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Por detrás das palavras

O atípico 2020

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Atípico é a palavra que mais vejo a ser usada para caracterizar 2020. Geralmente, vejo-a a ser usada como uma conotação algo negativa.
Reconheço a dureza de um ano marcado por uma pandemia que ficará para sempre impressa na História Mundial. Porém, o meu balanço final é de infinita gratidão por todas as coisas que este ano me ofereceu. É claro que não foram apenas momentos positivos, mas os bons acontecimentos foram suficientes para aclarar a nuvem negra que pairava sobre mim há já alguns anos. Por isso, para mim, foi atípico numa perspetiva positiva.

Inicie 2020 com uma esperança renovada. Emocionalmente andava mais leve, mais solta. 
Foi o ano em que mais trabalhei. Em algumas semanas do confinamento trabalhei ininterruptamente de segunda a segunda. Em maio acusei um pouco o cansaço e alguma frustração que se foi mantendo até outubro.

Em fevereiro assinei o primeiro contrato de trabalho em nove anos. Foi um mini contrato, mas que me soube a algo maior. Eu tinha uma caneta especial para o assinar, mas as tecnologias a desmaterialização do local onde estive impediram o seu uso. O contrato foi assinado com recurso a assinatura digital. 

Em 2020 dei aulas, acompanhei miúdos em idade escolar, colaborei com investigações, colaborei no desenvolvimento de candidaturas a projetos (chorei pelas mesmas candidaturas não terem sido aceites). Em julho, depois da última candidatura não ter sido aprovada, achei que 2020 já não me teria muito mais a oferecer e que iria continuar neste limbo pelo menos até ao final deste ano. 

Em outubro tudo muda. Foi uma prenda de aniversário muito desejada. Senti que, pela primeira vez em anos, a sorte afinal estava do meu lado. Voltei a assinar outro contrato de trabalho, novamente não tive oportunidade de usar a minha caneta da sorte, mas abracei o desafio com quantas forças tinha. Está a ser um bom desafio. Cansativo, mas um bom desafio (o cansaço poderia ser minimizado se os valores das rendas descessem para preços aceitáveis). Mas o Natal, também tinha de me trazer um presente. 

Há uns dias, no percurso para o trabalho, o arco-íris surgiu no céu. Acompanhou grande parte da viagem para o trabalho. Ia na viagem a trocar mensagens com a B. (outro presente de 2020) e ela disse que aquilo era um sinal da natureza de que coisas boas viriam pelo caminho. Achei graça ao otimismo dela. O curioso é que nesse dia ela recebe a notícia de que iria receber o seu primeiro salário e eu recebo a notícia que o contrato será renovado. Por isso, nos próximos três anos poderei continuar a trabalhar num lugar magnífico, com pessoas que me têm recebido muito bem e a fazer aquilo que gosto. 

Não me consigo queixar de 2020. Ele foi generoso comigo. Presenteou-me com coisas que eu há muito desejava. Nem o confinamento me assustou. Sou uma pessoa caseira. Viver no campo permitiu aceder sempre ao exterior. Não me senti presa. Não li tanto como a maioria das pessoas porque o volume de trabalho aumentou. Acabei por conseguir apanhar ritmo e houve meses onde devorei livros. Aventurei-me mais na escrita criativa e até ganhei o concurso de escrita da Elisabete e da Vera. 

Por isso, para 2021 nem sei bem o que esperar ou pedir. Vá, a nível pessoal até sei, mas vou guardar no meu interior. Não vale a pena exigir muitos dos nossos desejos. A vida parece ter uma forma muito próprias de os concretizar. Enquanto isso resta-nos sofrer por antecipação e ir entrando em pequenas lutas.
Porém, há um desejo comum: que a pandemia dê tréguas e nós consigamos recuperar a nossa liberdade de movimentos, sem medo.

Para as minhas pessoas, desejo que 2021 seja generoso. Que lhe ofereça caminhos cheios de realizações pessoais e profissionais. Só quero que o novo lhe traga acontecimentos significativos e mudanças positivas no seu quotidiano. Sei o que é ansiar por mudanças, por acontecimentos concretos que nos permitam afastar o negativismo, por isso sou muito sensível ao sofrimento daqueles que acompanharam o meu. 

Para quem passa por aqui, também quero que o teu ano seja iluminado por luzes positivas de esperança, amor e realizações profissionais. Que 2021 te dê aquilo que perdeste em 2020 e que te fez falta. 

Que 2021te traga a possibilidade de fazeres e teres o que te faz feliz!

