Autor: Andreia Ferreira Ano: 2011 Editora: Alfarroba Número de Páginas: 254 páginas Classificação: 2 Estrelas Desafio: Ler em Português
Fica aqui um agradecimento especial à autora por me ter presenteado com os dois primeiros volumes da série no âmbito de um passatempo dinamizado no seu blog. Sinopse
Quando o relógio pisca as doze horas intermitentes, Carla recebe no seu quarto uma visita indesejada.A partir daí, todo o seu mundo desmorona e a solidão e o medo encarregam-se de a arrastar para um estado deprimente que só um desconhecido parece compreender.Cega de paixão, nega as evidências de que o seu novo amor é mais do que um rosto angelical. Ele esconde segredos que a levarão para perigos que parecem emergir das profundezas do inferno.
Opinião
No livro Soberba Escuridão o mundo do sobrenatural chegou ao norte do país, mas precisamente à bonita cidade de Braga.
Confesso que o início do livro é muito pouco apelativo, à excepção da parte e que Carla, a personagem principal, começa a pensar que está a entrar num determinado estado de loucura por ver coisas para as quais não tem explicação. Infelizmente esperava ver mais deste estado de loucura, na minha opinião podia ser mais explorado oferecendo novos detalhes.
As descrições presentes neste livro suscitaram-me sentimentos contraditórios. Gostei das descrições oferecidas à cidade de Braga, mesmo assim penso que a autora podia ter aproveitado mais da cidade... Acho que os monumentos e a própria história da cidade poderiam contribuir para dinamizar a narrativa e torná-la mais interessante. Porém existem outras descrições que são menos apelativas e que não cativam para a leitura, nomeadamente as descrições que dizem respeito à forma de vestir e de estar das personagens. Penso que, mais ou menos, nestas primeiras cem páginas faltam conteúdos que apelem ao estado psicológico e às dinâmicas das personagens... A ausência de informação ao nível dos conteúdos sobrenaturais também tornam o livro menos interessante, ou seja, o leitor vai à procura da fantasia e é-lhes oferecida pouca informação sobre os seres misteriosos que aparecem. Desta forma, acho que a autora poderia ter reduzido as descrições físicas das personagens e oferecer ao leitores informações sobrenaturais que os cativem e que os façam devorar páginas.
Outras descrições pouco realistas são as referentes ao contexto escolar. Na minha opinião, as relações descritas entre os alunos e entre estes e a escola são pouco realistas (não percebo como é que é permitido aos alunos faltarem tantas vezes e por vezes durante muito tempo).
Debruçando-me agora sobre as personagens, devo referir que não simpatizei com nenhuma. Falta-lhes carisma, atitde e (em alguns momentos inteligência e lucidez). À excepção da Ana, todas as outras raparigas que fazem parte da narrativa, parecem ter saído de um mar de futilidade e de desinteresse pelo outros e pelo mundo do qual fazem parte. Sei que não faz sentido no contexto do livro, mas gostaria que Ana tivesse direito a mais páginas. Compreendo que não sendo a personagem principal tenha tido uma abordagem mais reduzida. A Ana é uma personagem com carisma e atitude, ingredientes que depois de mais esmiuçados e conjugados com outras características de personalidade (que a tornassem mais rica) teríamos aqui uma óptima personagem e com mais potencial para assumir a posição ocupada pela Carla.
Caael, o nosso ser sobrenatural, carece de mistério e de informação. Um ser do outro mundo que ainda tem de lá ir e voltar para me convencer.
Existem algumas falhas ao nível do português (palavras que faltam e frases com uma construção um pouco confusa) e algumas incongruências no que diz respeito à narrativa. Por exemplo, Diana surge no início como a principal "rival" de Carla, mas pertence a uma turma e a uma área de estudos diferentes da de Carla. Umas páginas mais à frente é descrito um determinado acontecimento que deixa transparecer a ideia de que a Diana faz parte da turma de Carla. Outros aspectos pouco claros surgem durante as rápidas descrições das férias de Natal e dos acontecimentos entre Carla e Caael, para mim há lá muita coisa que não faz sentido.
O final do livro tem alguma intensidade o que faz com que o leitor fique curioso em relação aos volumes seguintes. Mas esta curiosidade e vontade de continuar a leitura tem muito que ver com aquilo que se vai passar com a Ana.