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Por detrás das palavras

Por detrás do autor | Carina Rosa

Hoje foi um dia muito importante para a Carina Rosa, uma vez que foi a apresentação da sua obra mais recente. 

Em jeito de comemoração, a Carina acedeu a responder a umas pequenas perguntas para a rubrica Por detrás do Autor. Espero que gostem da entrevista e não deixem de ler As gotas de um beijo. 



1. O que devemos saber da Carina enquanto pessoa para nos interessarmos pela Carina escritora? E o que é que cada uma oferece à outra?

Pergunta interessante. Fez-me lembrar a época em que treinava na Ginástica e dizia às minhas treinadoras, quando algo corria mal: “Não fui eu. Foi a outra”. Isto para dizer que talvez existam duas Carinas diferentes, ou muitas mais. Por um lado, sou muito tímida e reservada e detesto exposições em público. Por outro, sinto-me estranhamente corajosa por detrás de um computador, escondida entre as personagens dos meus livros. Ainda assim, acho que cada autor mostra um pouco de si em cada história e penso que as pessoas que me conhecem e lêem os meus livros me encontram por detrás das palavras. É giro ver isso. 

O que mais posso dizer sobre mim? Penso que é preciso possuir alguma dose de loucura para se escrever livros e eu tenho-a em demasia. (Não querendo assustar ninguém) Risos. Loucura no sentido em que penso muito nas coisas, demasiado na vida, puxo um pouco para o dramático e tenho uma série de medos, desconfianças e uma auto-estima um pouco baixa, que me levou sempre a questionar aquilo que faço e a acreditar muito pouco que pudesse ser bom. É um defeito do qual não gosto nada, mas penso que é por esse motivo que gosto tanto de personagens problemáticas. A Sara, da obra «O Intruso», é a minha cara e eu adoro-a por isso. Ela é um problema e essas personagens dão-me sempre alguma força. Adoro escrever sobre dramatismos e dúvidas existenciais e estou ansiosa para terminar o meu policial «O Escultor» para me lançar em outra história que tenho já pensada, muito no sentido das personagens que eu adoro. 

Isto para dizer que a Carina escritora e a Carina Pessoa se complementam. Nunca deixo de ser eu e não quero deixar de o ser. Acho que é uma das magias de se ser escritor: o poder mostrar ao público aquilo que sentimos, mesmo que através de outras pessoas, personagens e vidas. Sou muito lutadora, apesar da fraca auto-estima, muito exigente comigo própria e tenho sempre planos e metas traçadas para a vida. Escrever um livro leva imenso tempo (estou a trabalhar no «O Escultor» há cinco meses) e as coisas têm de ser planeadas se eu quiser mesmo fazê-las. Tem de ser um ciclo vicioso, sempre contínuo, e penso que adquiri essa disciplina e organização ao longo dos anos em que pratiquei desporto de alta competição. 

Adoro ler, fazer ginástica, ouvir música e dançar, cinema, teatro...enfim, sou muito ligada às artes, no geral.


2. Como descreves a tua paixão pela escrita?
Escrever é abstrair-me do mundo exterior e eu sempre gostei de o fazer. É uma forma de extravasar os meus pensamentos e sentimentos que vão cá dentro. Tem-se tornado cada vez mais uma necessidade, mas mais do que isso, sinto-me bem a escrever, principalmente as cenas mais românticas e as mais dramáticas (já me disseram que sou boa a escrever cenas macabras) mas não são, de todo, as minhas preferidas. Gosto de escrever frases poéticas, de grande intensidade, que puxam ao sentimento, e tenho descoberto na escrita uma paixão cada vez maior pelos diálogos. Acho-os cada vez mais fortes e importantes e tenho-me divertido imenso com eles. Escrever é dar forma aos pensamentos que me assolam à noite, novas histórias de vida que eu quero criar e lugares que quero visitar. Acima de tudo, acho que é sonhar, dar voz aos sonhos e alimentar os sonhos de quem nos lê. É uma forma de criarmos um mundo só nosso e de termos poder sobre o destino, pelo menos dos nossos personagens.



3. Os enredos e as personagens que crias em todos os teus livros surgem de forma espontânea ou buscas inspiração em algo? 

