Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Por detrás das palavras

Opinião | "Desejos do coração" de Jude Deveraux (Edilean #5)

P_20200325_170732.jpg

"Desejos do coração" é o quinto livro da série Edilean e o sexto livro que leio de Jude Deveraux. Na generalidade tenho gostado dos seus livros. Prefiro os livros de época do que os livros com histórias mais contemporâneas. Acho as narrativas das histórias de época mais apelativas e interessantes. De todos os que já li até ao momento, este foi o que menos gostei.

A narrativa começou bem e com uma premissa interessante: desvendar os mistérios de uma história familiar.
Gemma foi a escolhida para descobrir a história da família Frazier e, sem querer, acabou por conquistar outras coisas, nomeadamente um romance com Colin, o filho mais velho da família.

O romance entre Gemma e Colin não me convenceu. Não me interpretrem mal, eles são amorosos, há romantismo, mas a faísca incendiou demasiado depressa. Se comecei o livro identificando-me com Gemma, a sua personalidade e a sua forma de estar na vida, a forma como tudo evoluiu à sua volta foi demasiado rápida. Tão rápida que considero ser incapaz de corresponder aos padrões que definem a Gemma enquanto pessoa. Comecei a torcer o nariz e o entusiasmo foi esmorecendo

É uma história de amor bonita, romântica, previsível e com um conjunto de características que alimentam pensamentos positivos. Apesar de tudo isto, o livro não me conseguiu tocar com a profundidade que outras histórias do género já conseguiram comigo. 
É uma leitura agradável? Sim. Contudo, está longe de ser memorável ou mesmo inesquecível.
Há até uma situação que acaba esquecida pela autora. É um elemento importante na construção da relação entre Gemma e Colin, mas a escritora acaba por deixar passar. Este foi um dos aspetos mais reveladores da falta de profundidade da escritora na forma como optou abordar a história.

O livro cumpriu a sua função de entreter e oferecer uma história agradável e termina com uma mensagem positiva.

Classificação
 

Opinião | "O mapa do coração" de Susan Wiggs

Pink and Peach Freeform Art Instagram Post.jpg

"O mapa do coração" foi uma leitura que se revelou uma excelente surpresa. Tinha lido a sinopse, mas não consegui perceber que a história deste livro incluía uma bela viagem ao passado.

Terminada a leitura, posso dizer que o título não é muito apelativo e acho que não ilustra muito bem aquilo que encontramos nestas páginas. 
O livro mistura um romance contemporâneo com apontamentos de acontecimentos que marcaram a ocupação de França pelos Nazis durante a Segunda Guerra Mundial. No presente e no passado há amores que foram eternizados em palavras e em fotografias.

O passado acabará por explicar o presente. Nestes dois espaços temporais cabem sonhos, segredos e elementos que precisam do seu tempo para serem resolvidos. E todo o encaixe entre passado e presente foi ganhando forma e encantou-me pelos pequenos detalhes que marcam o desenrolar dos acontecimentos. 

Passado e presente, o que é que eu gostei mais? Passado, sem dúvida alguma. A história de Lisette é intrigante. A autora jogou muito bem com essa intriga dando informação de forma espaçada para que a expetativa nascesse no interior do leitor. E, nos pedaços de história que vão sendo oferecidos, conhecemos uma mulher cheia de garra e inteligência. Soube-me a pouco. Precisava de mais páginas a narrar a vida desta mulher. Não tem muitos elementos históricos. Surgem apenas os suficientes para contextualizar a época e as atitudes e comportamentos das personagens. Foi uma contextualização importante, da qual gostei muito e que me permitiu conhecer outro lado de um episódio negro da história mundial.

O presente é protagonizado por Camille, uma mulher transformada pela morte do marido. É uma personagens interessante. Porém, acho que só a compreendi verdadeiramente depois de perceber os acontecimentos que culminaram na morte do marido. 
O romance construído em torno desta mulher é previsível, mas em nada afetou o prazer da minha leitura, ou seja, a previsibilidade não lhe retirou o encanto. 

