Autor: Anne Frank Ano: 2002 Editora: Livros do Brasil Número de Páginas: 351 páginas Classificação: 5 Estrelas Desafio: De A a Z...
Sinopse
Anne era uma rapariguinha de uma família judaica de Francfort que se refugiou na Holanda para escapar às perseguições nazis. Invadido este país, a família esconde-se com outras pessoas num “anexo” de uma casa, onde, protegida por gente corajosa e dedicada, consegue viver largo tempo sempre no terror de ser descoberta. Acabou por sê-lo. E o diário de Anne foi encontrado por acaso num monte de papéis velhos. Anne veio a morrer no campo de concentração de Bergen-Belsen. Mas o diário que essa rapariguita escreveu é, na sua perspicácia e na sua desenvoltura adolescente, um documento, um autêntico documento humano – e, só pelo facto de existir, um protesto contra as injustiças do mundo em que vivemos.
Opinião
Este é daqueles livros que eu tinha vergonha de ainda não ter lido. Já me tinha cruzado com tantas boas opiniões acerca deste livro que não sei como é que deixei passar tanto tempo sem o ler.
Anne relata-nos aquilo que vivência ao longo do tempo em que está a viver no anexo. Partilha connosco as interpretações, muito bem construídas, acerca das situações e das relações que preenchem aquele espaço.
A vida num anexo, longe de tudo aquilo que faz o mundo girar, longe da natureza, longe de uma vida em liberdade, é descrita por Anne com uma clareza e uma riqueza interpretativa que está longe daquilo que se podia esperar de muitos adolescentes de 13 anos.
A forma como Anne interpreta e descreve as relações entre aqueles que vivem no anexo dá-nos indícios da maturidade e da capacidade de pensar de Anne. É fantástica a forma como ela nos dá a conhecer a sua família e os outros habitantes do anexo, assim como as relações que ela própria vai estabelecendo com cada um deles.
Apesar da situação difícil que todos vivem, Anne não deixa que o seu lado adolescente seja engolido pelas sombras da guerra. Não deixa o seu lado sonhador sucumbir e dedica-se à escrita e à aprendizagem dos mais variados temas, além disso procura saber sobre os artistas do cinema e sobre os filmes do momento. Ao mesmo tempo projecta-se num futuro longínquo imaginando-se diferente das mulheres que conhece.
Anne, uma jovem cheia de força e com uma enorme clareza de espírito, encanta qualquer leitor e é difícil não nos sentirmos tristes pela sua condição e pelos acontecimentos poucos felizes que se seguiram e que arrastaram todos os seus sonhos...
Autor: Diana Gabaldon Ano: 2010 Editora: Casa das Letras Número de páginas: 774 páginas Classificação: 3 Estrelas
Sinopse
Claire leva uma vida dupla. Tem um marido num século e um amante noutro…
Em 1945, Claire Randall, ex-enfermeira do Exército, regressa da guerra e está com o marido numa segunda lua-de-mel quando inocentemente toca num rochedo de um antigo círculo de pedras. De súbito, é transportada para o ano de 1743, para o centro de uma escaramuça entre ingleses e escoceses. Confundida com uma prostituta pelo capitão inglês Black Jack Randall, um antepassado e sósia do seu marido, é a seguir sequestrada pelo poderoso clã MacKenzie. Estes julgam-na espia ou feiticeira, mas com a sua experiência em enfermagem, Claire passa por curandeira e ganha o respeito dos guerreiros. No entanto, como corre perigo de vida a solução é tornar-se membro do clã, casando com o guerreiro Jamie Fraser, que lhe demonstra uma paixão tão avassaladora e um amor tão absoluto que Claire se sente dividida entre a fidelidade e o desejo… e entre dois homens completamente diferentes em duas vidas irreconciliáveis.
Vive-se um período excepcionalmente conturbado nas Terras Altas da Escócia, que culminará com a quase extinção dos clãs na batalha de Culloden, entre ingleses e escoceses. Catapultada para um mundo de intrigas e espiões que pode pôr em risco a sua vida, uma pergunta insistente martela os pensamentos de Claire: o que fazer quando se conhece o futuro?
