Este ano tenho tido mais interesse por livros infantis. Ter uma afilhada que começa a desenvolver o bichinho pelas histórias e que as pede como presentes tem-me obrigado a investir mais neste universo.
"Olá, Sapo!" foi um livro que lhe ofereci na Páscoa. A escolha recaiu neste livro porque ela adora "papos" (a forma como ela diz sapo). Foi dos primeiros animais que ela aprendeu.
O livro tem ilustrações lindíssimas. Permite a exploração sensorial e a descoberta de elementos da natureza. A história é simples, mas extremamente cativante. É explorado o ciclo de vida de um sapo, o seu processo de metamorfose e a forma como vivem na natureza. Assim, toda a experiência de leitura vai muito além da leitura do texto. Contam-se os sapinhos que estão no lago, a lua que aparece e o sol que aquece as costas dos sapinhos bebé. Contamos os sapinhos bebés e as patas que vão aparecendo. Reconhecemos os perigos e conseguimos fugir para um lugar seguro.
Assim, através da leitura temos explorado conceitos a contagem e os afetos que unem os seres vivos.
Já lhe li o livro imensas vezes. Tantas que ela já consegue completar algumas frases e sabe o texto de algumas partes.
Acho que as histórias de espiões não são para mim, ou eu nunca me cruzo com este tipo de livros na altura certa para os ler. Não sei se o facto de não ter lido o primeiro volume desta série, e que antecede este livro que partilho hoje contigo, me dificultou esta leitura. Consegui perceber, em traços gerais, o que norteava a história de "Eva", contudo, foi doloroso avançar na leitura.
Senti falta de ação, de dinamismo, de personagens carismáticas capazes de me tirar o fôlego. Tudo se arrasta, como se o calor de Tânger se infiltrasse nas personagens e as limitasse na gestão os seus comportamentos. Foi como se o calor as adormecesse e fizesse levitar em torno dos locais e das situações.
A Eva apareceu demasiado tarde no livro. Ela tinha uma dinâmica interessante com Falcó, mas surge na última parte do livro e deu pouco de si àquelas páginas. Falcó parece um burguês que se perde nos bares e entre os lençóis de mulheres atraentes. As suas competências enquanto espião ficam um pouco apagadas por entre a "mastigação" de situações que vão desfilando ao longo do livro. Tem ali algumas questões se saúde que se traduzem em comportamentos caricatos, mas em nada acrescentam à história e à forma como tudo se desenvolve.
Há umas lutas e umas conspirações que, na minha opinião, não têm o protagonismo necessário. A riqueza do contexto histórico também não é aproveitado pelo escritor. Acho que poderiam ter sido introduzidos mais elementos sobre a Guerra Civil Espanhola e sobre o clima que pairava antes da Segunda Guerra Mundial ter explodido na Europa.
Não fiquei com vontade de ler mais livros desta série. Acho que até foi uma experiência de leitura um pouco traumatizante. Lia sempre na esperança de que algo interessante me apanhasse e me envolvesse na história. Infelizmente, esse momento nunca chegou e só o terminei porque quando a vontade de desistir começou a soar na minha cabeça já ia com a leitura bem avançada. Este meu arrastar pelas páginas, a dificuldade em avançar na leitura e a desconexão que eu sentia com tudo aquilo que lia, estavam a deixar-me desconfortável.
Gostava de conhecer as impressões de quem leu o livro e gostou de forma a tentar perceber se conseguiram detetar coisas que me poderiam ter escapado. Quem leu o primeiro volume, ficou com vontade de ler os seguintes? O que é que te apaixonou no livro?
Nicholas Sparks marcou um fase da minha vida enquanto leitora. Li o primeiro livro dele aos 16 anos, o que corresponde ao momento em que comecei a ler livros considerados para adultos. Depois desta primeira experiência fui lendo todos os livros que iam aparecendo na biblioteca municipal. Houve uma altura em que fiquei saturada dos livros e passei alguns anos sem ler nada dele. Cheguei mesmo a desistir do livro "Um homem com sorte". Entretanto o cansaço passou e voltei a pegar em livros dele, porém têm de ser leituras espaçadas.
Esta leitura veio encaixar-se no seguimento um conjunto de leituras mais densas, pois senti necessidade de uma leitura menos exigente.
"Cada suspiro teu" é a história de Hope e de Tru. Duas pessoas que se cruzam no momento errado do ciclo de vida. Hope tinha sonhos para cumprir, coisas que a prendiam ao lugar onde vivia e Tru não conseguiria acompanhá-la naqueles sonhos.
