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Por detrás das palavras

Opinião | "Regresso a Mandalay" de Rosanna Ley

Regresso a Mandalay
Classificação: 4 Estrelas

Como é que se parte para outra leitura depois de uma leitura intensa e que nos transportou para outra realidade? É este o sentimento que ficou assim que terminei de ler Regresso a Mandalay. Queria muito mais deste livro, queria sugar cada pedacinho de vida das personagens, queria simplesmente saltar para Mandalay e sentir os cheiros que sobrevoavam aquelas terras.

Este livro foi-me emprestado por uma amiga. Ao emprestar-mo disse "Quando terminares vais ficar com vontade de viajar até Mandalay". Eu, desconfiada, dei-lhe uma resposta vaga. Eu nunca senti um grande chamamento relativamente ao continente Asiático. Eu sou muito esquisita com a alimentação, não me dou com o calor e não tenho aquele espírito aventureiro que associo à descoberta deste continente. Mas querem saber uma coisa? Que se lixe esta minha personalidade introvertida e introspetiva... Vou ter de dar a "mão à palmatória": Sim, amiga Carina, fiquei com uma vontade inexplicável por me mandar para a Ásia e vaguear por um mundo que desperta os sentidos e onde o pôr do sol parece ser das coisas mais bonitas de se ver... Pela leitura de alguns momentos em que as personagens assistiam ao pôr do sol, aquilo que senti era como se estivesse a ler uma poesia suave e sentimental, ou a ouvir uma daquelas músicas que tocam ao som das batidas do nosso coração. Foi lindo.

Este livro mexeu comigo. Fez-me pensar, fez-me admirar a cultura budista, fez refletir sobre a minha forma de olhar as coisas e sentir a vida. 
No livro encontramos o cruzamento das histórias passadas e presentes. Viajamos pela Segunda Guerra Mundial e de como ela foi sentida na antiga Birmânia. Conhecemos os muitos rostos que amor por assumir. Somos confrontados com o alturísmo e a serenidade de Maya, lutamos com Rosie contra os seus fantasmas, palpitamos com o carinho de Lawrence e viajamos ao interior da Eva e às mudanças que lá operam durante uma viagem especial. 

Acho que a Maya merecia um livro só para ela. Esta mulher tem tanto por descobrir. Senti a sua serenidade, a sua sabedoria e a sua beleza exótica. Ela tinha tanto para partilhar... Eu sugava as palavras dos capítulos em que ela assumia o papel central. E o que senti no fim é que não consegui aceder a todos os recantos da personalidade de Maya. Um dia, gostava de conquistar a serenidade e beleza interior desta mulher. É fenomenal. 

Falta falar de Ramon. Admirei a sua integridade e o quão fiel ele se mantinha aos seus sonhos sem esquecer o lado ético. Um homem inteligente, perspicaz e que eu gostava de conhecer.

E é assim que um livro me conquista e semeia em mim a vontade de sair da minha zona de conforto e conhecer a Ásia e os seus recantos mais belos e os mais pobres. Quem sabe um dia! 

Palavras Memoráveis


As recordações rondam por ali e deixam-nos nostálgicos se nos aproximamos demasiado. Não é fácil perder um amigo. Contudo, após ter mudado de escola devia ter-me habituado, mas não, nada disso, uma parte de nós fica com aquele que partiu, é como um desgosto de amor, mas de amizade. Não devemos ligar-nos aos outros, é demasiado arriscado.
Marc Levy, O ladrão de sombras

Opinião | "Uma noite de amor" de Mary Balogh (Bedwyn Prequels #1)

Uma Noite de Amor (Bedwyn Prequels #1)
Classificação: 3 estrelas

Uma noite de amor marca a minha estreia com a autora. Foi uma leitura rápida e prazerosa.
Transportada para uma época passada, cheia de regras de etiqueta e formalismos, sou apresentada a uma apaixonante personagens, a Lily. Adorei a irreverência dela, o seu lado extremamente otimista, a sua coragem... Foi uma personagem bem construída e que me mostrou o lado bom da procura constante da liberdade nas suas mais diferentes formas.

