Resumo do mês | Janeiro
Decidi voltar aos resumos do mês. Deixei cair o nome de Lugares (Des)Encantados que lhe dei em 2014 porque deixei de acreditar no lado mágico e ingénuo. Quis dar mais racionalidade ao tópico e aqueles lugares ressuscitaram em resumo com o espaço para o melhor e o pior do mês.
Como andava (e ando) desencantada com o mundo quis mergulhar na infância (Emocionário, Cristina Núñez) onde tudo é mais fácil e mais simples. Foi uma grande viagem pelas emoções, pois já contava pô-las à prova na leitura seguinte (És o meu destino, Lesley Pearse). E foram mesmo postas à prova! Conviver com personagens tão marcantes, com narrativas tão intensas fazem com que o meu coração acabe por falar umas batidas e apaixonar-me pelas personagens a cada página devorada. Mas as emoções ainda não estavam esgotadas, estava na altura de seguir uma direção mais negra, mais sangrenta, e nada melhor que um policial dos bons (Duplo crime, Tess Gerritsen) para me mexer com os nervos e me fazer pensar, pensar e pensar em formas de desconstruir todo aquele quebra-cabeças. Estava a precisar de alguma calma emocional, mas ainda não estava preparada para grandes aventuras. Mesmo assim, sabia que precisava de drama... Mas não estava à espera de um drama tão frouxo e desprovido de emoções (Tua para sempre, Luanne Rice). Depois de tantos os dias com elas à volta, senti-me demasiado aborrecida e adormecida por uma história que não me ofereceu muito. Estava na altura de voltar ao nacional, com a esperança de me colocar o coração a falhar novas batidas. Espera uma história de amor intensa (A boneca de Kokoscka, Afonso Cruz), daquelas que nos mostra o amor em todos os estados. A sinopse prometia, mas a obra não cumpriu. Deixou-me envolta e confusão e em desilusão. E já que estava em fase negativa, nada melhor de agarrar-me ao desconhecido (O conto da ilha desconhecida, José Saramago) para não estragar nova leitura. Dadas as baixas expetativas, associadas ao meu receio em desbravar nova ilha e com a pitada de uma má experiência literária não estava à espera de ver as emoções novamente aos pulos. Não pularam muito, mas o conto, nas sábias palavras de Saramago, foi suficiente para me deixar surpreendida com o facto de os medos nos deixarem muito às escuras e de não nos deixarem abrir portas com tão boas coisas por detrás delas à nossa espera. Estavam as minhas emoções em crescendo quando cheguei à última leitura do mês. Não esperava que elas pulassem mais, mas enganei-me! Numa viagem a uma época passada (Verão em Edenbrook, Julianne Donaldson) o meu coração voltou a falhar. Afinal, ele não consegue resistir a uma boa história de amor, pincelada pela magia da amizade.