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Por detrás das palavras

A entrada num novo ano

Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, voc

Entrar num novo ano, corresponde a celebrar a vida. A agradecer pela oportunidade de ter tido a oportunidade de usufruir de 365 dias onde se escreveram histórias que me definiram enquanto pessoa. Ao mesmo tempo, tentar construir alguma serenidade para as novas portas que se abrem, para as novas possibilidades e para um conjunto de dias que não sabemos o que nos reservam. 

A imprevisibilidade dá origem a uma certa ansiedade (o que é perfeitamente normal); o importante é tentarmos mantê-la em níveis saudáveis e que nos permita estar recetivos(as) a novas histórias, novas oportunidades e novos objetivos. É, também, essencial limpar a toxicidade que se enraíza à nossa volta (qualquer dia escrevo sobre isto). Esta libertação deixa-nos mais recetivos às mudanças positivas para a nossa vida. 

Não consegui cá passar no Natal para deixar uma mensagem bonita, mas não queria deixar de desejar um feliz 2022 a todas as pessoas que usam do seu tempo para ler as minhas palavras, para comentar os meus post e para me incentivar a continuar por estes lados. Desejo que seja um ano de bons objetivos delineados e alcançados. Que haja espaço para sonhos e para os realizar. Que não faltem bons momentos a cada um(a) de vocês. Espero que o teu 2022 seja bom, generoso e sereno.

A todos aqueles(as) que ajudam à sobrevivência deste espaço expresso o meu sincero obrigada.

Inquietações #2

Quantas histórias cabem neste pedaço de História?

Ninguém deve sair daqui, pois poderia levar para

27 de janeiro, Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

76 anos depois da libertação de Auschwitz continua a ser fundamental não esquecer as histórias que a História guarda. Para nós é impossível imaginar as dores que as vítimas do Holocausto carregaram e carregam, mas inquieta-me o medo que devem ter sentido anos antes. O medo que sentiram quando o mundo entrou numa mudança que culminou numa guerra e num racismo e xenofobia sem precedentes. 

Numa altura em que os movimentos de extrema direita ganham força na Europa, espalhando mensagens de intolerância, urge lembrarmos cada uma das pessoas que lutou, sobreviveu ou que sucumbiu ao comportamento desumano de homens que tiveram coragem de fazer coisas horríveis a seres tão humanos quanto eles. 

Os anos avançam e vão sendo cada vez menos as testemunhas vivas dos horrores do holocausto. E, por isso, é cada vez mais importante avivar a memória e aprender com a História para que não se repitam os horrores de outros tempos.

Muitas vezes me perguntei o que pensavam e o que sentiam todos aqueles que espalharam o terror nos diferentes campos de concentração. O que é que eles sentiam a olhar para aquelas crianças, para aqueles homens e mulheres que ficavam sem nada. Até a dignidade lhes era roubada. É certo que devem ter recebido uma boa lavagem cerebral. Foram treinados e instruídos para espalharem aquilo que só era terror aos olhos dos outros. Cognitivamente consigo entender. Emocionalmente só nascem dúvidas e incompreensões. 
Como terá sido para eles o depois. A guerra acabou, os campos foram libertados e os horrores foram ficando visíveis. Como é que ficou a consciência destes homens e mulheres que durante anos se dedicaram a criar e alimentar um inferno real? 

Talvez não haja uma explicação em concreto. O ser humano é mau por natureza. O ser humano consegue fazer o melhor e o pior com o seu comportamento. A humanidade e a empatia existiam em doses pequenas, ou simplesmente não existiam. 

Hoje em dia parece que estas doses continuam a ser servidas em doses pouco saudáveis. E isso tem dado espaço aos discursos sensacionalistas, ao ódio gratuito e à intolerância perante a riqueza que nasce da diversidade do ser humano.
Não podemos calar as vozes que semeiam concórdia, paz, respeito, humanidade e empatia. Devemos exaltá-las para que consigam se sobrepor a discursos que conduzem ao fim de um conjunto de direitos e deveres que outros, no passado, lutaram para conquistar.