Julie, filha de Camille tem um papel bastante importante no livro. Através desta jovem conhecemos lugares menos bonitos da adolescência. Conhecemos o impacto do bullying (acho que o tema careceu de uma melhor abordagem para que pudesse tornar-se mais expressivo; a resolução deste problema adotou alguns aspetos que me deixaram apreensiva) e a libertação do sofrimento que advém de uma realidade tão séria e capaz de arruinar a auto-estima de qualquer pessoa.

Houve ainda espaço para outro tema importante: a homossexualidade. Foi uma abordagem subtil, mas com um enorme significado na resolução de alguns conflitos da narrativa. Gostaria de o ver mais desenvolvido, manifestado numa caracterização psicológica e social mais complexa. 

Há muitas coisas que fazem a ligação entre passado e presente, mas a mais interessante é a fotografia. Quantas memórias uma fotografia pode guardar? O que é uma fotografia pode eternizar? Que magia nasce nos olhos de quem vê uma fotografia de um passado distante sem lhe conhecer o contexto? Estas questões são explicadas na narrativa deste livro. Estes elementos trouxeram-me um pouco de magia e positividade. Eu não gosto de ser fotografada, mas gosto de fotografias pala sua capacidade de desencadear histórias e memórias. 

É um bom livro para fugir da realidade. A possibilidade de podermos viajar para o sul de França, num verão quente e a possibilidade de olhar para as águas do Mediterrâneo e de sentir o perfume da lavanda foram sensações dolorosamente boas. Escrevo dolorosamente porque estava a sentir à distância. O real desejo era estar lá. 

Foi a minha primeira experiência com a escritora Susan Wiggs. Dada a boa experiência de leitura fiquei com vontade de conhecer mais obras da escritora.

Classificação

Nota: O ebook foi-me disponibilizado pela editora em troca de uma opinião sincera.

Leitura com o apoio de:

logo-web.png

Opinião | "Cassiopeia" de Joana Ferraz

P_20200826_153921.jpg

"Cassiopeia" surpreendeu positivamente a Daniela. O entusiasmo dela foi grande e eu acabei por ir um pouco atrás do entusiasmos dela. 
Eu confio nas opiniões da Daniela e, por isso, esperei ser surpreendida. Infelizmente, a minha experiência com este livro foi menos entusiasmante comparativamente à dela.

Cassiopeia é o nome da protagonista. Uma jovem que, aos 30 anos, sofre um enfarte e fica em coma. Enquanto ela se encontra neste estado, viajamos até diferentes períodos da sua vida, conhecemos as pessoas mais significativas e de que forma vão decorrendo as visitas que vai recebendo.

A escrita da Joana Ferraz é muito boa. As palavras encaixam-se de forma clara e envolvente. Vi nestas páginas uma fantástica capacidade em narrar os acontecimentos ao mesmo tempo que consegue captar o leitor.

Afinal, o que é que não funcionou comigo? O conteúdo. Não consegui estabelecer nenhuma conexão com a história nem com a Cassiopeia. Alguns elementos da narrativa não me fizeram muito sentido, nomeadamente: a depressão da mãe após o divórcio, muito por causa de um conjunto de revelações feitas no final do livro; e a viagem a Badajoz para fazer algo que já era possível ser feito em Portugal. 
Cassiopeia é extremamente imatura, senti isso em cada passagem do livro, e isto foi mais um elemento que dificultou a minha aproximação às personagens e a tudo o que ia acontecendo.

Senti que foi uma leitura desligada. Lia sem me sentir envolvida. Lia sem sentir que fazia parte daquelas vidas. Lia com uma distância emocional tão grande que me impediu a aproximação a tudo o que se ia passando naquelas páginas.

O final baralhou-me ainda mais as ideias. É um final aberto em que cada leitor poderá retirar as suas próprias conclusões. Fiquei um pouco aborrecida com este final, principalmente por causa de todas as revelações finais que oferecem uma nova perspetiva relativamente à vida de Cassiopeia.