Um misto de ficção romântica e histórica, Outlander – Nas Asas do Tempo já foi publicado em 24 países.
Opinião
Não será fácil para mim construir uma opinião acerca deste livro uma vez que provocou em mim sentimentos bastante contraditórios. Houve partes que gostei, partes que gostei menos e partes que odiei. De facto, não houve momentos que adorei ao ponto de pensar "que passagem fantástica".
É uma leitura difícil e densa. Um livro que intimida pelo seu tamanho (e pelo peso, ficava sempre com dores nos braços) e pela narrativa pesada e por vezes, do meu ponto de vista, confusa. Penso que certas passagens poderiam ter sido eliminadas porque só tornam o livro demasiado aborrecido. Temos, também, momentos de uma brutalidade exagerada. Apesar de serem bem descritos (por vezes até demasiado), achei que alguns desses momentos não faziam sentido e só tornavam a história demasiado pesada.
Nas asas do tempo é um livro com uma forte componente histórica. Não posso afirmar nada quanto à coerência dos factos porque os meus conhecimentos de história não o permitem. Apenas posso dizer que são bem descritos e parecem bem enquadrados no cenário que nos é apresentado.
Claire é a grande protagonista do livro. Não a achei carismática. Vai evoluindo na narrativa em alguns aspectos, mas confesso-me contra algumas das suas opiniões e atitudes uma vez que vão contra aquilo que defendo. Gostei muito do seu interesse pela botânica e pelo poder curativo das plantas que ia sendo descrito no livro.
Jamie, outra personagem relevante do livro, irritou-me profundamente em vários momentos. No início, conseguiu cativar-me. Com o avançar da história foi-me desiludindo e só voltei a gostar um pouco dele a partir da quinta parte do livro.
Jenny e Ian, irmã e cunhado de Jamie, foram duas personagens de quem gostei bastante e gostava de ter visto mais dele. Não sei se voltarão a surgir nos volumes seguintes da série, mas por mim poderiam aparecer.
O final apresenta algumas lacunas ao nível da narração dos acontecimentos. Na minha opinião, houve aspectos confusos e que tornam as situação pouco claras. As páginas finais conseguem deixar a história suficientemente aberta para os volumes que se seguem.
Ela ficara sobre o escabelo, as mãos cansadas e caídas no regaço, num infinito espanto, o olhar perdido na escuridão da noite silente. Menos escura lhe parecia a morte que essa escura aventura em que se sentia envolvida e levada! Quem era esse D. Rui de Cardenas, de quem nunca ouvira falar, que nunca atravessara a sua vida, tão quieta, tão pouco povoada de memórias e de homens? E ele decerto a conhecia, a encontrara, a seguira, ao menos com os olhos, pois que era coisa natural e bem ligada receber dela carta de tanta paixão e promessa…
Assim, um homem, e moço decerto bem nascido, talvez gentil, penetrava no seu destino bruscamente, trazido pela mão de seu marido? Tão intimamente mesmo se entranhara esse homem na sua vida, sem que ela se apercebesse, que já para ele se abria de noite a porta do seu jardim, e contra a sua janela, para ele subir, se arrumava de noite uma escada!… E era seu marido que muito secretamente escancarava a porta, e muito secretamente levantava a escada… Para quê?…
Opinião
Este foi o meu segundo trabalho para o Projecto Adamastor e confesso que ainda gostei mais deste conto do que o Singularidades de uma rapariga loira. Mas como ambos são muito bons atribui-lhes a mesma classificação.
Neste conto, Eça reuniu encantamento, paixão, amor, fé e o plano espiritual. É um conto com uma leitura fácil e rápida que aguça a curiosidade do leitor. Estamos sempre na expectativa de quando uma tragédia irá acontecer.
O enredo está muito bem construído, ou não estaríamos a falar do mestre Eça de Queirós, em que dificilmente adivinhamos qual o passo seguinte que o escritor oferece às suas personagens.
