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Por detrás das palavras

52 perguntas | 34 # escreve sobre algo que pensas sempre "e se..."

question-mark-3849347_1920.jpg

Fonte

E se...

Tivesse tido coragem para arriscar mais?

Tivesse conhecido melhor o caminho escolar por onde me atirei, escolheria o mesmo curso?

Fosse mais audaz?

Não tivesse medo?

Não pensasse tanto naquilo que os outros pensavam acerca de mim?

Tivesse tido coragem de fazer frente a quem me magoou?

Soubesse receber melhor o amor que me ofereciam?

Não fosse tão introvertida?

 

Acho que todos os caminhos são e serão feitos de "E se?". O que procuro é viver o melhor que consiga com as minhas escolhas, com o meu percurso, com as minhas caracteristicas... Ficar em paz com as experiências que tive.
Há "E ses?" que deixam mais dor, mais amargura... Que semeam um rasto de frustração e de tristeza. Mas, nesta vida, onde há tanta coisa aleatória, o importante é viver em tranquilidade e com a serenidade de que se fez o melhor que se sabia com as condições que se tinha.

52 perguntas | 33 # Escreve sobre algo que sentes fortemente

Fecho os olhos e inspiro
O cheiro das flores,
A maresia salgada de um mar calmo,
O doce aroma de um chocolate quente,
O crepitar da lenha numa lareira acesa.

Cores, sons, cheiros que se transformam
Em viagens, em memórias, em emoções...
Em sentimentos que são lugares,
Onde o coração descansa, palpita forte no peito ou chora de dor.

O mundo à minha volta,
Uma multiplicidade de estímulos.

52 perguntas | 23 # o teu percurso académico

Percurso académico.jpg

Os anos que passei na universidade foram dos melhores anos da minha vida. Pode ser algo cliché. Pode ser algo que todas as pessoas dizem. Mas corresponde exatamente aquilo que senti.

Não fui pessoa de grandes festejos académicos. Não era de convívios e jantares. Mas encontrei as minhas pessoas. Pessoas de quem gosto muito, com quem partilhei ideias, alegrias, momentos de vida inesquecíveis. Éramos pessoas muito diferentes, mas respeitávamos a diferença de cada uma.

Sempre adorei estudar e a universidade é uma porta aberta ao conhecimento. Ao fim de cinco anos, saí com a certeza de que iria voltar. Mudei de casa para fazer o doutoramento e não me arrependi da escolha.

Trouxe muita coisa boa de Coimbra. Trouxe uma formação teórica e prática excelente que fez de mim uma profissional em crescimento e com ferramentas diversas e me deixou o bicho da investigação.

Não acredito nas mesmas coisas que acreditava quando terminei o curso. Mudei as minhas visões teóricas sobre o atendimento psicológico. Aprendi e desenvolvi-me. Hoje continuo na segunda casa académica. Inesperadamente, trabalho num lugar onde nunca pensei trabalhar. Apesar de nem tudo ser cor de rosa, estou a adorar trabalhar naquele lugar, estou a adorar os trabalhos nos quais estou envolvida. Acima de tudo estou muito grata por esta oportunidade.

Espero que o meu percurso continue por este caminho e que a minha vida profissional não retroceda.

Aventuras-te a escrever ? | Vive

A Elisabete e a Vera voltaram a lançar um desafio de escrita no Instagram. Participei no anterior e não queria faltar neste. 
No outro desafio, tínhamos de construir a história a partir de um início pré-definido. Desta vez, é o final que guia a construção da história.

Segue aqui a minha. Espero que gostes. 
Não sei se a Elisabete e Vera vão deixar os links para as histórias de outras participantes, se os deixarem eu partilharei no próximo post.

FAQ - Rio Asa Delta

Foto retirada daqui

— Tenho aqui a tua prenda de aniversário.

Luís sorria enquanto estendia o envelope a uma Martina ligeiramente desconfiada.

— Este ano a prenda vem dentro de um envelope? – Martina remexia o envelope branco nas mãos, faltava-lhe a coragem para o abrir. – Tenho sempre medo das tuas prendas.

– Não tenhas, querida! – Luís puxou uma cadeira e sentou-se para que o seu olhar ficasse ao nível do da sua amada. – Acho que precisas de algo que te faça sentir viva.

