Eu adoro filmes de animação. Vejo-os com um enorme gosto, porque acho que podem ser uma forma de passar mensagens importantes de forma muito apelativa e dinâmica. Assim, quando me deparo com a visualização destes filmes gosto de aliar o meu lado de telespetador comum com o meu lado de psicóloga clínica (bem... acho que são indissociáveis em quase tudo, apesar de, muitas vezes, procurar deixar a psicologia fora de portas).
Para mim, Cegonhas é um filme pobre em termos de desenvolvimento do conteúdo. Faltou alguma emoção e entusiasmo. É difícil explicar, mas aquilo que me ficou foi que senti pouca empatia com tudo aquilo que compunha o filme.
Há duas coisas positivas que destaco no filme: 1) A forma como abordaram a relação entre pais e filhos, nomeadamente a necessidade e importância dos pais brincarem com os filhos e gastarem tempo de qualidade com eles; e 2) a diversidade de formas de família que aparecem no final.
Apesar da minha fraca empatia com o filme, penso que é um filme que cumpre o seu propósito de entreter, que tem algumas partes divertidas e que é ótimo para os pais assistirem em conjunto com os filhos e passarem com eles tempo de qualidade.
Há muito tempo que não fazia uma entrevista aqui para o blog. Em jeito de agradecimento pela oferta do livro convidei a autora Vanessa Santos para uma pequena entrevista. Ela aceitou o convite e, muito amavelmente respondeu a algumas perguntas que lhe enviei. Vanessa Santos
É natural de uma das freguesias mais antigas da cidade de Leiria, Cortes. Ao longo dos anos, foi descobrindo o gosto pela leitura, tendo concluído, que o seu gosto e género literário pende, essencialmente, para o thriller, terror, ficção científica e, principalmente, histórias de crime e mistério, sendo por isso, leitora de nomes como Agatha Christie e Stephen King.
A autora de “Mors Tua, Vita Mea – A tua morte, a minha vida”, é finalista da Licenciatura em Direito, em Coimbra, e no mesmo ano em que se torna finalista lança o seu blogue intitulado Livros de Vidro.
A transição de ano de 2014 para 2015 culminou com a edição da sua primeira experiência no mundo da escrita com um texto que teimava em ficar apenas no fundo de uma gaveta, mas que se espera não ser o último a sair de lá. (texto retirado daqui).
Em que medida o teu mundo pessoal se cruza com o teu mundo de escritora? O que é que os afasta e o que é que os aproxima?
Gosto de ler e a escrita apareceu quase por acaso. Ou foi mesmo um acaso. Uma experiência, nunca tinha pensado em escrever um livro até ao dia em que comecei. Fui escrevendo até acabar. Se se disser que os dois mundos se cruzam será na medida em que o mundo de escritora se tornou uma experiência, uma vivência do mundo pessoal.
Na tua apresentação pessoal consta que tens um maior interesse por um género de livros em que o crime e o mistério andam de mãos dadas. O que é que te fascina neste género de livros? O que é que achas que este género de livros deverá ter para torna-los interessantes e memoráveis aos teus olhos?
O mundo do crime fascina-me além da literatura. É um mundo que a nível profissional também me diz algo e é uma das áreas em que mais gosto de trabalhar. Claro que ao lê-lo nos momentos de lazer, em livros de literatura de “entretenimento”, gosto que seja uma trama bem pensada, construída com suspense e sem que os finais sejam “mais do mesmo”. Quando leio autores “profissionais” exijo isso, pois já contam com muita experiência e uma equipa a acompanhá-los. Quando deles me chega o mínimo, penso que é defraudar o leitor.
Aos meus olhos terão de ter aquilo que nenhum outro teve, uma história nova, um método novo, um cenário diferente. Às vezes bastam pequenos pormenores para fazer a diferença, mas considero que só escritores já calejados lá chegam. Embora haja boas surpresas em “novatos”.
Mors tua, vita mea: a tua morte, a minha vida é o teu livro de estreia. Podes partilhar connosco como foi todo o processo de criação deste livro? Quais foram as tuas fontes de inspiração para o enredo e as personagens?
A inspiração foi do mais corriqueiro que se pode imaginar. Foi a vida do dia-a-dia, claro que com alguma ficção à mistura. Como bem disseste, foi o livro de estreia, escrito há mais de três anos, foi sendo escrito ao longo de outros três. Foi um processo inteiramente amador, sem qualquer experiência. E isso nota-se no resultado final. Mas durante esse tempo via pequenas coisas à minha volta que iam ajudando a construir a história, há personagens inspiradas em pessoas reais, os locais existem, só a “Biblioteca” está ligeiramente, muito diferente vá, da original. Não sendo um livro de fantasia, permitiu que agarrasse no mundo real.
