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Por detrás das palavras

Opinião | "A última vítima" (Rizzoli & Isles #10) de Tess Gerritsen

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A última vítima de Tess Gerritsen não desiludiu. Correspondeu às elevadas expetativas que eu associo a este escritora. Narrativas bem construídas; acontecimentos bem encaixados, numa sequência coerente e que me aguçou a curiosidade; e sem margem para conseguir descobrir a pessoa culpada pelo crime nem as explicações para o mesmo acontecer. Posso desenvolver mil e uma teorias, mas nunca consigo chegar ao verdadeiro desfecho do livro. Tudo isto continuou a fazer parte deste livro. 

É muito complicado falar deste género de livros sem revelar demasiado. Tenho de me ficar pelo geral, caso contrário poderei estragar a experiência de leitura de quem se atreve a ler estes livros. O que posso reforçar é a qualidade do enredo, o aparecimento de personagens envolvidas na situação criminosa que surgiram em livros anteriores e todo o mistério associado a um colégio privado isolado de tudo (o que dá um toque bastante negro à ação narrativa). 

Ao mesmo tempo que se mergulha numa história complexa e com contornos angustiantes, é possível acompanhar um pouco do quotidiano das personagens residentes. Jane continua a braços com os problemas familiares associados ao casamento dos seus pais. Por sua vez, Maura apresenta-se mais reflexiva relativamente à sua vida amorosa e parece necessitar de uma mudança para algo mais concreto. Ela é uma mulher concreta, objetiva e esta ambivalência da sua vida amorosa não combina com a personalidade que ela nos tem demonstrado. Ela tem consciência disso e deixa no ar esta sensação de necessidade de uma resolução. Talvez no próximo livro da série hajam novidades relativamente a este aspeto. 

É uma série que eu recomendo imenso. É notória a qualidade da escrita, o cuidado na construção das histórias e das personagens que lhe dão corpo e são detentoras de uma boa dose de suspense. Para quem gosta de thrillers, acredito que esta é uma das escritoras essenciais. 

 Já leste algum livro desta série? O que mais te apaixona nestes livros?

Classificação

Opinião | "Rapariga Silenciosa" (Rizzoli & Isles #9) de Tess Gerritsen

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Tenho andado muito desaparecida, mas na vida há prioridades e eu estive dedicada a elas. As leituras nunca estiveram totalmente paradas, refletindo-se nas 10 opiniões que tenho para partilhar contigo. Queria publicá-las todas antes do final do ano, mas é impossível (além de que não quero inundar o blogue com opiniões em série). Vou, pelo menos, tentar publicar uma por dia. 

Rapariga silenciosa foi o último livro da estante da Daniela que veio parar cá a casa e que me permitiu continuar a acompanhar o trabalho da inspetora Jane Rizzoli. 
Eu gosto muito dos livros desta série. São leituras quase sempre certeiras: bons momentos de suspense, uma narrativa interessante e um desfecho imprevisível. 

A China e as suas lendas são uma das grandes fontes de inspiração para tudo o que aconteceu às personagens não residentes. Para mim foi muito interessante ler algumas destas lendas, perceber a influência destas na forma de estar e de pensar das pessoas e de que forma isto causa confusão nos ocidentais. Foi muito interessante perceber que este livro é o mais intimista da escritora. Nele, ela semeou as suas memórias das histórias que a sua mãe partilhou com ela. Senti que o livro era uma espécie de homenagem à infância que a mãe passou na China e à bagagem cultural que passou às gerações seguintes.

É um livro com pouco espaço para as personagens residentes. Há um grande foco nas histórias de vida paralelas à situação de crime que é preciso de resolver. Além disto, o livro tem a capacidade de levar o leitor a pensar sobre os dilemas morais que muitas vezes a vida oferece ao ser humano. O que é a justiça? De que forma é que as pessoas sentem que as instituições responsáveis foram justas perante os problemas que as assolam? Quem tem a legitimidade para fazer justiça?

Neste livro, encontrei uma história que revela as diferentes tonalidade daquilo que é a justiça humana, o certo e o errado. Não foi o meu livro preferido da série, mas as lendas e a cultura oriental ficaram-me na memória.

Classificação

Opinião | "Não contes a ninguém" de Karen Rose (Romantic Suspense #1)

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Os livros de Karen Rose não circulam muito pelas redes. Vejo poucos(as) leitores(as) a apostas nesta escritora, o que é uma pena. 
O foco narrativo que a escritora segue centra-se na apresentação de um ou vários crimes, a investigação que o(s) acompanha e uma história de amor com algum erotismo à mistura. 

