Já há muito tempo que não lia nada de Elizabeth Adler. Porém, aquilo que me ficou na memória com experiência de leituras anteriores é de que são livros com narrativas simples, com algum mistério e romance e com um leitura em que as páginas nos escorrem pelas mãos. E foram estas sensações que emergiram na leitura Casamento em Veneza.
Este livro tem como personagem centra Precious Rafferty. Esta foi das personagens principais com a qual eu tive mais dificuldade em me identificar. Achei-a demasiado fútil e inocente para a idade. Faltou-lhe um bocadinho mais de garra e de personalidade.
Na minha opinião, Lili e Mary-Lou eram personagens mais complexas e uma maior presença delas na narrativa poderia tornar a estória mais apelativa.
Também Sam demonstra essas características e com muito potencial a ser explorado.
Há certos aspetos na ação que decorrem de forma muito repentina. Faltaram-lhes contexto, tempo e espaço para crescerem.
Foi o aparecimento de Sam que tornou a minha leitura mais interessante. Foi a partir deste ponto que me senti mais cativa e com vontade de descobrir para onde tudo ia evoluir.
No geral posso dizer que é uma leitura agradável, que nos entretém e que possui alguns focos de entusiasmo que foram capazes de me agarrar mais à leitura.
Autor: Elizabeth Adler Ano: 2010 Editora: Quinta Essência Número de Páginas: 292 Classificação: 5/6
Sinopse
A americana Lola Laforêt pensava que tinha tudo: um casamento estável com Patrick, um francês muito encantador, e o Hotel Riviera, um espaço mágico voltado para o azul do Mediterrâneo, a sua grande paixão. Até que um dia Patrick desaparece misteriosamente sem deixar rasto… Seis meses depois, Jack Farrar, um americano que passeia pelo mundo a bordo do seu barco, lança âncora na enseada do Hotel Riviera e vai mostrar a Lola o verdadeiro significado do amor. A atracção entre ambos é imediata, mas, após o que aconteceu com Patrick, Lola receia envolver-se novamente. Será Jack um homem de confiança? Quando a polícia a questiona acerca do paradeiro do marido e, em seguida, várias pessoas suspeitas reivindicam a posse do Hotel Riviera, Lola recorre à ajuda de Jack para encontrar o misterioso Patrick e resolver, de uma vez por todas, o seu futuro.
Opinião
Mais uma vez, Elisabeth Adler brinda-nos com um romance com cheiro a Verão, praia e leveza...
Lola encantou-se facilmente por Patrick, um mulherengo sem cura possível. Casa-se com ele e toma conta de um fantástico hotel em França com uma vista privilegiada para o Mediterrâneo. Esta fraqueza de Patrick pelas mulheres, faz com que desapareça dando origem a um mistério que Lola terá de resolver.
Durante os seis meses de ausência de Patrick Lola vivência sentimentos muito diferentes, para no fim restar uma profunda mágoa, pincelada pela raiva, pelo facto de Patrick a ter abandonado deixando completamente desamparada. Depois aparece Jack E Lola vê-se de novo envolvida pelos laços da paixão...
É um romance leve, envolto com algum mistério e ilustrado por fantásticas descrições. Em relação às personagens principais, acho que a autora deveria construí-las mais em termos de descrições dos seus sentimentos e reacções às diferentes situações. Por exemplo, acho que a história de vida da Lola deveria ter sido mais elaborada para que a ligação entre leitor-personagem se tornasse mais forte.
Uma das personagens que me irritou um bocadinho ao longo do livro foi a Sra. N. Embora considere que ele deteve um papel fundamental no desenrolar do mistério que envolvia o desaparecimento de Patrick, por vezes a estória arrastava-se, criando momentos muito parados no livro.
Daisy procurava um emprego e teve a sorte de se cruzar com Sir Robert, um homem bastante rico que lhe proporcinou a concretização daquilo que mais desejava. Partilharam sentimentos, alguns segredos pessoais. Construiram uma amizade que proporcionava conforto a ambos. Contudo, inesperadamente Robert morre e lança o mistério em torno da sua morte deixando uma lista de pessoas que poderão ser suspeitas pela sua morte.
