Todas as pessoas estranham quando a minha pequena leitora em construção, com dois anos de idade, pede de presente um livro. E mais espantadas ficam com a reação da miúda quando abre a prenda e vê que é um livro. Posso dizer-te que a reação dela é impressionante. Fica eufórica e pede logo a alguém que lhe leia a história. Ela vibra com cada livro que recebe. E sabes o que é mais engraçado? Já diz que os adultos trabalham para lhe comprarmos livros.
Uma pessoa amiga da família começou a oferecer-lhe os livros desta coleção. Este foi o primeiro que lhe consegui ler do princípio ao fim sem ela dispersar. São livros pouco adaptados à idade dela. Têm muito texto e exigem um grau de atenção que ela ainda não tem. Ela está acostumada a ter uma imagem que acompanhe a frase que se lê. Nesta coleção isso não acontece, e a minha pequena leitora passa o tempo a pergunta "Onde 'tá isso?", "Onde 'ta?".
Bolt tem mais imagens e frases mais curtas, o que funcionou bem com ela. Conseguiu acompanhar a história, fez as suas perguntas e comentários. Que comentários deves estar tu a pensar? São coisas simples, designadamente: "Coitadinho" quando alguma personagem passa por algo triste ou que o prejudica; "tão uindo", quando gosta de alguma coisa. E não menos vezes distribui umas "cocas" (beijocas) pelas personagens.
Com o cãozinho Bolt, a minha pequena leitora em construção riu, sentiu tristeza, fez festinhas e ficou feliz porque nas histórias infantis nós já conhecemos o fim e nunca, ou quase nunca acaba mal.
Na minha perspetiva, não achei uma história muito cativante. O Bolt é um cão que não consegue separar a ficção da realidade e nesta confusão perdi-me da real essência da história. Tudo me pareceu um pouco desconexo, apesar de no final tudo ter feito sentido.
Ainda não houve repetição desta história, porque ainda não foi pedido. Sim, imagina o que é leres a mesma história várias vezes por semana ou mesmo por dia. As crianças gostam do que é conhecido e da rotina, por isso é perfeitamente normal elas quererem sempre as mesmas histórias. Eu é que algumas já alcancei a fase do enjoo.
Trincas o monstro dos livrosfoi a minha escolha para presente de Natal da minha leitora em construção. Só hoje à noite é que o irá descobrir, por isso não te consigo dizer como é a experiência de leitura com a minha pequena leitora.
Porque é que escolhi este livro? Como a A. é uma criança que adora histórias achei que o livro poderia aproximar-se da realidade dela. Além disso, ela anda numa fase em que acha que as personagens das histórias andam por aí atrás de nós. Infelizmente, anda um pouco assustada com o Lobo Mau do Capuchinho Vermelho e dos três porquinhos. Bem, mas como o Lobo é mau e assusta os porquinhos e Capuchinho ele fica de castigo sempre dentro da história, não sai cá para fora. Esta foi a justificação que eu arranjei para serenar a sua imaginação hiperativa.
O Trincas também não sossega. Salta de história em história e quer devorar tudo. Achei a história muito dinâmica e engraçada. O paralelismo com outras histórias está muito bem enquadrado e acho que pode ser giro para a criança descobrir personagens que já conhece aqui nesta história.
As ilustrações são lindíssimas e acompanham muito bem o texto que vai surgindo nas páginas.
Da minha parte, espero só ter acertado no presente. A minha A. pediu um livro ao Pai Natal e sou aquela que lhe gosta sempre de alimentar estes pedidos. Não quero que lhe faltem livros e histórias para sonhar.
Por aqui continua-se a visitar muitos livros para crianças. A minha sobrinha, ávida consumidora de histórias, não se cansa de pedir livros e de pedir para lhe lerem histórias.
Em julho, na Feira do Livro de Braga, encontrei este livro a um preço muito simpático. Conhecendo a admiração desta criança pelo panda, achei que esta história iria funcionar com ela.
