Para finalizar esta rubrica decidi responder a minha própria entrevista.
Antes de responder quero agradecer a todas as meninas que, muito gentilmente, perderam parte do seu dia para me darem o prazer de ler as suas respostas. Vou ter em conta as sugestões literárias e cinematográficas, assim como as coisas para o blog (Denise, os meus textos é que, talvez, terão de ficar para mais tarde).
Ficam aqui as minhas respostas (vou adaptar uma pergunta).
O que é que te fascina no mundo dos livros?
São várias as coisas que me fascinam nos livros. Começo pela oportunidade de admirar a criatividade daqueles que, como escreveu a Catarina, têm a coragem de enfrentar um folha em branco e colocar em palavras tudo aquilo que habita no sub-mundo cerebral. Fascina-me a possibilidade de fugir à realidade, de esquecer os meus próprios problemas, as minhas frustrações...
Gosto de me perder nos problemas das personagens e ponderar perspetivas e espremer as suas opções.
Ler é viajar, é sonhar, é entrar numa realidade paralela, é conquistas conhecimento e combater a ignorância.
Quando é que é mais difícil escrever uma opinião?
Para mim o mais complicado é escrever uma opinião de um livro que não teve grande impacto em mim. Sabem, aquele tipo de leituras mornas que só só serviram para nos entreter? Pois, esses são aqueles que me deixam sem vocabulário adequado para, de forma justa, expressar a minha experiência com aquela leitura.
Gosto de escrever de livros que odiei, que me irritaram, que me fizeram revirar os olhos de insatisfação e de livros que levaram o frio do inverno ao meu coração e me fizeram sofrer. Adoro escrever sobre livros que fizeram com que o meu coração falhasse uma batida, que me deixaram a suspirar, que abriram o meu canal lacrimal deixando-no seco.
No fundo, é mais complicado escrever sobre livros que não tiveram impacto emocional, que não deixaram algum tipo de marca em mim, seja ela positiva ou negativa.
Enquanto bloguer o que é mais fácil/difícil nesta atividade?
Inspiração, criatividade e capacidade de cativar as pessoas.
Nem sempre é fácil arranjar conteúdo interessante e diverso para o blog. Há muita coisa pela blogoesfera e impõem-se a necessidade de abordarmos os temas com um cunho pessoal e criativo. Isso nem sempre é fácil e consome grande parte do nosso esforço.
Por fim, acho que é cada vez mais difícil cativar as pessoas para a palavras escrita. A imagem, o vídeo ganharam tamanha expressão que a palavra escrita começa a ser "chutada para canto". Os vídeos são de acesso mais fácil, pois é mais instantâneo e que exige menos esforço da nossa parte (é fácil estar a ver um vídeo ao mesmo tempo que fazemos outra coisa).
O que achas que falta à comunidade da blogoesfera?
Aqui concordo com tudo o que as meninas que responderam a esta entrevista. Penso que deveria de haver mais solidariedade, mais projetos conjuntos e diversificados (ou seja não fazermos as coisas sempre com as mesmas pessoas) e mais partilha.
Onde procuras inspiração para o desenvolvimento do teu blog?
Praticamente tudo me inspira. Posso dizer que sou um bocado "idiota". Quando estou a fazer limpeza, quando estou a ler, quando estou a ouvir música, quando estou a caminhar, quando estou a tratar do meu cão, enquanto navego pelo internet... tudo é motivo para pensar, inventar, desconstruir e construir. Muitas vezes tenho dificuldade em desligar o botão. Atenção, tudo piora quando tenho muitas coisas a exigirem a minha imaginação e criatividade.
Por exemplo, hoje, enquanto fazia limpezas, conseguir criar um guião para um workshop que preciso de fazer daqui a duas semanas. Neste guião, e como se não bastasse, tive um ideia que vai implicar um maior trabalho da minha parte, uma vez que vou construir atividades de raiz. A parte engraçada da coisa... Isto trouxe-me algumas ideias para o blog... E agora operacionalizar tudo?
Um livro especial para ti
Realmente esta é uma pergunta ingrata para qualquer livrólico. Escolher apenas um livro especial é uma tortura. Mas temos de ser capazes de sintetizar informação e sermos objetivos. De entre os vários livros especiais, aquele que me vem imediatamente agora à memória é O ladrão de sombras de Marc Levy. É um livro especial pela mensagem que ele nos oferece.
Uma música que te toque de forma especial
Esta pergunta é um bocadinho como a primeira. Também é complicado escolher apenas uma música, porque tenho várias.
Mas vou colocar aqui uma que me faz arrepiar assim que os primeiros acordes "choram" ao sair do vibrar das cordas de uma guitarra portuguesa.