Foi uma leitura satisfatória. Não me proporcionou um grande entusiasmos, mas gostei de ler e de conhecer um trabalho de uma nova escritora portuguesa. Considero que este livro é daqueles que apesar de não ter funcionado muito bem comigo poderá funcionar com outros leitores. Estamos na presença de um livro bem escrito, por isso é a subjetividade relacionada com a relação que o leitor constrói com a história que irá determinar o seu gosto por esta história. 

Em suma, este livro não funcionou tão bem comigo, mas poderá funcionar melhor contigo. Por isso, não te inibas de apostar neste livro. 

Classificação

Opinião | "Marquesa de Alorna" de Maria João Lopo de Carvalho

P_20200616_155550.jpg

Foi a ler romances históricos que eu percebi o quanto gosto de História. Tive História até ao 9º Ano do ensino básico. Gostava bastante da disciplina e dos conteúdos; mas, afinal, gostava mais do que aquilo que eu pensava. Muitas vezes, após ler um romance deste género, dou por mim a pesquisar mais sobre as pessoas, os acontecimentos e os locais. 

"Marquesa de Alorna" não me levou a pesquisas adicionais porque teve detalhe suficiente para me satisfazer a minha curiosidade. É um livro bastante detalhado, com muitos pormenores históricos e deixa que se conheça em profundidade a vida daquela que se tornou a Marquesa de Alorna.

A narrativa inicia-se em 1755, onde o terramoto do dia 1 de Novembro é usado como referência histórica para a narração dos acontecimentos. Seguem-se muitos outros marcos Históricos, acontecimentos que abalaram Portugal, a Europa e o Brasil e todos eles serviram de apoio à história de vida de Leonor. 

É um livro extremamente bem escrito. Apesar de algumas partes serem mais densas, nunca me senti aborrecida com a leitura. A narração mantém um bom ritmo, sempre com coisas relevantes a acontecer. Os capítulos curtos também ajudaram imenso, deixando a sensação de que a leitura avança de forma bastante fluída.

Leonor, a personagem central, era uma mulher com uma personalidade e espírito único. Ela respirava criatividade, talento, conhecimento... Foi uma mulher à frente do seu tempo. Uma mulher curiosa em relação ao mundo e àquilo que ele tinha para lhe oferecer. Lutou pelo espaço feminino e pelas suas ideias. Sempre defendeu a voz das mulheres e teve a ousadia de se afirmar nas diferentes cortes por onde passou. Uma personagem da nossa História com ideias e lutas que ainda hoje são atuais. Só me aborreci com os seus "achaques", doenças e a forte ligação à religião. Porém, atendendo à contextualização social da época a questão da religião faz sentido. 
Cheguei à conclusão que Leonor tinha um lado um pouco maluco que permitia que ela levasse tudo à frente. Foi apaixonante conhecê-la! A vida dela, as suas paixões, os seus amores e desamores e as suas lutas fascinaram-me e deixaram-me a pensar sobre a coragem que ela precisou para derrubar os preconceitos que imperavam naquela época e nos meios onde ela circulava.

"Marquesa de Alorna" é um livro muito rico, quer no conteúdo quer na forma brilhante com que a narrativa foi conduzida. 
Nunca tinha lido nada de Maria João Lopo de Carvalho. A experiência muito positiva desta leitura deixou em mim a vontade de ler mais obras desta escritora portuguesa.

Classificação

Opinião | "Elementos secretos" de Margot Lee Shetterley

P_20200820_143727.jpg

Sabia pouco sobre este livro antes de iniciar a leitura. O engraçado é que, pelo pouco que sabia, estava à espera de encontrar outro tipo de livro. Sendo mais precisa, eu esperava cruzar-me com a mesma história que encontrei. Porém, achava que ela seria apresentada ao leitor de uma forma diferente daquela que foi usada.

"Elementos secretos" é um livro de não ficção que aborda o papel das mulheres negras na área da investigação científica em matemática e engenharia aeroespacial. É um livro que expõe aquilo que aconteceu o lançamento de satélites, a chegada do homem à lua e o desenvolvimento de uma instituição que antecedeu a criação da NASA.

