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Por detrás das palavras

Desafio dos Pássaros #13 | "Um dia"

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Quantas vidas temos oportunidade de viver? Era uma questão recorrente na mente de Dexter. Ele agradecia todas as oportunidades que tinha tido, mas hoje precisava da oportunidade mais importante de todas.

Ali, à cabeceira daquela cama de hospital onde Emma se mantinha inconsciente, Dextar implorava para que ela se agarrasse à vida.

– Vá lá Emma, onde andas? Tens um livro para acabar! – Dexter afagava-lhe a mão enquanto as lágrimas lhe varriam o rosto. – Quem é que irá aturar os teus fãs? Eles estão à espera do teu livro no Natal.

O choro embargou-lhe a voz, roubou-lhe a coragem e deixou que a cabeça abatesse ao lado do braço de Emma.

Soluçava violentamente quando uma mão lhe começou a afagar o cabelo e a voz rouca, que tanto ansiava, lhe inundou os ouvidos.

– Fãs, Dexter? Trocaria todos os meus fãs e todos os meus livros por um daqueles pequenos-almoços que só tu sabes preparar – um silêncio instalou-se no ar e as lágrimas de Dexter começaram a dar tréguas. Emma aproveitou para recuperar forças e continuou. – Não estás a sonhar, Dexter! Voltei para te infernizar a vida… E temos uma discussão para resolver.

Dexter levantou a cabeça e os seus olhos encontraram o sorriso sincero e apaixonado de Emma. Sorriu-lhe de volta e, muito delicadamente, envolveu-lhe o rosto com as mãos e beijou-a. Primeiro nos lábios… depois cobriu-lhe o rosto de beijos molhados pelas lágrimas que agora eram de alegria. 

– Voltaste, Emma! VOL-TAS-TE para mim! – mais beijos desesperados foram trocados

Emma gemeu. Ainda tinha muitas dores no corpo. O acidente tinha sido muito violento, mas algo permitiu que ela sobrevivesse. Este gemido colocou Dexter em alerta.

– Desculpa, desculpa, querida! Estou a magoar-te… Mas estou tão feliz por te ter aqui. Era impossível imaginar-me a viver sem ti. Preciso de ti, preciso do amor que me dás… preciso de te dar amor. Não interessa que o nosso amor não se materializa no bebé que tanto queremos, porque o mais importante foi a morte não te ter levado – com uma grande ternura acaricia-lhe os cabelos, as ligaduras que lhe cobrem o corpo e para com a mão em cima do coração dela. – Assim que soube, vim a correr para aqui! A primeira coisa que fiz foi colocar a mão no teu coração. Precisa de sentir que ele estava aí, a lutar e a recusar deixar-me.

Trocaram um sorriso enquanto se perdem num delicado abraço.

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