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Por detrás das palavras

Opinião | "Cama supra" de Jerry Scott e Rick Kirkman (Baby Blues Scrapbooks #30)

Cama Supra (Baby Blues, # 31)
Classificação: 3 Estrelas

Não sou muito fã de banda desenhada. Em miúda ainda li algumas coisas, mas nunca foi um género literário que se traduzisse numa leitura empolgante e que me deixasse cheia de vontade de agarrar no livro.

Este livro estava na minha estante há muito tempo, mas ia sempre adiando a sua leitura. Como uma das categorias do Bingo em que estou a participar durante este Verão nos convidava a ler este género literário decidi que estava na hora de o tirar da estante.

Esta banda desenhada ilustra o dia-a-dia, por vezes caótico, de um casal com três filhos pequenos. Os dois filhos mais velhos acabam por assumir um papel destacado ao longo das tiras. Os dois miúdos têm saídas muito engraçadas e, em muito momentos, são capazes de deixar os pais à beira de um ataque de nervos. 

Foi uma leitura divertida e rápida. Acho que este livro é ideal para quem gosta deste género de livros e com histórias com temáticas ligadas à vida familiar.
Penso que para jovens entre os 10-14 anos será uma leitura animada, com aspetos com os quais eles se vão identificar. Poderá ser uma boa forma de aproximar os miúdos das leituras e fazê-los sentir que ler também pode ser divertido.

Opinião | "Frágil" de Jodi Picoult

Frágil
Classificação: 4 Estrelas

Jodi Picoult tem uma forma muito especial de construir as suas narrativas. Para além de todo o cuidado na construção e em delinear os acontecimentos de forma coerente, a autora desenvolve um grande trabalho de investigação acerca da temática que pretende abordar bem como na forma como decide construir as personagens que dão corpo a esta história.

Em Frágil conhecemos Willow, um menina muito especial que sofre de osteogénese imperfeita (doença dos ossos de vidro) e assistimos ao impacto desta doença e da decisão da mãe em processar Piper, a sua obstetra e melhor amiga, relativamente ao diagnóstico da pequena Willow. 

As personagens que compõem a narrativa são bastante complexas, onde facilmente identificamos características que as tornam muito humanas. As minhas impressões em relação a Charlotte e Sean (mãe e pai da Willow) oscilaram um pouco ao longo do livro. Willow, Amelia e Piper sempre as olhei de forma positiva, ou seja, gostei delas logo nas primeiras páginas e esse sentimento manteve-se até ao fim do livro. No final, também Charlotte e Sean me conquistaram. Apesar de não concordas com muitos dos comportamentos da Charlotte, no fim conseguir compreender tudo aquilo que ela fez. Ela era, também, uma pessoa que precisava de muito apoio. 

A forma como a doença interfere nas dinâmicas e comunicações familiares está descrita de uma forma muito realista e que se coaduna com aquilo que a investigação na área indica acerca do impacto de uma doença na família e nos cuidadores. 
Uma das pessoas que mais sofre ao longo de todo este processo é Amelia. Uma jovem que adora a irmã, mas que está envolta num véu de insegurança, receios e de uma dor emocional que se transforma em bulimia e comportamento autolesivos. Sofri por esta jovem, a única coisa que achei estranha foi que, perante tantos sinais de alerta, esta miúda passar despercebia aos professores e a outras pessoas que passam tempo suficiente com ela para perceber que o seu estado emocional tinha levado uma facada.

Willow, para mim, significa a doçura, a leveza de uma pena que voa, sem destino ao vento. É uma miúda impressionante que nos mostra uma forma especial de lidar com uma doença muito limitante. Há uma passagem no livro em que ela, a mãe e a irmã vão a um encontro de pessoa com osteogénese. Foi aconhegante perceber o quanto Willow e Amelia conquistar naqueles dias e o quanto lhes fez bem. Charlotte é que teve a sua vida mais complicada, porém foi importante para fazê-la pensar.