O rosto de Martina ficou tingido de uma tristeza e uma nostalgia que a fizeram baixar o rosto. Martina e Luís viviam das suas viagens, das suas caminhadas. Eram parceiros no amor e nas aventuras desta vida. Há dois anos, um acidente de viação mudou-lhes a vida. Martina ficou paraplégica e tentou empurrar o Luís para fora da relação. Ele resistiu aos ataques dela e escolheu viver um amor igual numa condição diferente.

Adaptaram-se às novas circunstâncias e eram felizes. Martina ainda tinha os seus lugares sombrios, mas Luís não permitia que ela estivesse lá durante muito tempo.

Luís levantou-lhe o rosto:

— Hei! Ainda nem abriste esse envelope e já estás a duvidar da minha capacidade de te proporcionar uma boa aventura?

Martina sorriu e acariciou-lhe o rosto como se aquele gesto transportasse todo o amor que lhe tinha.

— Tu fazes-me sentir viva!

— Ótimo! Então abre lá o envelope e vê o que andei a magicar.

Ela abriu o envelope, sempre com a desconfiança a guiar-lhe os gestos finos. Tirou de lá de dentro um convite e dois bilhetes de avião. Leu-o com atenção e, no fim, foi incapaz de conter a gargalhada.

— Bem… Pelo menos já te arranquei uma boa gargalhada!

— Luís… Luís… Salto de Asa Delta? – Luís acenava com a cabeça. – No Rio de Janeiro? Tu estás ciente de toda a logística que eu agora exijo?

— Logística? Que logística? Agora até é mais fácil! – Ela ria perante a seriedade com que o marido tecia as suas razões. –  Não vou precisar de te transportar ao colo após queixumes acerca de uma dor de pernas depois de um bom tempo a caminhar. Não tenho de passar horas a convencer-te a entrar numa lagoa, a dar o salto, a fazer algo do qual sintas algum medo, porque basta pegar em ti e ir.

Martina deu uma palmada no ombro de Luís e este fingiu uma dor. Desenhando com os seus lábios um au! inaudível. 

— Eu não sou assim! Acompanho-te sempre nas tuas aventuras. Agora estás a ser cruel.

Luís beijou-lhe a ponta do nariz.

— Querida, está tranquila. Está tudo programada ao milímetro. Tenho a certeza de que vais adorar.

 

Meses mais tarde…

O Rio de Janeiro tinha uma luz especial. Estavam no terceiro dia de uma viagem memorável. Era a primeira viagem que faziam depois do acidente. Mas Luís tinha razão, tudo estava preparado para que ela não sentisse que a cadeira de rodas fosse uma limitação à sua experiência.

Este era, também, o dia do salto de asa delta a partir da Rampa de São Conrado. Martina e Luís receberam informação e formação para que tudo decorresse de forma segura. Por uma questão de segurança, não iriam fazer o salto juntos. 

Martina foi a primeira a saltar. Daquele penhasco, Luís conseguiu ver o entusiasmo da sua esposa. De certeza que estava a olhar estarrecida para o verde que envolvia a cidade e abria espaço para a praia de areia dourara. Ali estava ela a sentir aquele vento especial no rosto e a sentir-se viva, tal como ele prometera. Só isto, já o deixava feliz.

Agora era a vez dele de conhecer a sensação de voar sobre aquela paisagem magnífica. E, com o reflexo da linha azul do horizonte nos olhos, atirou-se do penhasco. ­

52 perguntas | 22 # o meu percurso escolar

school-3518726_1920.jpg

Imagem by Darkmoon

O meu percurso escolar oferece, em simultâneo, memórias boas e dolorosas. Fui, aquilo que hoje se denomina, uma aluna condicionada. Entrei na escola sem os seis anos feitos. Entrei na escola sem conhecer nada do universo escolar, retirando a parte dos conteúdos (já conhecia as letras, os números e fazia pequenos cálculos). Nunca andei numa creche, numa frequentei o ensino pré-escolar. 

