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Por detrás das palavras

Projeto Conjunto | Empréstimo Surpresa [Os motivos]

Chegou a minha vez de enviar mais um livro à Daniela. 

Desta vez decidi ceder a um desejo dela. Uns dias ou semanas antes (já não me recordo) cruzei-me com uma storie dela a dizer que tinha saudades de ler um romance de época e que achava que não tinha nada na estante dentro do género. Registei esse desejo e chegada a minha vez optei por lhe enviar o livro "Duquesa do meu coração" de Maya Banks.  

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É um livro que apesar de ser maioritariamente descontraído tem ali um lado um pouco mais dramático que achei interessante. 

Vamos lá conhecer a reação da Daniela?

Opinião | "O boss" de Vi Keeland

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A Daniela adivinhou o quanto eu precisava de um livro assim: leve, divertido e muito descontraído. Li-o em menos de 24 horas e ri como já não ria há muito tempo com um livro.

Nas primeiras páginas, Chase e Reese protagonizam uma sequência de momentos extremamente hilariantes e cheios de peripécias que originam gargalhadas muito fáceis. Ao mesmo tempo que estes dois colecionam momentos embaraçosos, crescem entre eles sentimentos que os aproximam, assim como uma tensão sexual que abrilhanta todos os momentos de sedução. 

Esta leveza narrativa vai-se diluindo com o desenvolvimento da história. A componente dramática começa a ganhar destaque permitindo ao leitor conhecer outro lado das personagens. Na minha opinião, considero que este acrescento à história oferece um lado mais intimista. Apreciei imenso o lado cómico do livro, mas também fiquei muito satisfeita com o tom mais dramático e sombrio. 

Foi uma excelente leitura para assinalar o início das minhas férias.
Reese é uma rapariga bastante inspiradora e dinâmica. Um verdadeiro espírito livre. Acho que gostei muito dela por ser tão diferente de mim. Não se inibe, luta por aquilo que quer e tem um talento natural para protagonizar situações embaraçosas.
Chase, aos olhos de Reese, é um homem de retirar o fôlego. O que mais gostei nele foi o seu carácter e a forma como geria a sua empresa. É um gestor que age com respeito, transparência e que valorizava cada um dos seus colaborares, reconhecendo-lhes competência e talento.

Muito se tem partilhado sobre o preconceito literário. Aos olhos de alguns leitores, este livro poderá ser considerado "inferior". É óbvio que o livro não é nenhuma obra prima da literatura, mas tem uma narrativa coerente, personagens bem construídas, tem humor e deixa mensagens importante ao leitor:

  • O nosso passado não nos define;
  • Quando amamos uma pessoa respeitamos as suas manias e idiossincrasias; 
  • Quando se ama e confia não há medo em partilhar as manias mais estranhas;
  • Há muitos estilos de liderança, mas quando se opta por um estilo democrático e de respeito o ambiente é muito melhor e os colaboradores são mais produtivos;
  • Por muitos que sejam os obstáculos, há amores que sobrevivem e fortalecem a ligação entre as pessoas. 

"O boss" é um livro que ensina sobre o poder da empatia e nos obriga a olhar para as relações humanas de diferentes ângulos e perspetivas, sem julgamento, ao mesmo tempo que oferece diversão e muitas gargalhadas. 

Classificação

Por detrás da tela | "Call me by your name" (2017) e After (2019)

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Call me by your name
Assim que terminei de ler o livro, achei que era uma boa ideia ver o filme. Foi a decisão mais acertada! 
Temos um filme bastante fiel ao livro, porém há passagens no filme que eu só as compreendi na sua totalidade porque tinha lido o livro (mais especificamente a sequência de cenas com os calções do Oliver). 
É um filme que cheira a verão. Que me fez querer ir uns dias para aquela casa, para aqueles pomares , só para sentir o cheiro da fruta madura e a frescura das águas. Isto resulta de um excelente trabalho na construção das cenas e numa boa captação dos cenários.

A narrativa do filme acompanha a narrativa do livro, exceto a parte final. A intensidade da história de Elio e Oliver, a descoberta daquele amor, as dificuldades em geri-lo são aspetos que fazem parte da ação central do livro e que aparecem muito bem representados no filme.

Eu estava com algum receio relativamente à forma como o livro seria transportado para o filme. Este receio tinha como base a minha experiência com a leitura. O livro é muito introspetivo. Vivemos a história sobre a perspetiva do Elio, sendo que grande parte do livro reflete as emoções, os pensamentos e as vivência deste jovem. 
Fiquei feliz quando vi e senti que o filme conseguiu captar esse lado mais introspetivo. Há muitas cenas sem grandes diálogos, há espaço para que os acontecimentos se desenrolem e que ganhem o protagonismo que merecem. Considero que isto também só foi possível devido às brilhantes interpretações de Armie Hammer (como Oliver) e Timothée Chalamet (como Elio). Na minha perspetiva, eles conseguiram encarnar muito bem as personagens que ficaram na minha cabeça após a leitura.