O conteúdo do livro não me desagradou. Aquilo que dificultou a minha leitura foi a forma como estes acontecimentos foram contados. É um livro muito descritivo onde apenas são apresentados factos. Há muitos avanços e recuos temporais e isso, por vezes, deixou-me confusa. 
Ao longo das páginas assistimos à descrição dos acontecimentos de vida de um conjunto de mulheres que marcaram a História. E é a parte Histórica que sobressai nestas páginas.

Foi uma leitura mais lenta, mas bastante interessante. A segregação racial nos EUA é algo muito relatado ao longo dos diversos capítulos e ilustra a dureza da vida para as famílias negras. Apesar da sua inteligência, das suas capacidades as pessoas negras tinham de se esforçar muito mais para conseguir reconhecimento, crescerem social e economicamente e conseguirem ocupar as mesmas posições que as pessoas brancas. Foi triste ler sobre as escolas que segregavam crianças e jovens e, o que mais me revoltou foi ler sobre as diferenças nas práticas de ensino adotadas por cada uma das escolas. 

Apesar de todo este contexto social, um grupo de mulheres conseguiu destacar-se e fazer valer os seus enormes conhecimentos de matemática e engenharia. Estas mulheres conseguiram uma conquista dupla: mulheres capazes de sobressair em áreas reservadas aos homens, e quebra de preconceitos raciais. 

Adorei conhecer a Dorothy, a Mary e a Katherine. Fiquei orgulhosa por saber que conseguiram colocar a sua inteligência ao serviço da investigação. Revoltei-me quando percebi que nem sempre tiveram o merecido reconhecimento. É um livro que evita que se esqueçam os esforços feitos por estas mulheres para fazer valer as suas competências. 

Numa época em que os atos racistas ocupam os noticiários, este livro é um excelente ponto de partida para a realização de discussões saudáveis. É urgente sensibilizarmos a sociedade para a igualdade entre seres humanos. Nunca é demais lembrar que devemos ser iguais nos direitos e nos deveres e que todos merecem ter as mesmas oportunidades independentemente da sua cor de pele, género, nacionalidade...

Classificação

Opinião | "Tambores na noite" de Marion Zimmer Bradley

P_20200810_102526.jpg

A minha relação com livros de fantasia é "espinhosa". É muito difícil encontrar um livro deste género que me encante e que me prenda na leitura. Vou continuando a ler livros deste género para me obrigar a sair da zona de conforto e para diversificar a minha experiência enquanto leitora. Por vezes, tenho boas surpresas, como é o caso dos livros de Juliet Marillier de quem fiquei fã.

Geralmente, livros com bruxaria, misticismo, feitiços, magia negra e branca e lendas são capazes de me agradar e oferecer bons momentos de leitura.
Em "Tambores na noite" o lado da fantasia toca nestes elementos, o que permitiu que a minha leitura fosse agradável e satisfatória. Gostei de ler o livro e de conhecer um pouco da cultura mística do Haiti.
Não foi uma leitura brilhante nem memorável, mas conseguiu captar a minha atenção e permitiu-me construir uma ligação com a história e com as personagens. 
Fui positivamente surpreendida com a escrita de Marion Bradley. É expressiva e mantém o equilíbrio certo entre descrição, narração e diálogo. Esse equilíbrio oferece um bom dinamismo à narrativa e impede que o aborrecimento surja.

As personagens são interessantes e são a alma de toda a história. Nem sempre compreendi as suas atitudes e comportamentos, nem sempre elas são caracterizadas de forma completa; contudo, no fim, tudo fez sentido.
As páginas finais com o perfil astrológico são muito interessantes e ofereceram-me um novo olhar pelas personagens e sobre o seu papel na história.

Agora tenho na estante um dos volumes da série "As brumas de Avalon". Sei que é uma série bastante conhecida e até fiquei com alguma vontade de a explorar. 
Conhecem a série? Recomendam-na a uma leitora mais resistente à fantasia como eu? 

