Por detrás da tela | Guia para um final feliz
Ficha Técnica
De: David O. Russell
Actores: Robert de Niro, Bradley Cooper, Jennifer Lawrence
Género: Drama, Comédia
Ano: 2012 (EUA)
Classificação: 5/5 Estrelas
Opinião
O início deste filme não me cativou muito, mas à medida que ia percebendo melhor os acontecimentos fiquei presa.
Este filme conta-nos a história de Pat, uma homem diagnosticado com Bipolaridade que quando descobre uma traição da mulher perde o controlo e comete uma terrível asneira. Nestas circunstâncias é "atirado" para uma clínica psiquiátrica para se recuperar. Como em muitos casos, o internamento psiquiátrico e o constante bombardeamento com mediação não resolve os problemas na sua totalidade. Gostei muito da forma como a questão da medicação psiquiátrica foi abordada no filme, principalmente quando Pat se recusa a tomar medicação dizendo que se sente estranho quando a toma, que não se sente ele. Atenção, não quero com isto dizer que sou contra a medicação, a mensagem que eu quero passar é que por vezes os psiquiatras exageram na medicação prescrita e isso não se traduz em ganhos positivos e significados para as pessoas.
Como é um filme e está limitado em termos de tempo, a fase da adaptação de Pat não transparece com grande exactidão as dificuldades que ele sente. Mesmo assim, dá para quem assiste ao filme perceber pois as rotinas dele ficam um pouco alteradas.
Pat vai-se regendo por um único objectivo conquistar a mulher e a vida que ele tinha anteriormente. Durante a perseguição por este objectivo, Pat faz um enorme processo de auto-descoberta e consegue uma forma mais saudável de olhar para si de outro modo. Grande parte desta mudança deve-se a Tiffany, também ela vista pelos outros como uma louca, uma doente mental.
E é assim que dois loucos, dois anormais aos olhos da sociedade comum, sociedade dita normal, que constroem uma nova vida sobre os "restos" de um vida anterior marcada por acontecimentos infelizes.
Pat queria fazer o seu próprio final feliz, o que ele não sabia e que acabou por descobrir é que a felicidade pode ser feita por outros caminhos.
O tema das doenças mentais não me é diferente e gosto de ver filmes que abordem estas questões. Acho que são bons para quem assiste pensar um pouco nestas questões. Acho que o filme consegue transmitir algumas das dificuldades que pessoas que vivem estes problemas passam. A incompreensão por parte dos outros, ditos normais, dificulta a integração. Pat só se sentiu aceite e integrado, só começou a caminhar em frente quando encontrou alguém que percebia as suas emoções, sentimentos, dificuldades... Logo na minha conversa falam das medicações de cada um e de como elas os deixam pior. Odeio quando rotulam os doentes mentais de anormais, porque são pessoas iguais e diferentes como tantas outras. Porque afinal, o que é ser normal? Acho que se fosse a pedir respostas iriam chegar-me reflexões muito diferentes.
Sei que este filme tem um livro por trás e estou muito curiosa para ler o livro. Pelo que já fui lendo por aqui nos diferentes blogs que acompanho o livro parece-me ser muito melhor.
Deixem-se invadir pelas imagens!