Coimbra fica-nos no sangue, consome-nos o coração de saudade e, muitas vezes, atira-nos para um poço de melancolia que faz emergir todo um conjunto de recordações intensas. Já deixei Coimbra para trás há alguns anos, mas ficou lá um pedaço meu e outro da cidade veio e vive comigo. Esta música em especial mexe muito comigo. Ao ouvi-la e como se estivesse, novamente, a percorrer aquelas ruas. A subir o quebra costas enquanto nos queixávamos dos trabalhos, a correr para apanhar o elevador que me trazia ao mercado, a descer as monumentais para um almoço na cantina, os jantares que antecediam as noites de serenata, as serenatas, os jantares até de madrugada numa casa que respirava boa disposição, o Mondego que me me recebia todas as manhãs...
Coimbra, como diz uma música, é o passar de tempo que não passa, num passar de tempo que não volta.
Um filme inesquecível
Notting Hill, um filme que me traz boas recordações de um tempo onde os problemas eram tão pequenos.
O que é que gostarias de fazer pelo meu blog?
Sou uma pessoa insatisfeita com tudo. Portanto gostava de ter um aspeto mais bonito (mas não tenho grande jeito para a edição), gostava de trazer conteúdos mais apelativos para o blog, gostava de ter tempo para colocar as minhas idiotices em prática.
Que livro eu devia mesmo ler?
Qualquer um de José Saramago. É uma vergonha não conhecer o trabalho de alguém que nos deu um dos grandes prémios da literatura.
O blog My excerpts é uma descoberta recente. Conheci este blog através do projeto A cultura mora aqui. Ainda não conheço muito acerca da menina que dinamiza este blog, nem do blog em si (infelizmente ainda não consegui ter tempo para explorar mais a fundo aquilo que a Catarina vai partilhando connosco).
Não se esqueçam de passar neste blog, para isso basta clicarem aqui.
Catarina, muito obrigada pela tua participação nesta minha iniciativa.
O que é que te fascina no mundo dos livros?
A variedade de histórias possíveis saídas apenas da imaginação de alguém que se acha suficientemente corajoso para pegar numa caneta e enfrentar uma folha em branco. Essa folha é o portal para um mundo diferente. Um mundo só nosso e que pode ser construído à NOSSA medida! Melhor do que poder criar um mundo, é ainda ter acesso a milhões de diferentes mundos, criados por alguém que teve a necessidade de se expor e de ser corajoso! Além disso, cada um desses mundos é incomparável com qualquer outro pois representa uma única perspetiva sobre a vida e um único olhar sobre as coisas, uma única paixão que, seja ela qual for, quando é transportada para o papel nos faz sonhar e nos cola àquele livro como se mais nada no mundo existisse!
(Também admiro essa coragem irreverente de enfrentar um folha em branco).
Quando é que é mais difícil escrever uma opinião?
É difícil dar uma opinião quando tememos ser contrários ao que muitos pensam, quando tememos ser a "ovelha negra". É difícil dizer que não gostamos de grandes clássicos ou de filmes que foram sagrados vencedores pela Academia em fevereiro. É difícil quando temos de nos expor e somos confrontados com uma enorme variedade de opiniões diferentes da nossa. Mais difícil se torna, quando não temos certezas. Quando estamos inseguros do que dizemos porque qualquer razão; quer seja porque deveríamos ter tomado mais atenção às entrelinhas do clássico ou porque deveríamos ter revisto o tal filme. Fora estas situações, opinar é fácil! Às vezes demasiado. Mas dar uma opinião é algo crucial na nossa sociedade e eu espero, verdadeiramente, que o mundo não se deixe reprimir e nunca cale a sua voz!
(Sabes, Catarina, acho que o mais difícil é dar uma opinião fundamentada. Como dizes é difícil opinar sobre algo que é considerado o supra sumo dentro de alguma categoria, mas se o fundamentar-mos, talvez as pessoas consigam compreender a nossa visão. Infelizmente, o que se vem assistindo é o gostar ou não gostar só porque sim... As pessoas não se dão ao trabalho de ler sobre as coisas, de informarem para depois construírem uma opinião concisa.)
Enquanto bloguer o que é mais fácil/difícil nesta atividade?
