Há cerca de um ano atrás aceitei o convite da Andreia para ler este livro enquanto leitora-beta. Estive para não o fazer, mas entretanto as coisas alinharam-se e acabei por recebê-lo. Rever texto é um pouco diferente do que apenas ler. Impliquei com algumas coisas (ou não seria eu, a rainha das implicações e afins) e "trepei" paredes com as descrições de umas partes que compõem o livro (quando é algo que se relaciona com assuntos que, de alguma forma dominamos, torna-se mais complicado olhar para as coisas sem as nossas "lentes" habituais).
A Andreia é daquelas escritoras com quem é fácil comunicar. Que ouve as sugestões, que as discute e que tem o bom senso de escolher aquelas que lhe fazem sentido enquanto a autora da obra (porque, por vezes, enquanto leitores-beta gostamos de navegar por mares um pouco estranhos e que em nada se aproximam daquilo que os autores pretendem). Por isso, foi muito bom desenvolver este trabalho.
Dado que não li a versão final, andava a dever a leitura e a opinião à Andreia há algum tempo. Maresia e fortuna é um livro que se distancia da temática abordada pela a autora em livros anteriores. Pessoalmente, gosto muito mais desta abordagem narrativa do que a dos soberbas, é apenas um gosto pessoal. Para além de gostar mais da temática, acho que a autora continua a crescer na forma como entrelaça as palavras e os acontecimentos. Sabe gerir melhor os segredos e o suspense, apresenta-nos personagens mais complexas e realistas e constrói um fio condutor credível e que entusiasma a leitura.
Quantos às personagens deste livro não esperem encontrar personagens típicas, ou que obedeçam a um estereótipo comum. São personagens humanas, com as suas qualidades e com os seus defeitos e isso acaba por dar um toque realista às mesma. Aquela que poderá suscitar maior controvérsia é a Júlia. Não é uma personagem fácil de se gostar. Tem uma personalidade particular, uma mente que, metaforicamente, é como um novelo de lã cheio de reviravoltas que é preciso ir desenrolando, pacientemente, de forma a podermos conhecer com alguma clareza a confusão em vive. Eu empatizei com ela. Conseguia colocar-me no lugar dela, apesar de não gostar dela. Vive demasiado egoísmo dentro dela e isso nem sempre é fácil de digerir.
Eduardo é um adolescente descontraído, divertido e que é de fácil trato. A Vanessa, sobrinha de Júlia, é também uma miúda com quem é fácil simpatizar. É sensata e parece que reprime ali algum extroversão para não ferir a suscetibilidade da tia.
Consegui perceber o mundo obscuro do Simão, porém não consegui compreender a crueldade e estupidez do Luís (talvez seja daquelas pessoas em que a maldade já nasce agarrada ao coração).
Adelaide é uma mulher simples e que tenta gerir a sua vida familiar da forma como consegue e que acha ser a mais correta. Quem somos nós para julgar as atitudes de uma mãe que acha que está a fazer o melhor que pode e sabe?
O que é que me impede de dar uma maior classificação a este livro?
1) Penso que seria mais adequado ele ter sido narrado na primeira pessoa. Dado que o objetivo era dar-nos a conhecer a perspetiva das personagens, penso que a primeira pessoa funcionaria melhor.
2) Sinto que falta qualquer coisa à escrita, mas não consigo expressar por palavras esta sensação. É como se faltasse qualquer coisa que tornasse o livro mais emocional, mais expressivo e que criasse em mim aquela vontade de viver ali no meio das personagens.
Eu gostei bastante da forma como todo este enredo se encaixou naquela final. Houve alturas - na primeira leitura pois na segunda já sabia perfeitamente o que iria acontecer - em que pensava que era aquilo que iria acontecer, houve outras em que duvidei. É um final forte e intenso, que me deixou a pensar e a refletir sobre a forma como todas as personagens passariam a lidar com este desfecho.
