Por detrás da tela | "A forma da água" (2017), "Bohemian rhapsody" (2018) e "Suite francesa" (2014)
A forma da água
Tinha enormes expetativas em relação a este filme. É claro que estas expetativas eram fruto de tudo o que se já se partilhou sobre este filme e pelo facto de ter ganho o Oscar de melhor filme.
Eu não sou fã de fantasia em livros, mas em filmes até costumo gostar. Porém, acho que a fantasia foi um grande problema para mim. Que monstro tão temível e poderoso era aquela que precisou de alguém para o salvar?
Realmente esperava algo mais deste monstro aquático. Inferiorizaram demasiado este ser sobrenatural, o que acabou por lhe retirar o encanto.
A Elisa é uma personagem curiosa. Achei alguma piada ao seu feitio mais introvertido e a forma como se entregava, resignadamente, à rotina diária. O monstro veio abalar a sua pacatez e fê-la descobrir o amor. Alguém que se sentia diferente, precisava de uma pessoa diferente na sua vida. O monstro veio dar uma nova vitalidade à vida desta mulher.
As imagens são muito bonitas e oferecem um dinamismo muito bom ao filme. Enchem o olho e prenderam-me ao ecrã.
A história não é tão cativante como eu pensava. Tem um final bonito, mas não foi suficiente para se tornar um filme memorável.
Bohemian rhapsody
As músicas dos Queen são intemporais. Gosto de quase todas e adoro ouvi-las. É difícil escolher uma, porque cada uma delas revela um pouco da criatividade musical dos elementos deste grupo. É claro que o Freddie Mercury se destacava. Um homem inteligente e com um talento inigualável para a música. Morreu demasiado cedo. Tens noção da quantidade de boas músicas que ela ainda nos poderia ter deixado? Este foi o pensamento que me ficou depois de ver o filme. O mundo da música perdeu imenso com a morte deste homem. Perdemos um bom cantor e um excelente compositor.
Acho que é complicado saber até que ponto a realidade do Freddie foi exatamente apresentada no filme. Porém, acho que o filme foi muito bem conseguido. Despertou em mim emoções, reflexões e deixou-me a pensar no homem que estava por detrás de um cantor brilhante. Ficou-me a ideia que ele tinha tanto genialidade como de personalidade difícil. Penso que era tanta a criatividade dentro dele que, por vezes, era difícil gerir. E esta gestão levou-o, muitas vezes, a não fazer as escolhas mais acertadas no seu percurso de vida e na forma como ele escolhia manter e desenvolver as suas relações.
Admiro a relação que ele construiu com a Mary. A pessoa com quem ele conseguiu experienciar diferentes tipos de amor. A dedicação que ela lhe ofereceu é enternecedora e deixou-me com a sensação de que ela deverá ser uma pessoa sensível e boa.
É de louvar todas as interpretações, mas Rami Malek merece destaque. Eu adorei a interpretação dele e a forma como ele se entregou ao papel de Freddie Mercury. Acho que é daqueles trabalhos que ele jamais esquecerá.
Ficarão para sempre as músicas dos Queen e o lado mais conturbado da vida daquele que deva voz à música.
Suite francesa
As minhas memórias acerca deste filme já são escassas. Apenas guardo a sensação de ter gostado e uma memória muito particular do final com uma reviravolta cheia de dramatismo.
A ação do filme decorre durante a ocupação alemã em França, na Segunda Guerra Mundial. Só por este aspeto, dá para perceber que o drama será o guia de toda a narrativa.
Um bom filme para ocupar uma tarde de domingo.