Acho que depende. «O Intruso», embora seja o primeiro e o mais imperfeito, é muito aquele tipo de história que eu sempre quis escrever, pelos problemas da Sara, que eu já expliquei, mas principalmente pelos temas que aborda: vida, morte, vida após a morte, vidas passadas e reencarnação foram sempre temas que me fascinaram. Isto ligado ao romance, que eu adoro, acabou por se complementar. O oculto fascina-me e quando pensei em escrever um livro pela primeira vez, tive certezas de que tinha de começar por aí. A história é completamente fictícia e foi surgindo passo a passo. 

«As Gotas de um Beijo» já é diferente. Acaba por ser real, sem o ser. Bastou-me olhar para dois amigos e para a relação que mantinham para lhes dar uma história. Não é verídica, porque acabo por ser eu a olhar para as pessoas e a imaginar o que poderiam ser juntas, e portanto a história acaba por ser fictícia, mas isso tem-me acontecido cada vez mais. Observar as pessoas e imaginar histórias de amor e de vida, no fundo, que podem dar bons livros. Este é um desses casos e eu prometi, um dia, a esses meus dois amigos, que haveria de escrever a sua história de vida. Vai ser sempre uma obra especial. 

O «Anjo do Diabo» - título provisório – é o terceiro romance que tenho na gaveta, que está neste momento nas mãos de alguns leitores-beta, em apreciação, e neste caso, foi uma amiga que me contou a sua história. É interessante, porque, de início, não achei que desse história, mas fiquei a matutar naquilo e no final da noite, o enredo já se tinha transformado de tal forma na minha cabeça, que eu já conhecia a Clara, o Hugo, o Santiago e a Tatiana, e confesso que é um dos livros que me faz mais feliz. Acaba por ser, de igual forma, uma história fictícia, porque muito pouco é real. Eu não gosto de me prender a uma história, gosto sim de ter espaço para imaginar, e penso que consegui fazer ali um bom trabalho, que ainda vai ser melhorado. 

Em relação ao «O Escultor», o romance policial que estou a escrever de momento, a ideia surgiu quando estava na redacção do jornal e abri um e-mail sobre um festival de esculturas em areia. Foi a primeira vez em que o título me surgiu antes da história e confesso que é uma obra complicada. É a terceira vez que a escrevo, porque tinha uma série de problemas ao nível da investigação policial e mesmo em termos de romance, porque é complicado conjugar ambos, mas penso que agora estou no bom caminho. Portanto, cada história é uma história e a inspiração surge quando menos se espera. 


4. O que consideras mais difícil na escrita de uma história?
O enredo, sem dúvida, a fase inicial, quando planeamos aquilo que queremos. A caracterização das personagens e as suas histórias de vida, porque tem de ser algo coerente e cativante e nem sempre é possível conjugar ambos. Acima de tudo, tem de existir um motivo para escrevermos uma história, ou ela será em vão, e esse motivo tem de ser forte, tem de ser algo que desejemos passar, uma lição de vida que queiramos ensinar. A criação desse enredo é o mais complicado, porque tem de ser conciso, bem delineado, interessante e sem pontas soltas. A ideia tem de ser boa, acima de tudo, ou podemos estar a perder o nosso tempo com uma história que nem sequer tem história. Depois de a história pensada, o mais difícil, para mim, são as cenas de acção, de conflitos finais, porque têm de ser fortes e nem sempre são fáceis de escrever. 


5. Intruso foi o teu primeiro livro publicado. O que é que esta publicação te trouxe de bom e de menos bom? 
Felizmente, só posso dizer coisas positivas. «O Intruso» levou-me ao mundo dos blogs literários que, desde então, têm criticado o livro e me têm ajudado em outras obras que tenho escrito. Confesso que, quando escrevi «O Intruso», não sabia nada. Hoje acho que é um esboço, apenas a primeira revisão de um livro, porque não houve outra, e só me posso sentir feliz pelo facto de as críticas serem, no geral, positivas, porque eu não tive leitores-beta, nem sabia o que eram. A obra foi publicada tal como foi escrita da primeira vez. Dei-a a ler a dois colegas de redacção e assim foi. Costumo chamá-lo o meu livrinho de bolso, porque é muito pequenino e imperfeito, mas vai ser sempre especial, por esse mesmo motivo. Acho que aborda temas muito interessantes e é uma pena que eu não os tenha explorado como devia ser, mas fiz o melhor que podia e sabia, na altura, e só tenho de me orgulhar disso, porque as opiniões continuam a chegar, mesmo passado um ano da sua publicação, e têm-me feito sorrir. Não considero a imperfeição do livro uma coisa negativa, porque a vida é uma aprendizagem e temos de começar de baixo. Se não me tivesse aventurado na sua publicação, nunca teria conhecido quem me ensinasse e ajudasse a escrever os meus próximos romances, e portanto, foi um bom passo. 


