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Por detrás das palavras

Opinião | "O Regresso" de Victoria Hislop

 

O Regresso


Autor: Victoria Hislop
Ano: 2008
Editora: Civilização Editora
Número de Páginas: 460 páginas
Classificação: 4 Estrelas

Sinopse

Nas ruas calcetadas de Granada, sob as majestosas torres do Alhambra, ecoam música e segredos. Sonia Cameron não sabe nada sobre o passado chocante da cidade; ela está lá para dançar. Mas num café sossegado, uma conversa casual e uma colecção intrigante de fotografias antigas despertam a sua atenção para a história extraordinária da devastadora Guerra Civil Espanhola.
 
Setenta anos antes, o café era a casa da unida família Ramirez. Em 1936, um golpe militar liderado por Franco destrói a frágil paz do país e, no coração de Granada, a família testemunha as maiores atrocidades do conflito. Divididos pela política e pela tragédia, todos têm de tomar uma posição, travando uma batalha pessoal enquanto a Espanha se autodestrói.
 
Cativante e profundamente comovente, o segundo romance de Victoria Hislop é tão inspirador como o seu romance de estreia e bestseller internacional A ilha.
 
Opinião
O Regresso é o segundo livro que leio de Victoria Hislop e não me desiludiu. Apesar de ter gostado mais do primeiro, este conseguiu cativar-me o suficiente para lhe atribuir a mesma pontuação.
Este livro leva-nos numa viagem a uma Espanha marcada pela Guerra Civil e envolve-nos na história de uma família que vive de perto as consequências e as injustiças desta guerra.

O livro inicia-se com a história de Sonia, uma  mulher que passa por alguns problemas no seu casamento e onde uma das suas poucas alegrias são as danças latinas, mais em concreto a salsa. E é numa viagem a Espanha que ela acaba por encontrar o seu caminho e as respostas às suas dúvidas e tristezas.

Em Espanha ela ouve atentamente a história da família Ramirez. Uma família que sofre enormes perdas ao longo do tempo, mas que consegue manter a sua integridade e os seus ideias. Gostei muito dos progenitores desta família, principalmente da mãe Concha. Eram pessoas cheias de força e de coragem, e Concha é a grande representante dessa coragem. Aprecia as felicidades da vida da mesma forma que aguenta estoicamente as vergastadas que a vida lhe dá e fazem curvar, mas nunca cair. Em relação aos filhos, houve um que destacou pelo lado negativo, o Inácio. Um homem frio e cruel que me levou a odiá-lo, ainda tinha a agravante de ser toureiro (não gosto de touradas e sou contra, não consigo ver espectáculo naquilo).
Mercedes era a única filha mulher desta família e uma das grandes protagonistas do livro. Apaixonada pelo flamenco. Toda ela respira dança é a sua grande motivação e aquilo que a faz sonhar. É com esta grande paixão que ela descobre uma outra, Javier, um tocador de guitarra. Gostei muito das passagens em que Mercedes dançava. Ficava fascinada com tudo e principalmente com a facilidade com que a escritora passou para o papel a entrega que ele dava a dança. Era como se a estivesse a ver dançar! Infelizmente, o romance dela com Javier não me convenceu. Não me senti enfeitiçada pela paixão destes dois. Acho que não transpareceu a intensidade que a escritora pretendia que passasse. Na minha opinião, para que essa intensidade passe teria de ter havido mais momentos no livro que passassem a relação dos dois.

Houve aspectos descritivos em relação à guerra que me aborreceram um pouco. Acho que, muito facilmente, a escritora podia resumir para menos páginas e tornaria a leitura mais fluída e menos aborrecida.

Houve uma aspecto no livro que me desiludiu um pouco. É confuso eu explicar-vos o que de facto aconteceu sem meter aqui um grande spoiler, coisa que eu não quero fazer. O ponto chave da narrativa é revelado  no livro duas vezes. A primeira vez penso que foi um pequeno lapso da escritora, porque umas páginas à frente é que ele revelado com toda a intensidade que merece (apesar de ser fácil para o leitor descobrir muito antes).

Qual é vossa opinião? Nos vossos caminhos pela leitura já se cruzaram com Victoria Hislop? Espero que sim porque vale a pena ler um livro dela. Se ainda não leram nada, marquem um encontro numa paragem ao longo desse mágico caminho!

Deixem-se invadir pelas palavras!

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