Classificação

 

Opinião | "Voar no quarto escuro" de Márcia Balsas

P_20200805_100709.jpg

A Ana Patrícia, a Cristina e a Silvéria têm um projeto muito interessante que consiste em colocar um livro a circular por entre os leitores que manifestem interesse na leitura. O primeiro livro a percorrer os caminhos de Portugal foi o "Demência" da Célia Loureiro. Na altura não me inscrevi porque queria comprar o livro. Quando vi que iam colocar a circula o "Voar no quarto escuro" de Márcia Balsas decidi inscrever-me e, assim, experimentar um livro de uma nova escritora portuguesa. 

"Voar no quarto escuro" é um livro onde cabem muitas vozes. Vozes de mulheres comuns, com as suas rotinas, com as suas relações, com as suas exigências e, acima de tudo, com os seus fantasmas que lhes obscurecem o coração e a mente.

Foram estes fantasmas e a escrita quase poética da Márcia que me ligaram ao livro. Começando pela escrita, a Márcia fez um excelente trabalho na escolha das palavras. Uniu-as; deu-lhes corpo, sentido e beleza. É fácil ler o livro porque a escrita quase que nos embala e nos deixa infiltrados nas vidas destas mulheres.

Todos temos fantasmas. Todos escondemos esqueletos no armário. A forma como lidamos com eles e como os arrumamos dentro de nós é que faz a diferença. O livro ilustra um pouco essa forma diversa de arrumar os fantasmas interiores. Não mostra uma arrumação sempre funcional! Aliás, grande parte das personagens espelham uma arrumação disfuncional e autora conseguiu passar muito bem para o papel o impacto dessa desarrumação mental na vida quotidiana das pessoas e nas relações que estabelecem.

Infelizmente há coisas que se vão perdendo ao longo da narrativa. São muitas personagens, muitas vozes que se acabam por cruzar e isso, por vezes, gerou alguma confusão dentro de mim. Senti que algumas situações não foram totalmente finalizadas. A sensação que ficou é que em algumas personagens faltou qualquer coisa que desse um maior sentido à história delas. 

Relativamente à forma como o livro terminou, o final de Eduarda e Antero não me convenceu. Fiquei sem perceber muito bem o que se passou naquela noite. 

Em suma, espero que a Márcia continue a escrever para que eu possa conhecer novas histórias e ter a oportunidade de construir uma opinião mais coesa relativamente ao seu trabalho.

Classificação

Opinião | "A filha do Papa" de Luís Miguel Rocha (Vaticano #4)

P_20200616_160051.jpg

"A filha do Papa" é o quarto livro da série Vaticano e o primeiro livro que leio do escritor Luís Miguel Rocha. Não tenho por hábito ler livros onde a questão religiosa tenha um papel preponderante na narrativa. Gosto de outro tipo de mistérios e de ler sobre crimes que não se foquem em questões religiosas. Porém, considero importante sair da minha zona de conforto literário e explorar outro tipo de histórias e novos estilos de escrita.

Pelo título do livro é possível antever um pouco o conteúdo da história. É claro que o livro é mais do que o mistério em torno da filha do Papa. Considerando os diferentes elementos que compõem a história, alguns despertaram bastante o meu interesse e outros fizeram com que passasse por fases de algum aborrecimento. Nem sempre foi fácil ler este livro. Mergulhar na história e nos meandros de vida da quantidade infindável de personagens foi verdadeiramente desafiante. Padres, bispos, cardeais, freiras, agentes secretos, políticas, historiadores, jornalistas... Por vezes, tive dificuldade em perceber quem era quem e qual o seu papel para a narrativa. A confusão fez-me arrastar a leitura e, consequentemente, fui-me desligando um pouco das personagens e dos acontecimentos. 

O facto do livro integrar uma série e eu não ter lido os anteriores poderá ter condicionado a minha relação com esta leitura, assim como na compreensão do comportamento de algumas personagens. Eu consegui perceber a história, contudo nem sempre as dinâmicas entre as personagens e os seus comportamentos foram percetíveis para mim. Sentia que havia sempre qualquer coisa que fugia à minha compreensão. 
Assim, na generalidade consegui perceber a linha narrativa, porém alguns pormenores escaparam ao meu entendimento.