6. Hoje foi apresentação oficial do livro As gotas de um beijo. Como surgiu a história deste livro?
Bem, eu sorrio sempre que se fala desta história. Infelizmente, não posso contar tudo, mas surgiu num dia de sol, quando eu estava no jornal, e uma jovem mulher foi trabalhar mesmo na loja ao lado. Não é uma joalharia, nem ela é parecida com a minha Laura, nem fisicamente, nem psicologicamente, mas eu arranjei logo forma de oferecer um novo amor a um dos meus colegas, que eu achava sentir-se demasiado solitário. A Diana surgiu mais tarde, quando eu me lembrei: “Esperem aí: E ela? Esta história de amor é demasiado simples. Preciso de uma outra personagem. Que tal uma amiga? A melhor amiga? Que tal um triângulo amoroso?” Eu já tinha dito a estes meus dois amigos que haveria de lhes escrever a história de vida e disse ao meu colega: Vou mesmo escrever este livro. Vai chamar-se «A rapariga da porta ao lado». Ele incentivou-me e sei que não gosta do título oficial, «As Gotas de um Beijo», porque, para ele, há-de ser sempre «A rapariga da porta ao lado». Mas o título já existia e eu optei por algo mais original, que também teve a ajuda da Ana Ferreira, a leitora-beta que mais me ajudou nesta história, e de alguns leitores que votaram no leque de títulos possíveis. Acho que é uma história de amizade e de amor muito bonita, que não podem perder :).


7. Qual foi o teu principal desafio na escrita d’As gotas de um beijo?
Foi mesmo um Desafio, com maiúscula. Penso que a história, em si, é simples, e em termos de enredo, não me deu grande trabalho, mas eu já a tinha reescrito duas vezes quando mostrei à Ana Ferreira e ela disse-me: “Apaga. Reescreve. Isto não tem história”. Disseram-me que ela era a melhor e eu pensei: “Ok. O que está mal?” Depois de uma lição sobre conflitos, problemas e show/tell, deitei-me na cama e fiquei duas noites a matutar naquilo e a pensar no que raio queria ela dizer com conflitos e afins. Na manhã seguinte, acordei com um radioso dia de sol a saber tudo o que precisava de saber: começar pelo fim e reescrever tudo, tendo em conta o mostrar ao invés de o dizer, e lá escrevi o melhor capítulo da minha vida. (É brincadeira. Na altura, achei mesmo isso, mas agora penso que já escrevi bem melhor) Risos. Foi, sem dúvida, um desafio ao nível da escrita, porque foi um aprender a escrever do zero, com mais show, menos tell, e muitos diálogos. No final, estava super feliz. 


8. De entre as personagens que figuram neste livro, algum desperta em ti algum carinho especial? 
A Diana, sem dúvida. Identifico-me com ela, gosto imenso dela e queria tanto dar-lhe tudo o que pudesse! Sempre a defendi, do início ao fim. É aquela personagem que fica no coração. Acho que a Laura é forte e gosto bastante dela, mas é uma sensação diferente. O David irrita-me um pouco, embora o compreenda, mas acho que a Diana é o meio-termo de toda a história, o meio e a virtude. 


9. Quanto aos projectos futuros, o que é podes adiantar aos teus leitores?
Como já tinha dito, tenho o «Anjo do Diabo», uma nova história de amor com um vilão que eu adoro, com uma personagem principal forte e um marido excepcional, no computador, na gaveta, e nas mãos dos meus leitores-beta. É uma história que adoro e está a ser melhorada para ser publicada, se possível, no final do próximo ano. Entretanto, tenho estado a trabalhar no policial «O Escultor», uma história grande e complexa, em que tenho dado tudo de mim. É um desafio diferente, que estou a adorar. 