Esta é uma pergunta com rasteira, eu diria. Talvez tudo no mundo do meu blogue seja difícil. Desde as escolhas dos temas, passando pela frequência com que queria publicar comparada com aquela que verdadeiramente publico e chegando ainda ao design que tento que seja sempre novo e atrativo! Torna-se também por vezes um pouco frustrante (que palavra feia! desculpem; talvez triste seja uma melhor opção) quando não vejo frutos no esforço que faço. Quando não vejo novos seguidores, não vejo comentários... Claro que exagerei quando disse que era tudo difícil. Há textos fáceis de escrever! Há coisas que não são sequer pensadas mas apenas escritas com o coração e essas sim, são fáceis. O meu coração liga diretamente às minhas mãos e as palavras saem de uma forma tão rápida e correta que nem tenho de pensar muito sobre o assunto! Esses são os textos que resultam! Mas para isso são precisos aqueles a que chamo "momentos de criatividade" e esses são mais raros do que possa parecer. O que torna as coisas um pouco complicadas. Mas, acima de tudo, é uma coisa que me apaixona! Porque posso aliviar a alma por ficar tudo exposto no "papel", por não sufocar com sentimentos e quem sabe, por alguém gostar e se identificar...
O que achas que falta à comunidade da blogoesfera?
Na minha opinião, falta movimento! Falta cultura! Falta humor! Faltam assuntos. Em Portugal os blogues são muito "mais do mesmo" (contra mim mesma falo) e isso faz com que as pessoas abandonem a plataforma, focando-se noutro tipo de entretenimento. Não estou neste "mundo" há muito tempo e, como referi, infelizmente, não estou muito presente. No entanto acho que falta aquele diálogo entre quem escreve e quem lê, aquela cumplicidade, o carinho, o entrar dentro do mundo da outra pessoa e perceber isso mesmo, que entrou, que se trata de um local "sagrado" e íntimo. Afinal não é isso que o blogue nos pode trazer e os livros não?
Onde procuras inspiração para o desenvolvimento do teu blog?
Outra pergunta com rasteira. Muitas vezes já respondi a esta questão, ou a algumas semelhantes a esta. Como já apontei algumas vezes durante esta entrevista, o blogue é para mim uma coisa muito pessoal, onde falo muito sobre o que sinto, sobre os locais que visito, os livros que leiam e outras coisas da minha vida que acho suficientemente importantes para que sejam partilhadas. Desta forma, a minha inspiração vem essencialmente de dentro de mim, mas também de tudo o que me rodeia e de tudo o que convivo no dia a dia. Evidentemente que, como disse, os temas nem sempre surgem assim vindos do coração e pronto! por isso há também que consultar outros blogues, tirar algumas ideias de assuntos e por vezes até de design. Afinal, a blogoesfera está cá para ir evoluindo em conjunto, não é?
Um livro especial para ti
Sem dúvida que "À Procura de Alaska", John Green é um dos meus livros preferidos de todos os tempos! Talvez por ter estado lá quando eu precisei e por me ter feito sentir todo o tipo de emoções, desde o mais profundo sofrimento, à gargalhada geral, passando por um mar de paixão e carinho que encontro nas palavras deste escritor.
Uma música que te toque de forma especial
Toda a música me é bastante especial. Mas sem dúvida que se tivesse de escolher uma só música para me descrever seria Incomplete - James Bay.
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Um filme inesquecível "A Rapariga Dinamarquesa" é um dos melhores que já vi!
Já não me lembra do momento em que comecei a seguir o blog O prazer das coisas. Mas sei como é que o conheci. Foi através da Catarina R., do blog Sede de infinito, que me falou do blog e de achar que ele merecia mais destaque do que aquele que tinha. Desde essa altura fui acompanhando o blog e assisti, como muito gosto, ao seu crescimento.
A pessoa que está por detrás deste cantinho é a Tita (Patrícia) e daquilo que me tem sido dada a oportunidade de conhecer é uma pessoa sensível, que expressa muito bem os seus gostos em vídeo e em formato escrito e que gosta de divagar sobre os assuntos.
Não se esqueçam de seguir e de acompanhar o trabalho desta menina aqui.
O que é que te fascina no mundo dos livros?
Será provavelmente uma resposta cliché mas adoro perder-me dentro das histórias, conhecer novos mundos, novas pessoas. Conseguir imaginar tudo aquilo que estou a ler. Conseguir sentir as emoções dos personagens e sofrer com eles.
Quando é que é mais difícil escrever uma opinião?
Por incrível que possa parecer, é precisamente quando amo um livro que se torna mais difícil falar sobre ele. Pois a vontade que tenho é gritar: "AMEI!!! Têm que ler este livro!" XD Mas também, acho que sou muito de fases e, ultimamente, não sei se por já andar nisto há uns anitos valentes, custa-me muito escrever algo. Mas pronto, espero que seja uma fase.
Enquanto bloguer o que é mais fácil/difícil nesta atividade?