"Não contes a ninguém" é um livro que segue um registo ligeiramente diferente daquele a que eu já estava habituada. É uma história que vive mais do suspense e da tensão psicológica. É isso que vai movendo grande parte da ação. A outra parte é composta pelo desenvolvimento de uma relação amorosa. 

O tema central do livro, e de onde partem todos os outros acontecimentos, é uma situação de violência doméstica. Por isso, desde o início que conhecemos o criminoso e as vítimas. Aquilo que vai sendo descoberto aos poucos é a dimensão da violência e o impacto que ela foi causando na mãe, Mary Grace (Caroline - novo nome) e no seu filho. 

Apesar de o livro não te ter encantado tanto como os anteriores que li, gostei muito desta história e do seu desenvolvimento. Foi uma leitura sôfrega e marcada pela expetativa. Esta expetativa decorria em duas frentes: 1) ver como o caso de violência doméstica se iria resolver e 2) perceber como é que Max e o seu romance iria crescer tendo em conta as feridas que marcavam cada uma das personagens.

Acho que um aspeto que não me deixou tão satisfeita com este livro esta relacionado com o amor instantâneo que nasceu entre Max e Caroline. Foi uma atração demasiado imediata e isso fez-me alguma confusão. 
No decorrer deste meu incómodo com o romance destes dois sucederam um conjunto de situações que me fizeram torcer o nariz. Acho que a Caroline foi exageradamente dramática com o Max e teve uma atitude estúpida relativamente ao passado dele. Pareceu-me um pouco hipócrita, uma vez que ela também tem ali arestas afiadas na sua personalidade e na sua forma de ser que precisavam de ser ajustadas. 
Apesar destes elementos que considerei menos positivos, lá me acabei por apaixonar por estes dois e torcer por um final completamente feliz para ambos. 

Todo o desenvolvimento criminal prendeu a minha atenção. O final foi muito bem construído. Nota-se o cuidado em não terminar tudo à pressa. Houve tempo para que o clímax crescesse e a minha angústia por ver como tudo aquilo iria terminar sofreu com este cuidado da escritora em dar tudo ao(à) leitor(a) o mais pormenorizado possível

Infelizmente, nem todos os casos de violência doméstica têm o desenvolvimento e o desfecho deste. Mary Grace/Caroline foi inteligente e corajosa. Quis lutar por um futuro diferente para o seu filho. A luta dela foi inspiradora. Perceber aquilo que ela necessitou de ultrapassar para conquistar um lugar seguro foi bastante emotivo. Considero que ela se tornou numa inspiração para mim, mais especificamente a sua coragem e a sua capacidade de seguir em frente apesar de toda a porcaria de vida que tinha à sua volta. Gostava que ela servisse de inspiração para outras pessoas, principalmente para aquelas que se veem a braços com situações semelhantes.

Se os ingredientes que fazem este livro forem do vosso agrado, acho que devem tentar ler algo desta escritora. Ela merece mais atenção por parte dos leitores.

Classificação

Opinião | "Tambores na noite" de Marion Zimmer Bradley

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A minha relação com livros de fantasia é "espinhosa". É muito difícil encontrar um livro deste género que me encante e que me prenda na leitura. Vou continuando a ler livros deste género para me obrigar a sair da zona de conforto e para diversificar a minha experiência enquanto leitora. Por vezes, tenho boas surpresas, como é o caso dos livros de Juliet Marillier de quem fiquei fã.

Geralmente, livros com bruxaria, misticismo, feitiços, magia negra e branca e lendas são capazes de me agradar e oferecer bons momentos de leitura.
Em "Tambores na noite" o lado da fantasia toca nestes elementos, o que permitiu que a minha leitura fosse agradável e satisfatória. Gostei de ler o livro e de conhecer um pouco da cultura mística do Haiti.
Não foi uma leitura brilhante nem memorável, mas conseguiu captar a minha atenção e permitiu-me construir uma ligação com a história e com as personagens. 
Fui positivamente surpreendida com a escrita de Marion Bradley. É expressiva e mantém o equilíbrio certo entre descrição, narração e diálogo. Esse equilíbrio oferece um bom dinamismo à narrativa e impede que o aborrecimento surja.

As personagens são interessantes e são a alma de toda a história. Nem sempre compreendi as suas atitudes e comportamentos, nem sempre elas são caracterizadas de forma completa; contudo, no fim, tudo fez sentido.
As páginas finais com o perfil astrológico são muito interessantes e ofereceram-me um novo olhar pelas personagens e sobre o seu papel na história.

Agora tenho na estante um dos volumes da série "As brumas de Avalon". Sei que é uma série bastante conhecida e até fiquei com alguma vontade de a explorar. 
Conhecem a série? Recomendam-na a uma leitora mais resistente à fantasia como eu? 

