Opinião | "Encontro com o destino" de Lesley Pearse (Ellie #2)
Camélias na história de uma Camélia. Foram estas flores que serviram de inspiração ao nome da protagonista do livro "Encontro com o destino", um livro cuja história é a continuidade do livro "Até sempre, meu amor". Eu adoro camélias! A cor, a textura... São flores de inverno, em que as plantas nunca perdem a sua folhagem verde. São flores muito bonitas que embelezam o meu jardim e muitos dos jardins aqui a norte.
Tal como os outras leituras desta escritora, "Encontro com o destino" tem uma narrativa intensa, cheia de acontecimentos e fortemente marcado pela carga dramática. As personagens são inesquecíveis. Guardam luz e sombras dentro de si, aspetos que usam de forma bem ajustada à sucessão de acontecimentos que marcam o livro.
Não é novidade, pelo menos para os leitores mais assíduos deste espaço, que eu sou fã de Lesley Pearse. Pessoalmente, gosto de um bom drama e esta escritora consegue criá-los com uma mestria fenomenal. Há uma enorme carga emocional associada às personagens, provocando em mim sentimentos diversos e uma experiência de leitura muito rica. Neste livro em particular, Camélia vai dividindo o dramatismo com outras personagens. É interessante acompanhar o crescimento desta jovem e assistir ao desenvolvimento da sua resiliência. A vida não lhe foi muito simpática, mas ela lá foi conseguindo fintar os problemas e fortalecer o seu interior. E todas estas vivências mostram-me que a vida é feita de ciclos (por vezes demasiado longos no caso de fases de vida mais complicadas), quem nem sempre a mudança depende exclusivamente de nós e que há sempre pessoas boas que aparecem no nosso caminho e nos ajudam a seguir em frente.
Neste livro é inevitável uma viagem ao passado. A vida da Camélia foi resultado de uma escolha do amor e da amizade que unia duas mulheres. Por isso, Camélia precisou de conhecer recantos escondidos e construi o puzzle da sua vida. Foi uma descoberta que a fez crescer e que ofereceu à narrativa o ritmo certo. Por vezes, sentia-me impaciente. Queria saber mais, queria perceber como é que se passou e que conduziu as personagens de um ponto para outro... Mas tudo aconteceu no momento certo. Era necessário criar pontos de rutura, deixar espaço para a mudança e deixar que o passado surja no presente na dose certa e no momento certo.
No fim da leitura fica o vazio de uma história que se infiltra nas emoções. As personagens passam a ser minhas conhecidas e virar a última página do livro marca uma despedida que custa a fazer. O final foi um equilíbrio entre o lado dramático, o amor, e a perspetiva positiva de um final em certa medida feliz. Houve espaço para alguma surpresa e novas revelações. Porém, acima de tudo, fica a sensação de uma história onde cabe amor, História, acontecimentos tristes, superação e resiliência.
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