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Por detrás das palavras

Opinião | "Correria dos pássaros presos" de Ana Gil Campos

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"Correria dos pássaros presos" é um retrato daquilo que são muitas das relações no século XXI.
É um livro muito marcado pela crítica social, espelhadas nas narrações que remetem o leitor para a dependência comunicacional através das tecnologias. Além deste aspeto, a história deixa transparecer as dificuldades das pessoas em quebrar as barreiras virtuais e em criar laços pessoais que só as relações cara a cara possibilitam.

A premissa que dá corpo a toda a construção da narrativa é muito interessantes. A autora conseguiu articular as personagens e os acontecimentos de forma a deixar espaço aos leitores para refletirem. São reflexões que acompanham diferentes fases da narrativa e é pelas "mãos" de Cândida e das suas escolhas e visões que o leitor vai conseguindo estabelecer um paralelismo entre a realidade e aquilo que vai acontecendo na história.

A leitura é agradável. O livro tem capítulos curtos, bem escritos e que permitem um leitura rápida e fácil. 
Tal como me aconteceu com obras anteriores da escritora, senti algum dificuldade em estabelecer uma relação mais emocional e intensa com o livro e com as personagens. Ao longo da leitura senti-me como se estivesse a ler um livro de não ficção ou um artigo científico porque existia interesse em continuar na leitura, porém mantinha com ele uma certa distância emocional. 

Não consigo identificar o que cria esta dificuldade. Acredito que possa ser mais um resultados da relação entre as minhas características de personalidade e aquilo que estou a viver no momento em que leio os livros. É aquela componente muito subjetiva que estabelece os padrões de relação entre o leitor, o livro e a história.

Tendo em consideração que o livro está bem escrito e dá corpo a uma premissa interessante, acredito que o livro possa traduzir-se numa leitura interessante para outro leitor. 

Classificação

 

Opinião | "As impertinências do cupido" de Ana Gil Campos

As Impertinências do Cupido
Classificação: 3 Estrelas

As impertinências do cupido é o mais recente trabalho de Ana Gil Campos. 
Li o anterior trabalho da autora, Quando ruiu a ponte sobre o Tamisa, e tinha imensa curiosidade em saber que novo trabalho é que a autora tinha para nós. 

Este é um livro leve que aborda a complexidade das relações amorosas no mundo moderno. Encarei a leitura como uma subtil caricatura à forma como hoje em dias as pessoas se entregam às relações e como decidem relacionar-se com os outros. 
Assim, fui confrontada com apontamentos mais divertidos, com situações de comportamento humano que convidam à reflexão e com a forma como as escolhas condicionam a nossa vida.

O tempo quente está aí e este livro é uma excelente companhia para estes dias e para levar para a praia. O seu tom descontraído e leve faz com que seja possível lê-lo em qualquer lado sem que o barulho de fundo nos atrapalhe. São narrativas tão dinâmicas e simples, que facilmente entramos nas vidas mais ou menos complexas das personagens que habitam outras páginas.

Por fim, não podia deixar de referir que senti evolução na forma de escrever da autora. Apesar da complexidade deste livro não ser elevada, a autora conseguiu ser mais coerente e sequencial no processo de escrita. Desejo que, no futuro, a autora nos ofereça uma estória com mais nós para desatar e com personagens com mais dimensões para descobrir.

Este livro foi-me disponibilizado pela editora em troca de uma opinião sincera.
Uma leitura com o apoio da:
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Opinião | "Quando ruiu a ponte sobre o Tamisa" de Ana Gil Campos

Quando Ruiu a Ponte sobre o Tamisa
Classificação: 2 Estrelas

Quando ruiu a ponte sobre o Tamisa foi o primeiro livro que li da escritora Ana Gil Campos e desde já quero agradecer à Editorial Novembro por tão gentilmente me ter cedido um exemplar e, assim, me ter proporcionado a oportunidade de me estrear com a autora.

Infelizmente, esta minha primeira experiência com a autora não foi extraordinária. A capa é lindíssima e a premissa que serve de ponto de partida para a construção do livro é bastante interessante. Assim, a conjunção destes dois aspetos fez com que a minha vontade de ler e as minhas expetativas se elevassem.

Neste livro somos convidados a conhecer a vida de Chandni, um princesa indiana, e todo um conjunto de personagens com quem ela se relaciona, são elas: Bapuj, Nadir, Paula, António e as suas irmãs. Servindo-se dos aspetos socioculturais da Índia, Ana Gil Campos vai-nos dando a conhecer a personalidade e os dilemas de Chandni. Apesar de toda a riqueza contextual à qual a autora poderia recorrer, tudo foi abordado de forma muito superficial e sem oferecer às personagens toda aquela dimensão que as torna inesquecíveis e reais aos olhos do leitor.

Em termos de escrita e de conteúdos abordados considero, ainda, que algumas passagens apenas servem para encher páginas uma vez que não acrescentam nada de substancial à história e à realidade que a autora pretendia criar. Há partes do livro que são bastante confusas, destacando-se algumas incoerências na forma como os eventos narrativos se vão articulando.

Senti-me frustrada ao longo desta leitura por ver que autora poderia ter ido mais longe. São evidentes grandes potencialidades. A autora escreve bem, tem criatividade e deixa transparecer que pesquisou bastante para a construção desta narrativa. Porém, na altura de concretizar tudo o conhecimento que reuniu, não consegue fazer de forma apelativa e estrutura. Desta forma, penso que este livro teria beneficiado imenso de uma beta-reading, porque iria ajudar a autora a limar a narrativa no sentido de a tornar mais coesa e interessante.

Espero ler mais trabalhos da autora, porque apesar de não ter adorado este livro, consegui perceber que Ana Gil Campos poderá oferecer-nos boas histórias e bons momentos de leitura. 

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