histórias de origem destas duas personagens. Acho que Luanne Rice não criou um sequência lógica que permitisse aos leitores compreender na integra de onde eles vinham e qual a história familiar que tanta influência parecia ter nas suas personalidades e formas de estar.

Adorei a relação entre Seamus e Kathleen. Não compreendi algumas das atitudes de Kathleen enquanto criada numa casa nos Estados Unidos. Houve momentos em que pensei que ela abusada pelo seu superior, mas outras em que me pareceu aquilo funciona como um analgésico para a sua própria dor. No fundo. foi um aspecto que para  mim não ficou clarificado. Quanto a Seamus acho que teve uma atitude correcta ao longo de toda a história e admirei a sua dedicação para com o amor que sentia por Kathleen. Um amor que nasceu num orfanato, local que ambos consideravam com a sua casa, local onde afogaram os seus fantasmas de abandono experienciando a vida e a dor em conjunto.

Considero que é um bom livro. Apenas não lhe atribui uma classificação mais elevado por causa da falta de clarificação na história da origem familiar de Tom e Bernadette e por causa do final. Deduzi, mais ou menos a partir do meio, que aquilo não ia correr como eu gostaria que ocorresse... Fiquei um bocado chateada com uma determinada personagem!!!

Deixem-se invadir pelas palavras!

Palavras Memoráveis

O homem livre é aquele que não receia ir até ao fim da sua razão.
Jules Renard

Hoje decidi abandonar as minhas frases preferidas dos livros para lembrar a Liberdade.
Porque amanhã é 25 de Abril... Porque amanhã assinalam-se os 39 anos de uma conquista por muitos desvalorizada... Porque nunca é tarde para recuperar o espírito de Abril.

É importante lembrar que foi uma conquista do povo. Uma conquista pacífica e repleta de significado e que parece esquecida por muitos. 

Não deixem que os princípios de Abril desapareçam do vosso coração. Vivam em Liberdade respeitando-a e respeitando-se.

Bom feriado. 




Top Ten Tuesday - 10 livros que achei que ia gostar mais ou menos do que na realidade se acabou por verificar (3)


O Top Ten desta semana tem como tema os dez livros que achei que ia gostar mais ou menos do que aquilo que acabou por se verificar.

Este top ten é um pouco difícil para mim porque não costumo criar muitas expectativas em relação aos livros que vou lendo. Gosto de manter a mente aberta e deixar-me desfrutar pela leitura. 




Livros que pensei que ia gostar mais:
1. Ao anoitecer- Susan Minot: Este livro conquistou-me pelo titulo e pela sinopse, porém a leitura tornou-se aborrecida e nem sei como consegui terminar o livro. Faltava dinamismo e credibilidade dos acontecimentos,  as personagens eram vazias e não despoletaram em mim qualquer tipo de afinidade.

2. O véu pintado Somerset Maugham: Parti para esta leitura depois de ter ficado apaixonada pelo filme. No filme, as personagens são cativantes e a história bastante envolvente. Com o livro senti imensa dificuldade em criar ligação com tudo. Dava a sensação que a narrativa caia no vazio, não havia emoção nem envolvimento. Tive imensa pena de não ter gostada deste livro. É dos poucos filmes que gosto mais do que o livro.

3. A minha verdade é o amor: Luanne Rice: Já tinha lido várias críticas positivas acerca desta autora, mas o livro não me convenceu. Achei que havia aspectos confusos no livro, nomeadamente todos os aspectos relativos às famílias e às origens de Tom Kelly e da Irmã Brenadette.

4. Homens, dinheiro e chocolate: Menna Van Praag: O livro tem uma história muito básica e pouco desenvolvida. Pela sinopse estava à espera de uma história mais sólida.

5. A casa na praia - Anita Shreve: Foi o primeiro livro que li desta autora, por isso não sabia muito bem o que esperar. Foi uma leitura aborrecida e com uma história pouco cativante. 

6.Sangue Fresco - Charlaine Harris: O primeiro livro de uma saga de vampiros que não prima pela originalidade. As personagens são básicas e não despertam interesse. Os vampiros aqui descritos não são criaturas que despertem a curiosidade dos leitores (excepto o vampiro Eric).

