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Por detrás das palavras

Opinião | A menina mais triste do mundo


A Menina Mais Triste do Mundo




Autora:
 Cathy Glass
Ano: 2010
Número de páginas: 291 páginas
Classificação: 4 Estrelas
Editora: Editorial Presença
Sinopse: Aqui




Opinião
Durante a Feira do Livro no Porto do ano passado, enquanto passeávamos pelas barraquinhas, cruzamo-nos com os livros de Cathy Glass. A Marta, do blog I only have, disse-me que seriam livros que eu iria gostar muito. Querida e simpática como ela é, enviou-me dois livros desta autora para eu eu ler. É claro que acertou em cheio, porque eu gostei muito do livro. Obrigada, Marta!

Este livro conta-nos a história de Donna e do seu percurso enquanto esteve com Cathy e os seus filhos como família de acolhimentos. Cathy é uma mãe como tantas outras e com uma vasta experiência como mãe de acolhimento temporário, mas Donna revelou-se um verdadeiro desafio para ela.
Todas as crianças são diferentes. E crianças que passam por experiências difíceis e cheias de "espinhos" evidenciam ainda mais diferenças e complexidades. Há crianças que externalizam a dor e o sofrimento de forma mais impulsiva, ou de uma forma mais ajustada às norma sociais. Outras porém, internalizam a sua dor e tornam-se verdadeiras "bombas-relógio",  como se pode ver pela Donna.

Esta criança fez-me recordar uma das coisas que o professor Eduardo Sá partilhou connosco numa aula: "se estiverem com duas crianças em que uma se mostra extremamente activa e faladora e outra que esteja muito sossegada e até sem se expressar. Preocupem-se com a crianças que está muito quieta e não com aquela que parte tudo."
É claro que cada caso é um caso e uma boa avaliação não se limita unicamente à observação do comportamento da criança. Este é apenas um indicador e que nos pode fornecer algumas informações importantes.

Donna internalizava muita da sua dor e como não conseguia expressar-se verbalmente, muitas vezes explodia de forma descontrolada e violenta. Cathy com toda a sua sabedoria e generosidade conseguiu com que Donna libertasse a sua dor de forma diferente.
Apesar de todas as feridas psicológicas que Donna apresentava, do meu ponto de vista ela era uma criança bastante resiliente, com capacidades que apenas estavam escondidas pelos maus tratos e pela rejeição e que facilmente foram aparecendo com a ajuda do amor e paciência de Cathy e da sua família.
No fundo, esta família de acolhimento fez diferença na vida de uma criança e acho que este sentimento é inexplicável. Para mim, isto é um verdadeiro acto de amor.

É inevitável não comparar esta autora com a Torey Hayden visto que as temáticas dos livros se aproximam. Apesar de só ter lido um livro da Cathy (em comparação com vários da Torey), posso dizer que gosto bastante, mas em comparação com a Torey acho que fica ligeiramente atrás. Contudo este aspecto está mais relacionado com aspectos pessoais. 
Torey é uma especialista, uma técnica que trabalha profissionalmente com as crianças, e a Cathy não. Como a Torey nos mostra o seu lado mais profissional eu fico sempre mais encantada porque dá para tirar ideias e aprender algumas técnicas de trabalho. É só por esta questão da aprendizagem profissional que gosto um bocadinho mais de ler os livros da Torey,

Recomendo este livro a quem goste de "viajar" pelo lado mais negro da infância, pois afigura-se como um bom "destino". 

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