Costumo dedicar o último post do ano a uma reflexão sobre o que termina. Hoje não só faço ao ano que termina como ao encerramento de uma década. Quando leio post antigos reconheço neles uma tristeza e um tom depressivo que, felizmente, hoje já não me acompanha com tanta intensidade. Isto talvez se deva ao facto de em 2019 eu ter conseguido desenvolver-me emocionalmente e aceitar as coisas tal como elas são. Tudo à minha volta pode não estar no ponto que eu gostaria, posso ainda não ter atingido um conjunto de objetivos que façam sentir realizada, mas passei a aceitar melhor a minha condição de vida e a mentalizar-me que as coisas nem sempre têm de correr como idealizamos.
É claro que também existiram melhorias ao nível de algumas áreas da minha vida que hoje me deixam mais serena e com maior esperança de que as coisas hão-de começar a alinhar-se.
Janeiro de 2019 será sempre recordado como o mês em que me livrei da tese de doutoramento. Dia 31 de janeiro entreguei na reitoria da Universidade aquilo que me consumiu a alma e o espírito nos últimos quatro anos. Em julho encerrei finalmente esta etapa. O dia da defesa também ficará para sempre marcado na minha memória. O sentimento de realização pessoal foi (e ainda é) enorme. Fazer um doutoramento é uma travessia dolorosa e muito desafiante, mas cresci imenso enquanto pessoa e enquanto profissional.
Assim, nesta década terminei um mestrado integrado, fiz estágio profissional, fiquei desempregada, terminei um doutoramento, trabalhei em coisas diferentes da minha área de formação e desesperei imenso por sentir que a vida gosta de me trocar as voltas e me obriga sempre a ter que lutar imenso pelas coisas. Dei aulas no ensino universitários e gostei mais do que aquilo que estava à espera. Agarrei projetos de investigação por gosto pessoal e para crescimento profissional. Ganhei pessoas novas na minha vida e fui perdendo outras.
Criei expetativas erradas com o doutoramento. Pensei que assim que terminasse surgissem mais oportunidades. Infelizmente não é algo assim tão instantâneo. Já me surgiram novas oportunidades e, aos poucos, quero acreditar que me poderei dedicar inteiramente a fazer algo ligado à minha área profissional. Até lá vou continuando com o que me vai surgindo.
Apesar de tudo sinto-me suficientemente serena para aceitar aquilo que não posso mudar e com força para lutar pelos meus objetivos. Espero que em 2020 os ventos fracos de mudança que sopraram por estes lados se intensifiquem e façam a minha vida girar.
Quanto blog espero ter disponibilidade mental para continuar e criatividade suficiente para gerar novo conteúdo.
A todos os que estão desse lado faço votos de que iniciam esta nova década da melhor forma possível. Que 2020 seja repleto de boas oportunidades e com a capacidade de vos oferecer momentos muito felizes. Que seja um ano de resoluções pessoais e profissionais.
Obrigada por estarem desse lado e por todo o carinho que me oferecem!
Book Bingo Cards foi o desafio literário que criei para 2019. Criei três cartões distintos e hoje venho mostrar-vos o resulado final.
Cartão 1: Ler livros da minha estante O primeiro cartão tinha um conjunto de categorias que deveriam ser preenchidas com a leitura de livros que faziam parte da minha estante. Em 16 categorias preenchi 12. Em seguida fica o cartão e as respetivas leituras.
Troca: Uma Paixão, Danielle Steel
Um livro que quero trocar:Loanda, Isabel Valadão
Escritora: Uma voz perdida na guerra,Cesca Major
Livro esquecido: Revelação Inesperada, Andrea Kane
O meu autor preferido: O Jardim das Flores de Pedra, Deborah Smith
Escritor: O Diário de um Mago, Paulo Coelho
O livro mais pequeno: Depois da meia noite, Diana Palmer
Um livro que pertence a uma série: Perfume de Paixão, Jude Deveraux
Indesejado:Como não morrer de forme em Portugal, Lucy Pepper
Clássico:Persuasão, Jane Austen
Calhamaço (mais de 400 páginas): Até sempre, meu amor, Lesley Pearse
Prenda de aniversário: A nona vida de Louis Drax, Liz Jensen
Cartão 2: Nacional O segund cartão era dedicado aos escritores nacionais... Aqui foi uma verdadeira vergonha nacional. Em 16 categorias preenchi apenas quatro.