7.Cinco quartos de laranja - Joanne Harris: Por todos os comentários positivos que já tinha lido noutros blogs estava à espera de encontrar outro estilo de escrita. O livro não me conseguiu cativar e a leitura tornou-se aborrecida. Foi o primeiro livro da autora que li, mas apesar de não ter ficado fã voltarei a dar outra oportunidade.

Livros que gostei mais do que aquilo que pensava que ia gostar:
1. A rapariga que roubava livros - Markus Zusak: Estava a ficar desiludida com o início do livro, mas a intensidade da história tornou-o um dos melhores livro que alguma vez já li. É comovente, original, intenso e com uma forte mensagem. 

2. Um dia - David Nicholls: Quando vi que o livro apenas ia narrar um dia ao longo de 20 anos da história de dois amigos, pensei que iriam faltar aspectos importantes e que dificultariam a ligação do leitor com a história e as personagens. Mas tudo aconteceu pelo contrário: adorei o livro, adorei as personagens e gostei muito da forma como o autor encadeou tudo para tornar este livro delicioso.

3. O jardim dos segredos - Kate Morton: Mais uma vez foi o primeiro livro que li da autora e as primeiras páginas quase me fizeram desistir. Apesar de o início ser um pouco lento, o desenvolvimento dos acontecimentos tornou a leitura viciante. Os pequenos contos infantis presentes no livro  tornam a leitura ainda melhor.

E vocês, quais foram os livros que vos surpreenderam quer pela positiva, quer pela negativa?
Boas leituras!
Silvana 

Opinião | "O grande amor da minha vida" de Paullina Simons (O Cavaleiro de Bronze #1)


O Grande Amor da Minha Vida (O Cavaleiro de Bronze, #1)

O grande amor da minha vida é um livro que nos transporta para o mundo gélido da Rússia. Para um mundo marcado pela guerra e onde um amor tenta sobreviver ao contexto agreste que se instala. 
Com este livro acompanhamos a vida de Tatiana, a sua família, Alexander, Dimitri e muitos outros que vão oferecendo ao livro emoções, sentimentos, acontecimentos, realismo...
Facilmente nos sentimos a caminhar, pesadamente, sobre a neve com Tatiana pelas ruas de Leninegrado em busca de um pedaço de pão para matar a fome. Através dos olhos dela conseguimos ver os sofrimento e sentir o vento gélido que cobre todos os copos sem vida que vão habitando as ruas. Em Leninegrado, sentimos o barulho ensurdecedor de bombas que não poupam ninguém, que atravessa os céus em busca dos seus alvos. Em Lugo, sofremos as angústias, os medos e o terror que assombra Tatiana, ao mesmo tempo que saboreamos a esperança na sobrevivência. E, em Lazarevo, somos brindados pela Primavera, pela brisa suave que nos beija, pela frescura do rio Kama... A Primavera traz uma felicidade passageira que a guerra é incapaz de a deixar permanecer eterna.
 
É-me difícil encontrar palavras que sejam suficientemente boas para transmitir aquilo que senti com esta leitura. Foi emoção do princípio ao fim do livro! Uma leitura viciante, envolvente, que me absorvia todos as gotas da minha atenção. Não é fácil ler sobre a fome e as agruras de uma guerra, mas é fácil nos deixarmos envolver pela singularidade de gestos de amor e protecção com que Alexander vai oferecendo a Tatiana. O livro é mais do que uma banal história de amor em temos de guerra... Leva-nos a algo mais profundo. Daí, e concordando com outras opiniões que já li, o título em português não fazer de todo sentido. Acho que o título O Cavaleiro de Bronze faz mas sentido devido ao simbolismo que um livro de um autor russo, com esse mesmo título, que acompanha a história de Tatiana e Alexander. 
 