Por tudo isto, hoje é dia da memória. É dia de lembrar aqueles e aquelas que caminharam sobre a neve que cobria caminhos de dor, sofrimento. A fome foi uma companheira fiel daqueles e daquelas que tiveram a sorte de escapar as seleções indiferenciadas para os "banhos" finais. É dia de admirar cada um dos prisioneiros que teve de engolir o seu próprio sofrimento, adormecer as suas emoções para, a cada dia, ser capaz de enterrar um dos seus ou colocá-los nos crematórios. 
É dia de lembrar, também, os gestos de bondade que aconteceram em silêncio. Lembrar aqueles e aquelas que lutaram contra as regras e ajudaram anónimos, amigos e conhecidos. 
Quero acreditar que foram muitos os gestos de bondade. Só foram insuficientes porque a máquina de destruição foi enorme e movida com um tipo de ódio que não está, ainda, eliminado. 

Cabe-nos a nós mantê-lo adormecido, lembrando estas lutas e aprendendo com aquilo que a História nos deixou. 

52 Perguntas | 1 # descreve a tua personalidade

A biiyue lançou um desafio de escrita que eu achei muito engraçado e pedi-lhe autorização para o trazer para aqui.

O primeiro desafio é: descreve a tua personalidade.

Como todas as pessoas, a minha personalidade tem o seu lado luz e o seu lado sombrio.
No lado luz vive o otimismo, a vontade de fazer coisas, vive o amor e amizade, vive a necessidade intensa de viver e experimentas emoções e sentimentos positivos. É deste lado que nasce a minha generosidade. É daqui que se reflete a minha empatia e minha disponibilidade para os outros. 

No lado sombrio vive o negativismo, a insegurança, o medo irracional e a sensação de que, por vezes, valho pouco. Este lado alimenta-se dos comentários negativos dos outros, da insensibilidade e da ausência de valorização pessoal.

E depois há o elemento que liga estes dois lados: a introversão. Sou uma pessoa que gosta do silêncio, do sossego e de passar tempo comigo própria. Sou muito reflexiva e preciso de me isolar depois de estar em atividades sociais. 

Deixo um vídeo que mostra grande parte da minha essência.

 

O atípico 2020

Design sem nome (1).jpg

Atípico é a palavra que mais vejo a ser usada para caracterizar 2020. Geralmente, vejo-a a ser usada como uma conotação algo negativa.
Reconheço a dureza de um ano marcado por uma pandemia que ficará para sempre impressa na História Mundial. Porém, o meu balanço final é de infinita gratidão por todas as coisas que este ano me ofereceu. É claro que não foram apenas momentos positivos, mas os bons acontecimentos foram suficientes para aclarar a nuvem negra que pairava sobre mim há já alguns anos. Por isso, para mim, foi atípico numa perspetiva positiva.

Inicie 2020 com uma esperança renovada. Emocionalmente andava mais leve, mais solta. 
Foi o ano em que mais trabalhei. Em algumas semanas do confinamento trabalhei ininterruptamente de segunda a segunda. Em maio acusei um pouco o cansaço e alguma frustração que se foi mantendo até outubro.

Em fevereiro assinei o primeiro contrato de trabalho em nove anos. Foi um mini contrato, mas que me soube a algo maior. Eu tinha uma caneta especial para o assinar, mas as tecnologias a desmaterialização do local onde estive impediram o seu uso. O contrato foi assinado com recurso a assinatura digital. 

Em 2020 dei aulas, acompanhei miúdos em idade escolar, colaborei com investigações, colaborei no desenvolvimento de candidaturas a projetos (chorei pelas mesmas candidaturas não terem sido aceites). Em julho, depois da última candidatura não ter sido aprovada, achei que 2020 já não me teria muito mais a oferecer e que iria continuar neste limbo pelo menos até ao final deste ano. 

Em outubro tudo muda. Foi uma prenda de aniversário muito desejada. Senti que, pela primeira vez em anos, a sorte afinal estava do meu lado. Voltei a assinar outro contrato de trabalho, novamente não tive oportunidade de usar a minha caneta da sorte, mas abracei o desafio com quantas forças tinha. Está a ser um bom desafio. Cansativo, mas um bom desafio (o cansaço poderia ser minimizado se os valores das rendas descessem para preços aceitáveis). Mas o Natal, também tinha de me trazer um presente. 