Balanço final | Abecedário literário

Abecedário literário.jpg

Amado, Nuno: "À espera de Moby Dick"
B
essa-Luís, Agustina: "A síbila"
C
arvalho, Maria João Lopo: "Marquesa de Alorna"
D
are, Tessa: "O duque da ruína"
E
ger, Edith: "A bailarina de Auschwitz"
F
ielding, Helen"O diário de Bridget Jones"
G
erritsen, Tess: "Lembranças macabras"
H
oover, Colleen: "Verity"
I
J
K
L
ewis, Susan: "Desaparecido"
M
oyes, Jojo: "Viver depois de ti"
N
O
'Farrel, Maggie: "Antes de nos encontrarmos"
P
erkins, Stephanie: "Anna e o beijo francês"
Q
ueirós, Eça: "Os Maias"
R
ibeiro, Ana: "Ao teu lado"
S
tell, Danielle: "Palomino"
T
avares, Miguel Sousa: "Rio das flores"
U
V
eiga, Paula: "A Rainha perfeitíssima"
W
iggs, Susan: "O mapa do coração"
X
Y
Z
immler, Richard: "À procura de Sana"

Mais um desafio que não completei, mas que acho que correu muito bem. Só deixei por preencher sete letras. Houve um ano que consegui completar todo o alfabeto. Aconteceu uma única vez! Em 2021 irei repetir este desafio. Talvez seja o ano em que irei conseguir preencher todas as letras. 

Opinião | "Éramos seis" de Maria José Dupré

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Vi a novela da Globo que resultou da adaptação deste livro. Gostei tanto da novela que fiquei com vontade de ler o livro.
Em traços gerais, a novela segue a linha narrativa que dá corpo ao livro. É óbvio que a novela tem diferentes adaptações  e está enriquecida com histórias paralelas, mas em muitos aspetos há uma reprodução fiel dos acontecimentos.

Por isso, nada neste livro constituiu uma surpresa para mim. Eu sabia o que ia acontecer e isso quebrou o efeito mágico da leitura. 
A história centra-se em exclusivo na família de Dona Lola. A vida dos filhos, o marido, as necessidades financeiras, a forma como ela vai gerindo todas as crises familiares e as suas reflexões preenchem o espaço narrativo e temporal do livro. 

A leitura foi interessante, mas não entusiasmante. Comparo esta leitura a uma viagem num cruzeiro por águas calmas: conseguimos ir apreciando a paisagem de forma calma e pacífica, sem sobressaltos e sem momentos cheios de adrenalina. 
Não houve espaço para grandes emoções nem grandes reflexões. Aconteceu mais quando vi a novela.

O livro é um clássico da literatura brasileira. Li-o em português do Brasil, mas em nada afetou a minha leitura. A linguagem simples, as descrições muito realistas e os diálogos conferem um bom ritmo de leitura. É um livro fácil de ler. 

Talvez devesse ter deixado passar mais tempo entre o visionamento da telenovela e a leitura do livro. A memória já não estaria tão fresca e eu poderia ter uma leitura mais entusiasmante e menos contaminada pela experiência positiva que resultou do facto de eu ter assistido à telenovela. 

Classificação

Balanço final | Ataque a estante

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Este desafio foi criado pela Daniela do blog Quando se abre um livro. Acabei por achar piada ao desafio e, de forma informal fui registando leituras e compras.

Eis o meu comportamento:
     🌼 Comprei 13 livros (mais dois que foram oferecidos e não os li). Destes 13 livros, li quatro (um eles foi oferecido posteriormente.

     🌼 Dos livros adquiridos até final de 2019 foram lidos 16 livros. 

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Considero que fui bem sucedida no desafio. Li muitos livros da minha estante, dei alguma atenção aos livros que foram chegando e não fiz assim muitas compras.

A Daniela fará nova edição deste desafio e eu irei participar.

Opinião | "28 dias" de David Safier

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Este livro encheu-me o olho na prateleira da biblioteca. A sinopse convenceu-me a trazê-lo. Estava com muita curiosidade para ler este livro e viver uma aventura no contexto da Segunda Guerra Mundial, sem campos de concentração envolvidos.

Mira, a nossa personagem principal, tem 16 anos, vive no gueto de Varsóvia e permite a sua sobrevivência e a da sua família dedicando-se ao contrabando de produtos. A sinopse promete uma aventura mais arriscada, com a participação de Mira num grupo da resistência.