Gostei muito de acompanhar a evolução da Tatiana. Ela cresce com tudo aquilo que vai vivendo. Por vezes, irritava-me com a bondade dela, mas no fundo percebi porque o fazia. Acho que ela sempre soube que, apesar da sua fragilidade física, tinha uma personalidade forte e era capaz de enfrentar muitas coisas mais duras, as situações mais agrestes...É corajosa, forte, determinada... Luta até ao final das suas forças, incapaz de deixar para traz aqueles que habitam as zonas mais profundas do seu coração. 
 
Alexander é um homem complexo e reservado. Guarda os seus segredos e as suas angústias. O seu coração é repleto de bondade e facilmente se deixa encantar pelos modos ingénuos de Tatiana e pela sua inteligência. Ela será o seu pilar de confiança. Fazem tudo um pelo outro, fazem tudo o que conseguem para se manterem vivos.
 
De todas as outras personagens secundárias destaco Dasha, a irmã de Tatiana. Acho que ela fechou os olhos aquilo que se ia passando por gostar muito da irmã. Ela foi uma das protagonista de uma das melhores passagens o livro. De uma passagem que emocionou bastante e que retrata muito bem a relação entre as irmãs. 
 
É um livro que merece ser lido e saboreado de forma lenta para que consigamos absorver todas as mensagens que nos oferece. Este livro mudou a minha visão acerca do comunismo russo. Lembro-me de na altura em que abordei este tema na escola ter ficado com uma boa impressão dos princípios do comunismo (penso que a professora romanceou um pouco aquilo que se passava na Rússia de Estaline e de Lenine). Porém, este comunismo era, igualmente, uma forma de ditadura que limitava a liberdade das pessoas. 
 
E desse lado, o que é que este livro vos despertou? Para mim, é um dos livros da minha vida que me marcou significativamente.
 
Deixem-se invadir pela palavras!
Boas leituras.

Opinião | "Um pequeno grande amor" de Fátima Lopes

 

Um Pequeno Grande Amor

 

Autor: Fátima Lopes
Ano: 2007
Editora: Esfera dos Livros
Número de Páginas: 230 páginas
Classificação: 2 Estrelas
Desafio: Ler em português e De A a Z...
 
Sinopse
O amor por um filho não é fácil de descrever. Sente-se todos os dias. mesmo quando a vida nos prega partidas, quando os casamentos se desfazem, quando estamos cansados e nada parece fazer sentido, há sempre um pequeno grande amor que fala mais alto.
 
Depois do estrondoso sucesso de Amar depois de amar-te, com mais de 80 mil exemplares vendidos em Portugal, Fátima Lopes regressa à escrita com um segundo romance onde conta a história de Gonçalo e Estela, duas crianças que têm em comum serem filhas de pais divorciados.
 
Nada apontava para o fim daquele casamento. Margarida, com um bebé de meses nos braços, apaixona-se e decide separar-se. Com o divórcio, vêm as ameaças e as chantagens. É neste ambiente que cresce Gonçalo, protegido pelo amor de uma mãe disposta a tudo para garantir a felicidade do filho.
 
Estela não está nas prioridades da mãe, ocupada entre o trabalho e as amigas. Foi o pai que lhe mudou as fraldas e a embalou nas noites agitadas. Com o divórcio, este pai não desiste de acompanhar a filha em todos o grande passos da sua vida.
 
Num discurso sensível e intimista,  Fátima Lopes transporta-nos para o Universo dos mais pequenos. Como os seus olhos vêem os dramas dos adultos, como sentem as disputas e os insultos sem sentido, como sofrem sem perceberem a razão,
 
Os nossos filhos serão sempre pequenos para receberem o grande amor que temos para lhes dar. 
 
Opinião
A posição dos filhos face ao divórcio dos pais, me sempre toma contornos pacíficos e ideias para o "superior interesse da criança". E foi este o tema de partida para o livro de Fátima Lopes.
Não é o primeiro livro que leio de Fátima Lopes, mas tal como o primeiro que li Amar, depois de amar-te não fiquei rendida à forma como o livro está escrito. Gostei da temática de história, assim como os contornos e as personagens que revestem este livro, porém a forma como Fátima Lopes escreve não fomenta a ligação do leitor com o livro e a leitura. Pessoalmente, quando estou a ler os livros dela tenho a sensação de estar a vê-la a apresentar mais um dos casos que vai ao seu programa. No livro acontece tudo demasiado rápido. Falta uma maior exploração das emoções e dos acontecimentos, um maior destaque nos comportamentos e atitudes das personagens e um maior aprofundamento da temático central do livro.
 
