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Por detrás das palavras

As leituras obrigatórias estão fora de validade?

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Tenho-me cruzado com algumas vozes a alertarem para a necessidade de se alterarem as obras de leitura obrigatória na disciplina de Português. As opiniões fundamentam-se na antiguidade das obras, no facto de serem de difícil leitura para os jovens, por não cativarem a população mais nova para a leitura, entre outras.

Eu não me revejo nestas opiniões. Não acho que se devam mudar as leituras que integram os programas curriculares. O que acho que deve mudar é a forma como convidamos os jovens para a leitura.

Mas vamos por partes. Há jovens que gostam de ler. Porém, nos dias de hoje, a oferta ao nível dos conteúdos digitais e de outros elementos de distração oferecem aos jovens de hoje conteúdos mais apelativos e de consumo mais instantâneo. Este tipo de oferta sacia (por vezes falsamente) as suas necessidades imediatas. Tudo acontece demasiado depressa e a leitura exige tempo, contemplação e reflexão. E grande parte dos jovens considera um desperdício de tempo ler. Acho que daria um estudo interessante perceber o que é que está por detrás de um jovem e de um jovem que não lê e nem demonstra interesse para a leitura.  

É aqui que reside a luta: como motivar os jovens para a leitura quando eles têm outras coisas para fazer e que acham mais interessantes. Eu não tenho a receita! Vou tentando alinhar livros com os jovens que vou conhecendo, vou-lhes falando das histórias e vou permitindo que eles explorem os livros. Contudo, perdem o entusiasmo muito facilmente. A maior parte dos miúdos com quem trabalho nunca foram cativados para os livros. Em casa não há esta cultura de leitura. Isto pode condicionar os hábitos, mas não determina o comportamento de nenhum deles. Os meus pais nunca foram leitores e eu tornei-me leitora.

Tornei-me leitora porque na escola primária fizerem um bom trabalho. Líamos imenso e, todos os meses, tínhamos a visita da biblioteca itinerante que era sempre uma animação. É claro que nem todos se tornaram leitores, mas no meu caso foi determinante. Assim, acho que a receita poderá passar por aqui: trazer as crianças e os jovens para o mundo dos livros.

É frequente ouvir “Para que é que vai ler o livro se pode ver o filme? Acaba por dar tudo no mesmo!”. Costumo dizer-lhes que não é bem assim e tento dar exemplos concretos, mas isso não os convence. Segundo os “meus” jovens ler dá demasiado trabalho, não sentem que seja uma coisa apelativa.

Se não gostam de ler, se não sentem curiosidade pelos livros é óbvio que irão sentir mais dificuldade com as leituras para escola, independentemente de qual seja o livro que lhes é apresentado. Também é óbvio que quando confrontados com a necessidade de ler “Os Maias”, mais facilmente se atirem aos resumos ou a ver as adaptações que foram surgindo.

As leituras obrigatórias no ensino secundário (que não são assim tantas, podem consultá-las neste documento) reúnem um conjunto de autores que espelham a evolução da literatura portuguesa. São conteúdos que mostram a história de um país e que pretendem dotar as pessoas de cultura e conhecimento. Se são leituras complexas, claro que são! Mas não é suposto a escola contribuir para o desenvolvimento cognitivo e estimular o sentido crítico dos alunos?

(Uma leitora alertou-me para o facto do documento partilhado estar desatualizado. Existe um novo que aborda as aprendizagens essenciais, por disciplina e por ano de escolaridade. Coloco aqui o que ela me deixou em comentário:  "Em vigor estão as aprendizagens essenciais juntamente com o Perfil dos Alunos. Além disso os professores de português têm projetos de leitura, em algumas escolas têm que ler um livro por período e noutras um por ano. E é um livro à escolha deles, normalmente dentro da lista do plano nacional de leitura que como dizes é atual e vasta.")