O romance criado entre ela e Nev está engraçado e é bastante cativante. Senti falta de mais emoção nos encontros e nos diálogos, principalmente na última parte do livro. Queria senti mais da faísca que frequentemente era usada para descrever o amor de Lily pelo conde.

Também gostei muito da personagem Elizabeth, tia de Nev, e ainda vibrei mais com o final dela do que com o da Lily. Ela merecia cada gora de amor que lhe foi oferecido.

Foi uma leitura agradável e perfeita para as noites quentes do final da Primavera. Apesar de ter gostado bastante da estória e das personagens senti falta de alguma expressividade emocional. Senti que as emoções nem sempre passaram das palavras para mim.
O balanço final é positivo e fiquei com vontade de conhecer mais livros da série.

Projeto Conjunto | Empréstimo Surpresa [Desafio]


Desafio para o livro Inês, de Maria João Fialho Gouveia
Inês


A história de um amor intemporal
Este desafio deve ser respondido ao longo da leitura, de forma a tornar-se mais fácil.
No final da leitura de cada capítulo, procura uma frase ou um excerto (ou mais que um, se preferires) desse capítulo que se relacione com a história de Pedro e Inês.
O objetivo será, no final, que esses excertos nos contem, em traços gerais, a história deste amor intemporal.


Nota: Este desafio contém spoilers. 

Inês e Pedro - Introdução (p. 9)
A paixão que entre ambos [Pedro e Inês] despontou atingiu loucura total que fez os dois amantes atravessarem fronteiras e enfrentarem polestades, para juntos se quedarem. Porém, invejas políticas e intrigas palacianas haviam de toldas a sua luz e selar-lhes um trágico destino.

Inês - Capítulo I (p. 35)
Inês de Castro era uma criança muito bela. Alva, como a neve de Inverno, trazia nas figuras e nas falas a sua relenga ascendência. Os olhos, tão verdes e transparentes quanto um raio de frescas águas, comoviam quem com eles cruzasse pela profundeza que lhes ia, na sua fundura parecendo guardar a história daquela ainda breve vida.

Pedro - Capítulo II (p. 42)
Os primeiros anos passara-os D. Pedro sob o zelo da mãe e as saias das amas. Criança alegre, mas reservada, que brincava sozinho pelos recessos dos paços de seus pais, sempre que a irmã Maria - sete anos mais velha do que ele - dele apartavam para lhe serem ensinadas as coisas de mulheres. Não havia canto nem recanto que o pequeno D. Pedro não soubesse de cor no palácio do seu pai Afonso, debruçado sobre o Mondego.

Inês - Capítulo III (p. 77)
A sua beleza era motivo de alguns ciúmes por parte de certas meninas da corte do primo João Manuel, as quais, malgrado a tenra idade da pequena galega, já lhe invejavam o primor dos traços e as conquistas que estes, em dias vindouros, lhe deixavam adivinhar. No imaginário das pequenas cortesãs, a Castro estava certamente destinada a um príncipe espanhol, ou de uma terra distante, belo e valente, como um herói das cruzadas. De todas elas, Inês era, no seu ingénuo parecer de criança, aquela a quem a vida faria mais feliz. 

Inês - Capítulo IV (p. 125)
(...) E se Dona Teresa a traz prendada, e exímia na arte dos lavores! Não vos surpreenda, porém, que a minha filha saiba ler um braçado de letras e de palavras, as quais aprendeu com aquele infante português, que, tal como o pai, dominava a arte das trovas e das rimas. 

Pedro e Inês - Capítulo V (p. 153)
Agora, porém, ali estava ele, D. Pedro de Portugal, quedado a fitá-la com agrado, enfeitiçado pelas linhas da sua face, pelo louro dos seus cabelos, pela sua figura, por tudo, enfim, que nela observava. Os primeiros instantes do seu encontro foram vividos em silêncio, nenhum dos dois aventurando palavras alguma proferir. Inês corava, encolhida, por se saber junto daquele que um dia viria a ser soberano daquele reino, e mais ainda acanhada por assim o ver embevecido consigo, a aia e confidente da sua futura mulher. Sacudida por essa nua realidade, desenhou uma vénia e fez menções de abalar, quando ele a susteve por um braço (...).


