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Por detrás das palavras

Por detrás da tela | "A forma da água" (2017), "Bohemian rhapsody" (2018) e "Suite francesa" (2014)

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A forma da água
Tinha enormes expetativas em relação a este filme. É claro que estas expetativas eram fruto de tudo o que se já se partilhou sobre este filme e pelo facto de ter ganho o Oscar de melhor filme. 
Eu não sou fã de fantasia em livros, mas em filmes até costumo gostar. Porém, acho que a fantasia foi um grande problema para mim. Que monstro tão temível e poderoso era aquela que precisou de alguém para o salvar? 

Realmente esperava algo mais deste monstro aquático. Inferiorizaram demasiado este ser sobrenatural, o que acabou por lhe retirar o encanto.

A Elisa é uma personagem curiosa. Achei alguma piada ao seu feitio mais introvertido e a forma como se entregava, resignadamente, à rotina diária. O monstro veio abalar a sua pacatez e fê-la descobrir o amor. Alguém que se sentia diferente, precisava de uma pessoa diferente na sua vida. O monstro veio dar uma nova vitalidade à vida desta mulher. 

As imagens são muito bonitas e oferecem um dinamismo muito bom ao filme. Enchem o olho e prenderam-me ao ecrã.
A história não é tão cativante como eu pensava. Tem um final bonito, mas não foi suficiente para se tornar um filme memorável.

Bohemian rhapsody
As músicas dos Queen são intemporais. Gosto de quase todas e adoro ouvi-las. É difícil escolher uma, porque cada uma delas revela um pouco da criatividade musical dos elementos deste grupo. É claro que o Freddie Mercury se destacava. Um homem inteligente e com um talento inigualável para a música. Morreu demasiado cedo. Tens noção da quantidade de boas músicas que ela ainda nos poderia ter deixado? Este foi o pensamento que me ficou depois de ver o filme. O mundo da música perdeu imenso com a morte deste homem. Perdemos um bom cantor e um excelente compositor. 

Acho que é complicado saber até que ponto a realidade do Freddie foi exatamente apresentada no filme. Porém, acho que o filme foi muito bem conseguido. Despertou em mim emoções, reflexões e deixou-me a pensar no homem que estava por detrás de um cantor brilhante. Ficou-me a ideia que ele tinha tanto genialidade como de personalidade difícil. Penso que era tanta a criatividade dentro dele que, por vezes, era difícil gerir. E esta gestão levou-o, muitas vezes, a não fazer as escolhas mais acertadas no seu percurso de vida e na forma como ele escolhia manter e desenvolver as suas relações.

Admiro a relação que ele construiu com a Mary. A pessoa com quem ele conseguiu experienciar diferentes tipos de amor. A dedicação que ela lhe ofereceu é enternecedora e deixou-me com a sensação de que ela deverá ser uma pessoa sensível e boa. 

É de louvar todas as interpretações, mas Rami Malek merece destaque. Eu adorei a interpretação dele e a forma como ele se entregou ao papel de Freddie Mercury. Acho que é daqueles trabalhos que ele jamais esquecerá.

Ficarão para sempre as músicas dos Queen e o lado mais conturbado da vida daquele que deva voz à música.  

Suite francesa
As minhas memórias acerca deste filme já são escassas. Apenas guardo a sensação de ter gostado e uma memória muito particular do final com uma reviravolta cheia de dramatismo. 

A ação do filme decorre durante a ocupação alemã em França, na Segunda Guerra Mundial. Só por este aspeto, dá para perceber que o drama será o guia de toda a narrativa.

Um bom filme para ocupar uma tarde de domingo. 

Por detrás da tela | "Call me by your name" (2017) e After (2019)

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Call me by your name
Assim que terminei de ler o livro, achei que era uma boa ideia ver o filme. Foi a decisão mais acertada! 
Temos um filme bastante fiel ao livro, porém há passagens no filme que eu só as compreendi na sua totalidade porque tinha lido o livro (mais especificamente a sequência de cenas com os calções do Oliver). 
É um filme que cheira a verão. Que me fez querer ir uns dias para aquela casa, para aqueles pomares , só para sentir o cheiro da fruta madura e a frescura das águas. Isto resulta de um excelente trabalho na construção das cenas e numa boa captação dos cenários.