Do meu ponto de vista, acho que o problema é a falta de equilíbrio, ou seja, a par destas obras mais complexas o programa curricular poderia ter um projeto de leitura com livros mais próximos da realidade deles. Por exemplo, pegar em livros que abordem o consumo de drogas, os comportamentos de risco e, a partir deles, criar fóruns de discussão. Há unidades curriculares mais relacionadas com a promoção da cidadania onde um projeto deste género poderia ser maravilhoso. Também seria uma forma de valorizar o Plano Nacional de Leitura que tem obras mais diversificadas e recentes e que me parecem capazes de cativar o público mais jovem e proporcionar boas discussões (e.g. “Wonder”, “O Rapaz do Pijama às Riscas”, entre outros). Porém, é importante escolher uma boa metodologia de ensino-aprendizagem. Quero dizer com isto que não basta dizer “Podem ler o que quiserem para depois discutirmos”, pois não é o livro ser “mais fácil” que o vai trazer para a leitura. É importante criar um contexto estimulante e em que os alunos se sintam como parte fundamental do projeto.

Em suma, eu acho que as leituras obrigatórias são importantes para conhecer a nossa história literária e para transmitir cultura. A pouca adesão dos jovens à leitura é um problema que ultrapassa as obras e os autores que fazem parte do plano curricular. É algo mais estrutural. Para mim, o grande desafio estará sempre do lado dos professores de Português que, desde muito cedo, poderão ser responsáveis por ativar o bichinho da  leitura que vive dentro de cada um de nós.

Opinião | "Ao teu lado" de Ana Ribeiro

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Ao contrário daquilo que possam pensar, não é fácil escrever sobre um livro que não gostei. É uma tarefa complicada! Enquanto desmontamos o quanto não gostamos de um livro, acabamos por ferir um pouco os sonhos daquele(a) que o escreveu. Torna-se ainda mais complicado quando é um livro escrito por um autor português.

Antes de escrever a opinião, enviei um e-mail à Ana (a autora do livro) com uma série de aspetos que acho que ela poderá melhorar na narrativa. Ela tinha disponibilizado o livro de formar gratuita e eu decidi arriscar a enviar-lhe uma visão mais detalha e pessoal. Tive a sorte de as minhas sugestões terem sido bem recebidas.

Li o ebook em epub. Não estava completo, devido a algo alheio à autora. Neste momento estou a ler o que me resta, mas ao mesmo tempo a fazer revisão. Por este motivo, decidi publicar a opinião relativa às paginas que li apenas enquanto leitora. Tenho uma veia de ovelha ronhosa muito saliente, por isso não seria justo vir escrever sobre o que estou a rever. 

Enquanto leitora, devorada de histórias e que se derrete com boas histórias de amor este livro ficou longe de me satisfazer os sentidos. A história de amor pobre, com incongruências à mistura e cheia de estereótipos deu cabo do meu cérebro. Os meus dedos vibravam com a necessidade de escrever comentários e fazer correções. O livro merecia crescer, o amor merecia sair daquelas páginas para o coração do leitor, porém faltava-lhe a magia de uma história bem narrada, com personagens reais e com descrições capazes de estimular os sentidos.
Os acontecimentos, as personagens e a forma como a autora decide dar corpo às ideias que andam na sua cabeça carecem de mais trabalho. É importante dar um tom credível àquilo que queremos oferecer ao leitor. Além da credibilidades, é importante humanizar as personagens, dando-lhe qualidades e defeitos. Sei que não é fácil materializar em palavras aquilo que nos vai na imaginação, mas é importante transformar a nossa imaginação numa história que prenda o leitor e que o envolva nos acontecimentos.

Aos diálogos falta-lhes a garra e a capacidade de os materializar enquanto situações reais. Também lhes falta emoção. A narração precisa de mostrar mais o que se está a passar do que apenas contar o que vai acontecendo.

Outra dor de cabeça para mim foi a pontuação. Não sou a Guro das regras gramaticais, também dou os meus pontapés, porém a pontuação neste livro dificultou a leitura pois algumas passagens tornavam-se confusas.

Falar sobre livros é subjetivo. A minha experiência com este livro não foi a mais feliz, porém no Goodreads existem muitas vozes contrárias à minha, e ainda bem que existem. Acima de tudo, espero que sejam sinceras e que transmitam aquilo que verdadeiramente sentiram na leitura. 
Devido a esta subjetividade, eu procuro opiniões literárias junto das pessoas que partilham alguns dos meus gostos ou cuja fundamentação me convence. Posto isto, esta minha opinião é o reflexo da minha experiência com o livro. E vocês poderão viver uma experiência completamente diferente. É nesta diferença que o mundo enriquece. Por isso, se gostaram do livro, se tiveram outra visão sobre as coisas, comentem! Assim, quem cá passar poderá conhecer experiências de leitura diferentes. 