O final do livro dá-nos acesso a um pouco daquilo que foi o futuro de Oliver e de Elio. O filme não proporcionou essa possibilidade. Fiquei um pouco triste! Estava à espera que tudo estivesse ali representado.
Sei que o livro tem continuação e espero que o mesmo seja adaptado ao cinema.

After
Ao contrário do anterior, vi este filme sem ler o livro. Fi-lo porque não tenho muita vontade de ler os livros da série. Acho que são demasiado adolescentes para mim. Optei por ver o filme, porque me pareceu uma boa forma de desligar do stress do trabalho. 

O filme reúne um conjunto de clichés adolescentes. Acabaram por funcionar no filme, foi capaz de entreter. Contudo, penso que nos livros iria ser mais do mesmo e não me iria divertir ou entreter tanto.

Há ali alguma toxicidade na relação amorosa entre a Tessa e o Hardin. Não achei que estivesse romantizada, e considero que será um bom ponto de partida para um discussão com adolescentes sobre relações amorosas e sobre como as desenvolver. 

O Noah é muito desvalorizado e a relação que ele tem com a Tessa é um pouco estranha. Eles assumem-se como namorados, mas todo o comportamento sugere a presença de uma amizade. É uma relação um pouco oca, vazia... Deixa muito espaço à Tessa para ela achar piada a outras pessoas. Penso que ela poderia ter sido construída de outra forma para que o dilema da Tessa fosse mais intenso e fizesse pensar mais. 

É um filme que cumpre o seu propósito de entreter e fazer com que o telespetador desligue da realidade. 

 

52 perguntas | 34 # escreve sobre algo que pensas sempre "e se..."

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Fonte

E se...

Tivesse tido coragem para arriscar mais?

Tivesse conhecido melhor o caminho escolar por onde me atirei, escolheria o mesmo curso?

Fosse mais audaz?

Não tivesse medo?

Não pensasse tanto naquilo que os outros pensavam acerca de mim?

Tivesse tido coragem de fazer frente a quem me magoou?

Soubesse receber melhor o amor que me ofereciam?

Não fosse tão introvertida?

 

Acho que todos os caminhos são e serão feitos de "E se?". O que procuro é viver o melhor que consiga com as minhas escolhas, com o meu percurso, com as minhas caracteristicas... Ficar em paz com as experiências que tive.
Há "E ses?" que deixam mais dor, mais amargura... Que semeam um rasto de frustração e de tristeza. Mas, nesta vida, onde há tanta coisa aleatória, o importante é viver em tranquilidade e com a serenidade de que se fez o melhor que se sabia com as condições que se tinha.

Opinião | "Eva" de Arturo Pérez-Revert (Falcó #2)

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Acho que as histórias de espiões não são para mim, ou eu nunca me cruzo com este tipo de livros na altura certa para os ler. 
Não sei se o facto de não ter lido o primeiro volume desta série, e que antecede este livro que partilho hoje contigo, me dificultou esta leitura. Consegui perceber, em traços gerais, o que norteava a história de "Eva", contudo, foi doloroso avançar na leitura. 

Senti falta de ação, de dinamismo, de personagens carismáticas capazes de me tirar o fôlego. Tudo se arrasta, como se o calor de Tânger se infiltrasse nas personagens e as limitasse na gestão os seus comportamentos. Foi como se o calor as adormecesse e fizesse levitar em torno dos locais e das situações.

A Eva apareceu demasiado tarde no livro. Ela tinha uma dinâmica interessante com Falcó, mas surge na última parte do livro e deu pouco de si àquelas páginas. 
Falcó parece um burguês que se perde nos bares e entre os lençóis de mulheres atraentes. As suas competências enquanto espião ficam um pouco apagadas por entre a "mastigação" de situações que vão desfilando ao longo do livro. Tem ali algumas questões se saúde que se traduzem em comportamentos caricatos, mas em nada acrescentam à história e à forma como tudo se desenvolve. 

Há umas lutas e umas conspirações que, na minha opinião, não têm o protagonismo necessário. A riqueza do contexto histórico também não é aproveitado pelo escritor. Acho que poderiam ter sido introduzidos mais elementos sobre a Guerra Civil Espanhola e sobre o clima que pairava antes da Segunda Guerra Mundial ter explodido na Europa.