Gostei muito do final! Não estava à espera deste desfecho... Imaginei algo mais trágico.
Autor: Alice Vaara Ano: 2007 Editora: Edições Asa Número de páginas: 207 Classificação: 3 Estrelas Desafio: De A a Z...
Sinopse
No dia seguinte ao seu aniversário e após uma valente bebedeira, Lisa toma a importante decisão de finalmente encontrar o homem da sua vida, custe o que custar!
E é precisamente nessa semana que chega à revista onde trabalha o novo director criativo, Kay Wessel, o típico don juan que Lisa decide obstinadamente conquistar. Contrariando o entusiasmo de Lisa, os seus amigos mais próximos não parecem gostar muito da sujeição por que ela está disposta a passar para conquistar a atenção de um individuo superficial e machista como Kay. Marthe, a sua melhor amiga e confidente, e Konrad, o namorado de Marthe, apoiam-na com moderação. Por seu lado, Peter, irmão de Marthe e amigo de infância de Lisa, começa progressivamente a ganhar uma estranha aversão a toda a situação...
E quando Lisa pede a Peter que a ajude a conquistar Kay, os sentimentos contraditórios de ambos vão dar uma preciosa ajuda à trapalhada que se avizinha.
Numa vertiginosa sucessão de ambientes urbanos - desdeo trabalho numa atarefada revista às conversas nocturnas nos bares da cidade de Hmaburgo - , Beijos de Chocolate tem a incontestável virtude de mostrar quão ilusórios podem ser os sentimentos imediatos. Após um longo e aventuroso processo de conquista, onde não faltam todos os ingredientes essenciais a uma boa comédia romântica, lisa acabará por desvendar coisas fundamentais sobre si própria e o mundo que a rodeia.
Opinião
Beijos de Chocolate traz-nos a história de duas amigas e as suas aventuras pelo mundo das relações. Marthe é psicóloga e mantém uma relação estável com Konrad. Lisa, a sua amiga, é uma mulher que nunca conseguiu mais do que umas aventuras amorosas. Peter, irmão de Marthe e amigo de Lisa, mantém uma relação com Kerry mas este está longe de viver um grande amor. O seu coração encontra-se preenchido por outro alguém.
Lisa não se conforma com a sua vida de solteira e reúne os seus esforços na conquista de Kay. A partir daqui sucedem-se acontecimentos hilariantes e divertidos e Lisa entra num fantástico mundo de auto-descoberta.
É um livro divertido e bastante romântico. A narrativa desenvolve-se de uma forma dinâmica e cativante o que se transforma numa leitura rápida e sem aborrecimentos. O final, apesar de pouco explorado, é bastante previsível.
Autor: Diane Wei Liang Ano: 2008 Editora: Bizâncio Número de páginas: 214 Classificação: 2 Estrelas
Livro ganho no primeiro Buzz Literário do blog A wonderful world da Elizabete Cruz e a quem desde já agradeço!
Sinopse
A detective Mei Wang, que já conhecemos de O Olho de Jade, debate-se com a gestão da sua agência de investigação numa China onde os detectives privados estão proibidos de exercer. Chamada a esclarecer o desaparecimento de uma deslumbrante cantora pop, Kaili, as diligências transportam-na dos bairros elegantes de Pequim para as velhas ruelas — hutongs — que ainda existem nos limites da cidade com as suas ancestrais tradições e superstições. Aí, Mei, dá por si, não apenas à procura de Kaili, mas também no rasto de uma frágil borboleta de papel que encontrou no apartamento da cantora. À medida que se aproxima o desfecho do caso, torna-se claro que a verdade nem sempre é libertadora e, quando o corpo de Kaili é encontrado, o assassino revela laços com o passado que obrigam Mei a enfrentar alguns dos seus demónios pessoais e reflectir sobre a história de um país que lida mal com os seus fantasmas.