A narrativa do filme acompanha a narrativa do livro, exceto a parte final. A intensidade da história de Elio e Oliver, a descoberta daquele amor, as dificuldades em geri-lo são aspetos que fazem parte da ação central do livro e que aparecem muito bem representados no filme.

Eu estava com algum receio relativamente à forma como o livro seria transportado para o filme. Este receio tinha como base a minha experiência com a leitura. O livro é muito introspetivo. Vivemos a história sobre a perspetiva do Elio, sendo que grande parte do livro reflete as emoções, os pensamentos e as vivência deste jovem. 
Fiquei feliz quando vi e senti que o filme conseguiu captar esse lado mais introspetivo. Há muitas cenas sem grandes diálogos, há espaço para que os acontecimentos se desenrolem e que ganhem o protagonismo que merecem. Considero que isto também só foi possível devido às brilhantes interpretações de Armie Hammer (como Oliver) e Timothée Chalamet (como Elio). Na minha perspetiva, eles conseguiram encarnar muito bem as personagens que ficaram na minha cabeça após a leitura.

O final do livro dá-nos acesso a um pouco daquilo que foi o futuro de Oliver e de Elio. O filme não proporcionou essa possibilidade. Fiquei um pouco triste! Estava à espera que tudo estivesse ali representado.
Sei que o livro tem continuação e espero que o mesmo seja adaptado ao cinema.

After
Ao contrário do anterior, vi este filme sem ler o livro. Fi-lo porque não tenho muita vontade de ler os livros da série. Acho que são demasiado adolescentes para mim. Optei por ver o filme, porque me pareceu uma boa forma de desligar do stress do trabalho. 

O filme reúne um conjunto de clichés adolescentes. Acabaram por funcionar no filme, foi capaz de entreter. Contudo, penso que nos livros iria ser mais do mesmo e não me iria divertir ou entreter tanto.

Há ali alguma toxicidade na relação amorosa entre a Tessa e o Hardin. Não achei que estivesse romantizada, e considero que será um bom ponto de partida para um discussão com adolescentes sobre relações amorosas e sobre como as desenvolver. 

O Noah é muito desvalorizado e a relação que ele tem com a Tessa é um pouco estranha. Eles assumem-se como namorados, mas todo o comportamento sugere a presença de uma amizade. É uma relação um pouco oca, vazia... Deixa muito espaço à Tessa para ela achar piada a outras pessoas. Penso que ela poderia ter sido construída de outra forma para que o dilema da Tessa fosse mais intenso e fizesse pensar mais. 

É um filme que cumpre o seu propósito de entreter e fazer com que o telespetador desligue da realidade. 

 

Por detrás da tela | "Love on the sidelines" (2016) e "Febre Ferrante" (2017)

Love on the sidelines

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Há umas semanas estava com uma enorme necessidade de ver um filme leve, descontraído e que me garantísse um final feliz. Pesquisei nos filmes disponíveis na televisão e acabei por selecionar este "Love on the sidelines". 
É um filme romântico, cheio de clihés: o jogador que se lesiona, a rapariga que passa por uma crise profissional e acaba como assintente de um jogador cheio de dinheiro e o romance inevitável que nasce dessa relação.

O filme tem alguns momentos cómicos e garantiu-me aquilo que estava à procura: diversão, romance e uma história que não exigesse muito dos meus neurónios.
Tudo no filme se encaixa dentro do género para o qula foi construído. A música, os cenários e o conteúdo da história articulam-se de forma simples e intuitiva. 