Enquanto se tentava descobrir o responsável pela morte de Robert, numa viagem de cruzeiro pelo Mediterrâneo Daisy redescobria o amor. No fundo, foi o que Robert sempre desejou... Para ele a felicidade da sua amiga era muito importante e sabia que Daisy precisava de voltar a amar para sarar as feridas causadas por um anterior relacionamento falhado.
A evolução da narrativa leva-nos por uma fantástica descrição das paisagens e personagens. Achei muito importante a descrição de cada uma das personagens suspeitas da morte de Robert... Contudo, o grande ponto positivo da história foi o responsável pela morte de Robert. Fiquei surpreendida quando soube quem tinha sido o responsável embora umas páginas a autora tivesse deixado uma pista... O ponto negativo, na minha opinião, foi o final do livro. Achei-o um pouco vazio, estava à espera de um desfecho diferentes para Daisy e Montana. Acho que a viagem transformou-os e por isso espera que houvesse um ajuste entre estes dois espíritos tão diferentes. Embora soubesse do amor que Montana tinha pelo seu trabalho, pensei que a forma como ele vivênciou a viagem e se entregou ao amor o levasse a alterar o seu estilo vida.
Montana foi a personagem que mais gostei no livro. Acho que todo o contexto de vida estava bem construído e enquadrado nas suas características de personalidade. Gostei das mudanças que foi sofrendo ao longo do desenrolar da narrativa, embora esperasse uma mudança mais significativa no final do livro.
Por fim, considero que este livro possuiu uma narrativa leve e descontraída o que faz dele uma boa companhia de férias.
Este livro conduz-nos por uma envolvente viagem por Paris e enlaça-nos na vida de personagens carregadas de estórias, amor, traição, tristeza e fragilidade...
Lara Lewis, com 45 anos, vê o seu casamento a desmoronar-se. O marido Bill, trai-a com uma assistente e ela começa a questionar todos estes anos de casamento... Procura na sua mente, vagueando ao pelas suas memórias em busca de momentos felizes, de dificuldades ultrapassadas, de companheirismo... Contudo, aquilo que encontra nesta busca pela sua própria identidade traz-lhe um sabor amargo. Em paralelo com esta procura, Lara Lewis apaixona-se por Dan com quem passa belos momentos a re-descobrir os fantásticos lugares franceses.
A leitura deste livro revela-se bastante agradável com o desfolhar de folha após folha... Não nos leva às lágrimas, mas deixa-nos entrar na mente de alguém que tem de superar uma traição. As fantásticas descrições que a autora faz das paisagens, monumentos, casas, castelos e vilas franceses absorvem a nossa atenção, fazendo com que, por breves momentos, a nossa imaginação transporte o nosso ser para esses mesmo locais. Por este motivo, destaco este aspecto como o grande ponto positivo deste enredo.
Porém, nem tudo neste livro sossegou a minha mente inquieta.... Houve algo que a perturbou, deixando-me um pouco aborrecida com a personagem de Lara. Os momentos de descoberta que ela ia fazendo, por vezes, não deixava com que ela evolui-se psicologicamente. Não permitia que ela se começasse a valorizar enquanto pessoa, enquanto ser humano independente, com vontade própria, capaz de ultrapassar os seus obstáculos de cabeça levantada... No fundo, Lara só se sentia valorizada na presença de uma figura masculina, neste caso de Dan que veio substituir o marido traidor Bill. Para mim, assume-se como o ponto negativo do livro.
Este foi o primeiro livro que li desta autora e que despertou a minha curiosidade para a leitura de outras obras por ela escritas. Sedutor, é uma palavra que descreve bem este livro, uma vez que seduz o leitor para a descoberta da intensa paixão que vai desabrochando entre Dan e Lara em paralelo com todos os dramas que esta vai vivênciando ao longo do livro.