Por detrás da tela | "Christmas in Angel Falls" (2017) e "Before we go" (2014)

"Christmas in Angel Falls"

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Ver filmes de Natal fora de época sabe-me bem. Geralmente são filmes que não exigem muita energia e passam sempre uma mensagem de esperança e positivismo. 
"Christmas in Angel Falls" é um filme natalício, onde um anjo fica responsável por ajudar uma localidade a recuperar o espírito de Natal.

Por entre momentos divertidos e romance vamos descobrindo os motivos que arruinaram as vivência natalícias naquela cidade. Ao mesmo tempo que se desvendam os problemas, abre-se caminho à sua resolução. Como podem ver, a linha narrativa é bastante descomplicada e o filme cumpriu a sua função de entreter e proporcionar uma viagem à magia que só os dias natalícios oferecem. 

É um excelente filme para descontrair e reviver as coisas boas que só o Natal consegue oferecer.

"Before we go"

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Quando comecei a ver este filme, de forma instantânea, a minha memória viajou até outro filme. "Before we go" recordou-me "Before sunrise", um dos meus filmes preferidos. Esta recordação não favoreceu muito a forma como assisti a este filme, uma vez que foi inevitável fazer comparações. 

Ambos os filmes partem da mesma premissa, contudo acabam por diferir na forma como a operacionalizam e como constroem a narrativa em torno de dois desconhecidos que se cruzam de forma inesperada. 

Eu gostei do filme, porém foi incapaz de me conquistar na totalidade. A química entre os dois atores não esteve ao nível das minhas expetativas e os diálogos que protagonizaram não me cativaram muito no início.
Com o desenrolar do filme a minha relação com o mesmo foi melhorando. O meu interesse aumentou e as cenas finais conseguiram emocionar-me. 

O enredo não é complexo, o que facilita a envolvência com o filme.Tem uma forte carga dramática o que possibilita ao telespetador construir alguma empatia com as personagens. No meu caso, a empatia não fio maior porque estava sempre a lembrar-me do Jesse e da Céline e dos seus devaneios filosóficos apaixonantes. 

Um bom filme para uma tarde descontraída de domingo.

 

 

Alma Lusitana

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🌞 Porto: Um autor que nunca tenhas lido, mas que está na tua lista
Nuno Amado. Tenho na estante o livro "À espera de Moby Dick" e tenho alguma curiosidade para ler este livro.

🌞 Aveiro: Um livro para morar
"O Ano da Dançarina" de Carla M. Soares. É um livro que retrata uma realidade algo semelhante à que vivemos atualmente. Gostava de viver ali uns tempos e conhecer aquelas personagens e viver num tempo fora do meu.

🌞 Coimbra: Um livro do teu autor favorito
Acho que ainda não li livros suficientes de um escritor nacional para o ter como um dos meus escritores favoritos. De entre as minhas leituras, a escritora que eu destaco é a Célia Loureiro. O último livro dela, "Os pássaros", mostra que a escrita dela está cada vez melhor. 

🌞 Leiria: Um livro para reler
"Ensaio sobre a cegueira" de José Saramago. Li-o o ano passado e fiquei com a sensação de que não consegui absorver a imensidão daquele livro. Acho que é daqueles livros que nos oferece algo novo sempre que decidimos lê-lo novamente.

🌞 Ericeira: Um livro que te transporta para uma zona do país que gostas
"A sombra de um passado" de Carina Rosa. Parte da ação do livro passa-se no Porto. Eu adoro o Porto. Não me importava nada de lá viver.

🌞 Guimarães: Um livro que deveria ter uma adaptação cinematográfica
"Perguntem a Sarah Gross" de João Pinto Coelho é dos melhores livros de escritor nacional que eu já li. Adorei o livro e a forma como a narrativa se desenvolveu. Acho que daria um excelente filme. 

🌞 Sintra: Um livro de poesia
Já há muito tempo que não leio um livro de poesia. O último que li foi "Os meus poemas não rimam" de Ana Beatriz Cruz.

🌞 Bragança: O primeiro autor que leste
Sophia de Mello Breyner Andresen. "A fada Oriana", "A menina o mar" e "O cavaleiro da Dinamarca" são livros que marcaram a minha infância. Histórias que jamais irei esquecer.