O mais difícil é conseguir ter inspiração para escrever, quanto mais não seja uma opinião (pois tal como comentei acima, nem sempre é fácil escrever). E sendo eu uma pessoa pouco criativa, confesso que também não é fácil arranjar novas rubricas (até porque já há tanta mas tanta coisa por essa internet fora).
O que achas que falta à comunidade da blogoesfera?
Hum, boa questão. Talvez um pouco mais de "solidariedade" e "partilha" entre bloggers. Acho que não há muitas actividades/iniciativas conjuntas. E talvez mais troca de opiniões, isto é mais comentários entre os vários blogues (e contra mim falo, pois não sou das pessoas que mais comenta blogues =P )
Onde procuras inspiração para o desenvolvimento do teu blog? Pela internet fora.
Um livro especial para ti
Ui? Só um? Um único livrinho? (esta é sempre a pergunta mais difícil :/ ) Tenho vários livros que amo e que são especiais para mim mas tenho que referir "As Brumas de Avalon" de Marion Zimmer Bradley (ok, em português são 4 livros mas acho que no original é só um, ou pelo menos há uma edição com todos os livros =P ) pois foi com esta série, que com os meus 13/14 anos descobri o prazer pela leitura e me fez apaixonar pelo género fantástico.
Uma música que te toque de forma especial
Uma que me emociona e me deixa arrepiada é "Para os Braços da Minha Mãe" do Pedro Abrunhosa com Camané. E não, até ao momento, não tive que sair de Portugal, mas acredito que é muito difícil deixar o nosso país, a nossa família, os nossos amigos. E pronto, o Pedro Abrunhosa tem letras fabulosas!
Já não consigo situar no tempo, de forma exata, a altura em que conheci o blog Quando se abre um livro e, consequentemente, a sua dinamizadora, a Denise. Deve ter sido algures no ano de 2012. O que é certo é que desde aí, a Denise tem sido uma grande parceira em termos do blog e em termos pessoais. Ainda não nos conhecemos pessoalmente, mas há-de chegar o dia. É uma pessoa especial a quem eu desejo tudo de bom. Não deixem de passar pelo blog dela e maravilharem-se com os post que vão aparecendo. Basta clicarem aqui.
O que é que te fascina no mundo dos livros?
Há muita coisa que me fascina no mundo dos livros: a possibilidade de conhecer personagens, envolver-me nas suas histórias, sentir uma grande variedade de emoções, viver outras vidas, conhecer outros locais, aprender… A leitura, para mim, é mesmo um escape da vida quotidiana, um refúgio, algo que me permite relaxar e esquecer, por momentos, as coisas menos boas da vida.
Quando é que é mais difícil escrever uma opinião?
Penso que o que mais me dificulta a escrita das opiniões é a falta de inspiração, quando estou naqueles dias mais aborrecidos em que não me sai uma única frase com sentido. Também pode ser difícil quando o livro foi demasiado bom e, por mais que tente, não consigo dar o devido entusiasmo à opinião; ou quando foi tão mau que nunca sei muito bem o que escrever, para que os leitores não fujam a sete pés deste livro.
Enquanto bloguer o que é mais fácil/difícil nesta atividade?
Começando pelo mais fácil, penso que é a partilha e a liberdade que o blogue nos dá de escrever conteúdos ao nosso gosto, no meu caso mais direcionados para a literatura. O mais difícil talvez seja a diferenciação, ou seja, procurar conteúdos que se destaquem dos outros blogues do mesmo género. Fazer com que o nosso blogue não seja mais do mesmo, que é o que acontece com muitos blogues literários. Isto nem sempre é possível, dado que é necessário dedicar mais tempo e mais trabalho ao blogue.
O que achas que falta à comunidade da blogoesfera?
Atualmente, o que sinto falta é daqueles blogues que dão realmente gosto ler, que todos os dias apresentam conteúdo interessante. Hoje os blogues estão tão ligados ao facebook, ao instagram e a um sem número de outras redes sociais, que se perdeu um pouco aquele hábito de escrever. Hoje só se pensa em números, em visitas, em seguidores, em passatempos e, no caso dos blogues literários, em conseguir livros das editoras. Penso que hoje se dá mais importância à quantidade do que à qualidade do que se escreve.
Onde procuras inspiração para o desenvolvimento do teu blog?
Visito outros blogues. É uma forma de estar a par do que se faz, do que já existe, e assim ter ideias diferentes que possam ser desenvolvidas no meu blogue.
Um livro especial para ti
“Juntos ao Luar” de Nicholas Sparks, foi um livro que me tocou bastante na altura em que o li.
Uma música que te toque de forma especial
Atualmente, uma música que considero especial é: The Chainsmokers & Coldplay – “Something Just Like This”.