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Por detrás das palavras

Florbela Espanca

Ontem, dia Internacional da Mulher chegou às salas de cinemas portuguesas um filme que retrata a vida de um poetisa portuguesa, Florbela Espanca!!
Este pequena amostra do filme deixou-me  expectante! Cheia de vontade de absorver cada imagem, cada diálogo, cada emoção que transparece no desempenho destes actores!

Florbela, alma controversa! Alma insaciável de amor, cheia de recantos negros, recantos em que a escuridão absorve toda a luminosidade de um rosto marcado pela tristeza.

Florbela era detentora de um espírito inquieto! Vivia numa busca constante do amor. Procurava amar intensamente, entregando-se de corpo e alma a relações que nunca resultaram. Sempre procurou o amor e quando o encontrava este vinha acompanhado da tristeza, da desilusão, da melancolia e de violência física e emocional que tanto abalava a sua alma frágil e sensível.

Florbela nunca se sentiu verdadeiramente amada, por isso espelhava na sua poesia os sentimentos de tristeza, solidão e abandono. De mim ninguém gosta, de mim nunca ninguém gostou…”

Infelizmente, Florbela teve um final trágico. E, como tantos outros autores, o seu trabalho só foi reconhecido após ter deixado de estar fisicamente presente num mundo que só lhe oferecia desilusão. Em seguida, fica um poema escrito por Florbela que, claramente, a define enquanto pessoa.

Eu
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada… a dolorida…


Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!…

 
Sou aquela que passa e ninguém vê…
Sou a que chamam triste sem o ser…
Sou a que chora sem saber porquê…


Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!

Florbela Espanca, Livro de Mágoas?

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