Opinião | Observações
Autora: Jane Harris
Ano: 2010
Número de páginas: 448 páginas
Opinião (Pode conter spoillers)
Esta leitura acompanhou durante duas semanas. Infelizmente o tempo já anda escasso desde há muitos meses, caso contrário, esta leitura teria avançado mais rapidamente devido à forma intrigante com que a história é conduzida.
O início da leitura foi um pouco estranho. Quando "conheci" a Bessy e a Arabella foi como se estivesse a ver qual das duas era a mais estranha. Pareceu-me que ambas andavam num jogo de conquista. Bessy queria conquistar e impressionar a patroa e Arabella parecia desesperada por conquistar Bessy. E, na minha percepção, ambas tinham consciência disso.
À medida que a leitura foi avançando e fiquei a conhecer melhor as personagens e as suas motivações ia ficando impressionada com a forma como as coisas estavam a ser conduzidas e ao mesmo tempo com curiosidade para saber o que estava por detrás de tanto mistério.
Arabella é uma personagem muito peculiar. Do meu ponto de vista penso que era um mulher acima de tudo solitária e algo desiludida com o rumo que a sua vida levou. Sentia-se desenquadrada em todo aquele ambiente e precisava de algo que preenchesse a sua vida. Desta forma, olhou para a observação e investigação das empregadas como algo que lhe permitia sentir alguma utilidade.
Aquilo que Arabella fez ainda hoje é um método usado em investigação, mais no domínio das ciências sociais. Observação e a utilização de um diário de bordo é algo que ainda hoje é usado. Por isso, olho para Arabella como uma boa investigadora e dotada de um bom poder de observação. O que me fez "comichão" foi aquilo que ela fez com as empregadas para levar a cabo as suas intenções. Senti uma certa insensibilidade. Sei que estou a olhar para a situação de uma forma muito técnica, para algo que não o pretende ser, porém eu não consigo "despir" a minha "capa" de investigadora e observadora.
Quando a Bessy descobriu, compreendi o facto de ela ter ficado zangada. Demorei foi algum tempo a perceber o que a levou a gostar tanto de Arabella. É certo que ela se foi sentindo culpada pelo estado mental da patroa. Porém, para mim, foi um pouco mais do que culpa. Acho que a Bessy começou a compreender os sentimentos de Arabella, e a sentir por ela um amor especial. Acho, também, que foi o facto de Bessy conseguir ver mais além que as conduziu ao estabelecimento de uma boa amizade.
Admirei a Bessy em muitos aspetos. É uma jovem bem resistente. Consegue dar a volta perante situações muito duras e angustiantes. O seu poder de observação é, também, muito bom, assim como a sua capacidade para analisar as pessoas com quem se vai cruzando.
De facto, o livro dá-nos diferentes perspetivas da condição humana. É como se a autora, num só livro, quisesse mostrar o quão complexas são as pessoas; o quão complexo é o nosso pensamento. Estes aspetos foram muito bem conseguidos por parte da autora.
Gostei muito do final, principalmente da visão que a autora passou acerca dos locais destinados aos portadores de doença mental. Para mim, foi uma verdadeira inspiração e tive pena de não ter mais detalhes. Quem sabe eles apareçam num próximo livro da Bessy?
Aquilo que Arabella fez ainda hoje é um método usado em investigação, mais no domínio das ciências sociais. Observação e a utilização de um diário de bordo é algo que ainda hoje é usado. Por isso, olho para Arabella como uma boa investigadora e dotada de um bom poder de observação. O que me fez "comichão" foi aquilo que ela fez com as empregadas para levar a cabo as suas intenções. Senti uma certa insensibilidade. Sei que estou a olhar para a situação de uma forma muito técnica, para algo que não o pretende ser, porém eu não consigo "despir" a minha "capa" de investigadora e observadora.
Quando a Bessy descobriu, compreendi o facto de ela ter ficado zangada. Demorei foi algum tempo a perceber o que a levou a gostar tanto de Arabella. É certo que ela se foi sentindo culpada pelo estado mental da patroa. Porém, para mim, foi um pouco mais do que culpa. Acho que a Bessy começou a compreender os sentimentos de Arabella, e a sentir por ela um amor especial. Acho, também, que foi o facto de Bessy conseguir ver mais além que as conduziu ao estabelecimento de uma boa amizade.
Admirei a Bessy em muitos aspetos. É uma jovem bem resistente. Consegue dar a volta perante situações muito duras e angustiantes. O seu poder de observação é, também, muito bom, assim como a sua capacidade para analisar as pessoas com quem se vai cruzando.
De facto, o livro dá-nos diferentes perspetivas da condição humana. É como se a autora, num só livro, quisesse mostrar o quão complexas são as pessoas; o quão complexo é o nosso pensamento. Estes aspetos foram muito bem conseguidos por parte da autora.
Gostei muito do final, principalmente da visão que a autora passou acerca dos locais destinados aos portadores de doença mental. Para mim, foi uma verdadeira inspiração e tive pena de não ter mais detalhes. Quem sabe eles apareçam num próximo livro da Bessy?