Opinião | "A doçura da chuva" de Deborah Smith
Tal como em 2021, quis começar 2022 com um livro positivo. E o que é para mim um livro positivo? É um livro com uma história que conjugue elementos como empatia, resiliência, superação, respeito, amor e onde me seja garantido um final feliz. Até agora, sei que Deborah Smith me consegue oferecer histórias que reúnem este tipo de ingredientes. Por esta razão, voltei a escolhê-la para primeira leitura do ano.
Em A doçura da chuva conheci Kara, uma jovem que cresce no seio de uma família de classe alta. Os seus pais, apesar da comodidade económica, possibilitaram-lhe vivências extraordinárias e fora do que era esperado para as meninas da sua condição. A morte dos pais traz-lhe um conjunto de revelações que a obrigam a ir em busca da sua própria história. E ela parte, alimentada pela incerteza do que vai encontrar e pelo entusiasmo de estar a viver algo por ela própria.
Kara é jovem, muito defensora dos animais, vegetariana e muito destemida. Acaba numa quinta habitada por pessoas que lhe roubam o coração e lhe mostram um lado muito puro do amor.
Neste livro, a grande personagem é a diferença. Cada passagem, cada acontecimento pretende ilustrar a capacidade do ser humano viver bem com as suas limitações quando tem o apoio e o suporte das pessoas certas. As limitações cognitivas não devem impedir os humanos de dar e receber amor. Aliás, este livro mostra o quão puro pode ser o amor que brota do coração de cada uma das personagens acolhidas pelo Ben Thocco.
Há beleza no amor e nas histórias que suportam este livro. Há resiliência, há luta, há amizade genuína e tudo isto se transforma em emoções positivas que consegui sentir ao longo da leitura. Além destas características, o livro ainda tinha passagem muito cómicas que me divertiram imenso. Ri muito com as (des)aventuras destas personagens tão únicas, tão genuínas.
É certo que esta escritora segue uma fórmula muito própria na construção das suas histórias. Devido a estas características, não dá para ler os seus livros de forma muito seguida. Acredito que fazendo leituras espaçadas, estes livros não enjoam e não aborrecem. Ler um livro por ano tem funcionado comigo.
O meu final feliz foi garantido e isso semeia em mim a energia boa que preciso para começar o ano com um bom astral. Este tornou-se o meu livro preferido da escritora.
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