Opinião
Este livro era uma verdadeira incógnita, uma vez que não tinha qualquer referência sobre ele. Nunca me tinha cruzado com ele e também não conhecia a autora. O próprio espaço onde a acção se desenrola foi novo para mim. Nunca tinha lido nenhum livro que tivesse como pano de fundo a China e a cultura Oriental,
China oferece-me emoções contraditórias. Se por um lado adoraria conhecer um país tão diferente do nosso, por outro o choque cultural assusta-me. Um pouco da cultura do país aparece retratado no livro e é impossível sentirmo-nos indiferentes àquilo que vamos lendo.
É um livro que nos proporciona uma leitura satisfatória. Penso que a trama e as personagens são aspectos que podiam ter sido mais desenvolvidos. A ideia que serve de base à construção da narrativa é bastante boa e do meu interesse, mas foi pouco esmiuçada. Os assuntos deviam ter sido esgotados e sente-se a necessidade da presença de outros acontecimentos de forma a tornarem o livro mais interessante.
Apesar de não ser um livro extraordinário o final conseguiu surpreender-me. Não estava à espera que as coisas evoluíssem no sentido que evoluíram. Na minha cabeça tinha projectado outro final. Porém gostei deste e fez todo o sentido no contexto geral do livro.
Autor: Tiago Rebelo Ano: 2011 Editora: Edições Asa Número de páginas: 168 Classificação: 2 Estrelas
Sinopse
Breve História de Amor é o desfile de retratos autênticos sobre relações quotidianas. Caminhos do acaso que levam homens e mulheres a cruzarem os seus destinos, por vezes, nas circunstâncias mais surpreendentes.
Pessoas que se encontram, ou se reencontram, que se unem ou se separam, sentimentos intensos e irreprimíveis que determinam as suas vidas e alteram bruscamente e sem aviso os seus destinos.
Através de uma descrição intensa e cirúrgica, Tiago Rebelo conduz-nos aos pensamentos mais íntimos das personagens que tantas vezes se confundem com os nossos.
Autor de romances bem conhecidos do público, como O Tempo dos Amores Perfeitos, O Último Ano em Luanda ou Uma Noite em Nova Iorque, Tiago Rebelo oferece aos leitores a versão original das melhores histórias publicadas ao longo de mais de um ano na revista Domingo, do Correio da Manhã, e ainda o conto inédito Amores Indeléveis.
Opinião
Já li quase todos os livros publicados de Tiago Rebelo e quase sempre fico com boa impressão dos seus livros. Cada um traz-nos uma história simples e de fácil leitura. São livros muito bons para intercalar com livros com narrativas mais densas.
Breve história de amor é um livro onde nos são apresentadas histórias de amor que podem acontecer a qualquer pessoa. Quase todas as histórias espalham essa universalidade através da identificação das personagens: ele e ela.
É um livro que nos proporciona uma leitura agradável, mas não nos causa arrebatamento. São histórias tão pequenas que dificilmente nos deixam algo na nossa memória. São boas para o momento deixando pequenos restos de aspectos bonitos das diferentes formas de amar. Não acontece com todas as histórias, mas devido à brevidade que cada uma delas assume faz com que sejam facilmente esquecidas.
Gostei do tom realista que o autor emprega. Sem finais exageradamente felizes ou irrealistas. Gostei do facto de serem histórias comuns de pessoas comuns e que podem acontecer a qualquer pessoa.
Esta pode ser uma boa leitura de Verão. Um livro pequeno que facilmente se lê numa tarde passada na praia ou num esplanada.
Autor: J. D. Robb Ano: 211 Editora: Edições Chá das Cinco Número de páginas: 317 páginas Classificação: 4 Estrelas
Sinopse
Na vibrante e misteriosa Nova Iorque do séc. XXI, a tenente Eve Dallas já sobreviveu a criminosos de todos os tipos, de meros ladrões a verdadeiros psicopatas. Mas desta vez é um bombista que está a ameaçar a sua cidade. Com a ajuda do seu marido, o magnata Roarke, Eve terá de enfrentar um enigmático grupo terrorista de nome Cassandra.
