O meu ano cinematográfico de 2022 não foi muito ativo. Vi poucos filmes e poucas séries, algo que quero que seja diferente este ano.
Gosto muito de ver filmes biográficos pela possibilidade de conhecer um pouco de figuras históricas que marcaram a época em que viveram.
A dama de ferro é um drama biográfico baseado na vida de Margaret Thatcher, uma política britânica que ocupou o cargo de primeira ministra do Reino Unido entre 1979 e 1990.
Não quero discutir e esmiuçar as escolhas políticas de Thatcher, acho que, como qualquer outro político, fez boas e más escolhas. Das suas escolhas políticas, conseguiu agradar a algumas pessoas e a outras não. Foram escolhas e, na cabeça dela, elas teriam sentido. O que é inevitável é a forma como ela marcou a história de um país e o papel das mulheres na esfera política.
Se de facto tudo aconteceu como é retratado no filme, reforço que admiro a forma como esta mulher lutou por ser ouvida num universo inteiramente masculino. Uma mulher com ideias certas que foi perdendo o medo de as partilhar num grupo de homens. Tinha objetivos definidos e lutou por eles. Numa luta de cedências e mudanças foi ganhando voz no meio político e alcançou o lugar que talvez nos inícios nunca lhe tinha passado pela cabeça.
Outro aspeto que despertou a minha atenção e me deixou muito sentimento positivo foi a relação que ela construiu com o marido. Um homem que a incentivou, que a fez ir mais longe porque não a limitou à tarefa de dona de casa. É certo que ela esclareceu logo no início da relação que não se revia no estereótipo da mulher que fica em casa a cuidar dos filhos. Ela queria e precisava de algo mais na sua vida. E este homem, apesar do período histórico em questão, aceitou, incentivou e fez com que ela crescesse e desenvolvesse as suas capacidades.
Numa análise mais formal à sequência do filme, inicialmente foi confusa para mim. Não é uma narrativa linear. Há o tempo principal da história que é complementado com recuos ao passado de Thatcher e à sua ascensão no universo político. Com o avançar do filmes, as coisas foram-se tornando mais claras e contextualizadas e fiquei mais conectada com a história.
Foi o primeiro filme que vi em 2023 e considero que foi uma boa forma de inaugurar o meu ano cinematográfico.
Nos inícios do blog gostava de partilhar poesia. Na altura dei-lhe o nome de Poetic dreams, mas acabei por abandonar a rubrica sem um motivo plausível. Eu gosto de poesia, mas leio menos do que aquilo que devia. Quero mudar isso este ano e achei que seria uma boa altura para recuperar a rubrica passada. No entanto, queria um novo nome e lembrei-me de um poema que me curou a alma num período complicado e nasceu o nome "A poesia cura".
Como forma de inaugurar o regresso dos poemas ao blogue escolhi o tal poema que me curou, Sísifo de Miguel Torga.
Sísifo
Recomeça... Se puderes Sem angústia E sem pressa. E os passos que deres, Nesse caminho duro Do futuro Dá-os em liberdade. Enquanto não alcances Não descanses. De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado, Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar. Sempre a sonhar e vendo O logro da aventura. És homem, não te esqueças! Só é tua a loucura Onde, com lucidez, te reconheças...
Miguel Torga TORGA, M., Diário XIII
Num dia particularmente complicado, numa fase um pouco negra da vida, uma amiga, enquanto me dava suporte emocional ao telefone, leu-me este poema. De forma pausada, fez-me sentir cada palavra, semeando em mim esta vontade de recomeçar depois da tempestade; de recomeçar sempre que as coisas não corram bem. A mensagem é que deveria recomeçar para que não me deixasse vencer pelas coisas menos positivas, nem desistir de alcançar aquilo que eu queria.
Hoje em dia, é o poema que escrevo sempre no início da minha agenda anual. É o poema que está ao pé da minha secretário. Na altura, o poema secou-me as lágrimas e deu-me alento. Confortou-me a alma... Por isso, a poesia cura.
