Há qualquer coisa na poesia que sempre me apaixonou. Não sei se pelas reflexões que lhe estão subjacentes, se pelos mundo interiores que cabem dentro daqueles versos. Só sei que gosto de ler poesia e leio muito menos do que aquela que gostaria.
Já me tinha cruzado com muitos poemas da Rupi Kaur na internet. Tudo o que lia deixava em mim a vontade de conhecer mais da obra. O que o sol está com as flores foi a minha estreia com a escritora. Adorei o livro! Adorei a forma como a Rupi vai desenhando palavras que refletem uma enorme complexidade emocional. É uma poesia moderna que liga a condição humana, as relações, as mudanças, as culturas e o universo feminino.
Cada poesia tem uma mensagem única, mas todas elas contribuem para um coletivo maior. Oferecem uma dimensionalidade superior das temáticas que convidam a uma reflexão global do que se vai lendo.
O que pode ser mais forte do que o coração humano que se parte em tantas partes e ainda bate
Li o livro na versão de português do Brasil, mas fiquei com muita vontade de ler a versão original em inglês e a versão em português de Portugal. Será uma autora que manterei debaixo de olho e de quem pretendo ler os livros todos dela. Fiquei mesmo apaixonada pela forma como ela encaixa as palavras e nos conta grandes histórias com poucas palavras.
O Mundo mudou e eu tive que mudar com ele. E em todo este processo de mudança a vontade de escrever, de ler, de partilhar coisas com vocês desapareceu. Têm sido dias complicados, exigentes e marcados por alguma tristeza. Nunca pensei presenciar tal situação enquanto fosse viva. Não me angustia ficar em casa. Eu adoro estar em casa! Porém sinto falta de algumas das minhas rotinas profissionais e do impacto de toda mudança profissional na minha saúde financeira. Mas quero acreditar que vai correr tudo bem e, enquanto tiver saúde, tudo se encaminhará.
São tempos de mudanças, de olhar para dentro de nós e redescobrir a calma, o sossego e a liberdade mental. A nossa capacidade de imaginação e da criatividade são infinitas e nada melhor do que este isolamento para a colocar em prática.
Foi duro criar novas rotinas, dar resposta a novos desafios e sofrer ao ver o quanto o Portugal do interior não tem literacia digital. Para os pais aqui da minha zona tem sido uma dor de cabeça este acompanhamento escolar online. Sei de meninos que não têm computador e/ou internet. Estou a falar de um aldeia onde há pais sem a escolaridade mínima obrigatória. Pais pouco sensíveis às diferentes formas de aprender. Isto tem-se sugado um pouco a energia, mas as coisas começam a orientar-se. Estou com receio de como será o terceiro período, mas eu acredito na capacidade de aprendizagem do ser humano e sei que tudo ficará bem.
Hoje tinha de vir aqui escrever qualquer coisa. Partilhar algo positivo e bonito! E nada melhor que poesia. A poesia é um verdadeiro alimento intelectual. Hoje é o Dia Mundial da Poesia e quero partilhar com vocês um dos meus poemas preferidos. É daqueles poemas que leio em busca de conforto, de esperança, de energia para enfrentar o mundo.
O poema da imagem foi escrito por Miguel Torga. Gosto muito da poesia de Torga. Ainda tenho muito para conhecer deste escritor português, mas o que conheço gosto muito. Este poema acaba por ser especial para mim. Numa altura menos feliz deste meu percurso, uma amiga ligou-me, leu-me este poema e falou-me da forma como ele a inspirava. E a partir dessa altura passou a inspirar-me também.
Daqui a umas semanas recomeçaremos, espero que sem angústias e com menos a pressa do antigamente. Quando as notícias forem boas e nos libertem desta pandemia, este será o poema que irei ler na primeira manhã em que poderei sair à rua sem medo de trazer elementos indesejáveis para casa.
Fica aqui, também, a minha participação no desafio da Alexandra e mostro a minha letra ao mundo digital. Já venho um bocadinho tarde, mas acho que ainda a tempo.
Cada palavra, Desenhada com amor Transporta uma infinidade de mensagens Abraçando corações Despertando emoções. As palavras devem ser simples, Sinceras, amigáveis Não devem ser espadas De lâminas infindáveis Que ferem a alma que as recebem. Num poema as palavras dançam, Arranjam-se ao gosto do poeta Levam amor e saudade, Onde ainda cantam O doce sabor da liberdade.
Hoje é o Dia Mundial da Poesia! De vez enquanto gosto de brincar com as palavras, arranjá-las com carinho e dar-lhe a forma de uma poesia. Nem sempre mostro as minhas "costuras" de palavras por aqui. Mas hoje o dia é especial! Fica aqui mais uma "costura"... Espero que gostem! E hoje, pelo menos hoje, abracem as palavras de um poema.
Tenho um gosto particular por poesia. Gosto de ler os poemas em que as palavras se encaixam de forma perfeita para transmitir sentimentos, vivências, paixões ou simples pensamentos.
Em Os meus poemas não rimam, Ana Cruz apresenta-nos um conjunto de poemas muito intimistas. No fundo, encontramos "arranjos" de palavras que transmitem aquilo que Ana sente pelo Mundo em que vive e pelas pessoas que preenchem o seu mundo.
São poemas que deixam passar a sensibilidade e permitem que ela chegue até nós.
É um livro que se lê muito facilmente. Os poemas não são complexos, porém fazem-nos pensar sobre a vida e sobre de que forma deveríamos olhas para as coisas. Para uma chuva que nos purifica e limpa a alma, para aquele amor bom que nasce de uma construção conjunta, para aquele momento presente que queremos congelar no tempo para absorver mais dele.