O final é agridoce e ao estilo da autora. Eu percebi o que aconteceu,  mas não concordo com a forma como aconteceu. Dado todo o contexto em torno da situação não faz muito sentido como as coisas culminaram. Infelizmente não posso ser muito mais específica, caso contrário oferecia-vos um grande spoiler e não seria nada agradável.

Para terminar, quero agradecer as meninas com quem fiz a leitura conjunta. Foi muito bom poder trocar ideias com vocês e ter acesso a outros pontos de vista. Espero participar numa outra leitura ao longo do projeto Um ano com a Jodi.

Opinião | "Uma nova esperança" de Colleen Hoover (Hopeless #2)

Uma Nova Esperança (Hopeless, #2)
Classificação: 4 Estrelas

Colleen Hoover costuma ser sempre uma aposta certeira. É uma autora que tem magia diferente no que toca à combinação de palavras e construção de diálogos. Ela consegue encaixar muito bem os acontecimentos, preenchendo-os com uma narrativa apelativa, diálogos marcados pelas emoções e narrativas bem realistas.

Uma nova esperança é o segundo volume da série Hopeless. Apesar de não ter lido o livro anterior em nada interferiu para a minha compreensão do factos. Aliás só fiquei com mais curiosidade para saber e conhecer melhor toda a história em volta da Sky -  é que houve ali umas passagens que não me convenceram e não me pareceram muito realistas.

Uma das grandes características dos livros desta autora é a sua capacidade de usar palavras e construir diálogos portadores de uma sensibilidade e emotividade que conseguem chegar até mim de uma forma especial.
Na minha opinião, é esta capacidade de tornar as emoções tão reais que me deixa presa ao livro.

Nós aqui acedemos a todos os acontecimentos através dos olhos de Holder, um jovem que se vê com muitas feridas para cicatrizar. A relação que ele vai construindo com a Sky é de cortar a respiração. O jogo de palavras que Colleen Hoover usa para descrever tudo deixou-me muito presa à narrativa e ao que se iria seguir com estes dois.

Até ao momento foi o livro menos satisfatório que li da Colleen Hoover. Apesar de ter gostado bastante, ficaram ali umas coisas que não me convenceram e que achei que foram mal conduzidas.
Porém, penso que só com a leitura do primeiro volume me vou inteirar da situação.

Opinião | Livros infantis de Fabíola Lopes


Vou fazer um único post de opinião a estes três livros infantis, porque se o fizesse individualmente iriam ficar post muito pequeninos.

Aqui estão três livros, com textos dirigidos aos mais pequenos. 
Achei muito engraçado que o livro O que há nas mãos da minha avó / O que há nas mãos do meu avô é dois em um, ou seja, no mesmo livro temos duas capas e duas histórias, é só virar o livro.

Cada um deles aborda as temáticas de forma engraçada e lúdica para as crianças. Os textos, em alguns momentos, rimam tornando a leitura divertida e engraçada para se fazer em grupo. 
Destaco, também, como aspeto positivo a presença de atividades para as crianças no final de cada livro. Na minha perpetiva é algo interessante pois poderá contribuir para uma maior ligação das crianças às narrativas e proporcionar um envolvimento diferente com a leitura.

Classificação: 
O que há na barriga do meu pai - 3 estrelas
O que há nos cabelos da minha mãe- 3 estrelas
O que há nas mãos da minha avó / O que há nas mãos do meu avô - 3  estrelas

Projeto Conjunto | Empréstimo Surpresa [Motivos]


Para este desafio, a minha última leitura foi bem rápida o que fez com logo de seguida conseguisse enviar mais um livro à Denise.

Desta vez escolhi:

Reencontro com o Amor

Reencontro com o amor de Melissa Pimentel

Escolhi este livro porque me pareceu ser uma boa leitura para entreter durante estes dias mais quentes. 
Com uma narrativa leve e descontraída pareceu-me uma leitura que a Denise andava a precisar.

Não se esqueças de passar pelo blog Quando se abre um livro para conhecerem as reações da Denise.

Projeto Conjunto | Empréstimo Surpresa [Desafio]


Aqui fica a minha resposta ao desafio proposto para o livro Se eu fosse tua de Meredith Russo.

