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Por detrás das palavras

Opinião | "Pessoas altamente sensíveis" de Elaine N. Aron

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Os livros de não ficção têm feito parte deste meu ano literário. Tem sido muito bom fomentar o meu gosto por livros mais técnicos e que acabam por me trazer mais conhecimento dentro de áreas que são do meu interesse.

"Pessoas altamente sensíveis" é um livro escrito pela psicóloga Elaine N. Aron e resulta da sua pesquisa de muitos anos sobre um tipo de personalidade que é pouco compreendido pela sociedade atual. Neste livro, Elaine aborda as características das pessoas altamente sensíveis (PAS), refletindo sobre a forma como estas pessoas interagem com o mundo que as rodeia, nomeadamente, no domínio pessoal, profissional e relacional. Com uma escrita muito acessível e com exemplos concretos, o livro oferece conhecimento científico acessível a qualquer pessoa que experimente ler o livro. 

Nestas páginas, Elaine reúne os resultados da investigação que foi desenvolvendo ao longo dos anos. O seu objetivo sempre passou por dar significado a um tipo de personalidade pouco estudado e pouco valorizado. Aliás, posso dizer que acho mesmo que é ignorado por população em geral e pelo profissionais da psicologia. Partindo do seu interesse pessoal, procurou reunir informação científica válida capaz que lhe permitisse traçar um perfil das PAS. Na identificação deste perfil, Elaine apresenta as características de personalidade mais comuns. Além deste trabalho, o conhecimento profundo que foi desenvolvendo, permitiu-lhe identificar as dificuldades que as PAS sentem no seu quotidiano e apontar aspetos para que as pessoas possam ultrapassar situações que fragilizaram e fragilizam a sua saúde mental, nomeadamente, a psicoterapia. Neste ponto o livro é muito claro, nem sempre conseguimos ultrapassar situações complexas da nossa vida e, por isso, a psicoterapia torna-se essencial. E eu reforço, o livro e a leitura do mesmo não permite que as pessoas ultrapassem traumas complexos e ultrapassem o sofrimento psicológico intenso (sofrimento que interfere negativamente na nossa qualidade de vida).  

Eu identifiquei-me muito com o que estava descrito neste livro. Revi-me em muitas das características apontadas por Elaine. Tudo fez sentido para mim.
É muito complicado ser-se introvertida, introspetiva e PAS numa cultura altamente extrovertida e virada para o exterior. Quando tenho de explicar como sou a alguém, costumo dar o exemplo de uma bateria de telemóvel. Eu sou uma bateria que vai perdendo energia com cada interação social que tem. Quando a minha "bateria" se esgota, tenho uma enorme necessidade de estar sozinha, em silêncio e com o mínimo de estimulação possível.

É extremamente complicado explicar isto às pessoas extrovertidas. Como é que explicamos a alguém completamente virado para o exterior e cheio de energia eletrizante, que tenho necessidade de estar comigo própria, que gosto de me perder nas minhas introspeções e dilemas, que preciso de silêncio? Não é um capricho, não é egoísmo; é pura necessidade emocional e pessoal. É a única forma de recarregar a minha "bateria" para mais um dia, muitas vezes em constante interação com os outros.

Este livro explica muito bem as necessidades das pessoas que detêm estes traços. Neste sentido, considero que é um livro que deve ser livro por pessoas PAS, pois permite dar significado às vivências e às características que são incompreendidas pelos demais; e por pessoas não PAS, para que consigam compreender e aceitar as necessidades das PAS.

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Opinião | "Uma aposta perversa" de Emma Wildes

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"Uma aposta perversa" marca a minha estreia com as obras de Emma Wildes. Não ia com expetativas elevadas. Encontrei aquilo que eu esperava encontrar: um livro com uma narrativa ligeira, descontraída e com muito romance romântico à mistura.

Este livro parte de uma aposta entre dois amigos: o Conde de Mandervile e o Duque de Rothay. Para dar continuidade a esta aposta, eles precisavam de uma mulher. Alguém que pudesse dizer qual dos dois seria o melhor amante. 

Partindo desta premissa, encontrei uma história que me cativou. Foi interessante assistir ao nascimento do romance, à quebra das barreiras que condicionavam o comportamento de Lady Caroline. Contudo, desagradou-me a perfeição física que a escritora atribuiu a todas as suas personagens. Há algum exagero da escritora na descrição da componente física e da valorização da beleza física. Acho que começo a ficar com pouca paciência para este tipo de livros.

Em suma, tudo se desenvolve de forma bastante previsível. Não há nada que se destaque, nem nenhum acontecimento que torne a narrativa surpreendente. É um livro que se lê bem, com descrições pormenorizadas que conferem um tom realista à narrativa, mas não surpreende. Quero ler mais obras da autora e perceber se mantém algum padrão na escrita das suas histórias. 

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Opinião | "A terapeuta" de Gaspar Hernández

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O título deste livro foi a primeira coisa que despertou o meu interesse. Através da sinopse percebi que poderia ser um livro interessante para ser lido. A história deste livro acompanha a vida de Hèctor Amat, um ator famoso que sofre de ataques de ansiedade. Este ator acaba por se ver envolvido num terrível crime, mas por mais que se esforce não se consegue lembrar do que aconteceu, não conseguindo explicar porque é que apareceu num parque de estacionamento, junto de uma mulher assassinada. Deparado com este problema, Héctor opta por recorrer à psicóloga Eugènia Llort. 