Sem objetivos claros, o grupo lança um rasto implacável de morte e ruína no mundo de Eve, e quando a sua teia de terror atinge aquelas pessoas mais próximas de si, Eve é forçada a ripostar. Afinal, esta é a sua cidade e o seu trabalho é defendê-la... mesmo quando, para isso, tem de arriscar a própria vida.
Opinião
Está é a minha série de eleição e a cada livro que leio fico mais enfeitiçada pelas personagens, pelos enredos e pelos ambientes criados pela autora.
Infelizmente, não li a série desde o início, mas é algo que um dia pretendo fazer, assim como adquirir todos os livros.
Neste nono livro da série o criminoso apresenta-se sob a forma de um grupo. Não consegui descobrir com antecedência o que estava por detrás de todo aquele cenário criminoso. Mais uma vez a autora consegue elaborar toda a cena do crime e criar boas ligações entre os acontecimentos.
Com este livro ficamos a conhecer melhor a Peabody e é-nos também apresentado o seu irmão Zeke. Gostei muito de ver esta versão mais aprofundada da personagem que é o braço direito da Tenente Eve.
Em relação à Eve e ao Roarke, estes estão cada vez melhor. Eve, ao longo do livro, reflecte muito acerca das relações e da sua atitude e comportamento na forma como se relaciona com Roarke. Ela é uma mulher com alguma dificuldade em lidar com o amor incondicional que apareceu na sua vida à quando o relacionamento com o seu enigmático marido. No fundo, a cada livro Eve vai descobrindo os caminhos do amor que até há bem pouco tempo estavam fechado para ela.
Esta é uma série fantástica e que vale a pena descobrir.
Autor: Elizabete Cruz Ano: 2013 Número de páginas: 360 páginas Classificação: 4 Estrelas Desafio: Ler em Português
Sinopse
Esta podia ser a história de uma menina amorosa e inocente marcada pelo passado. Mas não, esta é a história de Daniela, a rapariga que sobreviveu a esse passado e se tornou naquilo que nunca pensaria ser, não olhando a meios para atingir os fins. Para tal conta com a ajuda do seu bizarro melhor amigo, que daria tudo para dormir com ela, e que é bem mais do que aparenta ser. E ainda tem Dyre, o seu primeiro amor e actual namorado, que definitivamente não a conhece.
Ela julgava-se forte, perspicaz e dona do seu destino. Mas o destino provar-lhe-á que estava errada. Alguém com tantos segredos, artimanhas, rancor e maldade dentro de si não poderá ter um final feliz. E o reaparecimento de um fantasma do seu passado levá-la-á a fazer algo extremo e irremediável, fazendo-a perceber que os fins nem sempre justificam os meios.
Conheçam Daniela, a jovem e inocente estudante de Medicina, que encerra em si uma terrível face negra.
“Um dia vais acordar, e não vais ter nada além de arrependimentos.”
Opinião
Em primeiro lugar queria deixar aqui o meu agradecimento à Elizabete por me ter dado a oportunidade de ler o seu livro e conhecer estas fantásticas personagens.
O Face Negra dá-nos a conhecer Daniela, uma jovem a quem a vida lhe ofereceu uma perspectiva fria das relações. Um acontecimento na sua vida marca esta viragem de atitude. A doce e inocente Daniela que conhecemos nas primeiras páginas fica escondida por detrás de uma máscara de arrogância e frieza e torna-se numa jovem calculista.
Daniela nem sempre segue os caminhos mais correctos e vê-se obrigada a tornar-se numa pessoa diferente. Apesar de toda a crueldade com que ela nos vais presentando ao longo do livro não consigo sentir ódio ou repulsa por ela. Embora não aceite essas atitudes consigo compreendê-las no contexto em que elas vão surgindo.
Esta atitude que Daniela assume perante a vida, condiciona as suas relações interpessoais. E nos seus pouco anos de vida, a relação de amizade mais certa que constrói é com Marco.