Inês - Capítulo VI (p. 197)
(...) Certa vez [Inês] sentou-se à beira de uma das fontes de Dona Isabel, tirando o pano que lhe tapava as louras melenas para o mergulhar nas águas frescas e o passar pelo rosto, pelo pescoço, pelo seio que lhe ardia. «Que amor é este que me maltrata e me macula o nome e o pensamento?», questionou-se, chorando em lágrimas desesperadas, que em caindo se juntaram à corrente que seguia o seu caminho, indiferente ao seu padecer.


Inês - Capítulo VII (p. 212)
- Eu nunca me deitei com Pedro! Nunca conheci o calor do seu leito ou dos seus lençóis. Encantei-me, é certo; mas embora o repudiasse vez após vez, mudando os meus hábitos e os meus itinerários, ele acabava sempre por sair-me do caminho, com aquela pose e aquela figura que Deus lhe deu e que me tirava o chão! Sabia bem a seriedade da situação em que estava a enredar, traindo a confiança de Constança e provocando a ira d'el-rei, mal soubesse do nosso romance e da minha identidade. E, contudo, Pedro entranhou-se-me na pele como uma praga e não mais consegui libertar-me do seu feitiço.

Pedro e Inês - Capítulo VIII (p. 254)
Regressava a jovem da sua visita piedosa quando à porta da quinta avistou um vulto de vestes exuberantes e gorra garrida, sob a qual longos cabelos ruivos pendiam até aos ombros. Era Pedro! O coração disparou-lhe no peito, travando-lhe o passo. Deteve-se. Pasmou de longe a mirá-lo, sem saber o que fazer. Tanto tempo esperara pelo seu amor e agora ali o tinha não se lhe dirigia. Foi o príncipe quem, lendo a incerteza nos gestos da sua amada, correu ao seu encontro.

Pedro e Inês - Capítulo IX (p. 293)
Enfim cônjuges legítimos, Pedro e Inês conheceram uma noite de um amor mais sério e sereno, mas não menos apaixonado. Uma vez fechada sobre si a porta que os separava do mundo, sentaram-se à beira do leito, de mãos dadas e olhos postos um no outro. Sorriram, choraram, trocaram palavras de afecto, e, por fim, amaram-se. Amaram-se com tempo, sem ligeireza no aperto, naquele encontro de peles que achegam mais do que a cópula ou um beijo. Tocaram-se lentamente, passo a passo, sem esquecer um pormenor que fosse dos seus rostos ou dos seus corpos que se fundiam.

Pedro e Inês - Capítulo X (p. 297)
Pedro e Inês arribaram a Coimbra semanas depois do seu enlace. O príncipe entendera que, uma vez casados - malgrado o secretismo desse facto -, a sua união estava legitimada, pelo que não havia motivo para viverem afastados da corte do reino. De início a princesa opusera-se ao projeto, preferindo a segurança da distante Bragança, ou do saudoso Canidelo. O marido, porém, teimara em instalar-se na cidade que vira nascer e que lhe rimava em importância e agitação.

Pedro e Inês - Capítulo XI (p. 328)
Com efeito, a paixão que inflamava o príncipe e a galega parecia tão ardente como nos seus primórdios, não escasseando entre ambos gestos de afecto e ternura, em privado como em público. Durante a gravidez de cada um dos infantes o príncipe ainda mais acentuava a sua meiguice, provendo a Inês todos os confortos e mordomias, e não raramente pousando-lhe a mão sobre o ventre para sentir o novo filho que nele medrava. 