O que é que foi mais fácil na escrita deste livro? E o mais difícil?
O mais fácil foi escrever. O difícil veio depois, quando começamos a perceber que deveríamos ter calma antes de partir para uma edição definitiva.
Farias alguma coisa de diferente com este teu primeiro livro? O que é que farias?
Faria. Para já o cuidado depois da escrita seria outro. Ninguém que esteja a escrever um livro está, ou tem de estar, preocupado com os erros, as gralhas, a estrutura, etc. Quem já o fez sabe isso. E bastará conversa com autores já imensamente publicados para perceber isso.
Esse trabalho deveria ser feito depois. Mas surge o problema de nós já conhecermos o nosso texto, então, se o formos ler os erros estão lá mas nem os vemos, e isso acontece até com trabalhos de escola/faculdade.
Penso que é fulcral o bom acompanhamento das editoras. É fundamental ter calma na escolha das mesmas. Não cair logo na primeira que aparece e conseguir-se ter o distanciamento necessário para parar, esperar e voltar a ler o texto. Sentar-nos a lê-lo e sabermos criticá-lo.
Toda esta fase me falhou. Deveria ter tido calma, parado, ter avaliado várias alternativas. O desconhecimento do mundo editorial também dificultou na altura, penso que acreditamos no que nos dizem quando desconhecemos.
Como se costuma dizer: “se soubesse o que sei hoje…”. Mas foi essencial para aprender e ganhar ferramentas.
Tendo em conta o que farias diferente, que aspetos te fazem olhar para o teu trabalho de uma maneira diferente? Que aprendizagens tens feito que te permitam olhar com mais clareza para as coisas e tomar consciência daquilo que preferias fazer diferente?
Como disse, a parte da leitura final, é essencial. O aplacar a ansiedade com que ficamos após terminar também.
Claro que hoje escrevo e penso de maneira diferente da altura em que terminei o livro, o que também altera as coisas.
Mas aprendi que escrever um livro não é fácil. E os trâmites seguintes também não.
Lançaste-te num projeto de administração de um blog, o Livros de vidro, como é que nasce essa ideia?
A ideia nasceu após escrever o livro e antes de o editar. Como disse, gosto de ler, e num dia mais aborrecido em que não tinha um livro para ler e tinha o computador à frente acabei por dar vida ao blogue. Basicamente o blogue nasceu do gosto pela leitura e de um momento de “seca”.
Como tem sido a experiência de teres um blog literário? Tem-te ajudado em alguma coisa? Em quê?
Tem sido boa. Tem-me permitido conhecer muitos autores portugueses. Tem-me mostrado as várias editoras do país e tenho, assim, acompanhado o seu trabalho. Vejo que há muitas em que o trabalho de acompanhamento aos autores é fraco, o que prejudica os livros.
Há trabalhos bons, mas mal conduzidos e há outros maus, mas que ainda assim foram editados.
No fundo isso mostra o carácter económico que tem sido dado à literatura. Se sou crítica com o meu livro e lhe reconheço falhas, devo dizer que tenho encontrado coisas muito graves noutros textos.
Se por um lado, lamento por todos os que não soubemos ter calma e não fomos devidamente conduzidos, por outro, assusta-me que haja a pouca honestidade de se publicar qualquer coisa sem alertar os autores para aquilo que têm em mãos.
Não custa nada, ou talvez custe, dar uma opinião sincera, mesmo que negativa. E aí sim, de plena consciência, decidiria o autor se ainda assim queria avançar.
Se me tivessem alertado, chamado a atenção, teria esperado. Feito a tal pausa. Tido calma.
Mas não são só coisas negativas. Felizmente muitas foram as pessoas que gostaram do texto e que se abstraíram dos referidos erros e falhas e solicitaram uma continuação. Que a existir já terá todo um tratamento diferente do primeiro livro.
Sabemos todos que nunca agradaremos a toda a gente, há público para todo o género de conteúdos.
Enquanto escritora o que pensas fazer no futuro? Há ideias na gaveta? Estás com vontade de as desenvolver?
Há algumas, mas neste momento estão em pausa. Profissionalmente estou numa fase exigente e estou focada. Só no verão volto a pensar na escrita.