Não é coincidência iniciar hoje esta rubrica e com este poema. Hoje, 17 de janeiro, assinalaram-se 28 anos sobre a morte de Miguel Torga. Devemos ser gratos pelas palavras que nos deixou, não achas? Eu sou!
Que poema faz parte das tuas memórias? Que poema cura a tua alma?
Nos últimos anos têm sido muitas as minhas derrotas com os desafios literários, mas é sempre interessante embarcar em alguns desafios para incentivar às leitura. Além dos desafios, este ano também irei definir 4 objetivos mais gerais para orientar as minhas leituras. Este ano serão 5 os desafios em que me vou aventurar.
Objetivos literários: 1. Ler 30 livros; 2. 50% dos livros lidos deverão ser livros da minhas estante adquiridos antes de 2023; 3. Ler 10 livros escritos por autores portugueses; 4. Ler 5 livros em inglês.
Desafios
Mant'Anual 2023 É um desafio simples, dinamizado pelo blogue Manta de histórias. Já tinha participado neste desafio há uns anos, e este ano, por ser bastante generalista, decidi aventurar-me de novo.
Abecedário literário e Autores de A a Z O Abecedário literário é um desafio que me acompanha há muitos anos e um que gosto sempre de repetir. Este desafio consiste em completar as letras do abecedário com os sobrenomes dos(as) escritores(as).
No desafio Autores de A a Z, organizado por um grupo de meninas muito dinâmicas, o objetivo é completar as letras do abecedário com o primeiro nome dos(as) escritores(as).
Bingo shelf Há uns dias lancei um desafio no Instagram. Depois de numerar os livros da minha estante, pedi aos meus seguidores e às minhas seguidoras que me indicassem números. Esse número estaria associado a um livro que colocaria no meu bingo. Não consegui para todas as células. Os últimos 5 foram escolhidos de forma aleatória através de um programa da internet. Com todos os livros escolhidos, construí o meu bingo só de livros da minha estante.
4 por 4 Este desafio é inspirado num desafio já com alguns anos criado pela Daniela e consiste em definir 4 categorias e ler 4 livros dentro dessas categorias. As minhas categorias foram: 1) Quatro livros da biblioteca; 2) Quatro livros emprestados; 3) Quatro livros de escritores(as) que não sejam de nacionalidade norte-americana; 4) Quatro livros que entraram na minha estante antes de 2020.
Para me facilitar o registo, poderão acompanhar a evolução do meu desempenho através deste link: https://padlet.com/healthtalksese/19dba6turz6cfobu. Tornei-me fã do Paddlet e acho que é uma boa ferramenta de organização.
E tu, que objetivos/ desafios literários tens para 2023?
Acho muito engraço fazer o registo dos meus gastos e poupanças com as leituras. É uma forma engraçada de analisar os meus gastos e controlar as compras. Além disso, permite ter uma noção do dinheiro poupado quando as minhas leituras são da biblioteca ou livros emprestados.
Em 2022, comprei 16 livros (mais um que em 2021) que corresponde a 155.68 euros gastos em compras (preço médio por livro 9.73 euros). Foi um valor razoável, principalmente pelo preço médio de cada livro e tendo em consideração o aumento de preços a que temos assistido. Os livros estão substancialmente mais caros e isso notou-se no valor que gastei. Apesar de só ter comprado mais um livro que em 2021, gastei mais 32.5 euros. Em 2021, tinha comprado mais três livros que em 2020 e só tinha gasto mais 1.42 euros. Como aposto bastante em trocas e em empréstimos, acabei por gastar algum dinheiro no CTT, cerca de 22.91 euros, um valor mais baixo comparativamente ao valor gasto em 2021. Junho foi o mês em que gastei mais dinheiro em livros, mas tive três meses sem qualquer tipo de gasto (em 2021 tinha sido 4 meses sem comprar livros).
Com as leituras emprestadas, com os livros que trago da biblioteca e as trocas consegui poupar 361.13 euros. Este seria o valor gasto, caso eu comprasse os livros. É um valor inferior a 2021, mas a realidade é que li menos 8 livros.
