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Por detrás das palavras

Opinião | "Se me pudesses ver agora" de Cecelia Ahern


Sinopse
Elizabeth tem trinta e quatro anos e vive numa casa que ela adora e paga com o dinheiro que ganha no seu bem-sucedido negócio de designer de interiores. É o seu pequeno refúgio, onde pode isolar-se e sentir-se segura. A vida não lhe foi fácil. Desde que a mãe se fartara precocemente do sossego idílico da adorável vila, cujo nome irlandês significa Vila dos Corações, e partira, deixando Elizabeth com o encargo de acabar de se criar a si própria, enquanto criava também a irmã, Saoirse, e cuidava do pai. Aos dezasseis anos Saoirse, um verdadeiro tornado ruivo, engravidara por pura distracção. E agora Elizabeth tem o pequeno Luke para criar, uma criança que Elizabeth teme que também venha a ser problemática, uma vez que tem um amigo imaginário. Mesmo assim Elizabeth controla tudo na perfeição. Mas agora que Ivan apareceu na sua vida, vai mudá-la de forma que ela nunca podia ter imaginado... Uma história romântica, comovente e luminosa, com um toque subtilmente mágico como um conto de fadas moderno, da autora de P.S .- Eu amo-te, um dos mais notáveis bestsellers do ano de 2004, que inaugurou esta colecção.
 
Opinião
Tenho uma certa dificuldade em descrever como é a minha relação com os livros da Cecelia Ahern. Neste livro em particular houve certas passagens que me entusiasmavam para a leitura enquanto outras levavam-me a arrastar-me pelas páginas com pouca motivação para continuar. Apesar de achar a ideia de partida para a construção da narrativa muito original e engraçada, acho que a autora se perdeu nos meandros da história deixando muitas pontas soltas. Considero que ela pegou nos temas e não os conclui... Por vezes, parece que caem de pára-quedas no meio da narrativa e ali ficam sem uma estruturação clara e coerente. Por exemplo, acho que a explicação da "empresa" dos amigos imaginários deveria ser mais explorada (se era um mundo de fantasia e sonho que a autora queria passar deveria tê-lo criado e estruturado de modo a não parecer tão abstracto o reduzido para o leitor).
 
O livro apresenta algumas partes um pouco confusas e com uma escrita pouco estrutura. Isto fez com que uma página, por vezes, tivesse de ser lida mais do que uma vez. Infelizmente, este pouco cuidado na forma como o livro é escrito torna-o aborrecido e pouco cativante, o que é injusto perante a ideia que está na base da narrativa.
 
Em relação às personagens, considero que todas elas carecem de uma melhor apresentação. Elas chegam ao leitor apresentadas de forma superficial dificultando a criação de uma ligação entre o leitor e as personagens.
Precisávamos de saber mais sobre Elizabeth e sobre a sua infância. Gostava de ter lido mais sobre a relação dela com Mark e todos os elementos precipitantes que conduziram ao fim da relação.
 
Queria mais sobre Saoirse... Como é que ela cresceu, como é que ela engravidou, como e para onde é que ela desapareceu... Pois é que no fim do livro fiquei sem perceber o que lhe aconteceu.
 
Ficou um vazio muito grande em relação ao relacionamento de Opal (uma amiga imaginária) e um ser humano. Achei muito alguns dos poucos pormenores que nos foram oferecidos.
 
Agora o que gostei no livro. Os momentos de libertação de Elizabeth, principalmente o episódio do Jinny Joes. Achei positiva a evolução dela ao longo da história (apesar de continuar com a sensação de que faltava ali mais qualquer coisa). 
 
Gostei muito do Ivan... Mas queria mais. É uma boa personagem, algo complexa mas que merecia mais páginas do livro. Achei muita piada ao falar ao contrário dele. Fiquei surpresa quando percebi a essência do nome do local onde ele vivia: Rezaf Ratiderca.
 
Em suma, é um livro morno com um ideia que tinha tudo para o tornar quente e arrebatador. Dá a sensação que a autora deixou-se levar pela superficialidade das coisas não esmiuçando a mensagem que está por detrás de todas estas páginas. Isto deixa-me insatisfeita e triste porque queria mais.
 
E desse lado, já lerem este livro? Partilhem a vossa opinião e deixem-se invadir pelas palavras. 

Opinião | "A prenda" de Cecilia Ahern




 

 

 
A nossa percepção do tempo é algo curiosa... Ele nunca "anda" ao ritmo que desejamos. Para o Lou o tempo passava muito depressa não lhe permitindo responder às mil e uma solicitações profissionais que todos os dias lhe apareciam... A vida profissional ocupava grande parte da sua vida, afastando-o da família, da esposa e dos filhos...
 
E foi assim que a autora introduziu os leitores na vida de Lou... Contudo, Gabe aparece e tudo na vida e Lou muda... Lou começa a ver mais longe. Vê para além das malhas ofuscantes de um trabalho desgastante... Vê para além daquilo que é óbvio.... Vê para além do seu coração e descobre que há vida para além do trabalho e aí toma consciência daquilo que se tem perdido, daquilo que verdadeiramente preenche os dias desgastantes, dá cor às tristezas tornando-as mais suportáveis... No fundo, o cinzento da sua vida dá lugar à cor e aos sentimentos...
 
