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Por detrás das palavras

Opinião | "A Caminho do Altar" de Julia Quinn (Bridgertons #8)

A Caminho do Altar

Classificação: 4 Estrelas

Ler um livro da série Bridgertons é entrar em histórias repletas de momentos divertidos, acompanhados de um romance capaz de produzir alguns suspiros e com personagens muito próprias e que espelham o estilo da escritora. Para mim, tem sido muito bom ler estes livros! Sou fã da série e, geralmente, pego num destes livros quando preciso de uma história mais ligeira e quando estou a precisar de alegrar a alma. 

Este é o oitavo livro da série. Falta-me apenas um para terminar e já sinto saudades desta família tão cheia de peculiaridades. 
Aqui conhecemos a história de Gregory, o último irmão da família ainda solteiro. Um homem de paixões intensas que nem sempre tem o discernimento necessário para olhar de forma mais profunda para os seus sentimentos. Não fui abalroada pela paixão intensa. Foi demasiado amor à primeira vista para me cativar. Porém, à medida que a narrativa evolui, vou sentido mais afinidade com o Gregory.
Irritou-me aquilo que o levou a apaixonar-se... Foi demasiado simplista, sem grande envolvimento e não me ativou os sentidos. 

Lucy conquistou-me quase instantaneamente. Gostei dela e da forma descontraída como lidava com as atrações que eram dirigidas à sua melhor amiga. Admirei a inteligência dela e irritei-me com a sua forma de ser tão certinha (acho que foi o choque com a minha própria personalidade), até porque houve alturas em que me pareceu que a inteligência dela não estava a ser usada na sua máxima expressão. 

Apesar de ter gostado do livro, de me ter rido e divertido com as cenas caricatas que Julia Quinn tão sabe escrever não me senti fascinada nem encantada com este livro. Faltou-me o entusiasmo que surgiu na leituras dos primeiros livros da série. Não penso que seja cansaço na leitura dos volumes da série, nem do facto de ler muitos livros da autora. Passou quase um ano desde que li o livro anterior e neste espaço de tempo não li nenhum outro livro da autora.  Por isso, acho que foram mesmo os conteúdos da história que não tiveram o mesmo efeito em mim. 

Mesmo perante aspetos que não funcionem tão bem, a leitura não fica comprometida porque os diálogos são rápidos e divertidos e a escrita de Julia Quinn cativa a nossa atenção.
Curiosa para ler o final desta série. 


Por detrás da tela | "A Febre das Tulipas" (2017)

Tulip Fever (2017)
Classificação: 6/10 Estrelas

Sou fã da actiz Alicia Vikander ao ponto de ver os diferentes projetos cinematográficos que integra (não sei é se consigo ganhar coragem para ver Tomb Rider, pois é um tipo de filmes que não me cativa). Cruzei-me com A Febre das Tulipas e achei que poderia ser um bom filme para uma tarde de domingo.

Este filme é baseado no livro com o mesmo nome da escritora Deborah Moggach. Não conhecia o livro, nunca o li e após o terminar a visualização fiquei com vontade de conhecer o livro. Esta vontade nasce do facto do filme não me ter saciado a curiosidade relativamente à história. Foi tudo demasiado rápido, onde faltou espaço para que as personagens e as situações crescessem e se materializassem. Senti que muitas coisas ficaram apenas à superfície.

A história do filme é nos contada na perspetiva de uma empregada de um homem rico. Este homem é velho e casa-se com uma mulher muito jovem com o objetivo de ter um herdeiro. Encantado com a esposa, este homem contrata um pintor para que ele faça o retrato de ambos, por quem a sua jovem esposa se encanta. Tudo isto é apimentado com o negócio milionário das tulipas.

O filme transporta-nos para uma Holanda do século XVII e oferece-nos algum dramatismo e romance. Porém, as quantidades em que estes ingredientes são servidos e a forma como nos são apresentados faz com que sinta a falta de mais qualquer coisa.
A forma como o filme termina é curiosa e até um pouco inesperada. Pessoalmente, esperava algo mais dramático.