Gostei muito das personagens Gonçalo e Estela, as crianças da história. Acho que retratam bem o que acontece a tantas outras crianças vítimas do desacordo dos pais num processo de divórcio. Os pais esquecem-se que se podem divorciar um do outro, mas jamais se divorciam de um filho. Aquilo a que Gonçalo foi sujeito não é apenas ficção! Senti falta de um maior aprofundamento dos sentimentos e das situações vivências pelo Gonçalo, parece que acontece tudo muito a correr e não deixa espaço ao leitor para interiorizar o que de facto esta criança sofre. O mesmo se passa com Estela. 
 
Um aspecto que gostei muito no livro foi o facto de Fátima Lopes não estereotipar os comportamentos, ou seja, não demonstrar que apenas a mãe assume capacidades parentais. É muito importante desmistificar o papel do pai num processo de divórcio. Apesar de ser a mãe a ter prioridade em relação aos pai, isto não significa que não há pais capazes de assumir com responsabilidade e afinco a criação e educação de uma criança. Há boas mães, assim como há bons pais e o ideal seria a guarda partilhada (o que muitas vezes se torna impossível).
 
Outro aspecto que gostei bastante foi a abordagem da mediação familiar como um óptimo recurso na desconstrução de relações conflituosas e tensas entre progenitores (não gostei da confusão entre médico e psicólogo!!). Mais uma vez, nota-se uma carência de desenvolvimento da temática. 
 
É um livro de leitura rápida, com uma temática que convida a reflexões. Neste tipo de processos de divórcio lembro-me sempre daquilo que uma amiga minha da faculdade nos dizia quando discutíamos saudavelmente estas questões. Segundo ela, ter um filho é um sentimento de egoísmo por parte dos pais. Em parte concordo com ela, quando um casal decide ter um filho existem motivações que, grande parte das vezes, se referem ao casal sem terem em conta as implicação que uma criança acarreta. Tem-se um filho para tentar salvar uma relação (o que é um enorme mito), por pressão social, porque a família pressiona, porque os pais sentem que vai completar a relação... Infelizmente, a criança ainda não pode fazer-se ouvir! 
 
Deixem-se invadir pelas palavras e boas leituras.

Top Ten Tuesday [REWIND]- Livros que me fizeram chorar (2)



O Top Ten desta semana é Rewind, ou seja, podemos escolher qualquer tema passado a que não tenhamos respondido ou que queiramos revisitar. No meu caso, escolhi o tema do dia 2 de Novembro de 2010: Top Ten de livros que me fizeram chorar. Escolhi este tema porque sou bastante sensível com muitas leituras. Por vezes, por muito que queria controlar as minhas emoções, torna-se difícil travar as lágrimas que me inundam dos olhos e turvam a leitura. Fica aqui a lista!




1. O grande amor da minha vida - Paullina Simons
O Grande Amor da Minha Vida (O Cavaleiro de Bronze, #1)

2. Sonhos Proibidos - Lesley Pearse
Sonhos Proibidos

3. Dezanove Minutos - Jodi Picoult
Dezanove Minutos

4. Um longo caminho para casa - Danielle Steel
Um Longo Caminho Para Casa
5. Mensagem do Vietname - Danielle Steel
Mensagem do Vietnam
6. Melodia do Adeus - Nicholas Sparks
A Melodia do Adeus
7. Filhos do Abandono - Torey Hayden
Filhos do Abandono
8. A Criança que não queria falar - Torey Hayden
A Criança Que Não Queria Falar
9. A Rapariga que roubava Livros - Marcos Zusak 
A Rapariga Que Roubava Livros
10. Veronika decide morrer - Paulo Coelho
Veronika Decide Morrer

Por detrás do autor | Liliana Lavado


Podemos dizer que têm sido grandes dias. Depois de muitas lutas travadas, de muito esforço e de muita dedicação, a Liliana Lavado conseguiu que um dos seus magníficos livros voasse em direcção das prateleiras deste país para que todos pudessem desfrutar de uns bons momentos na companhia das brilhantes histórias desta autora.