A mensagem que está por detrás deste livro é fantástica e, a meu ver, é o grande ponto positivo desta narrativa. Quantas vezes andamos tão absorvidos nos nossos problemas, nas questões profissionais e nos esquecemos de dar lugar na nossa vida àqueles que preenchem o nosso coração, que tornam os dias maus mais fáceis de suportar e tornam os dias de alegria escandalosamente felizes.... Quantas vezes dizemos "para o ano há mais",  "encontramo-nos para a próxima". Mas será que irá haver próxima? Eu sei que não devemos viver com medo. Aliás, não podemos deixar que ele absorva as nossas energias ao ponto de não nos permitir viver as coisas com intensamente. Devemos sim, é isso que o livro demonstra, aproveitar todos os momentos possíveis para partilhar e desfrutar da companhia das pessoas especais que fazem parte da nossa vida.... Devemos viver as coisas intensamente, tão intensamente como se amanhã fosse simultâneamente o primeiro e o último dia da nossa vida. Lou, talvez aprendeu um pouco tarde demais a ver o essencial, talvez pelo essencial ser invisível aos nossos olhos, mesmo assim, quando finalmente se apercebeu, tentou remediar a sua atitude permitindo preencher o coração de alegria daqueles que mais gostavam dele. As páginas finais são emocionalmente intensas e capazes de levar às lágrimas.
 
Gabe assume nesta estória uma posição de destaque... É uma personagem que deixa dúvidas quanto à sua identidade. Na minha opinião, acho que tem identidade divina. Uma espécie de anjo que chega à vida de Lou e o faz emergir da vida profissionalmente agitada, que lhe mostra o que é essencial! Confesso que não foi uma parte do livro que mais me agradou!! Concordo que dá um toque especial ao livro e sem ele, os acontecimentos e a forma como eles se vão desencadeando deixam de ter algum significado.  Talvez seja esta minha dificuldade em lidar com o divino que me leva a encarar as coisas de forma diferente.
 
Um outro aspecto que gostei foi a forma como livro está organizado. Acho que a forma que a autora utilizou para contar a estória torna a mensagem mais marcante. É um livro que nos faz pensar, que nos faz vasculhar os recantos dos nossos sentimentos e os caminhos que a nossa vida tem levado ao longo dos anos... Faz-nos pensar nas coisas boas que fizemos, nas coisas más que fizemos, naquilo que queremos fazer e na forma como queremos fazer... A vida é cheia de surpresas e de pessoas que, tal como a autora refere, são como presentes que precisam de ser desembrulhadas pela pessoa certa...

Opinião | "Obrigada pelas recordações" de Cecelia Ahern

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obrigada pelas recordações foi o primeiro livro que li da autora Cecelia Ahern, desta forma parti para a leitura do livro sem expectativas criadas pela leitura de livros anteriores.  É um livro com estória marcada por momentos de reflexão, momentos cómicos, momentos de romance, momentos de tristeza... É um livro que nos leva numa viagem pelas emoções do seu humano, mesmo aquelas que nos são estranhas e para as quais  não obtemos nenhuma explicação.
Confesso que foi um livro que não me cativou no inicio... Aliás, demorei muito tempo a lê-lo porque os primeiros capítulos eram um pouco aborrecidos e a temática que servia de base a todo o desenvolvimento da narrativa, não fazia nenhum sentido para mim.
Joyce é uma jovem mulher que sofre um queda e perde o seu bebé. Na sequência deste pequeno acidente, recebe uma transfusão de sangue que muda radicalmente a sua vida! Passa a ter os conhecimentos da pessoa que doou o sangue, assim como passou a ter os gostos alimentares desta pessoa que ela não conhece, mas desde a primeira vez que a vê se sente fortemente atraída por ela. Esta pessoa é Justin um senhor que é responsável pelos grandes momentos cómicos que aparecem ao longo do livro.
Apesar de não acreditar nada neste tipo de possibilidades devo considerar que foi um tema original e foi muito bem estruturado pela autora. Na minha opinião, este é o grande ponto positivo da história. Contudo, Joyce irá demorar demasiado tempo para ter o tão aguardado encontro com Justin. Foi este pequeno pormenor que me fez arrastar a leitura do livro... Por várias vezes estiveram quase a enfrentarem-se, mas tal só acontece muito no final do livro o que não possibilitou, um desenvolvimento do relacionamento entre eles. Acho que  a narrativa ficaria mais completa se o relacionamento de Justin e Joyce tivesse um desenvolvimento. Assim sendo, considero este aspecto como o ponto menos positivo . Não o classifico como negativo, porque a autora poderá desenvolver esta história num livro seguinte ou para deixar a mente e a imaginação do leitor divagar para o futuro das personagens. 
 

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