Dada a minha decisão de suspender temporariamente ou definitivamente as minhas leituras beta, se este for o último, considero que encerro a minha atividade de forma muito positiva e satisfatória.
Apostem no livro, e deixem de lado os preconceitos em relação aos autores portugueses. Por cá, faz-se tão bom ou melhor trabalho do que no estrangeiro.
Escrever uma opinião acerca de um livro em que acompanhamos o seu crescimento e nos envolvemos emocionalmente com ele, não é uma tarefa muito fácil. Quem conhece o meu trabalho como leitora beta, sabe que sou exigente, chata, picuinhas, implicativa com tudo e com nada... E com este escultor, a Carina aturou todas estas minhas manias a triplicar... Sim, porque quando eu embirro com alguma coisa, sou muito aborrecida. Mas valeu o esforço, e aqui está um livro diferente do estilo habitual da autora.
O escultor, para mim, tem como palavra chave, suspense. Não o considero muito misterioso no que toca à descoberta do(a) responsável pelas esculturas especiais que vocês vão certamente conhecer... Contudo, aquilo que ele(a) vai fazendo ao longo da narrativa é que terá a capacidade de tirar a respiração ao leitor. É muito interessante aceder a esta mente complexa! Uma mente que sofre, que se inquieta, que pensa e que explode de ideias. Uma mente que habita um corpo que se deixa dominar por tudo aquilo que de pior pode ser a personalidade humana.
Mas o escultor é apenas uma das muitas personagens que desfilam ao longo da narrativa. Mariana, a personagem feminina principal, é uma mulher de luta e de coragem. Tens os seus fantasmas, as suas inseguranças... Acho, até, que ela tem um pouco de obsessivo na forma como encara a vida e o seu trabalho. É muito estruturada e rígida, apesar de ter sido criada numa espaço de amor. Talvez a constante luta e a sua personalidade contida lhe gritassem que, para ter segurança, tinha de ter controlo.
É nesta fase controlada e estrutura que lhe chega o furacão Alice. Com tudo de bom e mau que carrega, Alice vem para desarrumar o pensamento estruturado de Mariana. Reconheço que, em algumas coisas, gostava de ser como Alice. Desprendida, capaz de arriscar, capaz de sair da concha e socializar com todas pessoas, agarrar a felicidade nos pequenos momentos... Apesar de também ser morena, de olhos castanhos com raios de verde, tenho uma personalidade muito mais próxima de Mariana. Contudo, consegui entender as duas, adorei a dinâmica que elas criaram e acho que se complementam. E, nas entrelinhas, conseguimos perceber que aquilo que as aproxima vai muito mais além daquilo que as distância. Eu sou muito sensível às amizades, e a destas duas tocou-me e enterneceu-me. Amizades assim devem ser para a vida, valorizadas e alimentadas.
Pedro, André e Marco são os homens principais desta narrativa.
Pedro é descontraído e divertido... Um homem talentoso, com um enorme amor à arte. Aspeto que cativa Mariana. Esta, por sua vez, assume um lugar especial na vida deste homem, ela é o seu amor por revelar. Por ela fez tudo, a quem deu as melhores oportunidades profissionais.
André, o jovem polícia da judiciária, vai arrancar suspiros e gritos de desespero. Vai inspirar ternura e respeito. Tem uma carapaça dura, o homem da "bófia" que não descansa enquanto as coisas não estiverem claras e corretas. Tem as suas fragilidades e fantasmas, mas nem sempre passam para o exterior, a sua dura carapaça guarda-as de uma forma feroz... Porém, alguém a vai tornar permeável e aos poucos vamos aceder as camadas que o compõem. Quanto mais descobrimos deste homem, mais nos deixamos encantar por ele.
