Opinião | "Éramos seis" de Maria José Dupré
Vi a novela da Globo que resultou da adaptação deste livro. Gostei tanto da novela que fiquei com vontade de ler o livro.
Em traços gerais, a novela segue a linha narrativa que dá corpo ao livro. É óbvio que a novela tem diferentes adaptações e está enriquecida com histórias paralelas, mas em muitos aspetos há uma reprodução fiel dos acontecimentos.
Por isso, nada neste livro constituiu uma surpresa para mim. Eu sabia o que ia acontecer e isso quebrou o efeito mágico da leitura.
A história centra-se em exclusivo na família de Dona Lola. A vida dos filhos, o marido, as necessidades financeiras, a forma como ela vai gerindo todas as crises familiares e as suas reflexões preenchem o espaço narrativo e temporal do livro.
A leitura foi interessante, mas não entusiasmante. Comparo esta leitura a uma viagem num cruzeiro por águas calmas: conseguimos ir apreciando a paisagem de forma calma e pacífica, sem sobressaltos e sem momentos cheios de adrenalina.
Não houve espaço para grandes emoções nem grandes reflexões. Aconteceu mais quando vi a novela.
O livro é um clássico da literatura brasileira. Li-o em português do Brasil, mas em nada afetou a minha leitura. A linguagem simples, as descrições muito realistas e os diálogos conferem um bom ritmo de leitura. É um livro fácil de ler.
Talvez devesse ter deixado passar mais tempo entre o visionamento da telenovela e a leitura do livro. A memória já não estaria tão fresca e eu poderia ter uma leitura mais entusiasmante e menos contaminada pela experiência positiva que resultou do facto de eu ter assistido à telenovela.
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