Empréstimo Surpresa | Empréstimo Surpresa [Desafio]
Desafio para o livro “O Clube Mefisto”, de Tess Gerritsen
Mãos à obra
O teu percurso ao lado da autora tem estado recheado de peripécias!
Depois de a ajudares a criar um novo serial killer e de sugerires um título para uma das suas obras, eis que ela tem uma nova surpresa para ti: vai deixar-te matar uma personagem!!
Num pequeno texto de 500 palavras, dá asas à tua imaginação e aniquila uma personagem! (Podes aproveitar e imaginar que te estás a vingar de alguém que conheças!)
Estás pronta para o desafio?
Cá fica a minha resposta...
As coisas complicaram-se. Ficar retido na prisão após o motim que se instalou não fazia parte dos planos de Gabriel. Ele tinha sido chamado para ajudar a acalmar os ânimos e acabou nas mãos dos presos.
O barulho é muito. Gritos de protesto, o som de objetos a varrer os gradeamentos das sela e, ocasionalmente, tiros que se fazem ouvir por entre o barulho que ali se instalou.
Ninguém sabe ao certo como toda aquela confusão começou, mas havia alguma desconfiança relativamente à participação de alguns guardas prisionais.
Gabriel estava ali para perceber o que tinha originado o motim e ajudar a colocar um fim a toda a aquela confusão, mas estava ser muito complicado. Estava algemado e ao pé daquele que parecia ser o chefe dos presos que se rebelaram contra o sistema. Pela observação, o agente do FBI percebia que ele estava nervoso. Os cigarros sucediam-se uns aos outros. Gabriel queria começar a dialogar, mas sentia que do outro lado ainda não havia recetividade. Aguardou mais uns minutos. Tinha de ser paciente. O momento certo chegaria… De repente um silêncio estranho espalhou-se pelo espaço.
Esta mudança de cenário alterou o comportamento do recluso que estava com ele. Ficou mais alerta. Levantou-se da sua cadeira e foi até ao corredor. O semblante carregado e o olhar atento faziam com que ele parecesse assustador. Ouviram-se passos. Eram de outro recluso que corria em direção ao local onde eles estavam.
− Chefe, as coisas complicaram-se lá em baixo. Uma patrulha da polícia entrou aqui dentro. Houveram muitos disparos.
− Eu ouvi os disparos, mas pensei que fossem vocês a tentar dar conta do recado.
− E nós retaliamos, chefe, – defendeu-se o recluso – mas eles eram muitos. Vinham bem organizados. Eles atingiram alguns dos nossos, mas nós conseguimos abater um deles. Uma mulher. Parecia um furacão quando entrou.
O recluso que guardava Gabriel soltou uma risada e disse:
− Foram mesmo estúpidos deixar que uma mulher comandasse o grupo.
− Parece que ela era das duras. A equipa respeitava-a! Ficaram ainda mais agressivos e não tarda nada chegam aqui.
Gabriel ficou extremamente apreensivo com a conversa dos reclusos. O coração apertou-se mais quando ouviu que uma mulher tinha sido abatida. Só pensava em Jane. Rezou, como há muito não o fazia, para que a vítima destes selvagens não fosse a sua esposa.
Ouviram-se mais passos nos corredores. Eram passos raivosos e decididos.
− Deitem as armas ao chão e coloquem as mãos atrás da cabeça.
Aquelas vozes eram conhecidas. Os companheiros de Jane. Não deram tempo para que os reclusos reagissem. Imobilizaram-nos e prenderam-nos. Depois viram-se para Gabriel e soltaram-no. Os olhares de silêncio doloroso que trocaram entre eles confirmaram os receios de Gabriel.
− Onde é que ela está? – a voz saiu revestida de dor.
− Está à entrada da ala norte. Estamos à espera da doutora Maura. Lamento, Gabriel. – disse um dos agentes.
Gabriel saiu disparado em direção à ala norte. Correu como se a sobrevivência de Jane ainda dependesse dele.