🌞 Gaia: Um livro infanto-juvenil
Aos 13 anos vivi a minha primeira experiência de leitura compulsiva. No meu aniversário ofereceram-me o livro "A lua de Joana" de Maria Teresa Maia Gonzalez e li-o o mais depressa que a minha vida de 13 anos me permitiu. Foi o livro que protagonizou a minha primeira maratona literária noturna. Lembro-me de faltar pouco para terminar o livro e de não me conseguir deitar sem o ler todo. Reli o livro imensas vezes. 

🌞 Lisboa: Um livro que mencione outras expressões artísticas
"O escultor" de Carina Rosa. É um livro que tem algumas referências ao mundo da escultura.

🌞 Braga: Um livro passado na tua estação favorita
Tive dificuldade em escolher um livro para esta categoria. Não me recordava de nenhum livro que se passasse exclusivamente no outono ou na primavera. Por isso, decidi escolher um livro cuja a ação decorre em diferentes estações (perdoem-me a aldrabice). O livro é "Inês" de Maria João Fialho Gouveia.

🌞 Óbidos: O livro com a capa mais bonita
"Uma mulher respeitável" de Célia Loureiro. Um capa lindíssima!

Novidade | Nas páginas do meu caderno

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O desafio de escrita dos pássaros veio confirmar o meu gosto pela escrita... Infelizmente acabei por abandonar porque não conseguia escrever todas as semanas.
A pressão para escrever nem sempre ajudava, mas ficou esta vontade de escrever mais. 

Então decidi criar uma nova rubrica aqui para o blog. Um espaço onde poderei escrever textos ficcionais e não ficcionais. Um espaço para escrever sobre tudo e sobre nada.

É um espaço aberto e que eu quero que seja dinâmico, assim, vou deixar que vocês me sugiram temas. Se se quiserem juntar, serão bem-vindos. 

Conto fazer duas publicações por mês (nos dias 11, e 22 de cada mês). 

Adoro escrever cartas, e quero aproveitar este meu gosto pessoal para interagir com vocês. Então, poderão intervir nestas publicações de duas formas:

  1. Sugestão de remetentes e destinatários (por exemplo, podem pedir-me que eu escreva uma carta em específico - de um pai para um filho desaparecido, de um animal abandonado no canil para o dono que o abandonou - a imaginação é o limite). 
  2. Envio de uma carta (poderá ser ficção ou realidade - não preciso de saber) à qual eu terei de dar resposta. A carta que me enviarem será publicada dois dias antes aqui no blog. Caso queiram manter o anonimato, estejam à vontade. 

Fico à espera das vossas sugestões ou cartas no meu e-mail pordetrasdaspalavras@gmail.com.
Caso queiram participar no desafio é só manifestarem o vosso interesse também por e-mail. Não se esqueçam de me dizer onde poderemos ir ler as páginas dos vossos cadernos.

Por detrás do autor | Ana Ribeiro

Já há muito tempo que não publico uma entrevista a um escritor. Hoje é o dia de colmatar esta falha.
Para este regresso trago-vos a entrevista que fiz à escritora Ana Ribeiro.

1. Ana, para quem não te conhece, faz uma pequena apresentação de ti. O que é que a Ana escritora tem desta Ana enquanto pessoa?
Chamo-me Ana Ribeiro, tenho 32 anos, vivo em Chaves e sou licenciada em Análises Clínicas, mas, infelizmente não exerço. Considero-me uma pessoa, simples, humilde, tímida e sonhadora. A Ana escritora tem de mim o lado sonhador e persistente. Ser jovem autora exige muita persistência e paciência.

2. Quando é que começaste a escrever? Como é surgiu essa ideia?
Sempre gostei de escrever, porque sempre fui muito tímida; por isso a escrita era um refúgio, uma forma de comunicar com os outros. No início da adolescência escrevia muitos diários pessoais, uma coisa que durou até aos vinte e poucos anos; onde guardava as alegrias e as tristezas, o dia-a-dia e gostava de participar em desafios de escrita que me chegavam na revista trimestral do Clube Caminho Fantástico da Caminho que me chegava a casa. Foi assim que tudo começou.