Há uns dias, no percurso para o trabalho, o arco-íris surgiu no céu. Acompanhou grande parte da viagem para o trabalho. Ia na viagem a trocar mensagens com a B. (outro presente de 2020) e ela disse que aquilo era um sinal da natureza de que coisas boas viriam pelo caminho. Achei graça ao otimismo dela. O curioso é que nesse dia ela recebe a notícia de que iria receber o seu primeiro salário e eu recebo a notícia que o contrato será renovado. Por isso, nos próximos três anos poderei continuar a trabalhar num lugar magnífico, com pessoas que me têm recebido muito bem e a fazer aquilo que gosto. 

Não me consigo queixar de 2020. Ele foi generoso comigo. Presenteou-me com coisas que eu há muito desejava. Nem o confinamento me assustou. Sou uma pessoa caseira. Viver no campo permitiu aceder sempre ao exterior. Não me senti presa. Não li tanto como a maioria das pessoas porque o volume de trabalho aumentou. Acabei por conseguir apanhar ritmo e houve meses onde devorei livros. Aventurei-me mais na escrita criativa e até ganhei o concurso de escrita da Elisabete e da Vera. 

Por isso, para 2021 nem sei bem o que esperar ou pedir. Vá, a nível pessoal até sei, mas vou guardar no meu interior. Não vale a pena exigir muitos dos nossos desejos. A vida parece ter uma forma muito próprias de os concretizar. Enquanto isso resta-nos sofrer por antecipação e ir entrando em pequenas lutas.
Porém, há um desejo comum: que a pandemia dê tréguas e nós consigamos recuperar a nossa liberdade de movimentos, sem medo.

Para as minhas pessoas, desejo que 2021 seja generoso. Que lhe ofereça caminhos cheios de realizações pessoais e profissionais. Só quero que o novo lhe traga acontecimentos significativos e mudanças positivas no seu quotidiano. Sei o que é ansiar por mudanças, por acontecimentos concretos que nos permitam afastar o negativismo, por isso sou muito sensível ao sofrimento daqueles que acompanharam o meu. 

Para quem passa por aqui, também quero que o teu ano seja iluminado por luzes positivas de esperança, amor e realizações profissionais. Que 2021 te dê aquilo que perdeste em 2020 e que te fez falta. 

Que 2021te traga a possibilidade de fazeres e teres o que te faz feliz!

Mensagem de Natal

Feliz Natal.jpg

Este ano não me sinto muito natalícia. Não fiz árvore de Natal, comprei menos presentes, nem de mim para mim comprei... 
Sempre gostei do Natal, que para mim significa muito mais do e paz. Para mim, é sempre uma época de balanços, com alguma melancolia à mistura. Não sou de grandes confusões, nem de almoços e jantares com muita gente. Gosto do silêncio do Natal, do espaço à reflexão que ele permite. Gosto de olhar as luzes e lembrar das minhas pessoas, daquelas pessoas que ao longo do ano amparam as minhas quedas, soltaram foguetes nas minhas conquistas, choraram e sorriram comigo. 

Qualquer que seja o significado do Natal para vocês, aquilo que eu desejo a todos aqueles que gostam de passar por aqui é que sejam dias bonitos. Dias em que se permitam estar com pessoas significantes para vocês (não muitas, atenção COVID-19), que sintam paz e amor no coração e que se deixem invadir por toda a luz que acompanha esta época. 

Um Feliz Natal para quem está desse lado!

Aniversário do blogue

9 anos de blogue.jpg

Parece que foi ontem que decidi criar um blogue para partilhar as emoções que os livros me ofereciam. Há cerca de um ano mudei-me para a plataforma do SAPO e tenho gostado muito da experiência,
Foram muitas as vezes em que as palavras e os livros me salvaram de emoções negativas e tristezas. 
Se já me apeteceu encerrar o blogue? Sim, algumas vezes! Mas há sempre qualquer coisa que me empurra para aqui. Há sempre as palavras da minha amiga Daniela a pairarem na minha cabeça de que o blogue é sempre um propósito para não sucumbirmos aos monstros lançados pela baixa auto-estima. 