No início o comportamento de Marco irritava-me, mas no fundo este comportamento ia tendo as suas justificações. Como a única pessoa que estava presente no seu coração lhe era inacessível, vivia as suas relações amorosas de forma errante.
A relação de amizade entre Daniela e Marco é muito bonita e está muito bem construída. Pautada por momentos doces, hilariantes e emocionantes oferece ao leitor o conhecimento daquilo a que podermos chamar de uma verdadeira amizade. Marco tanto amas as qualidades como os defeitos de Daniela. No fundo, respeita-a enquanto ser humano que é com todas as suas idiossincrasias.
Dyre é o único que consegue tocar bem fundo no coração de Daniela. É o protótipo do homem perfeito. No primeiro momento em que ele aparece não me senti verdadeiramente tocada por ele, mas com o evoluir da narrativa ele vai-se conquistando.
Face Negra é um livro que tem uma narrativa dinâmica, interessante e cativante. Facilmente nos sentimos conquistados pela história. Houve alguns aspectos na fase inicial da história que penso não se enquadrarem muito bem, mas que são facilmente ultrapassados pela intensidade que outros acontecimentos assumem (aliás só são notados a pessoas que tenham algum conhecimento de causa pelo assunto em questão).
Para finalizar o livro, Elizabete brinda-nos com um final que possibilita diferentes caminhos à nossa imaginação. Não sou muito fã das narrativas abertas, mas no contexto do livro faz algum sentido. Senti falta de desenvolvimentos nesta fase final, mas a mensagem principal do livro passou: Nós somos o somatório de todas as nossas atitudes. Sejam elas boas ou más temos de saber lidar com elas assim como com todas as nossas escolhas. Porém, nenhuma pessoa é melhor ou pior para julgar o comportamento dos outros.
Autor: P. C. Cast & Kristin Cast Ano: 2009 Editora: Saída de Emergência Número de páginas: 302 páginas Classificação: 2 Estrelas
Sinopse
Zoey Redbird tem 16 anos e vive num mundo igual ao nosso, com uma única excepção: os vampyros não só existem como são tolerados. Os humanos que os vampyros "marcam" como especiais entram na Casa da Noite, uma escola onde se vão transformar em vampyros ou, se o corpo o rejeitar, morrer.
Para Zoey, apesar do medo inicial, ser marcada é uma verdadeira bênção. É que ela nunca encaixou no mundo normal e sempre sentiu que estava destinada a algo mais. Mas mesmo na nova escola a jovem sente-se diferente dos outros: é que a marca que a Deusa Nyx lhe fez é especial, mostrando que os seus poderes são muito fortes para alguém tão jovem.
Na Casa da Noite, Zoey acaba por encontrar amizade e amor, mas também mentira e inveja. Afinal, nem tudo está bem no mundo dos vampyros e os problemas que pensava ter deixado para trás não se comparam aos desafios que tem pela frente.
Opinião
Marcada é o primeiro volume da série Casa da Noite. É um livro que nos apresenta mais um olhar sobre o mundo dos vampiros. Porém é apenas mais um olhar, uma vez que as autoras não nos trazem nada de novo, ou seja, no livro não se encontram elementos suficientemente originais que o tornem único e memorável.
Relativamente ao enredo este foca-se essencialmente nas aventuras e desventuras de um grupo de jovens que são escolhidos para se tornarem vampiros. Para isso são marcados e colocados numa escola especial, mas nem todos são capazes de alcançar o último patamar da mudança que é tornarem-se vampiros.
Zoey, a personagem principal, é uma jovem que é marcada e que vai assumir um papel especial neste novo mundo. É a típica jovem que aparece neste tipo de livros: faz parte de uma família com alguma disfuncionalidade, é tímida e não se sente integrada no meio em que vive.
É uma personagem com pouca força. Não me suscitou nenhuma emoção em especial.
O grupo de amigos de Zoey é bastante engraçado e peculiar e conseguiram despertar-me alguma curiosidade para os volumes seguintes. Quero saber o que vai acontecer a cada um deles.