Como a Liliana é uma pessoa muito simpática concordou em ceder um pouco do seu tempo para responder às perguntas desta que é a primeira entrevista do Por detrás das palavras. Obrigada Liliana!

1.     Imagina um diálogo entre duas pessoas com o teu livro na mão e uma delas pergunta quem é a Liliana Lavado. O que é que gostarias que a outra pessoa respondesse?
A Liliana é a autora do livro “Inverno de Sombras. Ela começou por auto-publicar os seus livros e com a ajuda de Leitores-Beta e blogues que a foram acompanhando conseguiu que uma editora ficasse interessada em a publicar. Ainda bem que ainda se publicam novos autores portugueses.

2.   Escrever foi algo que sempre te atravessou o espírito? Como surgiu esse desejo de escrever?
Nunca pensei em escrever. Aliás a minha estreia nas leituras foi muito tardia e nada usual.
Há quem tenha a sorte de saber desde sempre o que quer fazer, outras tropeçam na resposta. Eu costumo descrever a escrita como “o meu tropeção”.

3.   A publicação do livro Inverno de Sombras foi o culminar de uma enorme luta que evolveu o teu projecto de leitores-beta. Queres falar um bocadinho deste projecto e indicar em que medida em que ele contribuiu para a realização do teu sonho.
Sem dúvida que os leitores-beta foram o factor-chave para a publicação.
Eles não tiveram misericórdia em apontar-me os meus erros e sempre foram incansáveis no apoio. São um grupo de pessoas muito especiais com quem tive o privilégio de me cruzar e que, um ano e meio depois, continuam comigo até hoje.

4.   Com certeza que esperaste por esta semana muito tempo. Como foi gerir com a ansiedade e as expectativas que este acontecimento despoletou?
A espera (felizmente) não foi longa. A editora Marcador revelou-se muito dinâmica desde o primeiro contacto e a publicação apenas levou quatro meses, o que em tempo editorial é um piscar de olhos.
Mas é claro que a ansiedade de saber qual seria a reacção do mercado ao livro ainda continua...

5.    Inverno de Sombras é um livro com uma narrativa muito bem estrutura e com uma enorme capacidade de prender os leitores. Queres partilhar a(s) tua(s) fonte(s) de inspiração para a construção deste livro?
Eu escrevi este livro ao longo de um ano e a história foi mais ou menos construindo-se a si mesma. A minha inspiração para o escrever foi Lisboa. Eu tinha em mente desde o inicio certos momentos do livro que se iriam passar em sítios icónicos como o Chiado, o Tejo e o Castelo de S. Jorge e as personagens foram crescendo aos poucos por “elas mesmas”.

6.    O que é que foi mais fácil e qual foi o teu maior obstáculo no processo de escrita deste livro?
O mais fácil foram os cenários. Eu vivia em Lisboa e passava pelos sítios onde se estava a passar toda a acção e era fácil conseguir detalhes que a tornavam real.
O mais difícil foi quase no final do livro... quando existiam tantas personagens envolvidas na história e cada uma delas com os seus próprios interesses e cada uma merecedora de um final emocionante. Confesso que existiram alturas em que duvidei que fosse possível terminar este livro.

7.   Podemos inserir o livro Inverno de Sombras na categoria fantasia. O que é que te fascina neste género literário?
Liberdade.
Quando integramos elementos não sujeitos às leis da natureza, há uma liberdade cativante para desafiar a linha de intriga e surpreender o leitor.

8. O Inverno de Sombras tem personagens muito fortes. Como foi o processo de construção dessas personagens?
Todas as personagens foram crescendo “diálogo a diálogo”. Para mim não existem personagens mais ou menos importantes, existem apenas uma diferença no tempo em que cada uma tem disponível para se dar a conhecer. De cada vez que elas têm espaço na página, elas têm de existir da forma mais real possível para o leitor e têm de conseguir fazê-lo sentir o que elas sentem.

