Por detrás da Tela | Dupla Identidade
Classificação: 5 estrelas
Dupla Identidade foi uma série que passou nos últimos meses, ao sábado à noite, na SIC. Desde o seu início que fiquei presa à história desde o início.
Não vos quero desvendar muito porque podem sempre ver os episódios no youtube, mas posso-vos dizer que ao longo dos treze episódios somos convidados a entrar na mente de um serial killer.
Edu é o nosso psicopata e desde o princípio da série que sabemos quem é ele, aquilo que nos vai surpreendendo ao longo de cada episódio é o que ele é capaz de fazer para saciar a sua sede de morte. Também é muito interessante assistir a toda a investigação criminal que se vai desenrolando. Está muito bem delineada e caracterizada e não deixa de nos dar um cheirinho de que forma o poder pode condicionar as investigações policiais.
Quanto ao nosso psicopata, a sua construção foi baseada em factos verídicos. Juntando a essa pesquisa temos um ator com um desempenho fenomenal. A expressão facial, o olhar que ele direcionada, as suas atitudes, o seu comportamento perante tudo aquilo que o rodeia e a sua personalidade são tudo elementos pensados ao milímetro e que conferem a tudo um toque de malvadez e de realizada. Simplesmente brutal!
Como se não bastasse de psicopatologia, os autores ainda nos oferecem outra personagem psicologicamente muito rica. Ray é uma mulher com baixa auto-estima e com um Perturbação Borderline da Personalidade. É uma pessoa instável nos afetos e nos relacionamentos, age muitas vezes por impulso e é incapaz de ver a realidade que se desenha a sua frente. Uma personagem odiável, mas muito importante para a dinâmica da série. No fim, ela é a responsável pelo grande final em aberto e aquela que deixa a possibilidade da existência de uma segunda temporada. (Que eu espero, sinceramente, que aconteça).
Depois temos a equipa da policia. Gostei da forma como são descritas as perícias policiais, bem como do trabalho da Vera e do Dias. A Vera é a psicóloga criminal que se dedica a estabelecer um perfil do homem que procuram. É inteligente, astuta e muito bem caracterizada... Dias é um detetive mais melindroso. Gosto de agradar a todos, mas vai crescendo ao longo da série e a ganhar outro tipo de coragem. Do meu ponto de vista, tem de agradecer o seu crescimento à Vera.
O final... Bem, deixou muito a desejar. Pessoalmente, e depois de andar deliciada a cada episódio de sábado à noite, fiquei bastante desiludida. Tudo se desenrolou demasiado rápido, faltou o carácter minucioso que tinha estado presente ao longo dos diferentes episódios. No fundo, senti-me extremamente frustrada com aqueles imagens finais.
Apesar de ainda não ter feito as pazes com o final, recomendo esta série a todas as pessoas que gostam de uma série policial. Está muito bem construída e facilmente nos vemos dependentes dela, porque a curiosidade e o mistério vai-se adensando com o desenrolar dos acontecimentos.