Marco é mais descontraído de todos, acho que só ficamos a conhecer o seu lado mais carinhoso e divertido. Ele representa a parte leve e descontraída da estória, que nos surpreende em termos de crescimento da sua maturidade. Aprende muito com os acontecimentos que vai ter de enfrentar. Há mais personagens que contribuem para enriquecer o enredo. Personagens ligadas à arte, ao amor, a mundos profissionais... Cada uma com a sua função na estória. Quanto ao escultor, este poderá ser homem ou mulher, cabe a vocês descobrirem.
Sei que não foi um livro fácil de construir. Eu perdi a conta ao número de vezes que o li. Se podia ser diferente em alguma coisa, isso todas as obras podiam sê-lo. Mas, para mim, tudo é perfeito na sua imperfeição. Neste caso em particular, acho que tentaria adensar mais o mistério, baralhar mais as cabeças dos leitores... Trazer outro tipo de personagens que adensassem o lado mórbido da narrativa! No fundo, tornar as coisas ainda mais complexas.
Acho o livro muito bem escrito. Os diálogos que a Carina constrói são, para mim, muito palpáveis, realistas e intensos. São verdadeiros espelhos emocionais das personagens.
Quando estamos a rever texto, a sensação e experiência da leitura é muito diferente daquela de quando lemos um livro concentrados apenas em desfrutar daquilo que as palavras nos oferecem... Mas digo-vos que, algumas vezes, enquanto revejo os textos da Carina, dou por mim a reler os diálogos só para absorver as emoções que ela tenta passar através.
O final espelha a personalidade das personagens. Está bem construído, não é apressado e capta a essência daquilo que fomos conhecendo das personagens ao longo da narrativa. Tudo é resolvido e apresentado ao leitor. Senti-me completa no final da leitura.
Quem gosta de coisas um bocadinho mórbidas, com um toque de romance e emoções, este livro é o ideal. Tenho a certeza que não haverá lugar para arrependimentos.
E agora, Carina? Vamos a um romance histórico/época???
Sonhos Malditos é o conto mais recente escrito pela autora Carina Rosa. Neste conto, podemos ver que a Carina também se pode reinventar, viajando por outros géneros acabando por sair da sua zona de conforto e da sua área de interesse literário. Ao longo destas páginas somos convidados a entrar no mundo paranormal através do olhar e da vida de Teresa. Com a Teresa vamos descobrir o poder dos sentidos e entrar num mundo paralelo que nos vai surpreendo com o desenrolar dos acontecimento.
Para dar o seu toque mais pessoal, a autora traz-nos um pequeno toque de drama. Este toque vem na pele de Henrique e que é transformado pelo olhar de Teresa,
E assim temos as duas personagens que dão corpo a esta história. Teresa e Henrique são duas personagem bem caracterizadas, completas e coesas. Ao jeito dão um toque diferente à narrativa e vão estimulando a curiosidade do leitor. Vemos envolvidos num entrelaçar de acontecimentos estranhos que culminam num final bastante surpreendente e interessante. Acho que é um final para que o leitor possa dar asas à sua imaginação e tirar as suas próprias conclusões. Eu diverti-me bastante a ler o final.
Para mim é mais complicado dar um opinião de uma leitura beta, mais complicado ainda quando esse trabalho é da Carina. Passei a acompanhar muito de perto o trabalho dela e é rara vez que leio o conto/livro apenas uma vez. No fundo, ela envolve-me no processo de construção do seu trabalho e isso faz com que se desenvolvam laços mais emocionais e afetivos. Apesar disso sou sempre sincera com ela, que goste ou não do seu trabalho. Mas há certas coisas às quais não posso apontar o dedo, passo a nomear:
A capacidade de trabalho e de luta: procura sempre melhorar e é muito atenta a todas as sugestões que lhe faço. Nem que tenhamos que as discutir.
A notória evolução no processo de escrita: personagens, enredos, construção de diálogos, organização da narrativa... São aspetos que foram crescendo e se desenvolvendo ao longo do seu trabalho. Do que tenho acompanhado posso dizer que ela cresceu imenso enquanto escritora.
