Classificação: 2 Estrelas
Parti para esta leitura cheia de expetativas. Esperava encontrar um livro ternurento, emotivo e com uma relação entre avó e neta daquelas de nos ficar gravada no coração.
Infelizmente não consegui absorver estas sensações, nem sentir todas as coisas positivas que estava à espera. Foi uma leitura satisfatória que ficou um pouco longe de tudo aquilo que eu idealizei para este livro.
Diverti-me bastante com as primeiras páginas e com a Avozinha peculiar da Elsa. Foi engraçado descobrir o lado aventureiro e o comportamento "fora da caixa" que esta idosa tinha. Por vezes, Elsa era mais responsável do que ela.
Com o avançar da história, a minha relação com as personagens e com o conteúdo foi azedando. Esta má relação começou com a confusão que se instalou na minha cabeça quando a quantidade de personagens ia aumentando. Foram muitas personagens e cada uma com um motivo específico para entrar na história. Era muita informação para uma história que eu esperava ser mais simples.
Quem me acompanha há mais tempo sabe que eu não sou fã de Harry Potter, por isso lidar com as enormes referências a esta personagem literária também foi um aspeto que me desmotivou um pouco. Contudo, reconheço que este mesmo aspeto poderá funcionar como um ponto positivo para quem é fã da série que, consequentemente, conseguem perceber melhor o carácter destas referências.
Outro aspeto que me desencantou foi a forma estereotipada como abordam a questão do divórcio o impacto dele na vida das crianças.
A Elsa não foi um criança literária capaz de me deixar fortes lembranças. O seu comportamento e a sua rotina não parecia de uma menina de 8 anos. Houve momentos em que ela se comportava de uma forma demasiado infantil para a a idade. Para além deste aspeto, ainda me questionei se uma criança acerca do desenvolvimento cognitivo de uma criança de 8 anos e forma como interpretam as histórias. Do meu ponto de vista, as crianças de 8 anos já têm capacidade para distanciar aquilo que é a realidade das histórias e aquilo que é o mundo real.
Perante esta minha experiência com o livro e os aspetos que mencionei, fico com algumas dúvidas relativamente à faixa etária a quem posso recomendar este livro. Para crianças de 8 anos poderá ser um pouco complexo e com demasiadas personagens e com demasiado conteúdo narrativo. Por outro lado, sinto que para crianças mais velhas poderá ser um livro aborrecido.
Sei que há mais um livro deste autor publicado em Portugal e tem opiniões bastante favoráveis, por isso quer dar uma nova oportunidade ao autor e sedimentar melhor a minha opinião relativamente ao trabalho deste escritor.