Autor: Jane Austen Ano: 2011 Editora: (sic) idea y creación editorial Número de páginas: 254 páginas Classificação: 4 Estrelas
Sinopse
Elizabeth Bennet, uma das cinco filhas de uma família da classe média rural, conhece Fitzwilliam Darcy, membro da alta sociedade mas de um orgulho desmesurado. As tensões aparecem rapidamente, alternando sensivelmente o idílico e pacífico mundo rural inglês, que se revela como uma sociedade rígida, em que abundam os preconceitos e na qual nem tudo é aquilo que parece. Neste romance de formação, os protagonistas devem madurar e aprender dos seus erros para poderem encarar o futuro, separando o orgulho da classe de Darcy e os preconceitos de Elizabeth.
Opinião
Para iniciar a minha opinião ao livro Orgulho e Preconceito vou usar as palavras da autora Carina Rosa quando falamos sobre este livro que foram: gostei mas não me arrebatou. Pessoalmente, estava à espera de gostar mais e talvez tenham sido essas expectativas demasiado elevadas que influenciaram os meus sentimentos em relação ao livro.
Apesar de não ter ficado arrebatada, é, até ao momento, o meu clássico internacional preferido. Jane Austen não se perde em divagações nem em descrições desnecessárias. Neste sentido, consegue imprimir um bom ritmo no desenvolvimento da narrativa e oferece-nos personagens emocionalmente e psicologicamente muito ricas. Penso que uma análise deste livro em sala de aula e com um bom professor de português seria interessante e iria permitir olhar par o livro como se de uma nova dimensão se tratasse.
Logo desde o início eu gostei do Mr. Darcy. Talvez a visão romântica que eu construí dele quando vi o filme e das coisas que fui lendo sobre ele tenham feito com que o seu lado preconceituoso revelado no início do livro me passasse ao lado. Agora, depois de ter o livro como um todo, tenho uma melhor noção de alguns dos seus comportamentos e reconheço o lado preconceituso dele nas primeiras páginas. Na minha opinião, penso que a autora se serviu dele como uma crítica à sociedade de então e ao mesmo tempo como um elogio, uma vez que, mostra que é possível uma pessoa mudar de opinião e consertar alguns dos seus erros.
Arrisco-me a dizer que muitas das personagens de Jane Austen são personagens tipo, ou seja, têm como principal função retratar algo da sociedade e que Jane pretende criticar. Vejamos o caso do Mr. Collins aqui em representação da classe religiosa. Eu sei que o Mr. Collins irritou a Marta, mas eu achei-o engraçado e uma verdadeira imagem crítica desta classe social, O que é que se espera de um homem ligado à religião? Humildade, bondade, respeito, caridade... Pois, mas o Mr. Collins não reúne estes requisitos. É manhoso e mesquinho ao ponto de usar a palavras de acordo com aquilo que lhe convém, por exemplo reforçar o quanto a Elizabete se deve sentir agradecida para com ele e a sua esposa pela estadia na sua casa. É interesseiro ao ponto de dar uma importância extrema às suas amizades com pessoas de classe superior à dele, como é o caso da sua amizade com Lady Catherine. No fundo, Mr. Collins é uma personagem interessante e uma boa crítica à classe social a que pertence.
Por fim, quero apenas falar de Elizabete. Penso que esta personagem seja um pouco a projecção do espírito de Jane Austen (tendo por base o pouco que sei da autora). Elizabete é um espírito livro, com pensamentos muito próprios e opiniões muito fortes. Tudo isto é apimentado por uma ponta de orgulho. Penso que todas estas características a levaram a atitudes menos cordiais com Mr. Darcy, mas também são estas picardias que dão algum colorido à história e tornam ainda mais interessantes as mudanças de opinião de Elizabete para com Mr. Darcy e vice-versa, assim como as mudanças comportamentais de cada um deles.
Fiquei com vontade de conhecer mais obras da autora.