Preocupação com os leitores: uma das grandes preocupações dela é saber se o trabalho dela chega aos leitores e se eles o apreciam.
Pode ter-me escapado mais alguma coisa... Mas penso que são condições interessantes para que os leitores apostem nela. Podem gostar mais de um trabalho, menos de outro. Ela tem o seu estilo que pode ser mais ou menos agradável consoante o gosto dos leitores... Mas é importante que nós sejamos capazes de lhe dar oportunidade e de conhecer o seu trabalho.
Sonho Malditos é um conto capaz de agradar aos que nutrem um amor pelo paranormal, mas ao mesmo tempo gostam de ver ali um despontar romântico. Para quem não dispensa drama, aqui pode encontrá-lo na sua forma q.b e misturado com acontecimentos místicos que fogem à nossa racionalidade. No fundo, penso que encontramos aqui muitos e variados ingredientes que podem fazer a delícia de muitos leitores.
O Natal está aí à porta e a autora Carina Rosa decidiu oferecer aos seus leitores um conto em forma de "Um presente Inesperado".
O conto é gratuito e podem fazer o download aqui. Não há desculpas para deixarem este conto passar ao lado das vossas leituras. É pequenino, de leitura agradável e guarda em si o espírito de Natal.
Opinião
Um presente inesperado é um conto ligeiramente diferente dos trabalhos anteriores da Carina. Com este trabalho a autora conseguiu trazer um tema que consegue conjugar uma situação mais triste com ternura e alguns momentos engraçados.
Este forma mais ligeira de olharmos para um tema que pode ser triste é da responsabilidade da personagem principal. É fácil olharmos para o Simão e gostarmos dele quase instantaneamente, porque é uma personagem leve, diferente e com uma forma muito própria de encarar as circunstâncias da vida.
Através deste conto, a Carina consegue transmitir ao leitor diferentes mensagens que são importantes valores no Natal. Assim, o amor que sentimos pelos outros, a importância de cuidarmos dos outros e de atender às suas necessidades (sem esquecer as nossas, é um facto), da partilha e do perdão são lugares comuns que vamos encontrando ao longo da leitura.
Ao acompanharmos os diferentes trabalhos da Carina vamo-nos apercebendo da sua evolução ao nível da escrita e da construção das narrativas.
Se querem encher o vosso coração e a vossa mente com o espírito de Natal não deixem de ler e fazer o download deste conto. Será fácil deixarem-se inundar pela ternura que acompanha cada um dos momentos que acontecem na história.
Autora: Carina Rosa Ano: 2014 Número de páginas: 312 páginas Classificação: 5 Estrelas Sinopse:Aqui
Opinião
Apesar deste livro ter sido o terceiro livro publicado pela Carina, foi o primeiro livro que li da autora. Foi uma experiência como leitora-beta que me trouxe coisas muito boas. E da qual poderia dizer tanto e ao mesmo tempo não conseguir transmitir nada. Porque há coisas que não se explicam, sentem-se apenas...
Já li o livro várias vezes, porém quis ler novamente antes de deixar a minha opinião formal aqui no blog e no goodreads.
Antes de chegar à publicação, o livro passou por algumas mudanças, mas desde a primeira leitura que me deixei encantar pela história de Clara, Hugo e Santiago. Cada um deles apresenta uma personalidade muito distinta, mas credível aos olhos do leitor. Nenhum deles é o bom, ou o mau da fita, porque cada um deles tem os seus momentos, sejam eles melhores ou piores aos olhos de quem os passa a conhecer através do livro. Porque é que eu gostei tanto destas personagens? Porque é fácil olharmos para o mundo real e cruzarmo-nos com elas.