10. De todos os projectos e livros que já escreveste, independentemente de estarem ou não publicados, tens algum que seja mais especial para ti? Porquê? 
Até agora, «As Gotas de um Beijo» e «O Anjo do Diabo», embora de formas diferentes. O primeiro porque é uma história madura,com personagens mais velhos do que aquilo a que estava habituada a escrever, com histórias de vida mais pesadas e com uma necessidade de paz e de um recomeço que, também eu, por vezes, sinto. Acho que consegui fazer da obra uma história bonita, com uma amizade intensa e um amor profundo que é tudo o que eu sempre quis escrever. Acho que consegui boas cenas ao longo do livro que me fazem feliz e posso dizer que é este tipo de história, com este tipo de intensidade, que quero escrever ao longo da vida. É um livro que me faz sentir em paz, ao pensar nas noites de chuva, nas músicas românticas e nas cartas de amor, e naquela casa de praia tão maravilhosa como o paraíso. É uma boa sensação. 

O segundo é completamente diferente e também por isso gosto tanto dele. É especial porque nos mostra vários caminhos e várias escolhas ao longo da vida, a distinção entre o certo e errado, mas acima de tudo, a existência de segundas oportunidades. Não gosto de pensar que existem pessoas boas e pessoas más, e ponto final. Gosto de pensar que nada é tão preto no branco e que também aqueles que fizeram más escolhas podem redimir-se. Foi uma oportunidade, para mim, de dar uma segunda oportunidade, e sinto-me feliz por isso, além de falar de temas que me interessam, como a descriminação, o álcool e as drogas e, claro, amores arrebatadores que nos roubam a respiração. 


11. Se encontrasses dois leitores com um livro teu na mão e falar sobre ti o que gostarias que dissessem? 
“Uau! Adorei esta história! Não consegui largá-la até terminar e roubou-me completamente o sono”. Acima de tudo, gostava que falassem dos personagens como se existissem, bem ou mal, porque era sinal de que tocaram os leitores, e que, ao lerem o livro, se esquecessem completamente de que era um livro, que mergulhassem de cabeça e se envolvessem como se estivessem eles próprios a viver a história. Adoro quando falam dos meus personagens como se fossem reais, que os amem e odeiem em igual medida, porque os criei com essa mesma força. Acima de tudo, quero que se emocionem e sejam felizes. 


Muito obrigada, Carina!

Dia 15 * Imagens (Des)conexas

Dia 15: No teu telemóvel, entra na lista de reproduções e escolhe as primeiras dez músicas

Como não tenho músicas no telemóvel, nem tenho mp3 vou listar as minhas dez músicas da minha playlist do computador.
Espero que gostem.

1. Muse - Starlight 

2. Pink Floyd - Wish you were  here

3. Alicia Keys - Empire state of mind 


4. The Gift - Primavera

5. Emmelie de Forest - Only teardrops


6. Toranja - Laços

7. Silence 4 - A little respect 


8. Oasis - Whatever


9. Alisha Chinoy - Kajra Re

10.  Rolling Stone´s - Angie

O que acham?




Opinião | "As gotas de um beijo" de Carina Rosa

 

As Gotas de um Beijo


Autor: Carina Rosa
Ano: 2013
Editora: Alfarroba
Número de páginas: 240 páginas
Classificação: 4 Estrelas
Desafio: Ler em Português de Portugal

Sinopse

Desde que o seu casamento de vinte anos terminou, David é um homem solitário. É no stand de automóveis que dirige que afoga as memórias do passado e a solidão do presente. Afastado de casa e dos filhos, é obrigado a gerir sozinho as acções e as escolhas que fez ao longo da vida, nas quais Diana, uma amiga de infância que considera irmã, tem um papel fundamental. Diana é o seu porto de abrigo e o seu braço direito, mas foi mais do que isso durante o seu casamento agora destruído. 
A afinidade entre David e Diana, também divorciada, é quebrada pela chegada de uma mulher ruiva que revela muito pouco de si própria. Laura é atraente e misteriosa, e a atracção entre si e David é mútua e intensa. Será ela a mulher doce e simples que aparenta ser? Entre a joalharia e o stand, passa a alternar-se a languidez dos dias com a turbulência das noites e David acaba por se embrenhar num mundo perigoso de segredos, mentiras e traições. Dividido entre duas mulheres, estará David a encaminhar-se para o fundo do abismo?
 