A mensagem do filme é semelhante a outros filmes do género: a importância de acreditarmos em nós próprios e nas nossas capacidades, a irmos mais além das aparências e o amor surge quando mesno esperamos. 
As interpretações são medianas. Os autores conseguem dar corpo às personagens, porém há momentos em que tudo parece demasiado artifical. 

Classificação

Febre Ferrante

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Foi com muita curiosidade que comecei a ver este documentário. 
O que sei de Elena Ferrante e dos seus livros é o que vou lendo nas redes sociais. Tenho dois livros da escritora na estante. Comprei por causa das boas opiniões que fui lendo, mas ainda não senti vontade de ler os livros.

O interessante é que cheguei ao fim do documentário com vontade de pegar imediatamente no livro "A amiga genial". O documentário aborda um pouco esta obra e a série da qual faz parte e a forma como as diferentes pessoas falaram sobre estes livros deixou-me muito curiosa por conhecer o trabalho de Elena Ferrante.

Se há coisa que admiro nesta escritora é o seu anonimato. Acima de tudo ela quis ser lida, ela quis que fossem os livros a ganhar destaque, a ultrapassar a imagem do escritor. E conseguiu! A curiosidade sobre a sua verdadeira identidade acaba por espicaçar os leitores, mas as obras valem por si mesmas. Diferentes pessoas reconhecem a genialidade da escrita e das personagens. Realçam a capacidade de Ferrante em retratar as emoções e as relações entre as pessoas. O facto é que tudo isto me deixou muito intrigada. 

O documentário apresenta relatos de italianos e de norte-americanos. A tradutora responsável por traduzir os livros da Elena Ferrante para inglês também dá o seu depoimento e fala da forma como os livros ganharam terreno e interesse dos leitores norte-americanos. 

Foi um documentário muito interessante. Perceber as diferentes perspetivas sobre a autora e a sua obra confere ao espetador uma sensação de coerência. Todos eles foram unânimes em reconhecer o talento e a genialidade das histórias de Ferrante. Foram capazes de identificar os aspetos que prendem o leitor às obras e dissertaram um pouco sobre o a decisão da escritora em se manter na sombra e deixar que as suas palavras e as suas histórias brilhem. 

Já leste algum livro de Elena Ferrante? Qual foi? O que achas das suas obras e da sua opção de se manter anónima?

Por detrás da tela | "Julieta" (2016) e "Coco avant Chanel" (2009)

Hoje partilho contigo mais dois filmes que assisti durante o mês de fevereiro. 

Julieta

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Penso que este foi o primeiro filme Espanhol que vi na vida. Não tinha grandes expetativas, apenas alguma curiosidade por perceber como tudo se ia desenvolver.
A ação deste filme centra-se em Julieta, uma mulher adulta que se cruza com uma pessoa do seu passado na rua. Este encontro mais fugaz leva-a a uma processo de desconstrução das suas memórias e a analisar o seu percurso de vida. 

Não quero dar mais pormenores sobre os elementos que orientam ação, porque acho que são eles que acabam por ditar a relação entre espetador e o filme. Foi engraçado porque dava por mim a tentar adivinhar o rumo da história, baseando-me em clichés muito específicos, e acaba por ser surpreendida. Uma vez ou outra aconteceu eu prever o rumo dos acontecimentos, mas outras vezes consegui ser surpreendida e isso acabou por ser um ponto positivo. 

É um bom filme! Tem uma carga dramática que consegue surpreender e que me deixou presa ao ecrã. As interpretações são de qualidade, permitindo que eu reconhecesse angústias, emoções e sentimentos de uma forma adequada. A fotografia não tem uma qualidade fenomenal, mas facilmente a questão da imagem passa para segundo plano quando a preocupação se centra nos acontecimentos e no mundo interior das personagens.

Ficou o interesse em explorar mais as produções cinematográficas Espanholas e em particular do Pedro Almodóvar (o realizador deste filme). 

Classificação

Coco avant Chanel 

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Desde que vi o filme sobre Frida Khalo que fiquei de filmes biográficos. Estava com uma enorme curiosidade relativamente a "Coco avant Chanel". Há figuras que deixam a sua marca na História e Chanel é uma dessas pessoas.