João Tordo:O Bom Inverno
João Pinto Coelho: Os Loucos da Rua Mazur
José Saramago: Ensaio sobre a Cegueira
Carla M. Soares: O Ano da Dançarina
Cartão 3: Genérico O último cartão era genérico e tinha diversas categorias. Em 20 categorias completei 18.
De todos os cartões, aquele que mais me envergonha é o segundo cartão. Este ano não dediquei muitas leituras aos escritores(as) nacionais, algo que não é habitual em mim. Relativamente aos outros dois cartões fiquei bastante satisfeita com o resultado apesar de não ter conseguido fazer Bingo.
Este ano criei um desafio que para ler romances. Estava muito entusiasmada e queria arrumar com alguns romances que tinha aqui na estante.
O desafui tinha 12 categorias e deixei apenas uma por preencher.
Aqui ficam as minhas leituras para cada uma das categorias que consegui preencher.
Casas comigo? - Um livro com um casamento por conveniência, forçado ou arranjado que acaba em amor.
Há mais mundo para descobrir - Um livro de um(a) escritor(a) que não seja português(a), nem americano(a) nem inglês(a). - Deixa-me Odiar-te, Anna Premoli
Dor de amor - Um livro que aborde a questão da violência doméstica. - Em nome do amor, Lesley Pearse
Quem ama cuida - Um livro cujo(a) protagonista tem de enfrentar alguma doença física ou psicológica. - O Ano da Dançarina, Carla M. Soares
Amor em tempos de guerra - Um livro cuja ação romântica decorra durante um período de guerra. - Uma voz perdida na guerra, Cesca Major
Três é demais - Um livro com um triângulo amoroso. - Os Loucos da Rua Mazur, João Pinto Coelho
Da amizade nasce o amor - Um livro em que a amizade dê lugar ao amor. - A Caminho do Altar, Julia Quinn
Crime e paixão - Um romance que surge no meio de uma investigação criminal. - Revelação Inesperada, Andrea Kane
É difícil viver a dois - Um livro com drama conjugal (ex: infertilidade, traição...). - Uma paixão, Danielle Steel
Voltei aos teus braços - Um livro que aborde um amor reencontrado. - Loanda, Isabel Valadão
Romeu e Julieta - Um livro em que a diferença de classes separa um casal. - Uma Verdade Simples, Jodi Picoult
Amor intemporal - Um livro onde o amor sobrevive à morte e/ou alguma tragédia pessoal. - Amor Cruel, Colleen Hoover
Apesar de não ter conseguido completar este desafio, o balanço é positivo pois só ficou a primeira categoria por preencher (que poderia ter facilmente preenchido por algum romance de época - nenhum dos que eu li se enquadrava na categoria).
Não irei repetir este desafio em 2020, mas se alguém se sentir tentado a fazê-lo podem levar as categorias. Depois partilhem comigo as leituras que fizeram.
Pela primeira vez decidi participar no desafio criando pela autora do blog Manta de Histórias. É um desafio de leitura com 32 categorias distintas.
Eu gostava de ter conseguido preencher este cartão, mas fiquei-me pelo preenchimento de 23 categorias. Sempre que possível tentei encaixar as minhas leituras nas categorias, mas nem sempre consegui ler livros que se adequassem. Porém fiquei muito contente pelo número alcançado.
Em seguida apresento o cartão e as leituras que fiz em função das categorias pré-definidas.