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(Fonte dos amores, Quinta das Lágrimas, Coimbra)

Inês - Capítulo XII (p. 362)
Mas não houve rogo nem choro que comovesse os verdugos. A um sinal de Coelho, Álvaro avançou, forçando a princesa a ajoelhar-se. Foi então que o som frio do gume de uma lâmina corou o ar da sala: D. Pêro desembainhara a sua espada, que agora brandia, pavoroso e determinado! Inês Pires de Castro, certa do seu destino, alevantou o rosto. De olhos raiados de vermelho e castigados pelas lágrimas, mirou os filhos, um a um, como se quisesse levar memória das suas faces para a outra vida. Depois despediu-se dos seus fiéis amigos, sem uma palavra proferir, e, por fim, procurou com o olhar o cume das árvores do jardim da rainha, sob as quais amara Pedro com paixão tal, que sabre algum dele a poderia separar. 
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(Quinta das Lágrimas, Coimbra)

Pedro - Capítulo XIII (p. 387 e 399)
Nos primeiros anos de governação fechou-se nos seus paços, recusando as festas e o amor. Mal dormia, atormentado pelas memórias de Inês, enquanto lhe via os filhos crescerem órfãos e sem mãe.
(...)
E se o tempo lhe devolvera o amor à folia, também a ferida rasgada no seu peito régio sarara, derrubando as barreiras com as quais o rei protegia o coração que por Inês chorara. Chorava ainda, e assim faria até que a morte o chamasse: mas ora já o seu olhar de novo recaía pelos contornos das jovens que por si passavam. 



Esta é uma imagem da Ponte Pedonal Pedro e Inês que liga as duas margens do Mondego, em Coimbra. Esta ponte é a prova que, ainda hoje, o amor de Pedro e Inês se espalha pelas ruas apertadas de Coimbra, pelas ladeiras e recantos cheios de história e de estórias. Foi a este amor tão especial que Coimbra é conhecida pela capital do amor em Portugal. 
Enquanto estudante de Coimbra visitei alguns lugares referidos no livro, a Quinta das Lágrimas, a Fonte dos Amores, o local onde está sepultada D. Isabel de Aragão (Rainha Santa). No meu último ano também assisti às festas em honra da Rainha Santa Isabel. 

Denise, espero que tenha consegui captar toda a essência que pretendias com o desafio. Não foi fácil, mas até gostei do resultado final. 

Projeto Conjunto | Empréstimo Surpresa [Os motivos]


Terminada a leitura de Inês, livro enviado pela Denise, chegou a minha altura de enviar um novo livro para darmos andamento ao nosso projeto.

Desta vez não estive a pensar muito no que lhe havia de enviar. Tinha a ideia de um desafio para aquele livro e foi isso que motivo o meu envio. Para além deste desafio pensado, sabia que não era um livro que a Denise esperava receber já.

Então o escolhido foi:

O Escultor
O escultor de Carina Rosa

Espero que seja uma boa leitura. :)

Opinião | "Inês" de Maria João Fialho Gouveia

Inês

Classificação: 5 Estrelas

O meu primeiro contacto consciente com a história de Pedro e Inês foi com o estudo d' Os Lusíadas, no nono ano. Dessa altura, aquilo que me ficou foi a ideia de uma amor que marcou a história de Portugal e que acabou de forma trágica.

Mais tarde, enquanto estudante de Coimbra, voltei a "cruzar-me" com Pedro e Inês e cheguei a visitar os jardins do agora hotel Quinta das Lágrimas, local central da narrativa deste livro.
Apesar de conhecer os acontecimentos em traços gerais e os momentos chave deste romance, nada me aborreceu durante a leitura. 

Inicialmente, quanto temos o primeiro contacto com o texto, não o sentimos como uma leitura fácil. A autora recorreu a um estilo de escrita muito particular, com palavras cuidadosamente escolhidas, transformando-se num leitura um pouco mais difícil. Porém, ao avançar pelas páginas, acabei por me ambientar ao estilo da escrita e facilmente me vi agarrada à narrativa. 

Gostei muito de conhecer, de forma aprofundada e pormenorizada, o modo como as vidas de Pedro e Inês se entrelaçaram. 
Adorei conhecer a forma como viveram e expressaram o seu amor. Apesar de saber como é que Inês era ceifada dos braços de Pedro, em nada afetou a intensidade com que vivi a leitura desses momentos.

Para além de Pedro e Inês fiquei a conhecer outros aspetos da nossa história. Confesso que já não me recordava que Pedro era neto da Rainha Santa Isabel (mais uma personagem da nossa história que tenho vontade de conhecer com mais profundidade) nem dos tumultos que o amor de Pedro e Inês trouxe a Portugal.