O filme retrata a vida de Coco antes dela se tornar uma lenda no mundo da moda. O entusiasmo esmoreceu ao fim de 30 minutos de filme. Pensei que fosse por causa da narrativa, mas após alguma reflexão consegui que o meu problema é com a atriz que interpretou Coco Chanel. Audrey Tautou não me convence. Acho que lhe falta expressividade e entrega. Nunca a consigo ver submersa nos papéis que interpreta. Já no filme "O fabuloso destino de Amélie", a interpretação desta atriz me tinha deixado irritada e desconfortável.

Nestas coisas nunca sabemos o quanto representa a realidade e o quanto é produto da liberdade dos argumentistas e realizadores. Eu desconhecia por completo a história desta mulher, e aquilo que o filme mostra permitiu-me conhecer uma mulher inteligente, criativa e bastante resiliente. 

O filme mostra sofrimento, amor, a luta pelos sonhos e as dificuldades que, por vezes, a vida insiste em colocar pela frente. Para mim, o filme vale muito pela mensagem. É inspirador ver a vida de uma mulher que não desistiu, que fez valer os seus sonhos e que transformou o seu talento e criatividade numa marca intemporal. 

Classificação

 

Por detrás da tela | "Debaixo do céu" (2019) e "Uma pista para o amor" (2017)

Debaixo do céu

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No final de janeiro, na RTP 2, passou o documentário "Debaixo do céu". Neste documentário são partilhados relatos de judeus que conseguiram escapar ao campos de concentração e, na sua fuga, passaram por Portugal antes de rumarem a outros destinos.

Cada um dos sobreviventes partilha a sua história de vida antes, durante e após a fuga. Vão traçando um relato daquilo que era viver em países sobre o domínio nazi, da sua fuga e da sua passagem por Portugal. Apesar dos relatos serem mais focados nestes períodos, conseguimos perceber para onde estes refugiados foram depois de saírem de Portugal. Foram igualmente exploradas as memórias que tinham do país e de como foi passarem por aqui. 

O documentário é constituído pelas narrações de cada um, acompanhadas por imagens da época. 

São relatos que conjugam dor, sofrimento, resiliência e boas memórias do espaço português. É interessante a sua visualização porque nos permite conhecer outras realidades para além dos campos de concentração. Realidades estas que são menos exploradas no cinema e na literatura. É um documentário bem feito e que facilmente captou a minha atenção. 

Classificação

Uma pista para o amor

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Há alturas em que precisamos de um filme levezinho, de fácil visualização e que não exija muito da nossa capacidade cognitiva. "Uma pista para o amor" é uma boa opção para estas alturas. 

Em traços gerais o filme narra a vida de Emily James, uma patinadora no gelo considerada brilhante que, por motivos de força maior teve de deixar as pistas de gelo. Tornou-se treinadora de crianças, mas a chegada de um novo treinador acaba por despertar-lhe a vontade de competir. 

Pelos traços gerais é possível perceber que o filme é previsível, com romance e drama à mistura. Porém, traz uma história que consola e que permite que se desligue do stress e da agitação dos dias. 
Os atores não têm desempenhos brilhantes (algumas representações são até um pouco fraquinhas), mas a energia positiva que emana do final é capaz de ofuscar aquilo que funciona menos bem.

Classificação

Por detrás da tela | "Clínica Privada" (2005 - 2013) e "Gru, o maldisposto 3" ( 2017)

Clínica privada

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"Clínica Privada" é uma spin-off da série "Anatomia de Grey" e foi criada para dar continuidade à personagem de Addison Montgomery. 
O ano passado comecei a ver "Anatomia de Grey" e viciei (manifesto aqui o meu descontentamento com a FOX Life que decidiu não transmitir as temporadas 14 e 15, porque irão estar disponíveis numa plataforma de streaming paga e saltou logo para a temporada 16 ). Como tal tinha de acompanhar "Clínica privada" e conhecer de forma mais profunda a Addison. 