A atividade do contrabando é muito arriscada, e o autor deixou isso bem claro na forma como ia apresentando os factos. Contudo, ao longo da leitura fui-me questionando que parecia ser sorte a mais. Tudo corria demasiado bem. Havia ali um fator sorte demasiado intenso para que tudo fosse real. E isto foi alimentando páginas e páginas deste livro. É claro que existiam outros acontecimentos, mas eu começava a ficar ansiosa. Afinal, quando é que as coisas iam de facto animar-se? Quando é que a resistência iria ganhar destaque? Demorou muito para que isto acontecesse. Senti-me arrastada e embrulham em acontecimentos que pouco contribuíam para o entusiasmo da narrativa. Houve momentos muito aborrecidos. 

A resistência chega e ganha protagonismo. Infelizmente, eu já estava demasiado contaminada por emoções negativas e insatisfação com o livro que esta parte foi sendo lida com alguma indiferença. Não me consegui emocionar, nem entusiasmar. 

É um facto, o livro desiludiu-me e a leitura acabou por se arrastar durante demasiado tempo. O livro está bem escrito e não encontrei nenhum problema na construção da narrativa. Porém, não consegui criar uma ligação significativa com a história e senti que há partes que poderiam ser encurtadas.
Foi uma experiência de leitura mediana, onde não há espaço para grandes destaques. 

Classificação

 

Balanço final | Desafio de leitura Manta de Histórias 2020

Desafio manta de histórias.jpg

  • Uma distopia: "Correria dos pássaros presos" de Ana Gil Campos
  • Escrito por uma mulher, com uma protagonista mulher: "Palomino" de Danielle Steel
  • Livro de uma saga ou série: "Lembranças Macabras" de Tess Gerritsen
  • Leitura conjunta: "Os pássaros" de Célia Correia Loureiro
  • Novela gráfica ou BD
  • Um livro com mais de 500 páginas: "Rio das flores" de Miguel Sousa Tavares
  • Autor premiado com o Nobel
  • Livro do pano nacional de leitura: "Os Maias"de Eça de Queirós
  • Livro com um animal na capa: "À espera de Moby Dick" de Nuno Amado
  • Um livro de contos
  • Livro de literatura lusófona: "Éramos seis" de Maria José Dupré
  • Livros que querias ler em 2019: "Desaparecido" de Susan Lewis
  • Romance histórico: "Marquesa de Alorna" de Maria João Lopo de Carvalho
  • Policial ou thriller: "As gémeas de gelo" de S. K. Tremayne
  • Baseado numa história verídica: "Cada suspiro teu" de Nicholas Sparks 
  • Um livro sobre um tema pelo qual és apaixonado: "A filha do comunista"de Aroa Moreno Durán
  • Um livro publicado em 2010
  • Ação decorre no continente Asiático: "Antes de nos encontrarmos" de Maggie O'Farrel
  • Livro com um mês do ano no título
  • Uma biografia ou memória: "A Bailarina de Auschwitz" de Edith Eger
  • Um livro oferecido: "O ano do pensamento mágico" de Joan Didion
  • Recomendado por um amigo: "Cassiopeia" de Joana Ferraz
  • Primeiro livro de um autor: "Anna e o beijo francês" de Stephanie Perkins
  • Livro de um dos teus escritores favoritos: "O teu nome é uma promessa" de Deborah Smith
  • Um livro de fantasia: "Tambores na noite" de Marion Zimmer Bradley
  • Uma história inspiradora: "Elementos secretos" de Margot Lee Shetterly
  • Escrito por um jovem autor (-30): "A troca" de Beth O'Leary
  • Livro com um nome próprio no título: "Verity" de Colleen Hoover
  • Ação decorre na época natalícia: "Sem saída" de Cara Hunter
  • Livro publicado em 2020: "O duque da ruína" deTessa Dare
  • Livro adaptado a filme ou série: "Viver depois de ti" de Jojo Moyes
  • Livro de um autor cujo nome começa por A: "Ao teu lado" de Ana Ribeiro

Categorias extra

  • Um YA (Jovem adulto): "Raparigas como nós" de Helena Magalhães
  • Um livro de um autor português: "A sibila" de Agustina Bessa-Luís
  • Um livro de não-ficção: "Razões para viver" de Matt Haigg
  • Um livro com a tua cor preferida: "O mapa do coração" de Susan Wiggs
  • Um livro à tua escolha: "A filha do Papa" de Luís Miguel Rocha
  • Um autor nunca lido: "O Duelo"de Anton Chekhove

Pelo segundo ano consecutivo participei no desafio de leitura promovido pela dinamizadora do blog Manta de histórias. Faço um balanço positivo da minha participação deste ano. Deixei apenas 5 categorias por cumprir. Já vi as categorias para o próximo ano, mas não irei participar. Vou dar uma pausa neste desafio. 