Protagonista é um homem: Marina, Carlos Ruiz Zafón
Um YA:Amor Cruel, Colleen Hoover
Livro escrito por uma mulher:Uma paixão, Danielle Steel
Autor português nunca lido:O Bom Inverno, João Tordo
Livro com um nome de uma cidade no título:Loanda, Isabel Valadão
Um Romance:A Caminho do Altar, Julia Quinn
Livro com um título longo:A Rapariga que Veio do Frio, Gilberto Pinto
Uma novidade:Uma voz perdida na guerra, Cesca Major
Livro emprestado: Às cegas, Josh Malerman
Livro publicado em 2018:Uma Verdade Simples, Jodi Picoult
Um policial: Revelação Inesperada, Andrea Kane
Livro escolhido pela capa: Uma Noite no Expresso do Oriente, Veronica Henry
Ebook:A Minha Avó Pede Desculpa, Fredrik Backman
Qualquer livro à tua escolha: Os Últimos dias dos Romanov, Robert Alexander
Livro de um autor que gostes muito e que não tenhas lido: O Jardim das Flores de Pedra, Deborah Smith
Um thriller: Desaparecidas, Tess Gerritsen
Um livro sobre a Segunda Guerra Mundial: Os Loucos da Rua Mazur, João Pinto Coelho
Um livro cuja ação tem lugar em Portugal: O Ano da Dançarina, Carla M. Soares
Livro há muitos anos na estante: Perfume de Jasmim, Jude Deveraux
Um livro de não ficção:Como não morrer de forme em Portugal, Lucy Pepper
Um clássico: Persuasão, Jane Austen
Um livro de capa vermelha:Espero por ti este Inverno, Luanne Rice
Hoje quero apresentar-vos os desafios de leitura para 2020. Este ano decidi criar desafios mais centrados em números do que em categorias. Irei repetir alguns do ano passado e tenho uns novos para vos mostras. Começando pelos repetentes...
Desafio de leitura Manta de Histórias 2020
Acho este desafio muito engraçado e por isso quero repetir. Será que consigo preencher mais categorias do que na edição de 2019?
Abecedário Literário
Este é mais um desafio repetido, só lhe troquei o nome (em 2019 ficou apelidado "De A a Z"). O desafio é simples: preencher o abecedário com o sobrenome de escritores.
Português no Feminino e no Masculino
Em 2014, eu e a Marta (de um blog já extinto) criamos o desafio Português no Feminino que consistia em cada mês do ano ler um livro de uma escritora portuguesa. Depois avancei sozinha com o desafio Português no Masculino que consistia em ler um livro de um escritor português por mês. Este ano decidi juntar os dois desafios num só e sem a pressão de ser um por mês. Assim, em 2020 quero ler 6 livros de escritoras e 6 livros de escritores de nacionalidade Portuguesa.
Mestre do Crime
Policiais, thrillers, livros de suspense estão muito presentes nas minhas leituras. Dado este facto decidi criar um desafio para alimentar mais esta minha tendência.
É um desafio por níveis e que pressupõe continuidade. Assim, o primeiro nível será ultrapassado depois de ter lido 3 livros e em que um desses livros foi escrito por uma mulher. O segundo nível será ultrapassado quando tiver lido 8 livros (3 do nível anterior + 5 livros). Uma das novas leituras deverá ser escrita por um escritor de nacionalidade portuguesa. Relativamente ao nível 3, o número de livros lidos sobe para 14 (8 do nível anterior + 6). Mais um vez, dentro destas novas leituras deverá estar um livro publicado em 2020. Por fim, o último nível é atingido ao fim de 20 livros lido (14 do nível anterior + 6). Dentro destes seis últimos livros 3 deles deverão ser escritos por escritores de nacionalidade diferente da americana.
As categorias deverão ser preenchidas pelas novas leituras que pertencem ao nível em que se encontram. Por exemplo, se nas três primeiras leituras constar um livro escrito por um escritor francês, ele não pode ser usado para preencher a categoria do último nível.
Pirâmide Literária
Este é mais um desafio literário criado por mim e será o último desafio a que me preponho em 2020.
É também um desafio composto por níveis. Aqui não têm de respeitar a ordem das categorias, porém o nível só fica preenchido se completarem todas as categorias.
Quais serão os vossos desafios para 2020? Irão fazer algum dos que eu criei? Caso decidam fazer algum dos meus, por favor partilhem. Terei muito gosto em acompanhar as vossas leituras.
É a primeira vez que estou a escrever sobre este projeto aqui na minha nova casa. Em 2015, eu e a Daniela demos início a um projeto conjunto que nos tem dado muitas alegrias. É um projeto em que emprestamos livros nossos uma à outra. A parte engraçada é que nunca sabemos o que vamos receber. O livro enviado é sempre uma surpresa!
Já há algum tempo que não recebia nada. O último livro que lhe enviei era denso e roubou-lhe mais tempo de leitura. Mas ela acabou a leitura e já me enviou um novo livro. Fiquei muito contente quando abri o envelope e vi a escolha dela. Curiosos(as)?