A série não é só sobre a Addison. Há todo um grupo de médicos residentes que contribuem para o desenvolvimento da trama e adensam os conflitos que vão sendo criados. E além das vidas pessoais surgem casos médicos que abordam temas que convidam à reflexão. 

Acompanhei as seis temporadas e gostei muito. 
É uma série leve, com momentos divertidos, com romance na dose certa e com temas sociais pertinentes.
Apesar e gostar muito da série, acho que acabou na hora certa e da forma certa. 

Se procuras uma série para desligar dos momentos pesados do dia a dia e do aborrecimento da rotina, "Clínica privada" é uma boa escolha. 

Classificação

Gru, o maldisposto 3

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Não sou uma entusiasta desta série de filmes. Acho engraçado o conceito por detrás da personagem do Gru e acho uma certa piada aos Minions. Porém, sinto alguma dificuldade em me conectar emocionalmente com os filmes. 

Eu gosto muito de ver filmes de animação. São ótimas fontes de inspiração para as intervenções com os miúdos e para refletir sobre questões que povoam o universo infantil. 
Aqui o foco são as maldades. 

Gru vai-se transformando ao longo dos diferentes filmes e é engraçado acompanhar a evolução desta personagem e o impacto que as relações que ele vai construindo tem no ajuste da sua personalidade. O meu interesse neste filme reside aqui: no poder da mudança e no poder curativo das relações. 

São filmes que animam os mais pequenos e que ensinam sempre qualquer coisa ao adulto que os decidi ver. 

Classificação

Por detrás da tela | "Variações" (2019)

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O primeiro filme que vi em 2021 foi "Variações". Infelizmente, vejo poucos filmes de produção nacional e é algo que é importante mudar. Aproveitei que este passou na RTP e decidi assistir.

António Variações e a sua música fez um pouco parte da minha infância e adolescência. As letras inconfundíveis e a sonoridade que fica gravada na memória acompanharam algumas fases da minha vida. 
Não conheci este homem, mas conheci aquilo que lhe foi possível deixar. Ele morreu antes de eu nascer, mas a sua arte teve o impacto suficiente para permanecer ao longo dos anos. 
Não sei se o filme romantizou demasiado aquilo que foi a realidade deste homem. Eu gostei imenso do filme, do guarda-roupa e da banda sonora. Porém, acho que este homem sofreu mais do que aquilo que o filme nos permite ver. Ser diferente, numa época pouco tolerante deve ter sido complicado. 
Das muitas relações interpessoais que Variações construiu e que o filme nos possibilitou conhecer, a relação que ele mantém com a mãe é um exemplo positivo de uma mãe que aceita o filho tal como ele é, que fica contente com as suas conquistas e que sofre com o sofrimento do filho.

Admiro a luta por fazer valer o seu talento. A música estava-lhe no sangue. As letras brotavam de uma imaginação rica e observadora da condição humana. Variações foi apenas um ser humano que nunca desistiu de fazer valer os seus sonhos, de concretizar aquilo que o fazia feliz. O palco da vida foi demasiado curto para ele. Não lhe deu mais tempo para saborear os lucros da sua persistência e resiliência. 

Mas a sua genialidade persistiu ao longo dos anos. Ainda hoje, as suas letras deixam mensagens marcantes. Ainda hoje, a sua história de vida tem algo a ensinar a quem se permite refletir sobre ela.
Este é um daqueles filmes para rever ao longo da vida, porque nunca é demais inspirarmo-nos na luta por aquilo que nos deixa feliz. 

Classificação
/5

Nota: foi preciso uma semana para a música "Toma o comprimido" me saísse da cabeça.

Balanço final | Por detrás da tela 2020

O confinamento convidou ao visionamento de mais filmes, mas no meu caso foram as séries que ganharam terreno. 
Não era uma pessoa de ver séries. Sempre preferi filmes porque via naquele momento e terminava. O stress do confinamento levava-me a desligar a mente com filmes e séries. 
 