Achei que poderia ser engraçado na comemoração dos 9 anos do blogue apresentar 9 factos relacionados com o mesmo.

🌻 A primeira opinião que publiquei no blogue foi ao livro "Cinco dias em Paris" de Danielle Steel. Olhando para aquilo que escrevi na altura, confesso que fico um pouco envergonhada pela baixa qualidade da escrita.

🌻 Fiz a minha primeira leitura conjunta em Julho de 2014 com a Marta do blogue I only have (agora inativo). O livro escolhido foi "A filha do capitão" de José Rodrigues dos Santos. Para além de definirmos número de páginas por um determinado número de dias, enviávamos desafios uma à outra para fazer. Ao clicarem aqui, poderão ver algumas das nossas leituras e desafios que partilhamos.

🌻No blog podem encontrar 8 Tags originais. Umas criadas só por mim e outras em conjunto com a Catarina de um blogue já encerrado. São elas: Ano novo, Árvore de Natal, Inverno de palavras, Sabores de Natal, Os livros smurfados, Presépio em livros, Sete símbolos de Natal e Prendas literárias de Natal.

🌻Em conjunto com a Catarina, em Dezembro de 2013, organizamos a primeira troca de postais na comunidade livrólica e organizamos uma maratona que se repetiu durante 2014, a Maratona Viagens (In)Esperadas. A vida pessoal de cada uma de nós acabou por se intrometer e tivemos que interromper. Em 2015 ainda fizemos uma edição especial.

🌻Em 2014, a Daniela emprestou-me uns livros da estante dela para que ler. Achamos que era algo que poderia funcionar e acabamos por criar o projeto "Empréstimo surpresa". Agora emprestamos livros uma à outra. Os envios são feitos pelos CTT e nunca sabemos o que vem dentro do envelope. Após a leitura há sempre um desafio para fazer.

🌻 Apesar dos diferentes projetos com a Catarina e com a Daniela nunca as conheci pessoalmente. Mas é algo que eu gostaria imenso que acontecesse.

🌻 Desde que criei o blogue já publiquei opinião a 479 livros. A opinião que recebeu mais comentário foi "Nómada" de Stephanie Meyer. 

🌻No último ano, o post com mais visualizações foi "Nas páginas do meu caderno#7". Relativamente à opinião com mais visualizações, o livro vencedor é "História de uma gaivota e de um gato que a ensinou a voar" de Luís Sepúlveda. 

🌻O nome do blogue foi uma inspiração de um título de um livro técnico, "Por detrás do espelho" (Paula Relvas).

Por fim, resta-me agradecer aos leitores e a todas as pessoas que colaboram e colaboraram comigo ao longo destes anos. Cada vez mais acredito no lema "Sozinhos vamos mais depressa, em conjunto vamos mais longe".

Têm alguma curiosidade em especial? Gostariam de me fazer alguma pergunta?
Usem os comentários para perguntar o que quiserem.

Por detrás de quem escreve #1

SAM_0845.JPG

Esta fotografia foi retirada numa viagem a Santiago de Compostela. Tirei-a do lado espanhol, em Santa Tecla, com vista para o Rio Minho e para o lado Português. A vista é lindíssima! E as águas têm um azul que jamais irei esquecer.

Gosto de olhar paisagens bonitas e de guardá-las na memória.

@danielaa.maciel marcou-me para um desafio complicado: apresentar três factos sobre mim que não sejam relacionados com os livros. Cá vão eles:

💁🏻 Eu, medrosa assumida, já fiz slide e adorei a experiência. Em 2008, estava a fazer um estágio de observação. Nesse estágio acompanhei alguns adolescentes numas atividade de férias. Num dia fomos para uma barragem fazer algumas atividades. Uma dessas atividades era fazer slide atravessando por cima da barragem. Foi magnífico. A paisagem vista de cima e deslizar por cima da água, ofereceram-me uma visão do local que é impossível ter observando-a em solo.

