Opinião | "Lembranças macabras" (Rizzoli & Isles #7) de Tess Gerritsen
Com os anos fui aprendendo a gostar a gostar de História. Penso que a grande mudança acontece no 7º Ano. Uma professora entusiasmante aliada a matéria interessante fizeram nascer em mim o gosto por saber mais sobre o passado. Gostei muito de estudar a civilização egípcia, apesar do meu grande carinho ter recaído nas civilizações grega e romana. No 10º ano escolhi ciências e tecnologia e História ficou pelo caminho. Descobri nos livros históricos uma forma de alimentar este meu gosto pessoal.
"Lembranças macabras" não é um romance histórico. É um policial inteligente e escrito por alguém com uma capacidade soberba de conjugar crimes e temáticas muito distintas. Assim que percebi que este livro tinha um pouco da cultura egípcia, fiquei logo entusiasmada para a a leitura e para descobrir como é que a escritora iria relacionar tudo.
A relação foi bem construída e muito conferiu uma tonalidade muito interessante ao livro. Não me senti desiludida ou com a sensação de que faltava alguma coisa para uma boa compreensão da história.
Tal como aconteceu nos livros anteriores, a narrativa é cheia de ação e pormenores técnicos e científicos relacionados com a investigação criminal. A narrativa em nada aborrece! Pelo contrário, torna-se ávida e cheia daquela adrenalina de querer ler mais só para saber o que originou os crimes que vão sendo apresentados.
Josephine é a personagem central. Aquela que irá ligar todas as pontas soltas. Tudo é doseado de forma bem pensada a que as revelações aconteçam no momento certo. Neste livro, o mistério e a incerteza misturam-se com diferentes crimes. Além da cultura egípcia, também a saúde mental teve espaço nesta narrativa. Foi abordada de forma um pouco indireta, mas foi uma abordagem clara no que respeitas às consequências da ausência de saúde mental e dos tratamentos usados para a devolver às pessoas, acabando por resultar em elementos bastante complexos para o desenrolar dos acontecimentos.
O que senti mais falta nesta leitura foram as referências ao quotidiano das personagens residentes. Foram poucas as referências a Jane, ao pais dela e ao acontecimento que marcou o livro anterior e à sua vida com Gabriel. Da Maura tivemos um pouco mais de informações relativas à sua vida atual, mas dado o desenrolar da sua vida amorosa, as poucas páginas que a autora lhe dedicou souberam a pouco.
Desta vez não preciso esperar que a Daniela me envie o próximo livro da série. O oitavo livro, "Seita Maldita", já está ali na estante e espero dar continuidade à serie ainda este ano.
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