O livro por ela escolhido foi... "O ClubeMefisto" de Tess Gerritsen
Provavelmente esta será a minha última leitura do ano, por isso foi uma ótima aposta por parte da Daniela.
Agora passem no blog da Daniela para lerem sobre aquilo que a motivou a enviar-me este livro.
O primeiro livro de Chris Carter que li conquistou-me pela forma inteligente com que o autor construiu toda a narrativa. Esta é a minha terceira leitura dos livros do autor e só reforçou todas as minhas primeiras impressões.
"Uma Mente Perversa" tem uma linha narrativa que torna este livro distinto dos livros anteriores. Mais centrado em interrogatórios e na vida de Robert Hunter, o inspetor chefe. Foi este livro que me permitiu conhecer melhor o homem inteligente que se dedica a investigar e resolver crimes macabros. E gostei tanto de o conhecer. Foi como aceder se descobrisse as camadas que envolvem um daqueles amigos por quem nutrimos um sentimento especial mesmo conhecendo muito pouco da vida privada. Ao mesmo tempo que ia "descascando" as fases de vida de Robert o meu coração ia-se apertando um bocadinho mais. Eu sei que é só ficção, mas há algo na forma como Chris Carter escreve os seus livros que faz com que me sinta num mundo real. E, lá no fundo, aquilo que aconteceu ao Robert não é impossível de acontecer.
Ao mesmo tempo que o meu coração se apertava, o estômago deu algumas cambalhotas resultantes de níveis elevados de repugnância relacionados com os crimes que iam sendo apresentados. Tal como os anteriores é um livro muito gráfico e onde conseguimos aceder a particularidades impressionantes.
A pessoa responsável pelos crimes é-nos apresentada de forma brilhante. Ao contrário dos outros livros, em que me via envolvida por uma teia alucinantes de acontecimentos, este exige uma leitura mais pausada. A densidade emocional que pauta a pessoa responsável pelos crimes e a sua complexidade psicológica convidam a uma leitura mais lenta de forma a ser possível assimilar a imensidão de tudo o que aconteceu.
Dentro deste género literário, Chris Carter é, para mim, um dos melhores escritores da atualidade. É inteligente nas narrativas que cria, escreve bem e consegue sempre envolver-me nas histórias de uma forma que vai para além daquilo que escreve.
Nota: Este livro foi-me disponibilizado pela editora em troca de uma opinião honesta. Leitura com o apoio de...
Gosto do espírito de Natal. Gosto da magia que geralmente associamos a esta data.
O ideal é que a magia, a solidariedade e as emoções positivas que marcam esta data se mantenham ao longo de todos os nos dias do ano.
Desejo um Feliz e Mágico Natal a todos os meus leitores, amigos e pessoas que abdicam um pouco do seu tempo para ler o que por aqui vou escrevendo. O mesmo desejo e às editoras que me possibilitam novas leituras e que contribuem para o dinamismo deste espaço.
Acima de tudo desejo que sejam dias felizes e cheios de bons sentimentos para todos vocês.
"A Nona Vida de Louis Drax" estava na minha estante há mais de um ano. Gosto de livros com personagens infantis. Gosto de ler narrativas que se centrem em crianças e nas suas famílias. Por estas duas razões eu tinha interesse neste livro e em descobrir o que é que estas páginas me reservavam.
Foi uma leitura um pouco estanha. Os meus sentimentos relativamente àquilo que ia lendo iam mudando. Houve confusão, entusiasmo, desconfiança... mas a minha antipatia para com a mãe do Louis acompanhou-me ao longo de toda a leitura. Não gostei da mulher! Sempre achei que haviam ali aspetos que não estavam bem explicados. Louis é uma criança com elementos muito particulares. Foi interessante acompanhar o seu papel ao longo do desenvolvimento da narrativa e, no fim, conseguir encaixar tudo aquilo que ele nos foi oferecendo.
É um livro desconcertante e com uma narrativa negra e emocionalmente pesada. É um livro escrito de forma inteligente e com elementos perturbadores. Não deixou grandes marcas emocionais em mim. Gostei de ler, mas não teve tanto impacto como eu esperava que tivesse.