Opinião

Em primeiro lugar, quero agradecer à Carina a possibilidade que me deu de ler mais um trabalho dela (já tinha lido um outro trabalho como beta-reader). MUITO OBRIGADA, CARINA
 
As gotas de um beijo foi uma verdadeira avalanche de sentimentos. Sofri, sorri e fiquei irritada com as personagens. Houve momentos em que só sentia uma enorme vontade de entrar no livro e dar-lhes um grande abanão. 
 
Partindo de uma visão mais geral, quero destacar a fantástica escrita da Carina. É uma escrita cativante e capaz de deixar o leitor preso aos acontecimentos e cada uma das personagens que os propiciam. O conteúdo narrativo, nem sempre despertou em mim as emoções mais positivas, mas consigo perceber as qualidades que estão presentes. Este facto também não deve ser encardo como um aspecto negativo, muito pelo contrário. Esta experiência só vem mostrar que o livro não me deixou indiferente.
Em relação ao enredo que marca este livro, posso dizer que está bem construído. Tem uma sequência lógica que nos faz sentir que tudo aquilo poderia ser real. Ao longo da leitura assistimos a passagens muito bonitas com diálogos profundos e marcados pela emoção.
Senti que houve aspectos que não foram muito bem explorados e que me deixaram dúvidas, nomeadamente o filho de Laura, César. Este rapaz é descrito e apresentado de uma forma que me deixou muitos pontos de interrogação. No início do livro, a personalidade de César não ficou bem clara, assim como toda a sua posição perante o seu núcleo familiar. Apesar de ele não ocupar a posição central no livro acabou por assumir um papel importante na forma como as coisas evoluíram a partir de determinado momento. Foi essa mudança de atitude de César, do início para o final do livro, que não é muito coerente nem está bem delineada. 
 
David, Diana e Laura constituem o grande foco do livro. Constituem um bom triângulo amoroso, muito bem desenvolvido por parte da Carina. A autora conseguiu levar a indefinição de David ao limite deixando poucas certezas ao leitor sobre a forma como este triângulo se iria dissolver. 
 
David e a sua falta de assertividade deram-me cabo dos nervos. Este foi o personagem que me fez querer saltar para o livro mais vezes e dar-lhe uns valentes abanões para ver se ele se tornava mais decidido e mais confiante nos seus sentimentos e decisões. 
 
Laura consegui despertar em mim emoções contraditórias. Ao mesmo tempo que consegui gostar dela consegui, igualmente, causar-me indiferença. Não a considero uma personagem muito forte, porque a meu ver, faltou-lhe uma certa atitude em determinadas situações.
 
Deixei para o fim a personagem que mais gostei. Diana cativou-me logo desde o início. Uma personagem com "boa onda", com uma energia muito positiva. Diana oferece ao livro emoções muito bonitas e consegue atingir o coração dos leitores.
 
O final deixou-me.... Pois, não vou dizer porque facilmente vos deixaria antever o que se passa naquelas páginas. Ainda hoje não consigo lidar muito bem com aquilo que o final despertou em mim. Penso que, só lendo, é que vocês iriam perceber aquilo que as últimas páginas escritas pela Carina me provocaram. Tenho a certeza que se lerem irão deixar-se envolver de tal forma na história que sentirão estes personagens como alguém real que invade o vosso espaço imaginário.
 
Boas leituras e deixem-se invadir pelas palavras. 

Dia 13 * Imagens (Des)conexas

Dia 13: Uma carta para alguém que te feriu recentemente

(retirada daqui)

Não houve ninguém que recentemente me tenha magoado ou ferido. Por isso, vou mesmo inventar e divagar. Espero que gostem.