Apesar de ser um livro pequeno, temos uma história dentro de outra história. Uma mãe galinha decide contar aos filhos a história do panda que tinha piolhos. O panda, muito constrangido com a situação, acaba por servir de inspiração a uma aula de matemática da professora e todos os animais se envolvem nesta situação dos piolhos.
O tom divertido conjugado com uma forma divertida de conjugar as palavras permite que se brinque com a entoação e possibilita uma leitura mais dinâmica (aspeto que cativa os mais pequenos).
Além da história, é possível explorar a temática dos animais. São vários os animais que entram como personagens da história, o que possibilita a aprendizagem desses animais e até de contagem.
A leitora em formação aprovou a história e pede várias vezes para a ler (como todas as outras que têm aqui em casa - ainda hei de memorizar estas histórias).
Este ano tenho tido mais interesse por livros infantis. Ter uma afilhada que começa a desenvolver o bichinho pelas histórias e que as pede como presentes tem-me obrigado a investir mais neste universo.
"Olá, Sapo!" foi um livro que lhe ofereci na Páscoa. A escolha recaiu neste livro porque ela adora "papos" (a forma como ela diz sapo). Foi dos primeiros animais que ela aprendeu.
O livro tem ilustrações lindíssimas. Permite a exploração sensorial e a descoberta de elementos da natureza. A história é simples, mas extremamente cativante. É explorado o ciclo de vida de um sapo, o seu processo de metamorfose e a forma como vivem na natureza. Assim, toda a experiência de leitura vai muito além da leitura do texto. Contam-se os sapinhos que estão no lago, a lua que aparece e o sol que aquece as costas dos sapinhos bebé. Contamos os sapinhos bebés e as patas que vão aparecendo. Reconhecemos os perigos e conseguimos fugir para um lugar seguro.
Assim, através da leitura temos explorado conceitos a contagem e os afetos que unem os seres vivos.
Já lhe li o livro imensas vezes. Tantas que ela já consegue completar algumas frases e sabe o texto de algumas partes.
Acho que os livros infantis não têm idade, ou seja, não são apenas para crianças são para pessoas de todas as idades. Esta é a minha opinião porque, na generalidade, estas histórias trazem mensagens e valores importantes e que estimulam a reflexão do leitor.
Leio menos livros deste do género do que aquilo que eu gostaria; mas sempre que tenho uma oportunidade de ler, aproveito.
"Que ossos curiosos" conta a história de dois esqueletos que decidem fazer umas travessuras na noite de Halloween. Esperava um pouco mais da mensagem desta narrativa. Tornou-se tudo demasiado repetitivo, fazendo com que a narrativa perdesse um pouco a profundidade e o sentido.
Poderá ser engraçado para os miúdos explorarem as palavras, os sons repetidos e explorarem as ilustrações. O pormenor da capa (os esqueletos brilham no escuro) também poderá ser atrativo.
Já há muito tempo que não lia um livro infantil. São livros que eu aprecio e que sempre gostei de usar nas consultas com crianças. A sinfonia dos animais foi escrito por Dan Brown (sim, o mesmo autor do livro O Código Da Vinci) e conjuga uma história com música. O livro aborda diferentes animais e cada animal tem direito à sua música.
Assim, temos animais diferentes, cada um com a sua história e a sua música e que transmitem uma pequena mensagem que potencia um olhar positivo sobre a vida.
Eu gostei muito dos animais que foram escolhidos e das histórias criadas para cada um. Instalei a aplicação e ouvi algumas das músicas que foram compostas especialmente para este livro. A questão musical pode funcionar muito bem com crianças mais pequenas (3 anos); porém, a compreensão das histórias e das mensagens que as acompanham será mais alcançada em crianças mais velhas (a partir dos 5 anos).
Foi muito bom regressar às histórias infantis. É sempre um bonito presente para oferecermos às crianças e, além disso, poderá ser uma boa atividade familiar para as férias.