De tudo o que está presente no livro, Pasqualina  e o Papa Pio XII foram as minhas grandes motivações para avançar com a leitura. Fiquei sedenta por uma maior profundidade relativamente à história de cada um deles e dos desafios que a vida lhe ofereceu.

A forma como o livro termina é algo intrigante. Admito que fiquei curiosa para ler o livro seguinte de forma a matar a minha curiosidade relativamente às dúvidas que este final me ofereceu. Bem, poderá ser uma forma de dar uma nova oportunidade ao escritor e tornar a minha opinião mais sólida. 

Dada a minha experiência, recomendo que quem quiser ler este livro é melhor que o faça depois de ler os livros anteriores. Deduzo que a experiência de leitura será mais proveitosa se a série for lida por ordem de publicação.

Classificação

Por detrás da tela | "A feira das vaidades" (2018)

MV5BZDlhZWQxZGUtMmZjMi00OTE0LWE4MjYtMmIzMWI1YzMyM2

"A feira das vaidades" é uma série que resulta da adaptação do clássico da literatura escrito por William Makepeace Thackeray. Nunca li o livro, mas acabei por avançar para o visionamento da série. A série passou no início do ano na RTP 2 e está novamente em exibição no mesmo canal. Eu comecei a vê-la no início do ano, porém só mais recentemente vi os dois últimos episódios que tinha gravado na box.

Ao longo de sete episódios acompanhamos as aventuras de Becky Sharp e a sua ânsia em alcançar patamares sociais mais elevados. Nesta sua busca por uma melhor condição social, Becky não se inibe de fazer o que ela acha necessário para alcançar os seus objetivos. 

Os primeiros cinco episódios cativaram-me e mantiveram-me interessada na história. Depois o entusiasmo arrefeceu e a minha vontade de terminar a série morreu. Esperei que a vontade voltasse e lá terminei de ver os episódios que me faltavam. 

A série tem uma dinâmica interessante, os cenários são muito bem escolhidos e o guarda-roupa é um verdadeiro convite a uma viagem no tempo. As interpretações também são muito boas. Olivia Cooke encarnou na perfeição as características da Becky, conseguindo produzir em mim bons níveis de irritação perante algumas atitudes menos positivas. Irritei-me mais seriamente quando as maldades de Becky eram dirigidas à sua amiga Amalia (interpretada por Claudia Jessie), que sempre a defendeu e ajudou. Acabou se redimir no fim, mas não foi suficiente para acalmar a minha raiva.
Sinceramente, eu não consigo identificar um motivo que tenha conduzido ao meu desânimo para com a série. Aliás, parece não haver nenhum em concreto, pelo menos que esteja relacionado com  a série em si. Isto deixa-me um sentimento algo ambivalente para com a série. 

Após o visionamento da série, fiquei com vontade de ler o livro e conhecer a história de Becky através das palavras do escritor. 
Para quem já leu o livro, o que é que têm a dizer?

Classificação
/5

Opinião | "O Duelo" de Anton Technov

P_20200702_094714.jpg

Um autor desconhecido. Uma obra sobre a qual não tinha nenhuma referência. Um livro pequeno ideal para ocupar os últimos dias do mês de Junho. Foram estas as coisas em que pensei quando decidi avançar com a leitura deste pequeno livro. 

A história é muito simples e marcada pela crítica social. A gestão financeira, as relações amorosas, as relações que fogem à norma social e a honra são elementos discutidos e analisados pelas diferentes personagens que vão surgindo ao longo da história.

Quer a escrita, quer a forma como os acontecimentos se vão desenvolvendo são simples e fáceis de acompanhar. Porém, não me conquistou nem consegui sentir-me muito interessada nas personagens e no conteúdo que ia sendo abordado. Como são poucas páginas e tudo acontece de forma rápida, eu não consegui desenvolver uma relação de proximidade com a história. Não houve tempo nem espaço para a construção de uma relação sólida com este livro.

Quero ler mais livros do autor. Já vi opiniões muito positvas e, por isso, acalento a esperança de me encontrar com alguma história que me apaixone e entusiasme mais.

Classificação

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Mais visitados

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2017
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2016
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2015
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2014
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2013
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2012
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2011
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub