Autor:Patrick Süskind Ano: 2006 Editora: Editorial Presença Número de páginas: 276 páginas Classificação: 2 Estrelas
Sinopse
Esta estranha história passa-se no século XVIII e é fruto de um extraordinário trabalho de reconstituição histórica que consegue captar plenamente os ambientes da época tal como as mentalidades. O protagonista é um artesão especializado no ofício de perfumista, e essa arte constitui para ele – nascido no meio dos nauseabundos odores de um mercado de rua – uma alquímica busca do Absoluto. O perfume supremo será para ele uma forma de alcançar o Belo e, nessa demanda nada o detém, nem mesmo os crimes mais hediondos, que fazem dele um ser monstruoso aos nossos olhos. Jean-Baptiste Grenouille possui no entanto uma incorrupta pureza que exerce um forte fascínio sobre o leitor. O Perfume, publicado em 1985, de um autor então quase desconhecido, foi considerado um dos mais importantes romances da década e nunca mais deixou de ser reeditado desde então, totalizando os 4 milhões de exemplares vendidos, só na Alemanha, e 15 milhões em países estrangeiros. Foi traduzido em 42 línguas. Este fenómeno transformou-o num dos mais importantes livros de culto de sempre. Em 2006, O Perfume passa a ser uma longa-metragem inspirada no romance de Patrick Süskind.
Opinião
Sei que este livro conquistou muita gente e li imensas críticas positivas acerca dele. Porém, tal não aconteceu comigo. Aliás, este foi um livro que me fez ver até que ponto as expectativas podem arruinar uma leitura.
O que é que eu esperava do livro? Bem pelo título e pela sinopse esperava assistir a uma história em que as cenas de crimes me dessem volta ao estômago. Esperava um assassino em série com uma personalidade maquiavélica. Contudo, aquilo com que me deparei está um pouco longe daquilo que eu tinha idealizado.
Começando pelos aspectos mais relacionados com o crime, eles existem mas carecem de detalhes, assim como falta maior complexidade nas intenções do nosso criminoso. Elas acabam por estar presentes, mas um pouco camufladas. Apelando um pouco à nossa imaginação, nós conseguimos criar algo mais complexo e psicopatológico, mas na minha opinião torna o livro pobre. Senti falta de situações mais intensas, de teorias mais rebuscadas...Senti falta de uma narrativa mais cativante e envolvente.
Reconheço a originalidade nos pontos chave do livro e às várias coisas ligadas aos odores. Contudo, a forma como estes aspectos foram desenvolvidos não me convenceu.
É um livro em que a narrativa evolui de forma muito lenta. Penso que o autor se perdeu em dar informações que não acrescentam nada ao livro, nem à história em si.
Existe um aspecto entre as relações pai-filha, filha esta que é a última vítima de Grenoille que me causou uma certa repulsa. Dá a entender os desejos incestuosos do pai e isso marcou-me pela negativa.
Aqueles que gostaram do livro, que aspectos positivos têm para descrever este livro?
Autor: Audrey Niffenegger Ano: 2004 Editora: Editorial Presença Número de páginas: 481 páginas Classificação: 5 Estrelas Desafio: De A a Z...
Sinopse
Audrey Niffenegger estreia-se na ficção com um primeiro romance prodigioso que foi distinguido com o British Book Award 2006. Revelando uma concepção inovadora do fenómeno da viagem temporal, cria um enredo arrebatador, que alia a riqueza emocional a um apurado sentido de suspense. Este livro é, antes de mais, uma celebração do poder do amor sobre a tirania inflexível do tempo que para Henry assume contornos estranhamente inusitados - Cronos preparou-lhe um armadilha caprichosa que o faz viajar a seu bel-prazer para uma data e um local inesperados. A Claire, sua mulher e seu grande amor, resta o papel de Penélope, de uma Penélope eternamente reiterada a cada nova partida de Henry. Quando se encontram pela primeira vez, ela é uma jovem estudante de artes plásticas e ele um intrépido bibliotecário de vinte e oito anos. Claire já o conhecia desde os seis anos... Henry acabava de a conhecer... Estranho?! Poderia parecer, não fosse a mestria de Audrey para tecer os fios do tempo com um espantosa clareza. Uma obra inesquecível, que retrata a luta pela sobrevivência do amor no oceano alteroso do tempo.
Opinião
A mulher do viajante no tempo é um livro onde a criatividade habita em cada uma das páginas que o constitui. O início da leitura foi estranho no meu caso, porque estava a pensar de uma forma lógica e racional de tudo aquilo que ia lendo. Está procura por uma explicação lógica só atrapalhou e fez pensar que esta não era a maneira de encarar esta leitura. Assim, deixei a lógica de lado e procurei apreciar a leitura absorvendo cada palavra, cada acontecimento significativo, cada frase intensa e cheia de significado e aí sim... entrei num espiral emocional que me deixou rendida ao livro.