3. O que é que te motiva na escrita? Qual a parte mais fácil e qual a parte mais difícil?
Poder contar histórias aos outros, para além disso gosto de abordar temas quando escrevo uma história, e gosto de fazer as pessoas refletir sobre esse tema. A parte mais fácil é o processo de criação, onde podemos deixar a inspiração e a criatividade fluir à vontade, gosto de vivenciar o que escrevo, de sentir a história na pele; a parte mais difícil é a publicação do livro. O mercado apoia pouco os jovens autores, ainda se foca muito nos autores que lhe dão lucro imediato e muitas das editoras que estão hoje no mercado cobram pela publicação e aproveitam-se do trabalho dos autores. O autor paga, o livro é impresso e muitas vezes nem chega ao mercado e isso faz com que muitos bons autores desistam de escrever e de publicar.

4. Como foi o processo de criação do livro “Ao teu lado”?
Foi um processo intenso, longo e moroso, uma boa parte da primeira versão da história foi escrita à mão e as ideias eram tantas que chegava a acordar durante a noite para escrever. Inicialmente estava pensado para ser uma história infantil que me propuseram em 2011 depois de participar numa feira do livro, mas, as ideias foram tantas que acabou por transformar-se num romance. A história teve várias versões e costumo dizer que acompanhou o meu percurso literário porque muito do que fui aprendendo foi posto em prática neste livro. A versão final só começou a ser preparada em 2016 quando decidi publicar a história em livro.

5. Onde te inspiraste para escrever a história do Miguel e da Ana do livro “Ao teu lado”?
A amizade de Ana e Miguel é inspirada numa amizade minha. Dei ao Miguel o nome de um amigo meu que me apoiou imenso neste percurso, a forma de lhe agradecer foi trazê-lo para um livro meu, o que tornou o processo de escrita da história especial. A viagem que Ana e Miguel fizeram ao Parque Nacional dos Picos da Europa, é a descrição da viagem que eu fiz em 2012 e 2016. O resto é pura ficção fruto de ideias que foram surgindo.

6. Quais os projetos futuros relativamente à escrita?
Posso adiantar que tenho o novo livro já pronto, que conto publicar para o ano. Vai ser o meu regresso à poesia, depois do primeiro livro publicado há nove anos. Surgiu há algum tempo a ideia de celebrar estes 10 anos do primeiro livro com um livro novo de poesia, espero que a situação que atravessamos me permita concretizar o que tenho em mente, mas é tudo ainda incerto.

Tenho algumas histórias escritas, mas inacabadas que conto publicar no futuro, a preparação de “Ao Teu Lado” para a Amazon foi um processo longo, o manuscrito precisou de várias alterações (muitos momentos do livro tiveram que ser resumidos para a publicação e alguns leitores sugeriram que os desenvolvesse) e correções que a editora não fez, nomeadamente erros ortográficos e de formatação que ficaram, obrigando-me a abandonar o que estava a escrever. A divulgação da obra foi toda feita por mim, por isso, desde 2017 que me tenho dedicado a este livro. Espero regressar em breve a novas histórias.

Da complexidade destes dias....

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A última semana foi das piores semanas para mim desde que o confinamento começou.
Eu pertenço ao grupo daqueles que não se está a dar muito bem com o teletrabalho. Se há coisas que acho que funcionam, outras há que me tem deixado extremamente esgotada. 

O facto de não ter um trabalho fixo dificulta as coisas. Senti-me "atacada" por diferentes frentes com prazos apertados e com reuniões online que só atrasam mais os processos. Foram duas semanas a trabalhar ininterruptamente! Isso esgota, aumenta a frustração de quem vive na incerteza e deixou-me com uma certa aversão ao computador. 

A vida online não é fácil. Reuniões que se estendem por muitas horas, vários pedidos em simultâneo, tarefas atrás de tarefas. 
Inicio uma semana de exercício físico diário, para na semana a seguir nem a conseguir cumprir porque mesmo depois do jantar tenho que aqui vir. 

Às vezes pergunto-me se a culpa é minha e que não sei gerir um horário de forma decente. Outras vezes sinto o peso de um emprego incerto e instável. Outras vezes é apenas a tristeza de não me encontrar numa posição mais confortável e que me possibilitasse fazer outras coisas.

Por isso, durante a quarentena li pouco! Sempre que apanhava algum tempo livre era mais fácil passá-lo em frente à televisão a ver um filme ou uma série.
O país, aos poucos, vai saindo da sua hibernação. Nada será como antes. É certo que temos de aprender a lidar com vírus, pois este confinamento a longo prazo torna-se insustentável. 

A ver se esta semana consigo fazer publicações mais regulares.

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