Espero que a autora continua a partilhar mais da sua poesia connosco e, quem sabe, aventurar-se pelo estilo narrativo, já que a autora "sem palavras não consegue viver".
Nota: Este livro foi-me disponibilizado pela autora em troca de uma opinião sincera.
Li este livro a convite da Editorial Novembro. Acedi ao pedido porque é um livro de poesia e fiquei logo curiosa por ler os poemas.
Eu gosto muito de ler poesia, apesar de não o fazer com grande frequência. Para mim, a poesia é uma expressão de sensibilidade. Acaba por ser um jogo de palavras que guarda muitos sentimentos e deixa transparecer a sensibilidade de quem escreve.
A fronteira do perpétuo consegue reunir poemas onde as palavras se arranjam de forma a transmitir os mais variados sentimentos. Apesar de, aparentemente, a maioria dos poemas tentar transmitir sentimentos ligados à solidão e a sentimentos mais negativos, em alguns deles eu consegui vislumbrar a esperança e vontade de ser diferente. No fundo, é como se, em alguns poemas, transparecesse a ideia de que o sofrimento é finito e que há outras coisas para além dele.
Neste livro encontramos poemas que convidam à reflexão:
"A batalha mais difícil é sempre aquela que criamos com nós mesmos
Porque a guerra que declaramos aos outros,
Mesmo que perdida,
Nunca é culpa nossa"
(excerto de Autoadversário, p.63)
Este pequeno excerto remete-nos para as batalhas que travamos com nós próprios e com os outros, ao mesmo tempo que nos convida a olhar para estas batalhas do nosso ponto de vista. Sendo nós a criá-las, quer connosco quer com os outros, temos tendência a encontrar um "bode expiatório".
Houve alguns poemas que não me parecem ter uma escrita e uma estrutura tão poética, daí não ter atribuído uma classificação mais alta.
Foi uma leitura agradável, ajudou-me a relaxar e a desanuviar de uma leitura mais densa que me está a custar terminar.
Espero que a autora nos possa brindar, num futuro próximo, com poemas mais complexos ou até mesmo com um texto narrativo.
Nota: Este livro foi-me cedido pela editora em troca de uma opinião honesta.
Ontem assinalou-se o Dia Mundial da Poesia, mas não consegui vir aqui para vos deixar um poema e assinalar o dia.
Eu gosto muito de poesia... Gosto de ler, de analisar, de tentar ver o que está para além das palavras impressas na folha ou que nos aparecem no ecrã de um computador.
Hoje trago-vos um poema especial. Um poema que marca o início de uma amizade que espero que seja boa e longa. Em finais de 2014 comecei a contactar com uma rapariga por causa de um projeto de investigação. Esta relação começou por ser profissional, mas o desenvolvimento da vida acabou por nos fazer apoiar uma outra, ajudar... E desde meados do ano passado que olho para a C. como amiga. Uma pessoa especial que me tem dado imenso apoio e que eu tenho muito gosto em ajudar sempre que ela precisa.
O ano passado, numa altura em que andava particularmente em baixo e em que a C. passava por uma fase algo atribulado por diversas vezes falamos ao telemóvel na tentativa de nos alegramos e arranjarmos coragem para ultrapassar aquilo que estava menos bem. Num desses telefonemas, esta minha amiga partilhou comigo que tinha um poema que ela lia todos os dias para a ajudar a ganhar força e enfrentar o dia-a-dia. E decidiu-o partilhar comigo nessa altura.
Recomeça.... Se puderes Sem angústia E sem pressa. E os passos que deres, Nesse caminho duro Do futuro Dá-os em liberdade. Enquanto não alcances Não descanses. De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado, Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar. Sempre a sonhar e vendo O logro da aventura. És homem, não te esqueças! Só é tua a loucura Onde, com lucidez, te reconheças... Miguel Torga TORGA, M., Diário XIII
Este ano decidi colocar este poema na primeira página da minha agenda. E sempre que me sinto mais angustiada ou sem esperança leio este poema. Afina, todos os dias são dias para recomeçar...
[Já há muito tempo que não deixa um pouco de poesia aqui no meu cantinho e logo eu que gosto imenso de poesia para deixá-la de lado. Este poema é, no fundo, uma música com letra José Gomes Ferreira de e música de Fernando Lopes Graça. Pessoalmente gosto da intensidade da letra e da melodia que a acompanha. Vou deixar aqui em baixo a música para que possam apreciar.]
Amor Após Amor Tempo virá em que, jubiloso, saudarás a tua própria chegada à tua própria porta, no teu próprio espelho, e cada um sorrirá às boas-vindas do outro e dirá: Senta-te aqui. Come. Amarás de novo o estranho que foi o teu eu. Darás vinho. Darás pão. Devolverás o teu coração a si mesmo, ao desconhecido que te amou a tua vida inteira, a quem ignoraste a favor de outro, que te conhece de cor. Tira as cartas de amor da estante, as fotografias, os bilhetes desesperados, retira a tua própria imagem do espelho. Senta-te. Banqueteia-te com a tua vida. Derek Walcott (retirado do livro A mulher do viajante do tempo)
Tudo que faço medito Tudo que falo medito Fica sempre na metade, Querendo, quero o infinito. Fazendo, nada é verdade. Que nojo de mim me fica Ao olhar para o que faço! Minha alma é lúcida e rica, E eu sou um mar de sargaço - Um mar onde bóiam lentos Fragmentos de um mar de além... Vontades ou pensamentos? Não o sei e sei-o bem. Fernando Pessoa