Por detrás da tela | "Eu, Tonya" (2017) e "Snu" (2019)

Eu, Tonyaeu-tonya.jpg

Apanhei uma valente surpresa com este filme. Não sabia muito sobre o filme, mas por qualquer motivo que eu não consigo identificar, esperava uma história mais ligeira. Posso dizer-te que este filme não tem nada de ligeiro. 
O filme narra a história da patinadora artística Tonya Harding desde a sua infância até à idade adulta. 

A infância desta jovem foi tudo menos positiva e feliz. Uma mãe abusiva dita a construção de uma personalidade completamente asfixiante. Sim, senti-me asfixiada pela agressividade desta mãe e na forma como ela cresceu dentro da Tonya. Apesar do talento desta jovem, a pobreza fez com que ela não fosse bem aceite no meio artístico. Os fatos caríssimos não tinham o brilho das adversárias e isso originava ainda mais raiva dentro de Tonya. 

As relações que ela foi construindo ao longo da sua vida eram doentias. Havia muita violência e tensão nas interações. Foi um pouco aflitivo assistir a isto ao longo do filme.
É claro que estas emoções se devem à brilhante interpretação de Margot Robbie como Tonya. Não sei o grau de veracidade deste filme, mas Margot transportou para a tela tudo o que lhe foi possível para se demarcar e construir uma personagem cheia de personalidade. Margot conseguiu tornar Tonya inesquecível para mim. 

É um filme duro onde sobressaem as coisas menos positivas da natureza humana. Aquilo que prevalece na memória é o incomodo causado pelas atitudes de Tonya, os gritos, as discussões os abusos e a dor camuflada que vai pairando no interior das personagens. 
Quando terminei o filme pensei É preciso ter estômago para aguentar isto até ao fim. Este pensamento surgiu porque há muita energia negativa nesta história e eu fui incapaz de me desligar dela. 

Classificação
/5

Snu

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Há histórias de amor reais que merecem ser contadas, eternizadas nas palavras de um livro ou numa tela de cinema. Do que me foi possível ver neste filme, a história de Snu e de Sá Carneiro é uma dessas histórias.
O meu conhecimento sobre o percurso político do nosso país tem muitas lacunas. De Sá Carneiro ouvi opiniões completamente dispares (acho que um pouco toldadas pelas convicções políticas de cada uma das pessoas que ia partilhando a sua visão comigo), contudo, neste filme, vi mais do homem que se apaixona por uma mulher à frente do seu tempo. Para viver este amor precisa de lutar contra os "monstros" conservadores que pairavam sobre Portugal.

Snu pareceu-me ser uma mulher estremamente interessante. Inteligente, lutadora e muito confiante nas suas ideias e na sua forma de interpretar o mundo. Uma mulher que deve ter tido dificuldades em perceber muito do que se passava em Portugal naquela época. 
Coube a Inês Castelo Branco interpretar esta mulher intemporal. Não esteve totalmente bem, às vezes sentiu dificuldade em manter o sotaque. Contudo, acredito que ela conseguiu passar a beleza da personalidade desta mulher. 

No geral é um filme português marcado pela boa realização e narração da história. É claro que senti falta de algumas informações, acho que o filme carece de um pouco mais de contextualização histórica. Por outro lado, tenho consciência que o objetivo do filme era focar a história de amor entre estas duas pessoas. 
A banda sonora foi bem escolhida e dá um toque especial ao filme.

Para quem gosta de uma boa história de amor, este filme irá ser do agrado dessas pessoas.

Classificação
/5

Opinião | "Demência" de Célia Correia Loureiro

P_20200313_112458_HDR.jpgNão li a primeira edição de "Demência". Vi muitas opiniões positivas em relação a este livro. Vi quem o achasse melhor que "O funeral da nossa mãe". Pessoalmente, acho que são livros diferentes, cada um com o seu valor. Têm um ponto em comum: a sua capacidade de mexer com as emoções.

"Demência" dá voz à violência doméstica e à demência. As palavras embalam-nos em direções mais ou menos previsíveis, mas que em nada diminuiu o entusiasmo e o interesse pelo livro. É uma viagem literária em constante desassossego. Desassossego por Letícia que procura manter-se inteira depois de ter sido despedaçada. Desassossego por duas crianças que sabem quanto custam os momentos de terror. Desassossego por uma mulher que lida com a doença e com a perda da melhor forma que consegue. E no meio destes sobressaltos e desassossegos há espaço para a importância que uma amizade pura pode ter nas nossas vidas. Há espaço para o poder curativo que só o amor consegue. Há espaço para olhar para o passado e encaixá-lo numa explicação do presente. 