Não é um filme extraordinário, contudo serviu o seu propósito de entreter e ainda deixou espaço para a curiosidade em ler o livro que serviu de base ao argumento do filme.  

Top Five | Livros de escritoras portuguesas


De forma a ter mais liberdade na elaboração de listas de preferidos inauguro hoje o meu próprio Top Five. A partir de hoje os temas serão decididos por mim ou em resultado de sugestões vossas, e não terão um dia específico para sair. 

Na semana passada assinalou-se o Dia Internacional da Mulher, por isso quero deixar-vos a sugestão de 5 livros escritos por mulheres portuguesas. Foram livros que eu gostei muito e que ocupam um lugar especial na minha memória literária. 

- Maresia e Fortuna (Andreia Ferreira): Este foi o livro da Andreia que mais gostei de ler até agora. O seu lado mais negro, as descrições das bonitas praias do norte e um final que impressionada são ingredientes capazes de agradar a muitos leitores.

- O Funeral da Nossa Mãe (Célia Loureiro): Uma saga familiar muito bem construída e que não fica atrás de nenhum livro internacional. Há romance, há drama, há emoção e tudo isto é-nos apresentado na escrita singular e apaixonante que transborda das mãos da Célia.

- A Chama ao Vento (Carla Soares): Não tive uma paixão instantânea com este livro. Li-o numa altura particularmente difícil. Porém, à medida que o tempo passa, a história ainda permanece na minha memória. Uma boa história e uma escrita inesquecível.

- As Últimas Linhas Destas Mãos (Susana Velho): Esta foi a minha grande surpresa literária do ano passado. Das mãos da Susana saiu uma escrita delicada e cheia de sensibilidade. Um livro que fala de dos diferentes lados do amor: o lado feliz e o lado triste. 

- A Fada Oriana (Sophia Andresen): Não posso falar da minha infância literária sem recordar os livros de Sophia. Tenho dificuldade em eleger o meu preferido, mas sempre que o tenho de fazer escolho aquele que nos fala de uma fada que tem pena dos humanos por não terem asas para voar por cima dos seus problemas. É uma história muito bonita e com uma mensagem que nunca deixará de ser pertinente.

Maresia e Fortuna  O Funeral da Nossa Mãe   A Chama ao Vento    36593891   A Fada Oriana

Opinião | "Loanda" de Isabel Valadão

Loanda
Classificação: 1 Estrela

Esta leitura acompanhou-me durante muitas semanas. Foi uma leitura prolongada porque me obriguei a terminar o livro e porque tinha a esperança de retirar algo de positivo de toda esta história. Consegui terminar e sobreviveu a minha desilusão perante o tempo que insisti na leitura.

De um modo geral tudo neste livro funciona de forma muito artificial. Os diálogos não são naturais, não nos transmitem interação entre as personagens e deixaram-me aborrecida. Não me mostrava o que estava a acontecer, apenas me contava. 
Aliado a tudo isto temos personagens pobres, mal caracterizadas e com comportamentos previsíveis e sem grande impacto emocional. 
Inicialmente até fiquei com expetativas positivas relativamente ao que iria encontrar. Gostei da premissa inicial de Maria Ortega. Infelizmente, este bom inicio dissolveu-se por meio de coisas mal explicadas, desinteressantes e em que senti que ela perdeu parte da sua essência inical. 
A relação que ela construiu com Anna de São Miguel foi muito forçada e estava sempre tudo bem entre elas, mesmo em assuntos capazes de fraturar a relação entre ambas. 
Também não consegui perceber a necessidade da escritora em usar sempre o nome completo quando se referia às personagens. Quebra o ritmo de leitura. 

Os elementos históricos que vão povoando o livro estão bem descritos, porém nem sempre os senti bem interligados com o conteúdo ficcional que a autora quis transmitir. Várias vezes me senti aborrecida, facilmente me perdi na leitura e tive necessidade de voltar atrás e reler.

Não foi uma leitura positiva para mim. Porém, vocês poderão ter uma experiência de leitura diferente. Por isso se têm este livro na estante ou têm algum interesse nele, tentem ler. Poderão gostar!