Adorei a Inês e sofri um bocadinho com as suas escolhas. Um dos momentos que me tocou de forma particular foi a despedida entre Inês e a sua mãe adotiva. Fiquei de coração apertado com o quebrar de alguns laços que as unia de forma tão especial e da forma como tudo se modificou na relação delas daí em diante.

E é assim que vejo o meu gosto por Romances Históricos aumentar cada vez mais. Apesar de ter sido um leitura lenta e morosa foi uma experiência fantástica. Tenho a certeza de que os leitores que gostam deste género literário irão ficar rendidos ao livro. 

Divulgação | "Doces silêncios" de Deborah Smith e "As impertinências do cupido" de Ana Gil Campos


Doces Silêncios de Deborah Smith

Sinopse
Após a morte do marido num trágico acidente, Hush McGillen não se deixou abater. Transformou os pomares de maçãs da família num negócio de sucesso e o filho, Davis, está a estudar na conceituada Universidade de Harvard. Contudo, este idílico paraíso cai por terra quando o filho aparece com uma companhia inesperada: a filha do Presidente dos Estados Unidos. De um momento para o outro, Hush tem de lidar com os Serviços Secretos, a comunicação social e, pior do que tudo, os novos sogros do filho - e a primeira-dama não está nada satisfeita.

Com o agente federal Nick Jakobek, enviado pela família presidencial para resgatar a filha, a trazer ainda mais caos à sua vida, Hush vê-se perante a necessidade de fazer todos os possíveis para salvar o seu negócio, a sua reputação e a sua família - pois o seu passado não é exatamente o conto de fadas que todos julgam.

Esta será a minha estreia com a autora e eu estou muito curiosa por ler este livro. São várias as opiniões positivas em relação ao trabalho da autora, por isso, tenho a sensação de que vou ter aqui uma boa leitura. 
A capa é bastante bonita e o título apelativo. Acima de tudo espero encontrar uma bonita estória de amor.

As impertinências do cupido de Ana Gil Campos

Sinopse
No Itaim Bibi, um bairro nobre de São Paulo, tudo parece sereno, entregue ás rotinas diárias. Sob esta aparência tranquila, porém, as vidas íntimas dos seus moradores são atravessadas por inúmeras aventuras.

Ao longo deste livro, somos convidados a espreitar à janela de cada personagem, partilhando os seus segredos e confidências, sorrindo com as suas conquistas e suspirando com as suas frustrações.

Num registo divertido, Ana Gil Campos traça um retrato plausível e cru do que são as relações amorosas nos dias de hoje, bem mais complexas e problemáticas do que um olhar menos atento consegue captar.

A minha curiosidade em ler este livro prende-se com o interesse em continuar a acompanhar a evolução desta autora portuguesa. Li um trabalho anterior dela. Foi uma leitura satisfatória, mas antevi ali potencial para nos oferecer mais. Assim, espero encontrar uma leitura fluída mas com elementos que me demonstrem a evolução na escrita de Ana Gil Campos.

E vocês, têm curiosidade em ler algum destes livros? Qual desperta mais o vosso interesse?

Lista | Livros a ler no verão de 2017

Eis que chegamos ao verão, uma estação que não me traz muito entusiasmo. Sofro imenso com o calor e há dias em que me sinto mesmo a agoniar com o calor. 

A mudança de estação implica uma nova lista de leituras. 
Antes de vos dar a conhecer o que quero ler nesta estação que se inicia, vou fazer o balanço de listas anteriores. 

Começando pelas mais antigas, ainda não consegui terminar mais nenhuma entretanto. Em relação à da primavera de 2017 posso dizer que correu muito bem. Estou, neste momento a ler o décimo livro da lista, por isso (e recorrendo a um bocadinho de batota) digo que terminei a lista. 

O que se segue para o verão? Aqui estão eles...