Não fiquei com vontade de ler mais livros desta série. Acho que até foi uma experiência de leitura um pouco traumatizante. Lia sempre na esperança de que algo interessante me apanhasse e me envolvesse na história. Infelizmente, esse momento nunca chegou e só o terminei porque quando a vontade de desistir começou a soar na minha cabeça já ia com a leitura bem avançada. Este meu arrastar pelas páginas, a dificuldade em avançar na leitura e a desconexão que eu sentia com tudo aquilo que lia, estavam a deixar-me desconfortável. 

Gostava de conhecer as impressões de quem leu o livro e gostou de forma a tentar perceber se conseguiram detetar coisas que me poderiam ter escapado.
Quem leu o primeiro volume, ficou com vontade de ler os seguintes? O que é que te apaixonou no livro?

Classificação

 

Por detrás da tela | "Everything, everything" (2017), "Bel canto" (2018) e "Eurovision song contest: A história dos Fire Saga" (2020)

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Hoje partilho aqui no blog mais três filmes que vi nos últimos tempos. 

Everything, Everything 

Vi este filme numa tarde de grande preguiça. A premissa deste filme não é nada inovadora. Temos uma adolescente que tem de viver num ambiente esterilizado, sem contacto com outras pessoas, devido a um problema de saúde.

É um filme que permite pensar sobre alguns aspetos inerentes ao desenvolvimento humano e às necessidades dos adolescentes.
Privar uma adolescente de socializar com pessoas da sua idade é limitá-la no seu quotidiano e no seu desenvolvimento. Foi interessante assistir ao questionamento da Maddy e à sua crescente insatisfação perante a condição à qual ficou condenada. 

O filme tem um desenvolvimento previsível e isso deixou-me um pouco frustrada. Porém, considero que o enredo deixa algum espaço para reflexão sobre o comportamento dos adolescentes e do pais desses adolescentes. 

Bel canto

O meu desconhecimento relativamente a este filme era total. Vi que ele iria passar na RTP e coloquei a gravar para ver quando me apetecesse. 

O filme oferece-nos muitas histórias e diferentes perspetivas. Temos a Roxane Coss, uma cantora lírica, que foi convidada para um concerto privado num país da América do Sul que vivia sobre uma ditadura militar. O pretexto desta festa é o aniversário de Katsumi Hosokawa, um empresário japonês apaixonado por ópera. 
O que não estava nos planos daquelas pessoas era que a casa seria tomada de assalto por um grupo de guerrilheiros que exigia a libertação dos presos políticos e torna reféns os convidados da festa. 

As cenas do filme decorrem quase todas no mesmo espaço, não havendo grandes mudanças de cenário. Contudo, as mudanças emocionais e relacionais acontecem de uma forma muito intensa. Cada uma das personagens vai ganhando um pouco de destaque no filme e, por isso, foi muito interessante conhecer a personalidade, os interesses e as motivações de todos aqueles homens e mulheres.

Há períodos de grande tensão, mas outros onde o lado humano sobressai. As cenas finais são muito intensas e duras. Não estava à espera que as coisas acabassem de forma tão dura. O ter sido apanhada de surpresa deixou-me bastante impressionada. 

Eurovision song contest: A história dos Fire Saga

Eu sou apaixonada pela a Eurovisão, por isso este filme já andava debaixo de olho há muito tempo. A RTP 1 decidiu transmiti-lo no sábado da final do festival. 
O enredo centra-se no sonho de dois amigos: a participação na final da Eurovisão. 

Acho que o filme conjuga um lado mais cómico com outro mais sério. Se por um lado temos uma dupla aparentemente desajustada àquilo que são os objetivos da Eurovisão; por outro temos mensagens importante presentes na história destes dois amigos. A persistência, a importância de lutarmos pelos nossos sonhos e as relações que construimos com os outros são elementos muito marcantes no filme e que acabam por oferecer alguma profundidade ao filme.

Não é uma obra prima do cinema, mas é um filme engraçado, divertido e que aquece o coração. De bónus, ainda podemos assistir à participação de alguns cantores emblemáticos que passaram pelo palco da Eurovisão. É daqueles filmes que deixou em mim a vontade de o voltar a ver. 

52 perguntas | 33 # Escreve sobre algo que sentes fortemente

Fecho os olhos e inspiro
O cheiro das flores,
A maresia salgada de um mar calmo,
O doce aroma de um chocolate quente,
O crepitar da lenha numa lareira acesa.

Cores, sons, cheiros que se transformam
Em viagens, em memórias, em emoções...
Em sentimentos que são lugares,
Onde o coração descansa, palpita forte no peito ou chora de dor.

O mundo à minha volta,
Uma multiplicidade de estímulos.

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