Em 2022 consegui vender 4 livros, o que me rendeu 24 euros.
Este ano, vou continuar a registar estes valores e tentar diminuir o meu gasto com livros. Tenho muitos livros na estante que preciso de ler.
Hoje entramos num novo ano. Espero que seja um ano generoso para todos e todas.
Sou pela paz, pelo amor, amizade e pela aposta em sentimentos positivos que nos conectem com o outro. Sou pelo humanismo e pela empatia. E são estes os grandes pilares que gostaria que todos e todas tivessem em 2023, todos eles sustentados por uma saúde que nos dê energia, vontade de viver e fé nas flores que o mundo ainda nos fará descobrir.
Em 2023, que possamos continuar a ler tudo o que nos apetecer. Que tenhamos a liberdade de abandonar um livros que não nos está a conquistar. Que tempo de leitura não seja escasso, mas que possamos ler um livro ao longo do tempo necessário (o que quer dizer que podes ler 300 páginas numa semana ou num mês, não há problema). E, acima de todas estas coisas, que possamos continuar a ser felizes a ler e partilhar as nossas leituras.
Saúde e amor numa caminhada de felicidade e de bons momentos ao longo dos 365 dias deste novo ano.
Comecei o ano com muita vontade de ler, mas sabia que deveria definir um número baixo em termos de desafio. O meu objetivo era ler 30 livros. Consegui ler 35, número que consegui com alguns livros infantis pelo meio. O Goodreads só marca 32, porque há livros que não estão identificados.
Destes, 24 foram escritos por mulheres e 11 por homens. Li apenas 5 livros escritos por escritores(as) nacionais. O livro mais longo que li tinha 576 páginas e o livro mais curto tinha 11 páginas.
Quanto ao número de páginas lidas, em 2022 consegui ler um total de 10220 páginas, sendo que foi no mês de maio que mais páginas li.
Relativamente à classificação, atribui uma estrela a um livro, duas estelas a dois livros, três estrelas a oito livros, quatro estrelas a quinze livros e nove livros receberam a classificação máxima de cinco estrelas.
Descobri 19 novos autores, sendo que alguns deles deixaram a vontade de conhecer ainda mais a sua obra, nomeadamente: Olga Tokarczuk, Noelia Amarillo, Emily Henry e Donato Carrisi.
Como só li 30 livro foi fácil fazer um top 5 de melhores leituras. Este ano ainda conseguir a proeza de ordená-los. Ficam os meus 5 livros preferidos, ordenados por ordem do mais preferido para o menos preferido.
Estes dois desafios representam a minha maior derrota de 2022. Li pouquíssimos escritores portugueses e isso refletiu-se num desempenho medíocre nestes desafios.
Li cinco livros escritos por escritores nacionais. Gostava de inverter este resultado no próximo ano, mas não sei se irei consegui-lo.
De homens li dois livros: 1) A maldição do marquês, Tiago Rebelo 2) A máquina de fazer espanhóis, Valter Hugo Mãe
De mulheres li três livros: 1) Aquorea -Inspira, M. G. Ferrey 2) Intervenção psicológica com ludoterapia, Raissa Santos 3) A vida sem ti, Tânia Ganho
Isto fez com que só conseguisse completar cinco categorias no desafio Alma Lusitana.
Porto | Um livro que dê voz a minorias--> A máquina de fazer espanhóis, Valter Hugo Mãe Aveiro | Um livro com sabor --> Intervenção psicológica com ludoterapia, Raissa Santos Coimbra | Um livro com viagens dentro --> A vida sem ti, Tânia Ganho Leiria | Um livro de um autor pouco conhecido Évora | Um livro de capa azul--> A maldição do marquês, Tiago Rebelo Guimarães | Um livro só com uma palavra no título Sintra | Um livro sobre natureza Bragança | Um livro de/sobre famílias --> Aquorea -Inspira, M. G. Ferrey Gaia | Um livro de regressos/recomeços Lisboa | Um livro censurado Braga | Um thriller Óbidos | Um livro intimista/que conforta