Conheceram-se e a forma como Hope e Tru se ligaram foi demasiado instantânea, fazendo com que eu sentisse que a relação foi algo forçada. Para mim, foi uma coisa demasiado intensa para o pouco tempo que partilharam. Se há alguns anos este tipo de relações me encantava, hoje em dia cada vez menos acredito nestas paixões à primeira vista. Talvez ande demasiado racional e pouco crente no amor. No início do livro é referido que a história narrada é baseada em factos reais, mesmo assim não foi suficiente para me alimentar a veia romântica.
Apesar deste meu desencanto, gostei baste da Hope e do Tru enquanto pessoas individuais. Duas personagens com os seus defeitos e as suas qualidades, que vivem de forma muito adulta os seus problemas e que encaixam dentro de si os desafios que surgem em diferentes momentos do seu crescimento. Mesmo pouco crente na paixão deles, gostei da interação que foi sendo estabelecida entre eles, apreciei as conversas e sofri um pouco com as decisões que tiveram que tomar. No caso de Hope, acho que ela estava muito consciente da sua escolha e sabia que caminhava em direção a um futuro com menos amor do que aquele que desejava. Contudo, ela precisa de viver aquilo que a sua escolha implicava. Tru surpreendeu-me. Não esperava cruzar-me com aquelas vivências. No fundo, aconteceu a vida, entre eles e para cada um deles. E nessa vida coube sempre um pouco do amor que eles conheceram.
Nas primeiras páginas, o escritor escreve sobre a Alma Gémea. É uma caixa de correio especial e que acaba por ter um papel importante nos acontecimentos deste livro e, particularmente, no desfecho do enredo. Gostei imenso do conceito subjacente a esta caixa do correio e gostei muito de ler as passagens sobre as cartas que eram ali deixadas.
Apesar do meu desencanto, considero que o livro tem uma história de amor bonita. Não é tão marcada pela tragédia como outros livros do autor, porque é um relato sobre a inevitabilidade da vida e das nossas escolas. Foi uma leitura agradável onde sobressaiu o amor: o amor pelos outros, o amor pela vida e o amor pelas coisas que nos fazem felizes.
Li o primeiro livro de Lesley Pearse há mais de dez anos. Foi um presente de Natal e depois da leitura tornou-se num livro precisou. Fiquei fã da história e da escrita da escritora. Desde aí já foram vários os livros que li dela e grande maior parte deles ficaram-me na memória e no coração. Pensar em Lesley remete-me para histórias memoráveis, onde acompanhamos a vida de uma personagem de forma intensa e pormenorizada e onde o drama é usado de uma forma irrepreensível. Para mim, são poucas as escritoras que escrevem histórias dramáticas como a Lesley escreve.
Dada a minha obsessão com os livros da Lesley fiquei imensamente feliz quando recebi este livro cá em casa.
A história tem como espaço temporal os anos sessenta e retrata o contexto social e o lugar que as mulheres ocupavam na sociedade da época.
A nossa protagonista é uma jovem mulher, Katy, cheia de garra e que luta por aquilo que quer e defende com garra e perseverança aquilo em que acredita.
Para além de Katy há duas outras personagens femininas com um papel muito importante na história. Gloria e Edna são duas personagens secundárias que mereciam um livro só delas. Mereciam que as suas histórias de vida fossem contadas.
Katy sonhava com mais para a sua vida, mas quando o destino trocou-lhe as voltas e vê-se abraços com um problema para resolver. O pai é acusado de ser o responsável pelo incêndio na casa da Glória. Confiante na inocência do pai, acaba por se meter num grande sarilho.
Hilda, a mãe de Katy, é outra personagem feminina muito intrigante. Tem uma personalidade muito peculiar e que não mostra muita empatia por ninguém.
Este é um livro de personagens cheias de contrastes e recantos obscuros. Pessoalmente, o que mais gostei foi conhecer esses recantos desconhecidos e cheios de histórias ocultas. Foram esses recantos que me fizeram conhecer um bocadinho melhor as personagens e me trouxeram lembranças daquilo que é o estilo da Lesley.
Este livro careceu de profundidade. Faltou-lhe aquele toque de detalhe muito característico na forma de contar histórias desta escritora. Há partes muito apressadas, comparativamente a outros livros. Há determinadas cenas e personagens que mereciam mais protagonismo.
O epílogo ofereceu-me um vislumbre daquilo que foi o futuro de Katy. Porém eu não queria apenas o vislumbre, eu queria o pacote de experiências completo.