1. Cama Supra de Rick Kirman
2. Doces Silêncios de Deborah Smith
3. As impertinências do cupido de Ana Gil Campos
4. Se isto é um homem de Primo Levi
5. Sangue do Coração de Juliet Marillier
6. A Promessa de Lesley Pearse
7. A livraria dos finais felizes de Katarina Bivald 
8. Perfume de paixão de Jude Deveraux
9. Uma nova esperança de Colleen Hoover
10. Amor de predição de Camilo Castelo Branco

Cama Supra (Baby Blues, # 31)Doces SilênciosAs Impertinências do CupidoSe Isto é um HomemSangue-do-CoraçãoA Promessa (Belle #2)A Livraria dos Finais FelizesPerfume da Paixão (Edilean, #3)Uma Nova Esperança (Hopeless, #2)Amor de Perdição

Projeto Conjunto | Empréstimo Surpresa [Desafio]


A resposta a este desafio vem com algum atraso, mas era um daqueles que requeria inspiração.
Acho que não me correu tão bem como eu gostaria, mas não podia atrasar mais. 

Vai ser muito difícil cativar os leitores de Colleen Hoover... Estou a anos luz da forma suave com que ela brinca com as palavras, mas procurei dar o meu melhor.

Atenção, poderá conter spoilers



Desafio para o livro “9 de Novembro”, de Colleen Hoover

A exposição

9 de Novembro reúne duas personagens com cicatrizes provocadas por acontecimentos das suas vidas. Ben e Fallon encontram-se uma vez por ano, sempre no dia 9 de novembro, e essa data, que tanto sofrimento trouxe a ambos, traz-lhes também agora a esperança de um novo amor.

Depois do final do livro, Ben e Fallon continuam certamente, no pensamento dos leitores, a fazer algo diferente para assinalar esta data e enchê-la com mais memórias felizes.

Assim, gostava que imaginasses mais dois anos na vida deste casal. O que fizeram eles de especial no dia 9 de novembro?

*******

Décimo 9 de novembro

Fallon
Passaram-se quatro anos desde que acabamos com os nossos encontros intermitentes. Muito temos partilhado ao longo destes anos e a realidade é que nunca me canso do Ben. Passei a conhecer-lhe melhor os raios de luz, bem como as sombras que emanam da sua personalidade. De mim, ele já tinha acedido a todos os andares das minhas frustrações. O que sempre me encantou nele foi aquele jeito simples e especial que ele tinha para desmontar as minhas emoções e, claro, me fazer rir. Com o Bem é fácil rir, chorar, sentir… Com o Bem é fácil viver, é fácil partilhar uma vida a dois. 

O pedido de casamento, tal como ele havia prometido, chegou um ano depois e casamos no ano seguinte, a 9 de novembro, pelo que hoje celebramos dois anos de casamento. Porém eu gosto de festejar com o Bem o simples facto de este dia nos ter juntado. 

Hoje, teremos de fazer os festejos à distância. Ben está noutro estado para apresentar mais um livro. O seu jeito especial para tecer estória tem corrido bem. Toda a gente adora os seus livros e vibra com as suas personagens. 

O sinal de chamada do Skype começa a ecoar pela sala e depressa abandono os meus pensamentos. Atendo e do outro lado o sorridente Ben surge-me no ecrã. Nos olhos noto-lhe o cansaço de ter passado uma tarde a falar do livro, a dar autógrafos e falar com as fãs (sim, ele consegue arrastar uma multidão feminina que não consigo explicar tamanho fascínio… ou talvez consiga); e no sorriso a tristeza de, neste dia, não estar aqui. 

- Olá bela Fallon – o meu nome sempre soou bem na boca de Ben. 

- Olá Ben! Então, quantas fãs te assediaram hoje? Pelos vistos não houve convites para um jantar ou uma noite diferente… Estás aí, sozinho, com ar cansado… 

Ben, sorria. Vinha aí uma resposta à altura. 

- Pois é… Parece que a única fã que eu convidei para um jantar e uma noite bem passada deixou-me pendurado! 

- Não me digas!! Nem a tua tática de querer conhecer a cor das suas cuecas funcionou? – Estava a meter-me com ele propositadamente. Adorávamos entrar neste jogo. Eu sabia que ele se referia a mim, mas ambos sabíamos que era impossível acompanhá-lo nesta viagem. 