Estou com vontade de voltar a tentar, não podemos desistir. E como já havia dito, foram poucas as reacções negativas e muitas as positivas. O que vai dando força. Nunca se sabe quando somos o próximo Nobel da literatura. (risos) Nenhum grande autor ficou grandemente conhecido logo à primeira tentativa. É preciso limar arestas e partir pedra.
Como e quando lhe pretendes dar forma?
Ainda não sei bem.
Porque é que as pessoas devem ler o teu livro?
Quem estiver à procura de um livro descontraído pode lê-lo. Quem quiser um clássico profundo e filosófico não deverá lê-lo. É um livro simples, que se lê rápido. Não exige muito dos leitores. A não ser o exercício de se tentar abstrair das falhas ;)
Vanessa,muito obrigada pela disponibilidade e atenção.
Votosde muito sucesso profissional, literário e pessoal.
Dentro dos livros de não ficção gosto muito de livros que abordem infâncias difíceis conjugadas com momentos de superação. Dado este meu gosto é um facto que já li imensos livros dentro do género e onde destaco as autoras Torey Hayden e Cathy Glass. São duas pessoas com uma mestria em termos de escrita e narração dos acontecimento e onde conseguem imprimir um toque muito próprio especial, deixando passar uma enorme sensibilidade.
Trouxe este livro da biblioteca na esperança de encontrar mais alguém capaz de me provocar as mesmas emoções das autoras que referi anteriormente.
Maria conta-nos a sua estória de vida muito, muito difícil. É uma narrativa muito dura e repugnante, porém a forma como a autora a conta nem sempre é a mais clara. Penso que lhe falta uma certa coerência temporal para que tudo ficasse mais claro na minha cabeça ao longo da leitura.
Também espera mais do final, Penso que ainda ficaram muitas coisas para contar.Também penso que os leitores mereciam saber mais sobre como conseguiu dar a volta a tudo aquilo que a assombrou durante muito tempo, de como ficou a relação com a mãe e com os irmãos.
À medida que ia lendo, cada vez mais ia ficando aborrecida com o desempenho dos serviços sociais no caso. Por aquilo que a Maria contou, existiram muitas coisas que ficaram por fazer, houve muita negligência e desinteresse. É certo que na época em que tudo ocorreu não havia uma preocupação tão acentuada com a infância como o que acontece na atualidade. Mesmo assim penso que algumas opções tomadas não foram as melhores.
É um livro em que Maria nos mostra o lado mais negro da sua infância e adolescência e no quanto daquilo que viveu deixou marcas na sua vida, na forma como ela se relacionada com os outros e na forma como ela própria olha para si. Tudo deixou cicatrizes na sua auto-estima e no seu autoconceito.
Para quem gosta de ler sobre estórias de superação e onde a infância está longe de ser aquele lugar encantado, cor-de-rosa e cheio de sonhos, este livro poderá ser uma boa aposta.
Esta semana, o Top 5 convida-nos a escolher um conjunto de cinco leituras ideias para os dias quentes de verão que estão quase, quase aí a chegar.
Aqui fica a minha lista:
Procurei criar um lista com alguma variedade. É claro que cada pessoa tem os seus gostos e preferências.
Eu não costumo ler de acordo com a estação do ano. Não tenho qualquer problema em ler um clássico ou um histórico no tempo mais quente. Porém, há dias em que o calor é tanto que precisamos de um livro que exige menos de nós.
Este conjunto de livros reúne um conjunto diversificado de temáticas. O romance e as paisagens idílicas de uma ilha perdida fazem-nos viajar por lugares mais quentes. E, assim aterramos em Sozinhos na ilha um romance que se mistura com uma luta pela sobrevivência. Mas como, às vezes, precisamos de um toque de drama para apimentar as leituras, o livro Confesso tem a dose de drama aliada a um amor preenchido de boas emoções capaz de nos fazer suspirar nas noites quentes de verão. Contudo há aquelas pessoas que gostam de um toque de magia e de inocência no amor. Então nada melhor que descobrirmos O ladrão de sombras e conhecer um menino especial que toca o coração com a sua sensibilidade e forma especial de olhar para o amor nas suas mais diversas expressões. Mas nem todo o amor é idílico... Em algumas situações os fantasmas, sombras passadas mal resolvidas, esqueletos assassinos e doentios pairam sobre o amor. Então o melhor é perdermo-nos nas páginas de um livro A rapariga do comboio para que possamos ler algo mais obscuro ao longo daqueles dias mais quentes. Acima de tudo, verão é sinónimo de calor, de alegria e boa disposição, por isso não pode faltar um livro capaz de nos arrancar algumas gargalhadas e nos divertir ao longo de um dia cheio de luz. Para isso, Julia Quinn tem uma série maravilhosa e da qual seleciono o último livro que li Para Sir Phillip com amor.