Afrofite, a miúda tipo Barbie, é má e no final deixou uma ameaça no ar. Perdeu a sua posição de superioridade e de líder e isto foi algo que afectou a sua auto-estima. O que é que ela irá fazer para poder recuperar o seu estatuto na escola?
É um livro de leitura rápida em que os acontecimentos vão surgindo de forma dinâmica. Pretendo ler os volumes seguintes por mera curiosidade acerca do futuro de algumas personagens e ver se o culminar da série me surpreende.
É um livro satisfatório, mas incapaz de roubar o lugar à minha série de vampiros preferida: Academia de Vampiros de Richelle Mead.
Autor: Jojo Moyes Ano: 2010 Editora: Porto Editora Número de Páginas: 407 páginas Classificação: 3 Estrelas
Sinopse
Isabel Delancey, uma mulher frágil e ainda jovem, alheada das vicissitudes do dia-a-dia, vivia para a música - era violinista numa orquestra sinfónica.
O que a prendia à realidade era o amor que sentia por Laurent, o seu marido. Quando este morre num brutal acidente, Isabel vê-se obrigada a confrontar-se com a terrível situação financeira em que o marido deixou a família e a assumir o papel de mãe que sempre tinha sido desempenhado por uma ama.
A Casa Espanhola, uma propriedade que herda inesperadamente, sendo uma fonte inesgotável de problemas, vai ser ao mesmo tempo um desafio à sua coragem e determinação, transformando Isabel numa mulher madura.
Ali, vai encontrar uma solidariedade inesperada, um rancor visceral e o amor.
Um Violino na Noite é um romance que nos fala de obsessões, vulnerabilidades, paixões e escolhas. A história envolve completamente o leitor, tornando este novo livro de Jojo Moyes uma leitura compulsiva e irresistível.
Opinião
Já tinha lido opiniões muito positivas dos livros de Jojo Moyes, por isso estava com alguma curiosidade em descobrir as suas histórias.
Um violino na noite traz-nos a história de uma jovem viúva, Isabel que quando menos esperava fica sem o marido num acidente de viação. Restou a tristeza e um conjunto de dívidas. Esta sua nova condição levou-a a enfrentar uma nova realidade. Uma realidade muito distante daquela que até então a tinha acompanhado.
Isabel, juntamente com os dois filhos, muda-se para a Casa Espanhola. Uma casa, resultado de uma herança inesperada, que lhe trará muitos problemas ao mesmo tempo que a lança numa viagem onde se re-encontra consigo mesma.
A narrativa desenvolve-se a um ritmo um pouco lento, mas não deixa de ser cativante para o leitos, apesar de ter alguns momentos mais aborrecidos.
Isabel é um personagem interessante e bem construída. Todos os seus dilemas, toda a sua inexperiência, a forma como lida com os filhos. com o luto e com os problemas que lhe vão aparecendo à frente espelham a mulher que se foi tornando ao longo dos anos. Uma mulher sensível, com uma personalidade sonhadora e peculiar e que acima de tudo amava a sua música. Enquanto se dedicava de corpo e alma ao violino o seu marido conduzia a vida familiar. Sentia-se segura com esta situação.
Uma outra personagem que apresenta uma boa construção é Matt. Obcecado pela Casa Espanhola vê o seu espírito consumido por essa ideia fixa. Depois de tudo aquilo que ele fez ao longo do desenrolar dos acontecimentos merecia outro final. A sua esposa teve uma atitude fraca. Sempre pensei que ela iria ter coragem para manter o importante passo que deu.
Bryon é outra personagem interessante devido ao mistério que o vai acompanhado. Tive pena da autora não lhe ter oferecido mais páginas no seu livro. Fiquei desapontada com a forma rápida com que a autora despachou o seu mistério e a descoberta do amor.
O final foi mais um indicador da pressa da escritora em terminar a trama. Penso que os acontecimentos surgiram de forma apressada. O Epílogo merecia mais informações e houve aspectos finais que me deixaram confusa.