🏊 Não sei nadar e isso é um grande desgosto que tenho. Adorava saber nadar e ir para uma piscina dar umas braçadas. A água relaxa-me imenso e acredito que a natação seria algo que me faria bem.

📌Descobri que gosto de dar aulas. Sou psicóloga clínica e adoro todo o trabalho de acompanhamento psicoterapêutico. O ano passado terminei o doutoramento e desde que iniciei este ciclo de estudos tenho tido oportunidade de dar aulas em mestrados e pós-graduações. Fui para o doutoramento por gostar de investigação, o dar aulas nunca foi algo que me despertasse muito interesse. Agora, depois de já ter tido essa experiência, posso dizer-vos que estava enganada. É estimulante preparar uma aula, é uma enorme aprendizagem criar momentos de discussão em grupo. Tenho aprendido imenso com as pessoas com quem me tenho cruzado.

Não vou desafiar ninguém, mas sintam-se livres para fazerem as vossas partilhas.

Da complexidade destes dias....

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A última semana foi das piores semanas para mim desde que o confinamento começou.
Eu pertenço ao grupo daqueles que não se está a dar muito bem com o teletrabalho. Se há coisas que acho que funcionam, outras há que me tem deixado extremamente esgotada. 

O facto de não ter um trabalho fixo dificulta as coisas. Senti-me "atacada" por diferentes frentes com prazos apertados e com reuniões online que só atrasam mais os processos. Foram duas semanas a trabalhar ininterruptamente! Isso esgota, aumenta a frustração de quem vive na incerteza e deixou-me com uma certa aversão ao computador. 

A vida online não é fácil. Reuniões que se estendem por muitas horas, vários pedidos em simultâneo, tarefas atrás de tarefas. 
Inicio uma semana de exercício físico diário, para na semana a seguir nem a conseguir cumprir porque mesmo depois do jantar tenho que aqui vir. 

Às vezes pergunto-me se a culpa é minha e que não sei gerir um horário de forma decente. Outras vezes sinto o peso de um emprego incerto e instável. Outras vezes é apenas a tristeza de não me encontrar numa posição mais confortável e que me possibilitasse fazer outras coisas.

Por isso, durante a quarentena li pouco! Sempre que apanhava algum tempo livre era mais fácil passá-lo em frente à televisão a ver um filme ou uma série.
O país, aos poucos, vai saindo da sua hibernação. Nada será como antes. É certo que temos de aprender a lidar com vírus, pois este confinamento a longo prazo torna-se insustentável. 

A ver se esta semana consigo fazer publicações mais regulares.

Por detrás da tela | "Éramos seis" (2019)

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Tenho um amor especial por telenovelas brasileiras. Fico quase sempre rendida às histórias, à forma como o enredo é desenvolvido e pelas interpretações magníficas. 
Comparativamente às produções portuguesas, as novelas brasileiras não enrolam os acontecimentos nem fazem prolongamentos desnecessários. 
Mais recentemente tenho desenvolvido um gosto particular pelas novelas de época. A última que assisti de forma mais assídua foi "Éramos seis".

"Éramos seis" é uma novela que conta com diversas versões (a mais recente passou na televisão entre 2019 e 2020) e teve como inspiração o livro com o mesmo nome que foi escrito por Maria José Dupré. 
A novela centra-se na família de Lola. Conhecemos a família na década de 20 e acompanhamos a sua vida até à década de 40. 
Lola é interpretada de forma brilhante pela atriz Glória Pires. Ela é o grande pilar da família, que luta por uma vida melhor para os seus e que não desiste perante as  adversidades que se vê obrigada a enfrentar. 
Júlio, marido de Lola, representa a ambição desmedida. Um homem que personifica a frustração perante a vida e que tem muitos altos e baixos. Tanto consegui ter pena dela, como facilmente me irritava. 

Os filhos do casal protagonizam personalidades muito diversas. Nessa diversidade reside o interesse em acompanhá-los, descobrindo as suas escolhas, a sua postura perante a vida e a forma como enfrentam os problemas que a vida lhes coloca.

É óbvio que a novela possui enredos paralelos. A doença mental, o feminismo e a instabilidade política são outros assuntos muito bem retratados ao longo de algumas fases da novela. 
Quero destacar a forma como foi abordada a questão da doença mental.