Este livro apresenta-nos a história de Clara, uma jovem que vive com o seu coração apertado por um passado mal resolvido. Hugo faz parte desse passado! Um homem a quem ela deu tudo o que tinha e de quem sempre esperou aquilo que ele não lhe soube dar. Considero Hugo um personagem intrigante e que, apesar de tudo o que ele vai fazendo não me provocou sentimentos maus, ou qualquer tipo de ódio. É apenas alguém a quem a vida não correu bem e que foi tentando (sobre)viver ao mundo que lhe apontava o dedo, ao mundo que ele própria não compreendia, porque a única pessoa que o poderia ajudar a compreender era Clara, mas a quem ele tinha medo de mostrar o sentimentos... Ou talvez não os soubesse mesmo demonstrar.
Clara conseguiu provocar-me sentimentos mistos. Nem sempre gostei dela, mas nunca a cheguei a odiar. Tentei compreendê-la à luz daquilo pelo qual tinha passado. Os momentos em que me deixava mais irritada eram quando se mostrava algo exigente e insensível para com o marido, que sempre fez tudo por ela. É certo que Santiago pode ser apelidado de "nice boy", um tipo de homem que por vezes não dá desafio numa relação, mas depois de ter passado por tudo o que passou, Clara era muito ingrata para com alguém que a tratava tão bem. Mas Santiago não é bem o "nice boy" que ela pensava ter em casa. Quando precisa de ir à luta e soltar a fera que há dentro dele, não há ninguém que o pare. Até aos momentos mais decisivos o que faltou a Santiago foi autoconfiança e assertividade. Não conseguiu demonstrar muito bem a sua posição perante Clara. Ele sempre respondia às exigências dela, mas ele nunca exigia muito.
Relativamente à escrita da Carina, convenhamos que já não é novidade para mim. Nota-se uma boa evolução ao longo dos livros. E esta evolução é também papável ao nível da construção da narrativa e das personagens.
Neste livro a Carina continua a usar bastante as analepses, as conversas interiores das personagens e os pensamentos das personagens. Para quem não é fã, isto pode aborrecer um pouco a leitura. Eu não desgosto e percebo a intenção dela. E no fundo é um pouco a aproximação ao mundo real. Eu pelo menos passo muito tempo a conversar comigo própria e a esmiuçar os meus pensamentos... Acho que partilho este aspecto de personalidade com a Carina. Como ela olha para isto como algo normal do seu quotidiana acaba por o transportar para as suas histórias.
Desde o início que fiquei apaixonada por esta leitura e por esta história, por isso recomendo a leitura todos aqueles que gostem de ler sobre o amor, o perdão, os acertos com o passado e um novo recomeço de vida. Recomendo a todos aqueles que gostam de um final doce e com um toque de romantismo enternecedor. Recomendo a todos aqueles que não desistem de dar uma oportunidade a jovens autores portugueses.
Este foi o primeiro livro lido para o desafio criado por mim e pela Marta, Português no feminino. Para finalizar este mês, ainda será publicada uma entrevista da autora.
Acompanho o crescimento literário da Carina acerca de um ano. E a forma como a tenho visto crescer deixa-me ao mesmo tempo feliz e orgulhosa. Para mim, este conto é um boa amostra daquilo que a autora ainda nos tem para dar.
Em "Olhos de Vidro", a Carina consegue entrar no mundo das perturbações psicológicas. Amanda vive tão intensamente a sua vida como actriz ao ponto de confundir realidade com ficção. A forma como a autora consegue transmitir isto ao leitor está soberba e deixa-nos (pelo menos a mim deixou) com vontade de ler mais e de entrar na vida desta actriz que deu tanto, ao ponto de se perder na sua loucura. Uma personagem bem caracterizada, assim como todo o cenário que a envolve.
É um conto intenso, com um jogo psicológico muito bem elaborado, dramático e cativante. E quando chegamos ao fim, só pensamos, EU QUERIA LER MAIS.
Aproveitem para ler o conto e fiquem a conhecer um bocadinho do trabalho da Carina, tenho a certeza de que vão gostar.