Para quem vai acompanhando o blog, sabe que este livro foi uma leitura conjunta, por isso quero deixar aqui o meu agradecimento a todos aqueles que foram acompanhado os desafios, assim como deixou um agradecimento especial à Marta pela complementaridade que ela trouxe à análise deste livro. Ela conseguiu dar-me novas perspectivas quer das personagens quer das situações.
Sim, falta mais emoção ao livro e ao romance entre Elizabete e Mr. Darcy, mas até compreendo tendo em consideração a época em que tudo aconteceu.
Por acaso já tinha lido a tua opinião no fim-de-semana passado. Só que ando com pouco tempo para comentar. Também gostei da opinião e concordei contigo em relação à surpresa dos primeiros capítulos. A narrativa flui bem em comparação com outros clássicos. Também senti falta de um bocado mais de descrições e de acontecimentos, para que tudo fosse evoluindo de outra forma... O problema é que também podia ter caído no exagero, percebes? Por isso nem sei o que seria melhor... É que vem-me à lembrança o Anna Karenina e fico com o pé atrás... Este sim, tem lá muito texto que não era necessário.
Ainda não li o Anna Karenina :) ando a arranjar coragem. Setembro também tem sido fraco com o regresso às aulas :( perdi a vontade (ou algo do género, nem sei).
Quando ler, venho cá visitar para ler o que escreveste sobre ele!
Ando é curiosa com "Jane Eyre" e como o POV é na 1ª pessoa, fiquei com a pulga atrás da orelha :P
Lê numa altura em que estejas mesmo disponível para a leitura. Vais precisar de estar com a mente limpa. Eu um dia tenciono relê-lo, quando estiver mais centrada na vida e com menos preocupações. Acho que só assim irei aproveitar melhor a leitura.
Ok! :)
Quanto ao "Jane Eyre" espero que gostes. Eu não gostei muito... Lá está há períodos com muita descrição e pouca acção que me aborreceram. Prefiro o "Orgulho e preconceito". Vou ficar à espera da tua opinião! Beijinhos
É o que tenciono fazer. Demorei imenso tempo a pegar n'O Orgulho, mas não sei se teria gostado tanto se fosse noutra altura. E lá está, é um clássico, mas não vou dar mais se em consciência não "me enche as medidas" (odeio a expressão -.-'' ).
Comecei a olhar para os clássicos com outros olhos, mas nem morta me apanham a ler aquele de Julio Verne que odiei...!!! xD Ainda posso fazer as pazes ao ler a volta ao mundo em 80 dias... mas... é esperar. ahah
Concordo contigo em relação à classificação dos clássicos. Se por algum motivo lhe falta qualquer coisa que nos toque e nos chame a atenção pela positiva não temos que dar classificação máxima só por ser um clássico.
É isso, acho que é preciso uma certa maturidade para entender clássicos. E a nossa disponibilidade mental influência tudo. Apesar da minha não andar melhor do que aquela que estava quando li o "Ana Karenina", este é mais fácil de digerir, está escrito de uma forma mais directa e a crítica social mais vincada, e isso chama a minha atenção.
Nunca li nada de Julio Verne. Quero é apostar em clássicos portugueses.
Espero que as coisas andem melhor e que se resolvam :)
Temos todo o direito a não gostar da escrita, mas acho que se as coisas fizerem sentido - estória, personagem, tópicos, etc, os livros - sejam clássicos ou não - têm o seu valor.
Ui, vou andar atenta aqui ao teu espacinho. Há muito tempo que ando a ver se compro Os Maias, na altura da escola li-o emprestado e queria relê-lo e tê-lo na estante... xD E muitos outros... temos tão bons escritores!
Obrigada, Ivonne. As coisas hão-de encarreirar-se.
Sim, concordo contigo!
Lool, não sei se ainda vai ser este ano. Aliás este ano ando muito mal comportada com os livros em pt. O ano passado li mais do que este ano. E sim, temos bons escritores! Também quero reler "Os Maias", na altura gostei, mas lá está a análise do meu professor ajudou imenso. Ele é uma excelente pessoa a fazer análises de livros. Com ele sentíamos que a leitura era completa. E eu tinha Português B, porque era de ciências... Quem era de humanidades deveria ter uma outra experiência.