Classificação

 

Opinião | "Palomino" de Danielle Steel

7474766.jpgClassificação: 3/5 Estrelas

Danielle Steel foi das primeiras escritoras de romances contemporâneas que comecei a ler. Trouxe um livro da biblioteca e os meus olhos de leitora inexperiente e ávida devoraram a história. Comecei então a explorar outros livros da escritora. Há bons livros! "A Mansão Thurston" e "Mensagem do Vietname" são dois dos meus livros preferidos de sempre e são ilustrativos da capacidade de Danielle Steel em criar boas histórias. Há outros livros mais medianos e sem a profundidade emocional suficiente para me encantar.

"Palomino" é um livro doce. Um livro com amor, traição e superação. Samantha e Taylor são os grandes protagonistas desta história. É um casal improvável que acabou por me conquistar q.b.. Não é uma grande história de amor, não é memorável nem intemporal... É uma história de amor com muita ternura, zangas um pouco estúpidas e infantis e que termina de uma forma que é esperada pelos leitores sempre que se cruzam com um livro deste género.

Não é um livro com muitas surpresas. É uma leitura muito fácil onde houve espaço para que eu pudesse descontrair e me divertir com a leitura. Foi uma ótima escolha de leitura, porque me permitiu desligar de uma série de leituras e emocionalmente mais pesadas e com um conteúdo que exigiu mais do meu funcionamento cerebral.

Com uma escrita muito sequencial e sem floreados, Danielle Steel conduziu-me às zonas mais rurais dos Estados Unidos e fez-me ver o contraste entre estas zonas e o rebuliço das grandes cidades. Mostrou-me que a vida é aquilo que decidimos fazer dela, mesmo quando ela teima em trocar-nos as voltas e nos vai retirando aspetos que nos fazem felizes.

Há uma boa mensagem de superação neste livro e eu gostei de me cruzar com ela. 

Opinião | "A morte chama-te" de Karen Rose (Romantic Suspense #5)

 

A Morte Chama-te (Livro 5)


Autor: Karen Rose
Ano: 2009
Editora: Circulo de Leitores
Número de páginas: 462 páginas
Classificação: 5 Estrelas

Sinopse

Tess é dedicada aos seus pacientes. Os anos de terapia ensinaram-na a ouvir, compreender e a guardar segredo. O que se partilha num consultório de psiquiatria é confidencial. Quando os seus pacientes se começam a suicidar a polícia logo estabelece um elo entre todas essas mortes: todos eram pacientes de Tess. Será ela a assassina? Ou a vítima? Quem quer destruir a sua carreira, a sua vida pessoal? Um intenso e apaixonante thriller romântico.
 
Opinião
Karen Rose foi amor ao primeiro livro. Simplesmente A-DO-REI.
Em A morte chama-te chega-nos a história de Tess, uma psiquiatra que de um momento para o outro vê a sua vida profissional ser destruída quando os seus pacientes se começas a suicidar.
 
É um livro de leitura compulsiva e alucinante. É difícil parar! Quando acabamos um capítulo o pensamento é: só mais um.
 
A sequência criminosa, as pistas, os suspeitos, os cúmplices e os culpados estão organizados de uma forma fantástica.Tal é a mestria da escrita, que dificulta ao leitor descobrir o verdadeiro culpado. Quando no final fiquei a conhecer a pessoa culpada fiquei surpreendida. Não esperava que fosse essa pessoa, porém agora olhando para o livro como um todo, alguns indícios estavam lá. 
 
Adorei a Tess e admiro-a enquanto profissional, assim como adorei o Aidan. Estes dois acabam por formar um par muito interessante.
 
Gostei do facto de se abordarem as doenças mentais, assim como a forma como elas foram referidas e apresentadas ao leitor ilustrando as implicações no quotidiano das pessoas. Inicialmente Tess é "condenada" por Aidan por no passado ter contribuído para que um criminoso que assassinou duas crianças fosse considerado inimputável. De facto, é difícil entender e aceitar como é que um ser humano é capaz de fazer determinadas coisas. Umas vezes é pura maldade e sangue frio, mas existem outras que advém de graves e desgastante doenças mentais. Estes últimos são pessoas que vivem aprisionadas num mundo que está longe de ser cor-de-rosa.
 
Um aspecto curioso no livro é a percepção temporal que oferece ao leitor. Olhando para o livro no seu todo parece que a acção se estendeu por muitos dias quando na realidade foram apenas cinco dias. 
 
Pelo título estava à espera de algo mais macabro. Tem boas descrições dos crimes, mas está longe de perturbar os estômagos mais sensíveis.
 
É um livro que recomendo e que me deixou com muita vontade de ler mais livros da autora. 

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