Floresta dos Livros Perdidos, 25 de Dezembro de 2050

Humanos,

Olhem em que é que transformaram esta floresta. Capas de livros outrora coloridas tornaram-se cinzentas e vazias. Até hoje não percebo o porquê de querem destruir os livros em papel. Não gostam de sentir o cheiro único e singular de cada livro? Não gostam de sentir a textura das folhas? Não gostam de se perder no meio das palavras que cada página guarda? E a sensação de abraçar um livro no final de uma leitura intensa, que nos levou às lágrimas e nos faz sentir parte da história? Onde estão os vossos sentimentos pelos livros? 
Sinto-me triste com a vossa determinação. O que é os livros digitais têm que nua batalha corpo a corpo vencem os livros físicos? 
Sim, tenho muitas interrogação. Tenho poucas certezas acerca de qual será a minha verdadeira missão. Nunca pensei ter de lutar contra vós. Nunca imaginei que iria sair da minha história para vir tentar mudar a vossa. Nem imaginam o que magoa deixar para trás o conforto daquelas páginas. 
Mas é um missão importante a que tenho de completar. Só espero o desanimo causado por vós não destrua a minha determinação.
Mas sabem o que me motiva? Saber que de entre vós há alguém capaz de me ajudar. 
Não é fácil para mim, a Fada das Palavras, consolar cada uma das personagens que vive nas páginas dos livros. Elas sabem que os livros digitais as manterão presas e lhes roubaram a deliciosa magia que cada folha de papel e cada palavra lhes oferece.
No fundo, espero que a minha missão seja bem sucedida e que no fim vocês Humanos reconheçam a importância de cada livro na vossa própria vida.

Evelin, A Fada das Palavras  

Para que quem for apanhado de surpresa e não perceber nada do que par aqui escrevi é simples cliquem aqui e vejam o final deste post. 
Na altura, penso que a minha sinopse foi do agrado de algumas pessoas e tenho andado a magicar e a escrevinhar umas coisas. Nada está alinhado, mas esta carta poderá fazer parte do todo. Espero que gostem! Aceito sugestões!

Dia 12 * Imagens (Des)conexas

Dia 12: Como descobriste a blogoesfera e porque criaste o blog


(imagem retirada do site olhares.com)

Em 2010 tinha voltado definitivamente ao mágico mundo da literatura, depois de uns tempos de pausa devido ao curso (só lia literatura nas férias de Verão). Este meu regresso levou-me a pesquisar sobre os livros que ia lendo e sobre os livros que queria ler. Então surge a verdadeira porta de entrada para os blogs literários. Comecei por acompanhar opiniões de alguns blog para fazer as minhas escolhas a nível de leituras e actualizar-me acerca das novidades literárias. E foi assim que descobri a blogoesfera.

Corria o ano de 2011 e dava início à minha vida profissional. Um início atribulado e cheio de pontos de interrogação. Aproveitava a leitura para descarregar as frustrações e abstrair-me dos problemas do dia-a-dia. Como já conhecia alguns blogs literários pensei e porque não criar o meu próprio espaço com as minhas próprias visões. E então num dia bonito de Setembro "abro" finalmente a minha "morada" na blogoesfera.
Nunca pensei que o blog chegaria até este ponto. Muito tenho a agradecer a escritores portugueses e a outros(as) blogueres que muito simpaticamente vão passando por aqui e deixando um bocadinho de si neste espaço que cada vez mais é de todos aqueles que o visitam. 

Só me resta esperar que vão gostando daquilo que por aqui vou "semeando", que não achem as minhas opiniões acerca dos livros demasiado estúpidas e que tudo aquilo que aqui partilho seja bom para vocês.

Só quero terminar com MUITO OBRIGADA a todos vocês que desse lado contribuíram para o crescimento deste pequeno espaço.

Dia 11 * Imagens (Des)conexas

Dia 11: Uma foto do teu maior vício

Não sou uma consumidora compulsiva. Aliás consigo controlar-me muito bem em relação a compras. 
Para além destes dois vícios:




Vícios que são óbvios devido à temática do blog. Por esta razão decidi deixar aqui um outro vício meu:


Relógios...
Não sou muito de acessórios. Gosto de brincos, colares, pulseiras, mas aquilo que gosto mesmo são os relógios. Estes são meus, cada um com uma história por detrás. Ainda falta um, o meu primeiro relógio, que perdi há uns tempos numa ida à praia.
O mais recente é o segundo a contar da esquerda e o o mais antigo é o que está antes. Dois destes vieram da Suíça. 

Qual é o vosso maior vício?

