Opinião | A Sombra do Vento (O cemitério dos livros esquecidos #1)

Ano: 2004
Número de páginas: 507 páginas
Classificação: 5 Estrelas
Sinopse: Aqui
Opinião
Há livros para os quais me é difícil arranjar as palavras certas para os descrever. É difícil porque os sentimentos que me provocam não são facilmente demonstrados por palavras. A Sombra do Vento é um desses livros. Aquilo que senti ao lê-lo tornou-se de tal forma avassaladora que tenho dificuldade em encontrar as palavras que sejam capazes de fazer justiça à grandiosidade da história que foi criada.
O encantamento com este livro não foi imediato. Tivemos um início de relação complicado. Para mim, foi difícil afeiçoar-me às personagens, foi complicado entrar na história e senti-la, tive dificuldade em compreender o mundo criado pelo escritor ao ponto de comprometer o meu sentimento de envolvência com o mistério que ia nascendo no início do livro. Hoje, olhando para trás na leitura, sinto-me muito triste por não ter conseguido captar na totalidade aquilo que se passou nas primeiras páginas. O facto de andar com pouco tempo e pouca disposição para as leituras fez com que prolongasse a leitura do livro. Porém, este livro carece de uma leitura inicial mais ritmada, constante e prolongada para perceber toda a dinâmica que envolvia os acontecimentos. (Andava tão cansada na altura da leitura que lia duas páginas e os olhos já queriam fechar).
Antes de me debruçar sobre a beleza das histórias que compões estas páginas, quero destacar a beleza da conjugação de palavras que o autor no oferece. Carlos Ruiz Zafón é um verdadeiro maestro na construção de frases. Ele articula as palavras num tom melodioso que me fazia reler passagens apenas pela conjugação de palavras usadas para fazer descrições e construir diálogos. Adorei a escrita do escritor, ao mesmo tempo fez-me sentir incompetente no uso das palavras e da linguagem.
No que toca ao enredo que faz parte deste livro, temos uma conjugação de momentos passados e presentes. Duas histórias distintas que se tocam no presente.
No presente temos o jovem Daniel que é enfeitiçado pelas obras do autor Julián Carax que descobriu no cemitério dos livros esquecidos, Foi com base nestas leituras que Daniel partiu à descoberta das raízes do escritor. Esta ânsia leva-nos ao passado e à história de Julián.
Em ambas as histórias houve aspetos que me tocaram. Na de Daniel, o que me tocou foi o assistir ao seu crescimento e ao ser poder de auto-análise. Ele conhecia-se muito bem e sentia-se triste perante algumas das suas particularidades, principalmente a sua falta de coragem. Daniel é sensível, um "amante" dos livros e das palavras e que muito facilmente se deixava envolver pelas pessoas. Felizmente teve a sorte de se cruzar com pessoas que o compreendiam e aqui destaco a brilhante personagem de Fermín. Eu sou muito sensível às amizades e seu que, aqui, entre eles, formou-se um amizade com amarras tão fortes que nada as conseguia quebrar.
A única coisa que me deixou mais insatisfeita foi o não ter visto maus interação entre Bea e Daniel. A relação deles tornou-se tão bonita que eu queria ver mais.
Também fiquei triste com a atitude de Tomás, irmão de Bea e amigo de infância de Daniel. Não consegui compreender na totalidade os sentimentos negativos que alimentou por Daniel e que não lhe permitiram restabelecer a amizade no futuro que o livro nos apresenta por breves momentos.
E depois temos a história de Julián Carax, e que história!!! Ao longo da leitura, o mistério foi-me alimentando a curiosidade e era ela que me fazia continuar com a leitura. Julián é o amigo do drama e da tragédia e vive de um amor interrompido. É esse o amor que o alimenta e que o motiva para a escrita. Não vou esquecer a amizade entre ele e Miquel. Quando no livro chego à parte em que Miquel mostra até onde pode levar a sua amizade, parei! Parei para assimilar a sua atitude e a sua grandiosidade. Como diz Fermín no final do livro são pessoas como esta [de bom coração] que fazem deste mundo cão um sítio que vale a pena viver.
Haveria tantas mais coisas para dizer acerca do livro, mas tudo parece insignificante. Foram muitas as personagens com forte carácter e com relevância que desfilaram ao longo destas páginas. Fumero, Núria, o pai de Daniel, a família Aldaya, o pai de Núria, Palácios... Tantas e tão importantes que tornam o livro uma viagem inesquecível ao mundo das palavras.
Um livro brilhante e que um dia conto reler com mais dedicação e atenção.
A única coisa que me deixou mais insatisfeita foi o não ter visto maus interação entre Bea e Daniel. A relação deles tornou-se tão bonita que eu queria ver mais.
Também fiquei triste com a atitude de Tomás, irmão de Bea e amigo de infância de Daniel. Não consegui compreender na totalidade os sentimentos negativos que alimentou por Daniel e que não lhe permitiram restabelecer a amizade no futuro que o livro nos apresenta por breves momentos.
E depois temos a história de Julián Carax, e que história!!! Ao longo da leitura, o mistério foi-me alimentando a curiosidade e era ela que me fazia continuar com a leitura. Julián é o amigo do drama e da tragédia e vive de um amor interrompido. É esse o amor que o alimenta e que o motiva para a escrita. Não vou esquecer a amizade entre ele e Miquel. Quando no livro chego à parte em que Miquel mostra até onde pode levar a sua amizade, parei! Parei para assimilar a sua atitude e a sua grandiosidade. Como diz Fermín no final do livro são pessoas como esta [de bom coração] que fazem deste mundo cão um sítio que vale a pena viver.
Haveria tantas mais coisas para dizer acerca do livro, mas tudo parece insignificante. Foram muitas as personagens com forte carácter e com relevância que desfilaram ao longo destas páginas. Fumero, Núria, o pai de Daniel, a família Aldaya, o pai de Núria, Palácios... Tantas e tão importantes que tornam o livro uma viagem inesquecível ao mundo das palavras.
Um livro brilhante e que um dia conto reler com mais dedicação e atenção.