Sinopse **Capa provisória** **Sinopse provisória** **Romance a Publicar**
Tudo o que precisa para uma noite bem passada é de uma boa luta contra o inimigo, mulheres bonitas no seu encalço e uma dose da sua droga para o ajudar a manter-se ao largo dos pensamentos dos outros.
Magnifico telepata, Luthian tem o poder de perscrutar a mente de praticamente todos os que o rodeiam, até ao dia em que a misteriosa mulher de cabelos loiros e corpo decadente se atravessa no seu caminho e desperta em si a mais terrível das confusões.
Por vezes sentimentos como o amor e o ódio tornam-nos cegos perante as coisas mais óbvias da vida.
Mesmo que estejam o tempo todo debaixo dos nossos narizes.
Opinião
Antes de começar a escrever o que quer que seja acerca do livro, quero apenas frisar que esta opinião é baseada num livro que ainda está em fase de revisão, ou seja, É TUDO PROVISÓRIO.
Já não e primeira vez que leio algo da Soraia. Mais precisamente, este é o terceiro contacto que tenho com as palavras mágicas da autora. O primeiro contacto foi com o seu livro já publicado, Ligação (opinião aqui) e a partir surgiu o convite para leitora-beta. Desde aí, já li as primeiras páginas de um outro trabalho que ainda está em fase de desenvolvimento, conheci pessoalmente a Soraia e terminei a leitura do Amar o ódio. Na altura em que li aquelas páginas do seu novo trabalho, disse à Soraia que tinha notado uma enorme evolução no processo de escrita e na forma como ela conduz a narrativa. Mas se ainda restassem dúvidas da evolução da Soraia enquanto escritora, Amar o ódio veio deitá-las por terra.
Soraia soube aproveitar muito bem as opiniões ao seu primeiro livro que lhe iam chegando. E porquê? Porque colocou em prática no sentido de melhorar tudo o que escrevesse em seguida. Assim, neste livro nota-se que a autora já não teve pressa em apresentar-nos a história e os factos, conseguiu criar diálogos bem construídos, com sentido e com o seu toque de humor (característica que já nos havia habituado, mas confesso que neste ainda está melhor). Conseguiu, igualmente, transpor para o papel um bonito romance que se vai desenvolvendo de forma cativante e envolvente e onde as emoções são facilmente detectadas.
Em relação às personagens, a Soraia possibilita-nos um bom acesso às suas características psicológicas, apesar de abusar um pouco nas descrições físicas. Dá-nos conteúdo suficiente para as percebermos e para nos sentirmos parte delas. Os cenários de iteração entre estas mesmas personagens são bastante bem criados, onde as descrições se ajustam àquilo que o leitor precisa de saber para criar o sua imagem mental, ao mesmo tempo que deixa espaço à nossa imaginação.
Adorei a mudança comportamental de Luthian e fiquei ainda mais curiosa em relação ao A'larick.
Em relação aos aspectos que necessitam de ser mais trabalhados estes prendem-se com a correcção de pequenos erros e de confusões no uso dos verbos. No que diz respeito ao conteúdo da história, apenas destaco a forma como a Soraia conduziu as atitudes de Luthian. Ele é demasiado inteligente para que certas coisas lhe tenham escapado, compreendo que tenha sido para criar curiosidade e arrastar um bocadinho mais o romance.
Não me vou alongar mais na minha opinião. Para a Soraia foi uma opinião, mais elaborada e cheia se spoilers, esta opinião aqui no blog é apenas uma forma de partilhar com vocês o trabalho de uma jovem autora em crescimento, e deixar-vos curiosos para aquilo que ainda podem encontrar nos livros da Soraia. Espero que este livro venha, o mais depressa possível, parar as estantes de muitos portugueses e que seja um sucesso.
A Soraia já deu uma entrevista aqui para o blog. Podem lê-la aqui. E esta semana deu uma outra entrevista para o blog Páginas Encadernadas (aqui).
Caso queiram acompanhar a autora, podem fazê-lo através do seu blog.