Segue a lista de filmes e séries que vi em 2020. Só hoje me apercebi que não escrevi uma opinião de todos os filmes que vi. Em 2021 vou tentar ser mais organizada.
 
Filmes
1. "Um Refúgio para a Vida" (2013) - Visualização repetida
2. "The Silence of the Lambs" (1991)
3. "Ferdinando" (2017)
4. "Colette" (2018)
5. "Diário da Nossa Paixão" (2004) - Visualização repetida
6. "O Fim da Inocência" (2017)
7. "Uma Escolha por Amor" (2016) - Visualização repetida
8. "Luzes do Norte" (2009)
9. "Coco" (2017)
10. "Milagre de Natal em Angel Falls" (2017)
11. "Carnal Innocence"(2011)
12. "As cinquenta sombras mais negras" (2017) - Visualização repetida
13. "Before we go" (2014)
14. "Love, Rosie" (2014) - Visualização repetida
15. "O físico" (2013)
16. "La la land" (2016)
17. "A cidade dos anjos" (1998)
18. "Fumo azul" (2007)
19. "O jardim da esperança" (2017)
20. "Eu, Tonya" (2017)
21. "Snu" (2017)
 
Séries
1. "Assédio" (2018)
3. "Anatomia de Grey" T1 à T11 (2005 - 2015)
4. "Vanity fair" (2018)
5. "Outlander" T1 - T3 (2014 - 2017)
6. "Good girls revolt" T1 (2015/2016)
7. "Clínica privada" T1 à T4 (2007-2010)
 
Ficam aqui os meus filmes preferidos de 2020.

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Por detrás da tela | "Eu, Tonya" (2017) e "Snu" (2019)

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Apanhei uma valente surpresa com este filme. Não sabia muito sobre o filme, mas por qualquer motivo que eu não consigo identificar, esperava uma história mais ligeira. Posso dizer-te que este filme não tem nada de ligeiro. 
O filme narra a história da patinadora artística Tonya Harding desde a sua infância até à idade adulta. 

A infância desta jovem foi tudo menos positiva e feliz. Uma mãe abusiva dita a construção de uma personalidade completamente asfixiante. Sim, senti-me asfixiada pela agressividade desta mãe e na forma como ela cresceu dentro da Tonya. Apesar do talento desta jovem, a pobreza fez com que ela não fosse bem aceite no meio artístico. Os fatos caríssimos não tinham o brilho das adversárias e isso originava ainda mais raiva dentro de Tonya. 

As relações que ela foi construindo ao longo da sua vida eram doentias. Havia muita violência e tensão nas interações. Foi um pouco aflitivo assistir a isto ao longo do filme.
É claro que estas emoções se devem à brilhante interpretação de Margot Robbie como Tonya. Não sei o grau de veracidade deste filme, mas Margot transportou para a tela tudo o que lhe foi possível para se demarcar e construir uma personagem cheia de personalidade. Margot conseguiu tornar Tonya inesquecível para mim. 

É um filme duro onde sobressaem as coisas menos positivas da natureza humana. Aquilo que prevalece na memória é o incomodo causado pelas atitudes de Tonya, os gritos, as discussões os abusos e a dor camuflada que vai pairando no interior das personagens. 
Quando terminei o filme pensei É preciso ter estômago para aguentar isto até ao fim. Este pensamento surgiu porque há muita energia negativa nesta história e eu fui incapaz de me desligar dela. 

Classificação
/5

Snu

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Há histórias de amor reais que merecem ser contadas, eternizadas nas palavras de um livro ou numa tela de cinema. Do que me foi possível ver neste filme, a história de Snu e de Sá Carneiro é uma dessas histórias.
O meu conhecimento sobre o percurso político do nosso país tem muitas lacunas. De Sá Carneiro ouvi opiniões completamente dispares (acho que um pouco toldadas pelas convicções políticas de cada uma das pessoas que ia partilhando a sua visão comigo), contudo, neste filme, vi mais do homem que se apaixona por uma mulher à frente do seu tempo. Para viver este amor precisa de lutar contra os "monstros" conservadores que pairavam sobre Portugal.