A parte mais complicada da escola foram as relações. Sempre tive dificuldade em encontrar pessoas com as quais me identificasse. Introvertida, metida na concha! Imaginam o terror? Fui alvo de alguns comentários desagradáveis, fui alvo de comportamentos que me deixaram desconfortável e acabei por focar toda a minha energia no desempenho escolar. E fui andando. Passando de ano, sempre com boas notas, prémios de mérito, KitKats oferecidos pela professora de Português do 6º ano por cada muito bom (sim, colecionei alguns chocolates)... A minha única negativa na pauta foi no 7º ano, à disciplina de Educação Física. Sempre fui muito descoordenada. Odiava as aulas de ginástica (tinha sempre um medo enorme de partir o pescoço naqueles saltos e cambalhotas intermináveis.
Em termos de relações, o melhor ano foi o 9º. Fiz bons amigos nesse ano. Não ficaram, como não ficou nenhum dos outros, mas deixaram boas lembranças e a sensação de que era capaz de me relacionar de forma significativa com outras pessoas. No final deste ano, ganhei um pequeno troféu de "Melhor aluna" da escola e que eu guardo com muito orgulho. 

O secundário representa a minha primeira grande travessia no deserto da vida. Foram anos horríveis para mim. Foi aqui que eu senti o peso da solidão, o peso de não partilhar nada ou quase nada com as pessoas com quem dividia a sala de aula. Foram anos muito duros, de muito choro. Ficou-me uma aprendizagem: não preciso de ninguém para fazer o meu percurso. Acho que o impacto foi mais complicado por causa das boas relações que construi no último ano do ensino básico. Caso contrário, acho que não me teria sentido tão perdida. Foram muitas mudanças para assimilar. 

Não tenho relações de amizade desta minha etapa do percurso escolar. Tenho conhecidos. Pessoas por quem passo e que vou falando, mais nada. Há coisas que são mesmo assim, não há forma de controlar. Felizmente, o percurso alinhou-se e outras pessoas entraram na vida numa fase posterior, que será descrita na próxima semana.

52 perguntas | 21 # Qual o conselho que preciso de dar a mim mesma?

grille-2369001_1920.jpgAutora da fotografia: yaftia 

Liberta-te dos pensamentos ruminantes sobre quem não está na tua vida.
Liberta-te do sentimento de culpa pelos afastamentos que te trouxeram saúde mental.
Liberta-te das grades que sempre gostaram de te impor na vida. Hoje és outra pessoa, uma pessoa que pode lutar pelo que quer. Uma pessoa que atravessa os desertos da vida com a energia suficiente para não sucumbir. 

 

 

 

52 perguntas | 20 # Algo inspirador na 11ª imagem do telemóvel

P_20180626_114303.jpg

Esta é a 11ª imagem que reside nos ficheiros do meu telemóvel: Bolo formigueiro com cobertura de chocolate de avelãs. 
Para mim, fazer doces é inspirador e relaxante. Sou pessoas de doces.
Há muito tempo que não faço este bolo em particular. É um bolo mais pesado, o que não combina com dias mais quentes. Será uma boa opção para o outono. Talvez o faça nessa altura. 

 

52 perguntas | 19# uma carta para alguém

Tenho esta rubrica muito, muito atrasada. Hoje e amanhã vou tentar sintonizar-me com as partilhas para não deixar acumular mais. 

Cartas... Eu adoro escrever cartas. As palavras enchem-se de emoções e coisas positivas. Quem as recebe é sempre inundado de qualquer coisa mágica. Cá vai a minha carta. Já sabes, o desafio é dizeres-me se é real ou ficção. 

 

Querido D.,

É a primeira carta que te escrevo. Nunca me atrevi a materializar em palavras tudo aquilo que representaste para mim. Foste o primeiro amigo e único amigo do sexo masculino que fiz ao longo de toda a minha vida. Talvez queira dizer alguma coisa. Talvez signifique que havia algo superior que nos unia. 
Em tempos, olhei para ti como representando um pouco mais. Sentia-me sempre muito feliz contigo. Fazias-me rir, ouvias-me com uma dedicação que poucos faziam. Foste o meu porto seguro, o meu par numa dança desastrada (era e sou demasiado pé de chumbo), o meu parceiro nas cenas mais nerd. 
A vida meteu-se pelo meio. E o amor romântico que pensava sentir transformou-se numa espécie de amizade nostálgica. Perdi-te no tempo, mas não te perdeste na minha memória. Continuas vivo nas minhas lembranças mais felizes daqueles tempos. E essas lembranças fazem-me sorrir.
Não sei onde estas, o que fazes, se tens alguém. Só espero que estejas a feliz, a viver da forma livre que sempre me ensinaste. Espero que tenhas pessoas que te amem e te respeitem. Que te abracem nas horas tristes e te apertem euforicamente nas horas felizes.
Será sempre uma doce lembrança, de um tempo passado que não
volta.

Beijinhos,

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