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"Good Girls Revolt" é uma série cuja a ação decorre no final dos anos 60 e narra a vida de um grupo de jornalistas de uma revista na cidade de Nova Iorque.
Vi o primeiro episódio com aquela atitude de deixa lá ver se isto é interessante. No final do primeiro episódio o meu pensamento foi demasiado interessante, é para continuar a ver. E lá seguiram 10 episódios preenchidos por peripécias e dilemas que marcaram aquela época e que, hoje em dia, não deixam de ser atuais.
O feminismo marca a série. O papel da mulher na sociedade e a forma como os locais de trabalho olham para o contributo enquanto trabalhadoras qualificadas está intrincado em todos os episódios. Há também lugar para as desigualdades salariais, para o racismo e para a guerra. E, no meio de todos estes problemas sociais, há lugar para a luta. A luta de um grupo de mulheres que quer ser ouvido, que quer ver o seu trabalho realizado, que quer poder assinar os textos que escrevem para o jornal.
Patti representa a voz mais ativa. Aquela que se sente injustiçada e não se resigna àquilo que é esperado para as mulheres da sua geração. Ela quer mais e vai à procura de mais. É este seu espírito aventureiro que contamina outras raparigas e, com ajuda da Eleanor, assistimos a uma libertação feminina. Acho que a Cindy foi das que mais beneficiou desse libertação. Ela representa o socialmente expectável por parte das mulheres daquela época. A Jane foi a que mais me surpreendeu, porque era daquelas personagens ambíguas que apesar de saber o que queria toma consciência de outros caminhos que a irão fazer mais feliz.
Infelizmente só tem uma temporada. O último episódio deixa tantas coisas em aberto que é uma pena não terem dado seguimento à série.
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Cara Hunter tem uma forma muito pessoal de construir as suas histórias. Ela vai aos pormenores e oferece ao(à) leitor(a) uma experiência de leitura que o(a) aproxima dos acontecimentos de uma forma inexplicável. Nós estamos ali!
Podemos ver relatórios, entrevistas, notícias, opinião pública... Isto para mim faz a diferença porque dá um toque de originalidade ao livro.
"Sem saída" apresenta-nos uma narrativa complexa. Está tão bem encadeada que me levou a meia dúzia de becos sem saída; ou seja, eu lá ia formulando as minhas teorias e a escritora trocava-me sempre as voltas.
Michael é o rosto de uma família destroçada. Um homem que liga as personagens e os acontecimentos. Foi ele o responsável pelas voltas e becos sem saída que iam passando pela minha mente. A minha ideia em relação a ele flutuou imenso ao longo da leitura. É engraçado que acho que isto só aconteceu porque a escritora fez um belíssimo trabalho de caracterização. Uma personalidade algo flutuante, conjugada com acontecimentos e conflitos certos permite um conjunto de sentimentos ambivalentes a ele.
Paralelamente, a narrativa vai permitindo que alguns aspetos relativos as personagens residentes sejam desenvolvidos. Considero este cuidado muito importante, pois ganho uma ligação diferente com as personagens.
É claro, o livro termina deixando em suspenso pontos importantes para o volume seguinte.
A escrita é fluída, envolvente e articula-se de uma forma eficaz para narrar uma história complexa e cheia de reviravoltas.
Em suma, "Perto de casa" conquistou-me o coração. "No escuro" inundou-me de adrenalina e deixou bem claro o talento de quem o escreveu. "Sem saída" conquistou-me o intelecto e solidificou todas as sensações e emoções positivas que só uma boa leitura sabe semear. Sinto-me conquistada a cada livro lido!
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A lista de hoje é preenchida por títulos de livros que poderiam dar bons título de músicas.
O que é que acham? Eu até consigo imaginar as temáticas para algmas possíveis músicas.
Partilham comigo aquele título que acham que daria um belo título musical.
Longe vai o tempo em que Nora Roberts era uma aposta segura. Os últimos livros que li da escritora não conseguiram encantar-me. Não foram capazes de me fazer vincular às personagens e às suas vivências.
Foi estranho para mim ler este livro. Senti-me desconectada com tudo o que ia acontecendo. Acabou por ser uma leitura pouco intensa e que não me desperto muitas emoções. Nem as descrições das paisagens idílicas da Irlanda foram suficientes para me deixar a sonhar com viagens.
"As joias do sol" é um livro que nos conta a história de Jude, levando-nos pelos caminhos da sua auto-descoberta. É uma mulher descontente com o seu presente e que vai para a Irlanda em busca de algo que lhe faça sentido e que acalme a sua impaciência.
E depois? Depois juntam-se os ingredientes comuns aos vários livros de Nora Roberts: romance, magia e cenas mais eróticas.