Apesar de ser um dos livros mais sintéticos da autora, mantém a mesma qualidade comparativamente a outros livros que já li da escritora, mantém a intensidade de emoções e a capacidade de nos contar uma história que ficará na minha memória.
Nota: Este livro foi-me disponibilizado pela editora em troca de uma opinião honesta.
Ler um livro da série Bridgertons é entrar em histórias repletas de momentos divertidos, acompanhados de um romance capaz de produzir alguns suspiros e com personagens muito próprias e que espelham o estilo da escritora. Para mim, tem sido muito bom ler estes livros! Sou fã da série e, geralmente, pego num destes livros quando preciso de uma história mais ligeira e quando estou a precisar de alegrar a alma.
Este é o oitavo livro da série. Falta-me apenas um para terminar e já sinto saudades desta família tão cheia de peculiaridades.
Aqui conhecemos a história de Gregory, o último irmão da família ainda solteiro. Um homem de paixões intensas que nem sempre tem o discernimento necessário para olhar de forma mais profunda para os seus sentimentos. Não fui abalroada pela paixão intensa. Foi demasiado amor à primeira vista para me cativar. Porém, à medida que a narrativa evolui, vou sentido mais afinidade com o Gregory.
Irritou-me aquilo que o levou a apaixonar-se... Foi demasiado simplista, sem grande envolvimento e não me ativou os sentidos.
Lucy conquistou-me quase instantaneamente. Gostei dela e da forma descontraída como lidava com as atrações que eram dirigidas à sua melhor amiga. Admirei a inteligência dela e irritei-me com a sua forma de ser tão certinha (acho que foi o choque com a minha própria personalidade), até porque houve alturas em que me pareceu que a inteligência dela não estava a ser usada na sua máxima expressão.
Apesar de ter gostado do livro, de me ter rido e divertido com as cenas caricatas que Julia Quinn tão sabe escrever não me senti fascinada nem encantada com este livro. Faltou-me o entusiasmo que surgiu na leituras dos primeiros livros da série. Não penso que seja cansaço na leitura dos volumes da série, nem do facto de ler muitos livros da autora. Passou quase um ano desde que li o livro anterior e neste espaço de tempo não li nenhum outro livro da autora. Por isso, acho que foram mesmo os conteúdos da história que não tiveram o mesmo efeito em mim.
Mesmo perante aspetos que não funcionem tão bem, a leitura não fica comprometida porque os diálogos são rápidos e divertidos e a escrita de Julia Quinn cativa a nossa atenção.
Houve uma fase da minha vida em que eu devorava livros de Tiago Rebelo. Facilmente me apaixonava pelas suas histórias e li-as de forma compulsiva. Aliás, costumo até apontar um dos livros dele como um dos meus livros preferidos de sempre. Contudo, não senti a mesma magia com os livros que li mais recentemente (excetuando o livro O último ano em Luanda).
O homem que sonhava ser Hitler foi mais um dos livros sem magia. Gostei, a temática é relevante e interessante mas a forma como a história nos é contada é, por vezes, aborrecida. O autor passa muito tempo a contar, contar, contar e mostra pouco das personagens, da suas interações e das suas personalidades. Ao longo da leitura senti falta desta dimensão da escrita que tem a magia e o dom de nos transportar para a realidade literária.
A história centra-se em dois inspetores da Polícia Judiciária (PJ) e num partido de extrema direita que vai semeando o caos e o medo por onde põe as mãos. O caso que liga estes dois intervenientes é a agressão a um miúdo de 7 anos. Esta agressão desencadeia um conjunto de descobertas e ligações com uma tonalidade sinistra e perigosa.
Relativamente aos termos da investigação e da ação da PJ aquilo que transparece é um excelente trabalho de investigação do escritor. Em todos os momentos cruciais do desempenho dos nossos polícias e do trabalho de desenvolvido por esta força de segurança denotava-se um cuidado em explicar as coisas de forma clara e pormenorizada.
Como escrevi anteriormente, gostei do livro. Apenas não gostei com mais intensidade, não gostei tanto como estava à espera de gostar. A escrita do livro é fluída e simples de ler. Apenas lhe falta expressividade e um tipo de emoção que já encontrei em outros livros do escritor. No meu caso não foi uma leitura rápida. O livro arrastou-se ao longo de uns dias mais pelo tempo escasso para ler e não pelo desinteresse na história.
Acho que, para quem nunca leu Tiago Rebelo, é um autor a quem devem dar uma oportunidade. As histórias são interessantes, com mais ou menos complexidade, mas que nos conseguem dar bons e prazerosos momentos de leitura.