Henry viaja no tempo... Vai a diferentes datas do seu passado e do seu futuro (mais passado). Numa dessas viagens vai ao encontro de Claire, aquela que no futuro se torna o seu grande amor. De todas estas idas e voltas pela linha do tempo só me interrogo o porquê de nunca haver referência a um episódio da adolescência de Henry. É um período significativo na vida do seu humano, marcado por mudanças, revoltas, conquistas... Daí é estranho não haver referência a esta fase da vida de Henry.
O amor entre Henry e Claire que se vai desenhado ao longo das páginas, conquista-nos pela forma simples como ele começa. Conquista-nos pela intensidade dos acontecimentos que o vão moldando, tornando-o num amor puro e cheio de significado.
Há determinadas fases da vida deste amor que são profundamente emocionantes. Lutas que eles têm de travar, discussões necessárias ao bom entendimento, momentos de amor que fazem com que cada lágrima derramada nos momentos de maior tensão seja apenas mais uma prova do amor incondicional que os une. É um linda história de amor, simples e sem floreados construída de uma forma capaz de "atacar" os corações mais frios.
O final deixa-nos a querer mais... Acaba tão depressa. Ficamos com a sensação de que há mais para saber, há mais para contar... Afinal, um grande amor resiste à passagem do tempo, imprime no coração um sentimento de pertença que aumenta a cada batida, que permanece mesmo quando essas batidas esmorecem e desaparecem.
Encarem a leitura deste livro com um espírito aberto. Olhem para ele como uma forma criativa de narrar acontecimentos, sensações, emoções, realidades... Uma verdadeira viagem no tempo também para o leitor.
O facto de ser narrado na primeira pessoa, e pelos dois pontos de vista, Claire e Henry, torna o livro mais dinâmico e cativante. Acho que pode ser um bom livro para ler a dois (para quem goste de partilhar o momento de leitura).
Para quem já leu o livro, não acham que poderia vir agora um livro com o título O amor da viajante no tempo? Não seria uma boa forma de dar continuidade a uma história inacabada!!
Há um filme baseado no livro, que vi no domingo passado e que em breve irei comentar.
Autor: Lolly Winston Ano: 2006 Editora: Editorial Presença Número de Páginas: 364 páginas Classificação: 4 Estrelas Desafio: Novos autores / De A a Z...
Sinopse
Este romance de estreia da americana Lolly Winston foi acolhido com grande entusiasmo. É uma história emocionante sobre uma jovem mulher que perde o companheiro após três anos de um casamento feliz. A autora acompanha as pungentes fases do luto da sua protagonista com grande realismo e inteligência sensibilidade, mas este não é um livro triste porque a narradora e protagonista domina a arte do humor, fazendo rir com frequência o leitor mostrando o lado caricato das situações em que se coloca. Ela acabará por não suportar continuar a conviver com os lugares onde foi tão feliz, deixa o emprego, vende a casa e parte para junto da sua melhor amiga. A dor porém viaja com ela, e Sophie vê-se obrigada a enfrentá-la sem fuga possível. Brilho e fascínio são palavras muitas vezes escolhidas para descrever o primeiro romance desta novíssima e refrescante voz da ficção contemporânea, cujos direitos de tradução foram adquiridos por 15 países, dos Estados Unidos à Europa e até países como o Japão, China e Coreia.
Opinião
Este foi um livro que trouxe da biblioteca sem ter nenhuma referência acerca dele. Foi uma escolha totalmente ao acaso e não me arrependi.
Sophie é uma mulher que de um momento para o outro vê a doença instalar-se na sua casa e "rouba-lhe" o marido com quem está casada à três anos. Confrontada com a morte, Sophie cai no abismo da tristeza e da solidão e dá início a um dos processos mais difíceis da condição humana: o processo de luto.
O conteúdo é bastante fiel àquilo a que podemos chamar de processo de luto. Sophie passa pelas diferentes fases, ultrapassando problemas diversos e ganhando a força necessária para ultrapassar uma fase de grande tristeza. É um relato que apesar de trespassar a tristeza consegue, em alguns momentos fazer-nos sorrir e, no fim sentimo-nos satisfeitos com a evolução emocional de Sophie.
A grande luta de Sophie foi perceber que fisicamente as pessoas morrem, mas continuam no nosso coração. Felizmente é um lugar que não permite despejos nem substituições. Uma vez alojadas aí as pessoas permanecem por tempo indefinido. Sophie foi percebendo isso... Fisicamente, o seu marido tinha deixado de estar presente, mas no seu coração haverá sempre um lugar para ele, mesmo que apareçam outras pessoas.
Ao longo do livro é fácil entrarmos no mundo emocional da personagem, ficar feliz com as suas vitórias e conquistas. É como observar a cor surgir num lugar cinzento!
Confesso que não gosto muito do título. À primeira vista parece um livro de auto-ajuda e isso pode afastar alguns leitores pouco fãs (como eu) deste género de livros. Um aspecto que também não me cativou muito foi o namorado que conquistou Sophie... Eles não têm nada que ver um com o outro. Não senti muita empatia com o senhor.