Por detrás da tela | Mamma Mia! Here I go again (2018)


Classificação: 8/10 Estrelas

Sou fã da música dos ABBA e adorei ver o Mamma Mia. Por isso não podia deixar de ver este filme. 
Este filme é um regresso ao passado de Donna, possibilitando-nos conhecer melhor esta personagens, como foi a sua juventude. Estas partes do filme são divertidas e muito dinâmicas a atriz que interpreta  Donna na fase da juventude conseguiu transmitir aquilo que a Donna adulta deixou bem presente no primeiro filme. 

Intercaladas com as cenas do passado, temos as cenas do presente. Sophia tenta realizar o sonho da mãe. Fiquei imensamente triste por não ter Donna no presente. No contexto do filme faz sentido a sua ausência, mas eu gostei da presença dela no primeiro filme. 

É um musical, por isso esperem muita música. Tal como no primeiro filme eu adorei a forma como as músicas dos ABBA eram integradas na história. 
É ainda de reforçar as belíssimas paisagens onde o filme é gravado. Enchem a vista e deixam uma enorme vontade de voltar para lá. 

Este filme é uma excelente companhia de domingo à tarde ou dos dias de chuva. É ideal para ver em família, mas também é bom para animar almas mais solitárias. 

Dia Internacional da Mulher


13 é o número de mulheres vítimas de violência doméstica em Portugal só nos três primeiros meses de 2019. E isto são as vítimas noticiadas e conhecidas. Quantos suicídios são o resultado de exaustão emocional e física sentidos pelas vítimas. E estas nem sempre entram nas estatísticas. 

Adicionando a este número de mulheres a quem a vida é retirada, ainda temos de considerar as vítimas indiretas. Quantas crianças se veem órfãs de pai e mãe (a mãe que morre e o pai que fica preso ou não o sendo não reúne condições para cuidar delas)? Como fica a família alargada perante esta tragédia?

Nada contra para com as mulheres que decidem celebrar este dia com almoços ou jantares especiais. Contudo, enquanto muitas mulheres estão em restaurantes a rir, a comer, a divertir-se algures no país há uma jovem que deixa o seu namorado aceder ao seu telemóvel e controlar aquilo que veste, há uma mulher a ser chamada de incompetente, há uma mulher cansada porque trabalhou horas mais e pelas quais não vai receber compensação, há uma mulher a ser agredida fisicamente... Enquanto muitas festejam este dia sem conhecerem o seu verdadeiro significado algures no mundo há mulheres impedidas de estudar, de ter um trabalho digno, de tirar carta de condução. E, em todo o mundo, encontramos mulheres a desempenhar as mesmas funções do que um homem, mas com um salário menor. 

Acho que este dia não deveria ser ocupado por palavras ocos ou por gestos ocasionais. Não deveria ser apenas um dia para as mulheres se juntarem e festejar, mesmo que depois ao longo do ano sintam prazer em atacar a sua semelhante. Deveria ser um dia para que cada mulher pudesse fazer valer os seus direitos, soubesse o verdadeiro significado de solidariedade e refletisse sobre o seu papel na sociedade e enquanto agende de educação das gerações mais novas.

Sim, acho que a violência doméstica/ conjugal acontece porque não há educação para a cidadania, para o respeito ao outro e, acima de tudo, há uma enorme falta de empatia para com qualquer outro ser vivo, humano ou animal.

Que em cada dia do ano, possamos celebrar os direitos conquistados não deixando de lutar por aqueles que ainda se encontram esquecidos nos meandros de uma sociedade machista. Que todos os dias sejam transmitidos valores, por homens e por mulheres, que dignifiquem a mulher e que condenem qualquer ato de violência. Que homens e mulheres partilhem responsabilidades, direitos e deveres. Que homens e mulheres se respeitem. Que desde cedo as crianças aprendam a preservar a sua intimidade e a sua integridade física e emocional. Que conheçam o verdadeiro valor de um "não", que digam "sim" convicto e autoconfiante e que jamais tenham medo de dizer "basta". 

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