Opinião | "Gritos do Passado" de Camila Läckberg (Patrik Hedström #2)

 

Gritos do Passado (Patrik Hedström, #2)


Autor: Camila Läckberg
Ano: 2010
Editora: Dom Quixote
Número de Páginas: 430 páginas
Classificação: 4 Estrelas

 
Sinopse
Numa manhã de um Verão particularmente quente, um rapazinho brinca nas rochas em Fjällbacka - o pequeno porto turístico onde decorreu a acção de A Princesa de Gelo - quando se depara com o cadáver de uma mulher. A polícia confirma rapidamente que se tratou de um crime, mas o caso complica-se com a descoberta, no mesmo sítio de dois esqueletos. O inspector Patrick Hedström é encarregado da investigação naquele período estival em que o incidente poderia fazer fugir os turistas, mas, sem testemunhas, sem elementos determinantes, a polícia não pode fazer mais do que esperar os resultados das análises dos serviços especiais. Entretanto, Erica Falk, nas últimas semanas de gravidez, decide ajudar Patrick pesquisando informações na biblioteca local e novas revelações começam a dar forma ao quadro: os esqueletos são certamente de duas jovens desaparecidas há mais de vinte anos, Mona e Siv. Volta assim à ribalta a família Hult, cujo patriarca, Ephraim, magnetizava as multidões acompanhado dos dois filhos, os pequenos Gabriel e Johannes, dotados de poderes curativos. Depois dessa época, e de um estranho suicídio, a família dividiu-se em dois ramos que agora se odeiam.
 
Opinião
Depois de ter lido o primeiro livro desta série estava com muita vontade de ler este segundo volume. Fiquei com algumas questões pendentes no final da leitura do primeiro livro e queria ver se encontrava as respostas neste. O facto é que as encontrei, porém não foi da forma que esperava.
 
Tal como o livro anterior, o crime, os suspeitos, as teorias elaboradas em torno de tudo o que diz respeito à situação criminal são elementos muito bons. Estão bem desenvolvidos e conseguem prender o leitor. Camilla apresenta-nos uma família cheia de "esqueletos no armário", com segredos que querem manter escondidos de forma a não perturbar a paz idílica que cada um pensa que vive. Esta falsa paz só é vivida por um parte da família, uma vez que há outra para quem os erros do passado ainda torna a vida presente um fardo pesado de levar.
Os avanços e recuos ao longo da investigação podem parecer confusos, mas no final tudo se mostra claro e compreensível. Na minha opinião, é este o aspecto que contribui para um maior envolvimento na história. 
 
Onde é que autora voltou a não criar tanto impacto? Nas relações das pessoas que não estão directamente envolvidas com a cena do crime. Erica e Patrik continuam a precisar de diálogos mais profundos, mais ainda devido ao espaço temporal que separa este segundo livro da série do primeiro. Foram várias as coisas que aconteceram na relação deles que ficaram camufladas. Falta interacção, falta diálogo sobre a relação.
O mesmo aconteceu com Anne (irmã de Erica). Tudo muito superficial, pouca abordagem ao nível da vida sentimental e pessoal de Anne. Acrescenta a isto, o facto de assuntos do primeiro livro não terem ficado devidamente esclarecidos.  
 
Um aspecto que gostei bastante foi a introdução das vivências de outros elementos da polícia. Já tinha surgido alguma coisa no outro livro, mas neste torna-se mais evidente. Fiquei triste com o facto da relação ente Martin e Pia não ter evoluído. Espero que no livro seguinte eles se entendam.
 
Gostei do final e apesar de o criminoso ser óbvio devido aos contornos que a narrativa vai assumindo (atenção deixa-nos confusos, mas o responsável está mesmo à frente dos nossos olhos), as motivações e tudo o que está por detrás do óbvio está muito bem construído. 
O final apressado de Erica e Patrick, assim como de algumas personagens da família Hult e da própria irmã de Erica é que não me convenceram. Veremos o que o próximo livro nos reserva.
 
Quero apenas referir que estes livros podem ler-se de forma independente. Talvez seja por isso que a autora não aprofunda as relações das personagens fixas. Assim, é mais fácil construir a narrativa e ajuda o leitor a acompanhar melhor os livros.
 
Deixem-se invadir pelas palavras e boas leituras.

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