Autor: Danielle Steel
Ano: 2001
Editora: Temas e Debates
Número de Páginas: 380
Classificação: 6/6
SinopseA jornalista Paxton Andrews é uma das mais jovens a chegar ao Vietname. Vemo-la partir de Berkeley directamente para Saigão. Para os soldados que aí encontra, o Vietname é uma experiência que mudou as suas vidas de formas impensáveis. E, durante sete longos anos, Paxton escreverá uma coluna para um jornal a partir da frente de combate antes de regressar aos EUA e se tornar uma activista a favor da paz. Mas, também para ela, a vida nunca mais será a mesma...
OpiniãoNeste livro é nos apresentada a estória de Paxton, uma jovem que cresce numa família rígida e fria, uma família que evita o contacto emocional. Estas características familiares não estão em sintonia com a personalidade afável e calorosa de Paxton. A única pessoa da família que partilhava com quem Paxton se identificava era o pai que morreu quando ela tinha apenas 11 anos. Após a morte do pai, foi obrigada a conviver com uma mãe e um irmão distantes, que não a compreendiam. Não sentia que pertencia aquele lugar e o seu sonho era partir... Apenas a Queenie, a ama, oferecia a Paxton amor, afecto e compreensão.
Paxton cresce e chega o momento de entrar na Universidade. Contariando os desejos da mãe, parte para uma universidade na Califórnia onde se torna numa estudante brilhante conhece Peter, irmão da sua companheira de quarto e por quem se apaixona. Vive uma amor recheado de pureza e inocência. Foi o seu primeiro amor.
Até este momento foram vários os factos que marcaram a história política no mundo. O assassinato dos Kennedy, de Matin Luter King, maracaram uma geração e os valores pelos quais essa geração lutava. Foi um período marcados por revoluções às quais Paxton não era indiferente. O culminar deste acontecimentos marcaram o inicio da Guerra do Vitname e com ela foram arrastados vários jovens americanos. Peter foi um deles.
Paxton e Peter tinham uma ligação muito forte e a chamada do jovem para a guerra deixou-a muito triste, mas a maior dor aconteceu uma semana depois quando Peter morreu no Vietname. Paxton, enquanto lida com a sua dor toma uma decisão partir para o Vitname como jornalista e transmitir a verdade do que lá se passa.
No Vitname, Paxton testemunha um cenário de miséria, morte, dor, perda, tristeza... Estabelece novas amizades e a sua personalidade fica profundamente alterada. Desenvolve um trabalho jornalístico fantástico arriscando a sua própria vida e apaixona-se por dois soldados, primeiro por Bill e depois por Tony.
A guerra acaba por lhe roubar os amigos, Bill e Tony. Bill é morto e combate e Tony é dado como desaparecido. Após o desaparecimento de Tony, Paxton abandona o Vietname e regressa aos EUA, mas o seu coração acalentava a eterna esperança de que Tony possa estar vivo... Passado cinco anos resolve regressar ao Vientname e o inesperado acaba por acontecer.
É um livro fantástico... Um livro que faz emergir as nossas mais profundas emoções. As lágrimas, muito facilmente, toldam-nos a visão e somos incapazes de não sentir a dor de Paxton. O cenário de guerra é descrito de uma forma muito pormenorizada, havendo momentos em que parece que estamos presentes naqueles combates, naquele cenário de morte e horror.
Como grande ponto positivo assinalo toda a construção da narrativa, dos diferentes acontecimentos e dos movimentos das personagens. É uma estória muito bem construída que desperta em nós sentimentos vários, que nos faz olhar para as personagens como se as conhecesse-mos, sentindo-as parte de nós. É um livro muito marcado pela perda e pela dor, mas se assim não fosse não transmitiria o cenário de guerra de uma forma tão real.
Não consigo encontrar um ponto negativo neste livro. É certo que o final do livro não me deixou satisfeita, uma vez que a autora optou por uma narrativa aberta e tive que deixar, à minha imaginação, a responsabilidade de imaginar o que se terá passado a seguir. Contudo, não considero como um ponto negativo. Foi uma opção da autora deixar nas mão do leitor a possibilidade de traçar os rumos futuros destas personagens magníficas.
É um livro que nos faz pensar... Que nos faz reflectir sobre o nosso papel no mundo, sobre o tempo que temos para partilhar com os outros, sobre a forma como vivênciamos as nossas relações. Faz-nos ver que o simples facto de estarmos constantemente em risco, faz-nos viver as coisas de uma forma mais intensa. Demonstram-nos que todas as pessoas que passam pela nossa vida deixam algo em nós, e, quando partem, essa parte delas permanece no nosso intimo não permitindo que a memória as apague do coração. Todas as pessoas de quem gostamos desempenham um papel muito importante na nossa formação enquanto pessoas e, por causa desta importância permanecemos sempre ligadas a elas.
Boas leituras