Por detrás da tela | "Good Girls Revolt" (T1)
"Good Girls Revolt" é uma série cuja a ação decorre no final dos anos 60 e narra a vida de um grupo de jornalistas de uma revista na cidade de Nova Iorque.
Vi o primeiro episódio com aquela atitude de deixa lá ver se isto é interessante. No final do primeiro episódio o meu pensamento foi demasiado interessante, é para continuar a ver. E lá seguiram 10 episódios preenchidos por peripécias e dilemas que marcaram aquela época e que, hoje em dia, não deixam de ser atuais.
O feminismo marca a série. O papel da mulher na sociedade e a forma como os locais de trabalho olham para o contributo enquanto trabalhadoras qualificadas está intrincado em todos os episódios. Há também lugar para as desigualdades salariais, para o racismo e para a guerra. E, no meio de todos estes problemas sociais, há lugar para a luta. A luta de um grupo de mulheres que quer ser ouvido, que quer ver o seu trabalho realizado, que quer poder assinar os textos que escrevem para o jornal.
Patti representa a voz mais ativa. Aquela que se sente injustiçada e não se resigna àquilo que é esperado para as mulheres da sua geração. Ela quer mais e vai à procura de mais. É este seu espírito aventureiro que contamina outras raparigas e, com ajuda da Eleanor, assistimos a uma libertação feminina. Acho que a Cindy foi das que mais beneficiou desse libertação. Ela representa o socialmente expectável por parte das mulheres daquela época. A Jane foi a que mais me surpreendeu, porque era daquelas personagens ambíguas que apesar de saber o que queria toma consciência de outros caminhos que a irão fazer mais feliz.
Infelizmente só tem uma temporada. O último episódio deixa tantas coisas em aberto que é uma pena não terem dado seguimento à série.
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