Se Eu Fosse Tua

Grupo de leitura

És convidada para ir a uma escola, a uma reunião de um grupo de leitura, organizada por alunos do secundário. Pedem-te que escolhas um livro e que fales um pouco dele para os jovens.

Escolheste o livro “Se Eu Fosse Tua”. O que dirias a estes estudantes, no sentido de os cativar para a leitura e discussão deste romance juvenil?

Há livros que guardam uma mensagem importante e que nos deixam algum espaço para pensar sobre os assuntos que tratam.

Desta vez, para este grupo de leitura, escolhi o livro Se eu fosse tua de Meredith Russo. É um livro que trata um tema ainda muito pouco falado e refletido: a transexualidade. 

Gostaria que, ao longo da leitura, fossem registando:
  • Os sentimentos que a leitura, ou determinada passagem provoca em vocês.
  • Reflexões acerca do comportamento das personagens e de como as coisas se vão desenvolvendo. – é um livro com personagens da vossa idade, com interesses semelhantes e que, com alguma probabilidade, vocês se irão identificar com algumas coisas.
  • Para o fim da leitura apontem situações que gostariam de reforçar. 
Quando nos encontrarmos da próxima vez para debater um livro eu irei dinamizar um debate acerca da sexualidade, transexualidade, bissexualidade e homossexualidade onde terão de representar pois assumirão a posição das personagens que fazem parte do livro.

Espero que fiquem entusiasmados com a leitura.

Opinião | "Se eu fosse tua" de Meredith Russo

 Se Eu Fosse Tua
Classificação: 2 Estrelas

Se eu fosse tua foi um livro que, quando saiu, não me despertou grande atenção nem espicaçou a minha curiosidade. Assim que ele me chegou aqui a casa pelas mãos da Denise, li a sinopse e achei que o tema era suficientemente forte para o livro me "encher as medidas". Infelizmente, ficou um bocadinho aquém da sua potencialidade.

Amanda é uma jovem que vivia num corpo que estava longe de corresponder aos seus sentimentos mais profundos. Munida de toda a sua coragem embarca numa mudança de sexo. Deixa de ser o Andrew e passa a ser a Amanda.
Dada toda a complexidade que este processo acarreta eu senti falta de alguma profundidade psicológica. Na minha opinião, a autora não "mexeu na ferida" de forma profunda e esgotante de modo a fazer-me sentir todos os medos, ansiedade, insegurança, sofrimento que trespassou cada um dos dias desta jovem e dos seus pais. 
Dada a força e a inovação da temática, o livro merecia ter ido mais longe. Eu precisava de entrar bem mais a fundo no mundo interior da Amanda para sentir como ela, para a acompanhar neste processo de transformação exterior, interior e de relação com o próximo. 
Apesar de saber de períodos de grande sofrimento para a Amanda, esse sofrimento não chegou até mim. Penso que não consegue sair daquelas páginas e desprender-se das palavras que são usadas para nos narrar os acontecimentos.

Em relação a todos os acontecimento que contribuem para a construção da narrativa, penso que também carecem de algumas novidades e desenvolvimentos que saíssem do padrão normal que é utilizado na construção destes livros. 
A dada altura já estava aborrecida com a quantidade de vezes que a palavras "linda" aparecia. Irritou-me esta pobreza de vocabulário para caracterizar uma personagem. Eu consigo perceber a importância do aspeto físico para a Amanda, mas será que não a conseguíamos de definir recorrendo a outros aspetos? Ela era muito mais que invólucro físico que a dava a conhecer ao mundo. 

Apesar desta minha visão mais descontente com este livro, quero destacar a importância de personagens como a Amanda. É de valorizar este aspeto inovador e que, até ao momento, eu nunca tinha lido nenhum livro que se dedicasse a abordar as questões de transgénero e toda a descriminação que, infelizmente, ainda existe relativamente a estes assuntos.
Por esta razão, este seria um excelente livro para discutir as relações interpessoais, a descriminação, o bullying e a importância de aceitarmos e sabermos lidar com as diferenças.

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