Partindo daqui, o leitor acompanha a jornada de Hèctor nas consultas e acaba envolvido numa teia um pouco confusa. Até um pouco mais de metade do livro, o que sobressai da história é a relação de dependência que Héctor constrói com Eugènia. Esta dependência, o fascínio do cliente pela terapeuta e a obsessão que o cliente vai construindo em volta da sua terapeuta foram os elementos que mais me cativaram no livro. Pareceram-me bem caracterizados, bem descritos e credíveis. É certo que, enquanto profissional, me fui sentindo irritada com os comportamentos quer da terapeuta quer do cliente. Irritou-me, principalmente, a falta de brio profissional da terapeuta. 

Considero que as consultas poderiam ter sido um pouco mais exploradas e detalhadas. Acredito que este elemento traria mais informação e dinamismo ao livro. Achei que o escritor queria acelerar um pouco estas partes o que contribuiu para alguma confusão relativamente ao objetivo da história. Eu sei onde comecei a história, sabia para onde queria que me levassem, mas não senti que isso tenha acontecido.

A narrativa vai avançando e a poucas páginas do fim, há uma mudança de direção que me baralhou ainda mais. Percebi porque é que ela aconteceu, mas não foi benéfica para a compreensão dos acontecimentos que motivaram o início deste livro.

Tudo fica confuso e prevaleceu a sensação de que o fio condutor que norteava o livro se perdeu algures. Pessoalmente, eu não consegui perceber o que de facto aconteceu com Hèctor e isso deixou-me bastante frustrada. 

Para mim, esta leitura valeu pela exploração dos limites pessoais e profissionais inerentes a processo terapêutico. Foram elementos que me fizeram refletir na prática profissional e naquilo que deve ser feito.

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Junho, Julho e Agosto | Quem chegou?

Mais três meses se passaram e as movimentações de livros continuaram. Vou dar-te a conhecer os livros que chegaram cá a casa nestes meses de verão. 

Compras
Como tinha usado uma promoção da Wook, tinha muito saldo em cartão que precisava de gastar. Acabei por comprar três livros com esse valor: "Pessoas altamente sensíveis" de Elaine N. Aron, "Senhora do meu destino" de Lesley Pearse e "História de quem vai e de quem fica" de Elena Ferrante. Destes três ainda só li o livro "Pessoas altamente sensíveis" que adorei. Espero, em breve, poder partilhar a minha opinião contigo. 
Estou a aproveitar algumas edições da coleção Romances Eternos e em julho comprei o livro "A letra encarnada" de Nathaniel Hawthorne.

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Ofertas
Em junho, uma amiga ofereceu-me um livro. Assim que desfaço o embrulho, vejo um livro que eu já tinha lido. Para que ela pudesse fazer a troca de forma segura, partilhei a minha lista de desejos com uma amiga e ela trocou pelo o livro "O dicionário das palavras perdidas" de Pip Williams. 

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Trocas
Durante estes meses tive a possibilidade de fazer duas trocas. Assim, recebi os livros "A cor do coração" de Bárbara Mutch e "A história de uma serva" de Margaret Atwood. 

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Empréstimo
No âmbito do nosso projeto Empréstimo Surpresa, a Daniela enviou-me mais um livrinho da sua estante. Desta vez recebi o livro "A última vítima" de Tess Gerritsen.

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Biblioteca
Por muitos livros que existam na estante é impossível resistir aos livros da biblioteca. Em agosto passei por lá e trouxe: "Conduz o teu aradado sobre os ossos dos mortos" de Olga Tokarczuk; "Sopro do mal" de Donato Carrisi; e, "A noite em que o verão acabou" de João Tordo.

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Já leste algum destes livros?
Algum desperta a tua curiosidade?
Partilha comigo as tuas impressões acerca destes livros que chegaram à minha estante.

Projeto Conjunto | Empréstimo Surpresa [Livro Recebido]

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No mês passado chegou mais um livro vindo diretamente da estante da Daniela. Desta vez, não lhe dei nenhuma indicação; sendo que a escolha foi inteiramente dela. 

Curiosa(o) para conheceres a escolha dela?

Então, o livro escolhido foi "A última vítima" de Tess Gerritsen.

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Fiquei muito contente com esta escolha. Os livro da Tess Gerritsen são sempre excelentes leituras. Já terminei a leitura e em breve partilharei a opinião

Não te esqueças de passar no blog da Daniela para ficares a conhecer os motivos por detrás deste envio.

Opinião | "Olá, Sapo" de Agnese Baruzzi , Gabriele Clima

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Este ano tenho tido mais interesse por livros infantis. Ter uma afilhada que começa a desenvolver o bichinho pelas histórias e que as pede como presentes tem-me obrigado a investir mais neste universo.

"Olá, Sapo!" foi um livro que lhe ofereci na Páscoa. A escolha recaiu neste livro porque ela adora "papos" (a forma como ela diz sapo). Foi dos primeiros animais que ela aprendeu. 

O livro tem ilustrações lindíssimas. Permite a exploração sensorial e a descoberta de elementos da natureza. A história é simples, mas extremamente cativante. É explorado o ciclo de vida de um sapo, o seu processo de metamorfose e a forma como vivem na natureza. 
Assim, toda a experiência de leitura vai muito além da leitura do texto. Contam-se os sapinhos que estão no lago, a lua que aparece e o sol que aquece as costas dos sapinhos bebé. Contamos os sapinhos bebés e as patas que vão aparecendo. Reconhecemos os perigos e conseguimos fugir para um lugar seguro. 

Assim, através da leitura temos explorado conceitos a contagem e os afetos que unem os seres vivos.

Já lhe li o livro imensas vezes. Tantas que ela já consegue completar algumas frases e sabe o texto de algumas partes. 

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