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Justina tinha um problema mental e sofria com o desconhecimento de tratamentos que a ajudassem a ter uma melhor qualidade de vida. Porém, numa outra fase da novela esses tratamentos aparecem. O enredo vai mais além e apresenta todos os preconceitos associados quer à doença, quer aos tratamentos. 

O divórcio era, no anos 20 e 30, um tabu. Um condição que não beneficiava em nada as mulheres e comprometiam o futuro relacional dos homens que optavam por sair de um casamento infeliz.  
Este é outro tema a dar um toque especial à novela. 
Almeida é um homem divorciado que se apaixona por Clotilde. Esta paixão é correspondida, mas Clotilde sonha com um casamento tradicional. 

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A ligação que os dois atores criaram foi mágica. A relação foi conduzida de forma muito equilibrada. Os momentos mais dolorosos encaixaram na perfeição nos momentos felizes criados. Clotilde ofereceu-me um dos momentos mais intensos ao longo de toda a novela. O acontecimento a que me refiro acontece numa fase final da novela e é absorvente e emocionante.
Os diálogos entre estas duas personagens são daqueles que apelam ao lado emocional do telespetador.

Gostam de telenovelas? O que é que gostam de ver?

Ausência e Dia Mundial da Poesia

O Mundo mudou e eu tive que mudar com ele. E em todo este processo de mudança a vontade de escrever, de ler, de partilhar coisas com vocês desapareceu. 
Têm sido dias complicados, exigentes e marcados por alguma tristeza. Nunca pensei presenciar tal situação enquanto fosse viva. 
Não me angustia ficar em casa. Eu adoro estar em casa! Porém sinto falta de algumas das minhas rotinas profissionais e do impacto de toda mudança profissional na minha saúde financeira. Mas quero acreditar que vai correr tudo bem e, enquanto tiver saúde, tudo se encaminhará. 

São tempos de mudanças, de olhar para dentro de nós e redescobrir a calma, o sossego e a liberdade mental. A nossa capacidade de imaginação e da criatividade são infinitas e nada melhor do que este isolamento para a colocar em prática. 

Foi duro criar novas rotinas, dar resposta a novos desafios e sofrer ao ver o quanto o Portugal do interior não tem literacia digital. Para os pais aqui da minha zona tem sido uma dor de cabeça este acompanhamento escolar online. Sei de meninos que não têm computador e/ou internet. Estou a falar de um aldeia onde há pais sem a escolaridade mínima obrigatória. Pais pouco sensíveis às diferentes formas de aprender. Isto tem-se sugado um pouco a energia, mas as coisas começam a orientar-se. Estou com receio de como será o terceiro período, mas eu acredito na capacidade de aprendizagem do ser humano e sei que tudo ficará bem. 

Hoje tinha de vir aqui escrever qualquer coisa. Partilhar algo positivo e bonito! E nada melhor que poesia. A poesia é um verdadeiro alimento intelectual. Hoje é o Dia Mundial da Poesia e quero partilhar com vocês um dos meus poemas preferidos. É daqueles poemas que leio em busca de conforto, de esperança, de energia para enfrentar o mundo. 

recomeça.jpg

O poema da imagem foi escrito por Miguel Torga. Gosto muito da poesia de Torga. Ainda tenho muito para conhecer deste escritor português, mas o que conheço gosto muito. 
Este poema acaba por ser especial para mim. Numa altura menos feliz deste meu percurso, uma amiga ligou-me, leu-me este poema e falou-me da forma como ele a inspirava. E a partir dessa altura passou a inspirar-me também. 

Daqui a umas semanas recomeçaremos, espero que sem angústias e com menos a pressa do antigamente. Quando as notícias forem boas e nos libertem desta pandemia, este será o poema que irei ler na primeira manhã em que poderei sair à rua sem medo de trazer elementos indesejáveis para casa. 

Fica aqui, também, a minha participação no desafio da Alexandra e mostro a minha letra ao mundo digital. Já venho um bocadinho tarde, mas acho que ainda a tempo. 

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