Infelizmente, a voz de Letícia ainda faz muito eco na sociedade atual. As feridas que esta mulher transporta são comuns às de outras tantas mulheres. A violência doméstica é, mais do que a Letícia, a personagem principal desta história. Um problema que atravessa gerações e deixa marcas emocionais demasiado profundas e com uma cicatrização imune ao tempo. É interessante ver como a Célia, apesar de ser muito jovem quando escreveu este livro, conseguiu imprimir uma maturidade enorme naquilo que quis contar ao público. 
Além deste aspeto, a história tem uma tonalidade tão realista que é fácil chegar àquela aldeia e visualizar o comportamento de todos aqueles que povoam estas páginas.

O tempo da ação é que me deixou um pouco baralhada. O início foi complicado. Em termos de tempo parece que passam mais dias do que aqueles que na realidade passaram. Há também uma transição, mais ou menos a meio do livro, que é pouco clara. Foram estes os dois aspetos que me não foram tão bem concretizados. 

A história andou muitos dias na minha cabeça. A resiliência de Letícia fez-me acreditar na força feminina para enfrentar um problema. Por outro, a fragilidade e a personalidade dura de Olímpia tornaram-na demasiado humana. Foi a doença e a perda que a deixou mais fragilizada, mas foi o passado que a endureceu e que lhe deu uma visão diferente da condição humana. Duas mulheres que ficam na história do meu percurso literário e de quem, muito dificilmente, me irei esquecer. 

Precisamos de vozes como a da Célia. Precisamos de pessoas que coloquem de forma realista amor, dor e tristeza  nas histórias que escolhem contar. Precisamos de abrir espaço às boas publicações nacionais. 

"Demência" irá levar-te a uma aldeia beirã, cheia daquelas preconceitos e "diz-que-disse" tão típicos de zonas mais solitárias e acanhadas. Vais encontrar o inferno e o paraíso de uma relação amorosa. Vais cruzar-te com o envelhecimento, com a doença que apesar de roubar parte das memórias de Olímpia será incapaz de lhe tirar do coração a amizade que a ajudou a sobreviver.

Classificação

Balanço final | Pirâmide literária

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Este ano criei o desafio Pirâmide literária. Consegui completar os dois primeiros níveis e faltou-me apenas uma categoria para completar o terceiro nível e, assim, finalizar este desafio. Apesar de não o ter terminado, estou muito feliz com o resultado final.

Nível 1

  • 2 livros de autores nacionais: "Rio das flores" de Miguel Sousa Tavares; "Raparigas como nós" de Helena Magalhães.
  • 2 livros escritos por homens: "As gémeas do gelo" de S. K. Treymayne; "Os Maias" de Eça de Queirós.
  • 2 livros escritos por mulheres: "Viver depois de ti" de Jojo Moyes; "Desaparecidas" de Susan Lewis
  • 1 livro oferecido: "O duque da ruína" de Tessa Dare.
  • 1 livro que está na estante há mais de dois anos: "Palomino" de Danielle Steel

Nível 2

  • 3 livros escritos por mulheres: "Verity" de Colleen Hoover; "Meu amo, meu senhor" de Tehmina Durrani; "Antes de nos encontrarmos" de Maggie O'Farrell.
  • 3 livros escritos por homens: "A espera de Moby Dick", Nuno Amado; "Cada suspiro teu" de Nicholas Sparks; "A filha do Papa" de Luís Miguel Rocha.
  • 3 livros de autores portugueses: "Os pássados" de Célia Loureiro; "A sibila" de Agustina Bessa-Luís; "Voar no quarto escuro" de Márcia Balsas.
  • 1 clássico: "O duelo" de Anton Chechove
  • 1 livro que te faça sair da tua zona de conforto: "O ano do pensamento mágico" de Joan Didion

Nível 3

  • 1 livro publicado em 2020: "O teu nome é uma promessa" de Deborah Smith
  • 2 e-books: "Ao teu lado" de Ana Ribeiro; "O mapa do coração" de Susan Wiggs
  • 2 Romances históricos: "A filha do comunista" de Aroa Moreno Durán; "Elementos secretos" de Margot Lee Shetterly
  • 2 Clássicos: "Éramos seis" de Maria José Dupré
  • 1 livro de não ficção ou de poesia: "A Bailarina de Auschwitz" de Edith Eger

Não irei repetir este desafio em 2021.

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