- A técnica funcionou… Funcionou tão bem que há dez anos com uma fã. Aliás, funcionou tão bem que ainda hoje é ela a única que habita no meu pensamento e no meu coração. 

Apesar do ecrã nos separa fisicamente, o olhar de Ben era profundo, sincero e penetrante. É aquele olhar de amor que faz com algo dentro de mim se agite e me emocione. 

- Se funcionou, querido! – agora o meu tom era de saudade. Como queria abraçá-lo neste momento. – Tenho saudades tuas. 

- Amanhã já estarei aí… Cumpro sempre a minha palavra, sabes disso. E onde está a pequena Ariane, que impediu a mãe de acompanhar o seu pai escritor? 

Sorri. Ben tinha uma adoração especial pela filha. No último ano, entre a gravidez e o nascimento da Ariane, Ben ganhou uma luz ainda mais especial. Cuida de nós como cuida de qualquer pessoa a quem decida entregar o seu coração. O amor que ele mostra por nós é incondicional e sente-se a léguas de distância. 

- Está a dormir – respondi ao fim de algum tempo a olhar para ele, a sentir o toque do seu amor na minha alma. – Acho as ou muito me engano ou também sente a falta do pai e das suas cantorias. 

- Isso é um golpe baixo, Fallon. Sabes do meu péssimo jeito para as cantorias. Por acaso estás a insinuar que a pequena Ariane está satisfeita por não ouvir a voz desafina do pai. 

Ri. Ben cantava bem. Não era nenhum tenor, mas tinha uma voz melodiosa e calmante, só ele achava que cantava mal. 

Um silêncio confortável instalou-se entre nós. Ben levou os dedos ao ecrã, como se estivesse a acariciar a minha face… 

- Fallon, sabes como me sinto agradecido por, naquele dia o meu caminho se ter cruzado com o teu? Imaginas sequer a dor que libertaste de mim assim que me perdoaste? 

Eram perguntas que não careciam de resposta, porque as emoções a que elas no conduziam eram as mesmas para os dois. 

- Espero-te, amanhã, com um jantar especial. – Ele assentiu do outro lado. 

- O difícil, vai ser aguentar até amanhã. Adoro-te, Fallon. Ocupas cada recanto do meu coração. 



Quinquagésimo 9 de novembro 

Queria Fallon, 

Hoje foi um dia duro para mim. Pela primeira vez em 50 anos, não o partilho contigo. Dói, sabes. 

Sinto falta de tudo aquilo que fazia parte de ti. A tua essência sempre preencheu os espaços vazios da minha. Sempre me acolheste nos teus braços de uma forma especial. E era neles que eu agora gostaria de estar entrelaçado. 

Todos os dias gosto de viajar no tempo. São viagens ao passado. Viagens onde te posso ir buscar, recolher um pouco de ti e guardá-lo em mim. Não te quero esquecer… As minhas memórias estão a ficar fracas e não quero que fujas delas. 

Os dias arrastam-se sem ti. Os nossos filhos desdobram-se em atenções comigo. Não querem que me falte nada, nem que a solidão me engula. Eles não percebem! Eu nunca estou sozinho. Enquanto as lembranças me valerem, tu estarás comigo em cada momento do meu dia. 

Hoje quero viajar até ao nosso terceiro 9 de novembro, quando me apareceste à porta. Cheguei a dizer-te o quanto estavas bonita? O quanto a tua presença ali serenou as minhas emoções? Estava a ser um dia negro da minha vida, e tu, com a tua luz especial, vieste iluminar o meu interior e ainda tive o privilégio de te conhecer o corpo por inteiro. Fecho os olhos e ainda sinto sabor daquela nossa primeira vez. Fecho os olhos e ainda sinto o palpitar do teu coração, outrora cheio de vida, contra o meu peito. 

Onde quer que estejas, espera por mim. Sei que o nosso amor é demasiado grandioso para se ficar por uma vida terrena. Ainda havemos de mostrar aos Deuses do Olimpo o que é duas almas gémeas são capazes de fazer. 

Com todo o meu amor, 
Ben

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