Marley e eu é um excelente filme para quem, como eu, gosta de animais e de ver a influência deles na nossa vida.
Até há uns dias atrás nunca tinha conseguido ver o filme até ao fim. Nunca li o livro mas, como por diversas vezes tinha começado a ver o filme, queria vê-lo até ao fim.
É um filme divertido, cheio de ternura e onde os sentimentos e emoções próprias são colocadas à prova.
É um daqueles filmes para rever em diferentes alturas da vida e que nos pode deixar com sensações bem diferentes. Para mim, foi muito fácil sentir empatia pelas personagens, quer nos momentos mais felizes, quer naqueles em que o dramatismo ganhava força e tirava algum colorido a um filme cheio de diversão.
Há muito tempo que um filme não levava às lágrimas. Fiquei mesmo muito sensibilizada com aquele final.
Um filme para rever ao longo da vida. Acho que a forma como todo ele é construído não cansa o público e as interpretações estão todas muito, muito boas.
Vejam o filme! Tenho a certeza de que passarão bons momentos. Agora hei-de ler o livro.
Fiquei apaixonada por este livro assim que vi a capa. Acho que está visualmente muito bonita e com um conjugação de cores bastante apelativa.
Esta paixão pelo exterior passou imediatamente para o interior. Tempo de dizer adeus é um livro com um narrativa doce, emotiva que toca cada parte de um coração mais sensível.
Will é a personagem central desta estória. Um homem que se vê obrigado a quebrar a promessa que fez à sua filha. Fiquei muito sensibilizada na forma desesperada com que este homem ama a filha e que transparece em cada ação que vai tomando, em cada gesto desesperado, em cada diálogo que vai estabelecendo.
Também achei muito interessante a forma como vamos conhecendo a família do Will e as relações que se estabelecem entre eles. Uma das minhas grandes surpresas está relacionada com o pai do Will. Não esperava tal revelação. Foi um ponto muito positivo do livro porque o autor conseguiu surpreender-me. Não imaginava que tal coisa acontecesse e até queria mais desenvolvimentos. Não foi um aspeto explorado exaustivamente e compreendo perfeitamente a escolha do autor, eu é que fiquei curiosa.
Além de me ter surpreendido com o pai do Will, uma outra surpresa surgiu logo nas primeiras páginas. Eu tinha lido a sinopse, mas não esperava encontrar o que encontrei. Penso que foi uma ideia algo original do autor e que surpreende todos aqueles que conhecem pouco acerca do livro.
Ella, a filha do Will tem, também um papel importante nesta estória. É uma criança amorosa e com muita maturidade para a sua idade. Do alto dos seus seis anos mostra que é feita de uma fibra especial e deixou-me a desejar o melhor para ela.
A forma como autor decide terminar esta narrativa é, também, inesperada. Mais uma vez consegui compreender a sua escolha e aceitei, porém acho que tudo soa um bocadinho estranho. A escolha final do Will interfere com alguns acontecimentos do livro. Assim, há um conjunto de situações que ficamos sem saber se mudam ou não.
É um livro com uma estória tocante, de leitura bastante prazerosa e capaz de responder à exigências dos leitores que se sentem bem a ler livros deste género.
Nota: Este livro foi-me cedido pela editora em troca de uma opinião honesta.
Enquanto dormias é um filme protagonizado pela Sandra Bullock (Lucy) e por Bill Pullman (Jack). Lucy é uma mulher muito solitária que gosta de dar asas à sua imaginação e acaba por desenvolver um amor platónico por um dos passageiros do metro, onde ela vende bilhetes.
O filme é todo um conjunto de peripécias engraçadas que proporcionam bons momentos de descontração. Foi ótimo para desligar de coisa mais pesadas, do stress que se tem vindo a acumular. O tom divertido que vai acompanhando todas as cenas ajuda a criar estes sentimentos em nós.
Eu gosto muito da atriz Sandra Bullock. Acho que ela se consegue adaptar muito bem a diferentes tipos de personagens. Acho-a muito expressiva e isso é ótimo no cinema. Este filme reforçou as minhas ideias em relação a ela.
É uma comédia romântica já com alguns anos, mas que sabe sempre ver. Recomendo a todos aqueles que gostem do género.