Poetic Dreams
Esta é a primeira rubrica que quero introduzir neste meu cantinho.
A poesia nem sempre tem um papel principal nas nossas leituras. Considero um género literário difícil de produzir e que necessita de um forte apelo da criatividade e da sensibilidade. Desta forma, todas as sextas-feiras pretendo deixar um poema que de alguma forma me tenha tocado!
O primeiro poema que aqui deixo é de Antero de Quental que e é letra de um fado de Coimbra... A beleza do poema associada ao arranjo musical fica sublime!
Tenho cantado esperanças...
Tenho falado d' amores...
Das saudades e dos sonhos
Com que embalo minhas dores...
Entre os ventos supirando
Vagas, tênues harmonias,
Tendes visto como correm
Minhas doidas fantasias.
E eu cudei que era poesia
Todo esse louco sonhar...
Cuidei saber o que é vida
Só porque sei delirar...
Só porque a noite, dormindo
Ao seio duma visão,
Encontrava algum alívio,
Meu dorido coração,
Cuidei ser amor aquilo
E ser aquilo viver...
Oh! Sonhos que se abraçam
Quando se quer esquecer.
Eram fantasmas que a noite
Trouxe, e o dia já levou...
A luz d'estranha alvorada
Hoje minha alma acordou!
Esquecei aqueles cantos...
Só agora sei falar!
Perdoa-me esses delírios...
Só agora soube amar!
Antero de Quental