9.  O sucesso deste livro no seio dos leitores beta levou-te por caminhos que não pensavas embarcar, nomeadamente a criação de uma sequela. Como está a correr esta nova fase?
É verdade, a sequela para o “Inverno de Sombras” não estava nos meus planos (pelo menos nos próximos 2 anos) mas a reacção dos leitores-beta à Andrea e ao Claude foi tão entusiástica que não resisti a dar prioridade ao segundo livro: “Fantasmas de Pedra”.
Neste momento a primeira versão do livro já está escrita. Não foi fácil escrevê-lo porque neste livro há um regresso ao mesmo tempo de história do “Inverno de Sombras” com a procura pela Caixa, mas toda a acção é agora na perspectiva da Andrea e do Claude. O equilíbrio entre o que “já existia” e o “tudo de novo” foi um enorme desafio.

10.  O que é que poderias dizer aos leitores para aumentar a curiosidade deles em relação ao Inverno de Sombras e levá-los a uma procura compulsiva pelo teu livro.
“Inverno de Sombras” é um livro de fantasia até para quem não gosta do género. Os leitores vão encontrar uma aventura em forma de caça ao tesouro, recheada de mistérios e surpresas vividas por um conjunto de personagens inesquecíveis.
Depois de o lerem, nunca mais vão olhar o “Mosteiro do Jerónimos” da mesma forma.


Sobre a autora:
Liliana Lavado é uma jovem escritora que na semana passada se apresentou aos seus leitores através da publicação do seu primeiro livro Inverno de Sombras pela editora Marcador.
É licenciada em Gestão de Marketing pelo IPAM, com uma especialização em Strategic Marketing in Action pelo IMD na Suíça. Viveu em Lisboa durante 7 anos e, actualmente, vive na Suíça. A sua carreira profissional tem passado pelas áreas de logística e de marketing operacional em diferentes multinacionais como a Nespresso.
É natural de Estarreja e o seu amor pelas palavras e pela escrita, em particular, surgiu quando frequentava a faculdade e depois de muitas visitas às livrarias em que não conseguia encontrar um livro com uma história que lhe prendesse o olhar. Perante este obstáculo, Liliana pensou que o melhor seria ela mesmo criar os seus mundos e as suas personagens entregando-se à escrita.





Selo - Bloguivismo


Este selo veio directamente do blog A Thousand Lives. Obrigada Mónica!!

Este selo foi criado pela Ivonne do blog Desejos da Alma com o objectivo de passar uma importante mensagem: "Criar, transformar, mudar e ter coragem de aceitas!". No fundo, o que se pretende é uma luta pelos princípios fulcrais pelos quais a blogosfera se devia reger: o respeito mútuo, a união, o desportivismo!

Regras:

1. Referir o blog que tomou a iniciativa e aquele que o passou: O selo foi criado pela Ivonne dos Desejos da Alma e foi-me gentilmente oferecido pelo  blog A Thousand Lives.



2. Dizer se o aceitam ou não: Como é óbvio, estas iniciativas fantásticas não são para se recusar.


3. Caso não aceitem, podem para por aqui. Caso aceitem, continuem a ler o ponto 4.


4. Referir 5 qualidade de um blogger bloguivista. Qualidades que já sigam ou pretendem seguir daqui para a frente.
  • Respeito pelo trabalho dos outros,
  • Integridade,
  • Originalidade,
  • Dedicação,
  • Solidariedade.
5. Referir até 10 blogs e passar o selo (o mínimo é 2). Podem ser literários, não literários, de autores, de moda, de anedotas, do que vocês quiserem! Afinal a blogosfera é variadíssima!
6. Colocar o selo na barra lateral do blog para promover a iniciativa. 

Poetic Dreams

A mulher

Ó Mulher! Como és fraca e como és forte!
Como saber ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!

Quantas morrem saudosa de uma imagem.
Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca rir alegremente!

Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doce alma de dor e sofrimento!

Paixão que faria a felicidade.
Dum rei; amor de sonho e de saudade, 
Que se esvai e que foge num lamento!

Florbela Espanca

(É por este, e por tantos outros, que adoro Florbela Espanca)

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