Talvez tenham sido as componentes mágicas que me incomodaram a leitura. Ou então a fórmula de construir relações literárias que já não conquista nem faz com que o meu coração palpite de entusiasmo. Na realidade, e olhando para tudo com mais clareza, acho que foi a conjugação destes dois aspetos, aliados a minha baixa disponibilidade mental para ler que interferiram nesta minha experiência literária.
Guardo desta leitura a experiência minimamente agradável, mas que facilmente irei esquecer. Cumpriu o seu propósito de entreter, mas não ganhou espaço nas minhas preferências.
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Foi com uma enorme surpresa que num dia desta semana me deparo com outro exemplar "Correria dos pássaros presos" de Ana Gil Campos.
Com ele vinha uma carta onde explicava que este era uma exemplar para eu sortear entre os meus leitores.
Eu quis conjugar duas coisas: sortear o livro e colocá-lo a circular por um conjunto de leitores.
Eis as regras:
O formulário será encerrado quando atingir as 20 inscrições. Em seguida farei o sorteio e elaborarei o percurso do livro.
Para preencherem o formulário podem clicar aqui.
Na altura em que este livro saiu foram publicadas opiniões muito positivas.
A minha área de formação está intimamente ligada à Saúde Mental. Por isso, tinha imensa curiosidade em conhecer o conteúdo deste livro.
"Razões para viver" é um relato na primeira pessoa de alguém que lutou contra a depressão e a ansiedade; duas doenças mentais muito graves, incapacitantes e que, muitas vezes, são desvalorizadas pela população em geral.
O autor fez uma descrição muito lúcida daquilo que viveu nos períodos mais complicados da doença. Numa linguagem simples e acessível, Matt consegue colocar em palavras os sentimentos e as emoções dolorosas que o assolaram, ao mesmo tempo que vai apresentando de que forma foi combatendo as sombras negras que se abatiam sobre a sua mente.
Para mim é impossível ler este livro desconectando-me do meu lado profissional. Por isso, à medida que ia lendo, ia fazendo algumas reflexões mais complexas tendo em consideração os meus conhecimentos e a forma como Matt ia conseguindo vencer o sofrimento psicológico que o acorrentava.
Matt teve lucidez suficiente para perceber que não estava bem. Teve ao seu lado pessoas que foram capazes de lhe dar esperança, de o agarrar à realidade e ajudá-lo a ultrapassar os seus problemas. Além disso, ele foi capaz de descobrir um conjunto de atividades que despertavam nele emoções positivas e lhe ofereciam sensações de bem-estar e alguma "normalidade".
Ao longo de todas essas descrições, Matt deixa algo que eu considero muito importante: cada pessoa tem a sua forma de lidar e superar os seus sentimentos negativos. O que funciona para umas pessoas, pode não funcionar para outras.
Eu sou muito sensível a esta questão. Na minha prática clínica, eu procuro sempre descobrir com a pessoa que tenho à minha frente a melhor forma de intervenção que a levará a ultrapassar aquilo que a levou a pedir ajuda.
Sei as teorias, sei as técnicas (que vou sempre aperfeiçoando com pesquisa e leitura), mas o conhecimento que detenho sobre elas deve ser ajustado às características da pessoas e às necessidades que ela evidencia. Nem sempre é fácil desenvolver esta sensibilidade, mas é um exercício que procuro sempre fazer.
Outro ponto interessante que retiro desta leitura é a desmistificação em relação ao suicídio. É comum as pessoas apelidarem-no de "ato corajoso" ou "ato de cobardia", depende do ponto de vista. Matt acaba por mostrar que o suicídio não é nenhuma destas duas coisas.
O suicídio é, quase sempre, uma forma de acabar com o sofrimento psicológico. Sofrimento este que é tão intenso que o suicídio é a única forma capaz de silenciar essa for.
Por isso, dizer-se que uma pessoa com depressão foi corajosa ou cobarde optando pelo suicídio é errado e, ao mesmo tempo, é uma forma de desvalorizar um sofrimento demasiado intenso e silencioso.
"Razões para viver" é um livro que está construído para que qualquer pessoa possa ler e inspirar-se na forma como Matt lutou para ultrapassar algumas das suas dificuldades.
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Desafio para o livro “Cassiopeia”, de Joana Ferraz
Quatro pontos
Estou em dívida com a Daniela há muito tempo no que respeita à resposta a este desafio.
Mas hoje é dia de cumprir a minha missão e terminar com esta divída. Segue a minha resposta ao desafio.
Preenche o seguinte esquema com uma pequena frase acerca do livro.
Daniela, estou desejosa de receber a tua próxima escolha para mim.
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