Snu pareceu-me ser uma mulher estremamente interessante. Inteligente, lutadora e muito confiante nas suas ideias e na sua forma de interpretar o mundo. Uma mulher que deve ter tido dificuldades em perceber muito do que se passava em Portugal naquela época. 
Coube a Inês Castelo Branco interpretar esta mulher intemporal. Não esteve totalmente bem, às vezes sentiu dificuldade em manter o sotaque. Contudo, acredito que ela conseguiu passar a beleza da personalidade desta mulher. 

No geral é um filme português marcado pela boa realização e narração da história. É claro que senti falta de algumas informações, acho que o filme carece de um pouco mais de contextualização histórica. Por outro lado, tenho consciência que o objetivo do filme era focar a história de amor entre estas duas pessoas. 
A banda sonora foi bem escolhida e dá um toque especial ao filme.

Para quem gosta de uma boa história de amor, este filme irá ser do agrado dessas pessoas.

Classificação
/5

Por detrás da tela | "A cidade dos anjos" (1998) e "Fumo azul" (2007)

A cidade dos anjos

6e88e3473a24976e6527a8585c5b6e8c.jpgDesde que tomei conhecimento da existência deste filme que fiquei com uma enorme vontade de o ver. Esperava uma história de amor triste e memorável. A história é triste, mas o filme não me atingiu com a intensidade que eu esperava.

"A cidade dos anjos" é um filme sobre uma médica que se apaixona por um anjo. Sim, este é o resumo do resumo, mas a realidade é que quando tento espremer mais o conteúdo do filme pouco me sobre. Esperava mais drama, mais intensidade e mais dilemas. 

A desilusão foi-se apoderando de mim ao longo do visionamento do filme. Ia ficando cada vez mais triste pelo facto do filme não conseguir ter aquela dimensionalidade emocional que eu estava à espera.

É bonito, é romântico mas foi incapaz de me baralhar as emoções e tornar-se num daqueles filmes que eu sou capaz de ver de forma respetiva. Vi uma vez e chegou, foi o suficiente. 

Conhecia a banda sonora e isso será sempre um ponto positivo no filme. Já era fã das músicas e gostei de ver a forma como elas foram inseridas no filme. Quanto às interpretações, Nicolas Cage e Meg Ryan estiveram bem e ofereceram às suas personagens a expressividade e emotividade necessárias a criarem alguma emoção. 

É daqueles filmes bons para se ver numa tarde chuvosa de domingo. 

Classificação
/5

"Fumo azul"

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"Fumo azul" é um filme baseados numa obra de Nora Roberts, com o mesmo nome. Gosto de ler Nora Roberts, embora agora o faça com menos frequência. Este livro em particular ainda não o li.

Estes filmes inspirados nos livros de Nora Roberts são sempre duvidosos, mas partilho da opinião da escritora Célia Loureiro, é impossível para de ver devido àquele gosto um pouco mórbido por ver quando algum carro vai contra uma ravina ou cai num rio. Há sempre aquela sensação de tragédia eminente que acaba por me deixar presa ao filme.

Claro, este também tem uma sequência de tragédias onde o fogo é o elemento principal.
O argumento é interessante q.b., as interpretações são sofríveis e a banda sonoro é longe de ser preenchida com músicas que que queira ouvir ao longo dos meus dias. 
Sem dúvida que os livros são mais interessantes. As histórias em palavras ganham uma dimensão diferente na minha cabeça. Uma dimensão que os filmes parecem ser incapazes de oferecer.

Classificação
 /5

P.S. - A partir de agora irei avaliar os filmes recorrendo à mesma escala que uso para classificar os livros: de 1 a 5 estrelas. Quero simplificar as coisas!

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